Paróquia Sagrado Coração de Jesus

 

Cruzada Santo Antônio

Reflexão N.º 04

 

CONSCIÊNCIA

  1. Para refletir:

O Evangelho não esconde a decepção e a surpresa que haverá no dia do julgamento. Ás moças sem juízo que chegam atrasadas na festa o Senhor dirá: «não conheço vocês». Enquanto os justos são recebidos na casa do Pai, os que ficaram para fora perguntarão: "quando foi que te vimos com fome, com sede, sem roupa, sem moradia?..." O convidado que estava sem a veste nupcial fica fora do banquete.

Costumamos usar como critério para distinguir entre bem e mal a «voz da consciência". Se a nossa consciência está em paz, tudo bem. O critério do Evangelho, porém, não é esse. Tanto as moças imprudentes, como os cabritos do juízo final pareciam estar com a consciência muito tranqüila. Daí o convite à vigilância permanente e à fidelidade até nas coisas pequenas.

Acomodamo-nos com facilidade em nossa fé e nossas práticas de vida cristã, como se viajássemos no «piloto automático" da religião. E quantas coisas fazemos em nome da religião, em nome de Deus, que passam longe daquilo que o Evangelho propõe. Basta dar uma olhada na convivência entre os membros de nossas próprias comunidades, na pilha de interesses que gira em torno das nossas instituições de caridade, na incoerência que se instala entre o nosso discurso e as nossas atitudes.

 

2. Ouvindo a Palavra: Ler 1 Cor 10.23-33

10,23. Podemos usar de nossa liberdade, mas tendo sempre em vista o proveito dos outros (23s), evitando o escândalo (25-30), procurando antes de tudo a glória de Deus, a exemplo de Paulo (31-33; 11,1).

 

  1. Partilhando:
  2. · Como anda a nossa consciência? Estamos vivendo como se viajássemos no "piloto automático" da religião?

     

  3. Oração:
  4. Livra-nos Senhor, enquanto caminhamos, de toda a falsidade e acomodação, para que estejamos vigilantes e atentos a todos os teus sinais. Dai-nos senhor a retidão de caráter.

    AMÉM.

  5. Compromisso:
  6. · Pedir sempre a luz do Espírito Santo quando nos sentirmos divididos entre o Bem e o Mal, Certo e Errado. Pedir ao Pai um coração semelhante ao teu em todos os instantes de nossa vida.

     

  7. Sugestões para leitura:

Esta realidade, sobretudo no AT, existe sob o nome de coração e rins. Estes últimos englobam o mundo passional do inconsciente. Deus é aquele que penetra e julga os rins e o coração:

Sl 7,9-13; 18,7-9; 1, 39;

Jr 11,19-20; 12,1-3; 17,9-11

1Rs 8,37-40;

1Jo 3,19-21;

1Sm 16,6-11;

Jô 27,1-7.

Afasta os corações endurecidos:

Is 6,9-10;

At 7,51-54;

Jo 12,37-43.

A consciência arrependida é um coração despedaçado:

 

JI 2,12-17;

SI 51,18-19;

2Cr 6,36-39; 15,11-14

É preciso circuncidar o coração, evitando o formalismo:

Jr 4,1-4; 9,24-25;

Dt 1O,15-17;

Rm 2,25-29.

Deus dá um coração novo, isto é, uma nova consciência:

Jr 31,31-34; 32,37-41;

Ez 11,17-21; 36,23-28.

Daqui a expressão "amar a Deus com todo o coração":

Dt 6,4-6; 10,12-13; 13,4-5; 30,1-6;

Mt 22,34-37.

Assim a moral do NT é uma moral interior, do "coração puro":

SI 64,10-11;

Mt 5,8.28; 6,1-6;

lPd 1,21-23;

Hb 9,13-14; 10,19-23;

ICor 4,3-5;

2Cor 1,12-14;

Rm 2,12-16; 13,5; 14,10-23.

 

De "A COMUNIDADE PARA MIM"

ou

"EU PARA A COMUNIDADE"

Uma comunidade só é comunidade quando a maioria dos seus membros estiver fazendo passagem de "a comunidade para mim" ao "eu para a comunidade", quer dizer, quando o coração de cada um se estiver abrindo para cada membro, sem excluir ninguém. É a passagem do egoísmo para o amor, da morte para a ressurreição: é a Páscoa, a passagem do Senhor, e também a passagem de uma terra de escravidão para a terra prometida, a da libertação interior.

O amor não é um sentimento nem uma emoção passageira. É uma atenção ao outro que se torna pouco a pouco compromisso, reconhecimento de uma aliança, de um sentimento de se pertencer mutuamente. E escutá-lo, pôr-se no seu lugar, compreendê-lo, é ver que ele é importante para mim. É responder ao seu apelo e às suas necessidades mais profundas. É compadecer-se, sofrer com ele, chorar quando ele chora, alegrar-se quando ele se alegra. Amar é também ficar feliz com a sua presença, triste na sua ausência; é permanecer mutuamente um no outro, refugiar-se um no outro. "O amor é uma força unificadora".

Se o amor é estar voltado um para o outro, é também voltar-se, juntos, para as mesmas realidades; é esperar e querer as mesmas coisas; é comungar na mesma visão, no mesmo ideal. É querer que o outro se realize plenamente, segundo os caminhos de Deus e a serviço dos outros; é querer que ele seja fiel ao seu chamamento e livre para amar com todas as dimensões do seu ser.

Temos aqui os dois pólos da comunidade: um sentimento de pertencer um ao outro, mas também um desejo de que o outro vá sempre mais longe na sua doação a Deus e aos outros, que ele seja mais luminoso, mais profundo na verdade e na paz.

"O amor é paciente, o amor é prestativo, não é invejoso; o amor não se ostenta, não se incha de orgulho; nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor; não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Perdoa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo"

1 Cor 13, 4-7.

Exercer o seu dom

Pôr em prática o seu dom é construir comunidade. Não ser fiel ao seu dom é prejudicar toda a comunidade e cada um dos seus membros. Por isso é importante que cada um conheça os seus dons, os ponha em prática e se sinta responsável pelo seu crescimento; é necessário que o seu dom seja reconhecido pelos outros e que lhes preste contas do modo como faz frutificar o seu dom. Os outros precisam deste dom e têm o direito, pois, de saber como é posto em prática e devem encorajar quem o possui a ser fiel a ele e a fazê-lo crescer. Cada um encontra o seu lugar na comunidade, conforme o dom que possui. É assim que se torna não só único, mas também necessário para os outros.

O dom é a parte que cada um traz para a edificação da comunidade. Se alguém não for fiel ao seu dom, faltará alguma coisa na construção.

A comunidade é o lugar em que cada pessoa se sente livre para ser ela mesma, expressar com toda a confiança o que vive e o que pensa. Nem todas as comunidades chegam a este ponto, mas é preciso que tendam para ele. Enquanto alguns tiverem medo de se expressar, medo de ser julgados ou considerados idiotas, medo de ser rejeitados, tudo são sinais de que a comunidade em que tais sinais se verifiquem precisa de progredir. No coração da comunidade deve haver uma escuta cheia de respeito e de ternura que desperte no outro o que há de mais belo e de mais verdadeiro.

Expressar-se não é simplesmente dizer que vai mal, dizer das suas frustrações ou das suas cóleras - e às vezes é bom dizer-mas é falar das suas motivações profundas e daquilo que se está vivendo. É muitas vezes o modo de exercer o seu dom para alimentar os outros e ajudá-los a crescer.

Jean Vanier

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