AMESTERDÃO, a cidade "mal comportada"

 

Amesterdão é denominada a "Veneza do Norte" graças aos seus numerosos canais - Grachten -, às suas 650 pontes e ao facto de ser também uma formação artificial. As casas são construídas em solo pantanoso, sobre estacas com mais de 20 metros de comprimento. As próprias fundações do palácio real da praça do Dam, no centro da cidade, estão construídas sobre pilares.

Mas o solo em redor de Amesterdão nunca esteve em repouso e, lentamente, o canal que a unia ao mar foi-se fechando, representando este encerramento a sua ruína. Só nos finais do século passado, com a construção de um novo canal em direcção ao Mar do Norte, o comércio voltou a florescer, tornando-a na actual capital da Holanda.

Hoje, o povo de Amesterdão luta, tal como os venezianos, para manter a sua cidade. Os contínuos movimentos do solo pantanoso transmitem-se às fundações das casas da cidade velha que se encontram quatro metros abaixo do nível das águas do mar. Mais de cinco mil edifícios sob protecção mundial não estarão em muito boas condições, mas as autoridades têm sabido resolver estes problemas, com bom senso e algum pragmatismo. No entanto, proíbem a construção de "mamarrachos modernistas" em toda a zona velha da cidade, ao contrário dos responsáveis de outras capitais europeias, bem nossas conhecidas.

 

Visita guiada

A chegada a Amesterdão, para quem vem de avião ou de comboio faz-se sempre pela "Central Station", a estação de comboios que mais parece um palácio renascentista, mesmo em frente à Damrak, larga avenida que vai em direcção ao Dam, a principal praça de Amesterdão onde se encontra o palácio da Rainha, o "estranho" Monumento Nacional e o museu de cera da Madame Tussaud. À esquerda do Damrak encontra-se o famoso "Red Light District" e do lado direito a rua do comércio, fechada ao trânsito, que serpenteia cruzando os canais através das pontes em arco. Mas, para que não haja enganos, a primeira coisa a fazer é pedir todas as informações no "Tourist Information", mesmo ao lado da estação. Depois é encontrar um lugar para "abancar" e sair para respirar a tranquilidade e a agitação (parece contraditório mas não é) desta cidade e do seus habitantes.

É difícil explicar porque é que estar aqui de férias é tão agradável. Não são só os museus - o Riksmuseum, o museu Van Gogh, o museu da Ciência e Tecnologia, o museu de cera -, as ruas, as esplanadas, os jardins formigantes de gente feliz e tagarela (as miúdas são deslumbrantes), as bicicletas de todas as cores e feitios, os passeios pelos maravilhosos canais, as estreitas casas de janelas sem cortinas, as centenas de pontes, a vida nocturna, os coffee shops, os bares, os concertos de música pop/rock, no Melkwelg, a simpatia e a tolerância dos holandeses (toda a gente fala inglês) e mesmo o cheiro a urina ao pé dos canais (a cidade está repleta de urinóis públicos, para gáudio e descanso de todo o turista homem).

Amesterdão está repleta de pequenas lojas, cafés restaurantes, cultura e exposições, mais facilmente exploradas a pé, de bicicleta, ou mesmo de eléctrico. Para além disto tudo é um dos locais mais seguros da Europa, onde a grande preocupação vai toda para os ladrões de bicicletas (cuidado, aqui toda a gente rouba bicicletas) e não pode, por isso mesmo, ser reduzida a um estereótipo maniqueísta . Há uma forma de estar e de viver, que aqui se respira e que é difícil de transcrever para o papel. É preciso senti-la, por dentro. E a melhor altura para o fazer é no verão, aproveitando as férias grandes. Portanto, pessoal, é agarrar na(o) namorada(o), apanhar o comboio em Sta Apolónia, só parar na "Central Station" e depois é só "curtir".

 

O "Red Light District"

Nunca é demais lembrar que este bairro de Amesterdão é perfeitamente seguro, tal como o resto da cidade. É claro que devemos, mesmo assim, ter algum cuidado, principalmente com o dinheiro (as máquinas fotográficas não são benvindas a esta zona da cidade, por motivos óbvios). Durante o dia, o "Red Light District" parece-se mais com um bairro típico de uma pequena cidade de um qualquer país. As pessoas "normais" convivem e trabalham aqui, atravessam-no para se dirigirem ao centro da cidade, ao emprego ou mesmo à escola, juntamente com as famosas "senhoras" nas montras. Mas é à noite, quando as luzes vermelhas resplandecem de brilho, que este lugar se torna mais interessante e mais excitante.

·Prostituição: tal como qualquer cidade costeira do mundo, Amesterdão também tem "putas". Mas ao contrário dos outros locais, estas sentam-se em janelas iluminadas de luz vermelha, como se de uma montra se tratasse. Sem querer levantar suspeitas quanto ao interesse que este assunto possa despertar nos leitores masculinos desta publicação, aqui vão algumas informações que me parecem úteis: o preço para o que "poeticamente" chamam de "suck and fuck" é de 50 florins (sempre com camisinha e nunca com as dos clientes). Dura aproximadamente 15 minutos e não será, nem de perto nem de longe, a experiência mais romântica da vida.

Embora a maioria das prostitutas sejam sanitariamente controladas, paguem os seus impostos e pertençam a um sindicato - Red Thread - algumas são viciadas em droga e outras são apenas "turistas" vindas da Ásia e África. E há-as para todos os gostos, sempre na tentativa de angariar as atenções de um dos "voyeurs", potenciais clientes que por ali vagueiam aos milhares.

· Sex Shops: Amesterdão deve ser das poucas cidades do mundo em que estas lojas espalham, sem falso pudor, a sua mercadoria pelas montras, completamente abertas aos olhares dos transeuntes. E ninguém deverá ficar embaraçado ou com medo de aí ser apanhado a "consultar" as mil e umas publicações, videos e outro tipo de objectos que terá à sua disposição.

· Live Sex Shows: aqui, as expectativas não serão goradas. Após pagar, é-se conduzido ao lugar num pequeno cabaret e depois é só esperar pelo espectáculo "non stop". Aí pode-se apreciar, sempre com uma boa dose de humor, desde o mais singelo "strip", feminino e/ou masculino, passando pelas actividades lúdicas e musculares vaginais, a números de 69 entre lésbicas e outros mais estranhos, terminando sempre no sexo "ao vivo". Mais interessante que erótico.

 

 Coffee Shops

Embora o consumo de erva e de haxixe não seja legal, ele está completamente despenalizado em toda a Holanda e, principalmente, em Amesterdão. Estas drogas são livremente vendidas nas coffee shops - lojas especializadas nestes produtos - espalhadas um pouco por toda a cidade. Embora muitos países - França, E.U.A., Inglaterra - tentem obrigar o governo holandês a proibir o consumo das drogas "leves", acusando -o, hipocritamente, de ser o principal responsável pelo consumo de drogas na Europa, os donos destes coffee shops têm tentado, com algum sucesso, alterar a imagem destes locais, não vendendo bebidas alcoólicas e tornando-as lugares mais aprazíveis e mais arejados, com pessoal mais simpático, com jogos, mesas de bilhar e música moderna.

Normalmente, cada uma das coffee shops tem um menu com os diversos tipos de haxixe e de erva, cada uma produzindo diferentes "pedras", segundo a informação do vendedor.

Mas o melhor é mesmo alugar uma bicicleta (que até pode ser de dois lugares) e percorrer toda a cidade num passeio saudável para curtir a tranquilidade dos canais.

Para mais informações pode começar-se por aqui:

http://www.proqc.com/~jeroen/factsbox.html

 

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