A origem da palavra Theosophia é grega e significa
primária e literalmente Sabedoria Divina. Foi cunhada em
Alexandria, no Egito, no século III d.C. por Amônio Saccas e
seu discípulo Plotino que eram filósofos neo-platônicos.
Fundaram a Escola Teosófica Eclética e também eram chamados
de Philaletheus (Amantes da Verdade) e Analogistas, porque
não buscavam a Sabedoria apenas nos livros, mas através de
analogias e correspondências da alma humana com o mundo
externo e os fenômenos da Natureza. Assim, em conformidade
com seu terceiro objetivo, a S.T., enquanto sucessora
moderna daquela Escola antiga, almeja tal busca da Sabedoria
não pela mera crença, mas pela investigação direta da
Verdade manifesta na Natureza e no homem. Dizia Blavatsky:
“o verdadeiro Ocultismo ou Teosofia é a ‘Grande Renúncia ao
eu’, incondicional e absolutamente, tanto em pensamento como
em ação – é Altruísmo”. “Teosofia é sinônimo de Verdade
Eterna”, Divina, Absoluta, Paramarthika Satya ou
Brahma-Vidya, que são seus equivalentes muito mais antigos
na filosofia oriental. Teosofia, portanto, é uma Sabedoria
Viva, o ideal que o verdadeiro teósofo busca alcançar e
manifestar em sua vida diária como serviço à Humanidade.
A adjetivação teosófica na denominação da S.T. significa,
desta forma, uma sociedade cujos objetivos refletem esta
Sabedoria, ou que nesta têm sua inspiração. Isto não que
dizer que todos os membros da S.T. possuam esta Sabedoria ao
tentar realizar tais objetivos. Quer dizer, apenas, que uma
sociedade “teosófica” é uma sociedade cujos objetivos podem
trazer benefícios imensos ao mundo, desde que compreendidos
e realizados apropriadamente.
A Sociedade Teosófica (S.T.) foi fundada em Nova
Iorque, E.U.A., em 17 de novembro de 1875, por um pequeno
grupo de pessoas, dentre as quais se destacavam uma russa e
um norte americano: a Sra. Helena Petrovna Blavatsky e o
cel. Henry Steel Olcott, seu primeiro presidente.
Em 1878 o cel. Olcott e a Sra. Blavatsky partiram para a
Índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida legalmente a
sede internacional da S.T. no bairro de Adyar, na cidade de
Chennai (antiga Madras), estado de Tamil Nadu, no sul da
Índia, onde permanece até hoje.
Organização e atividades
Com mais de um século de existência, a S.T. espalhou-se por
cerca de sessenta países em todos os continentes.
Internacionalmente, a S.T. está organizada basicamente em
Seções Nacionais, e estas, por sua vez, compõem-se de Lojas
e Grupos de Estudos.
A maioria das Lojas e Grupos de Estudos da S.T. realiza
reuniões públicas com palestras, cursos, debates e outros
eventos deste tipo, bem como atividades de confraternização
entre os seus membros e simpatizantes, sempre em
conformidade com seus três objetivos. Além disto, em geral,
contam com bibliotecas para facilitar estudos e pesquisas.
"Não há religião superior à Verdade"
Este é o lema da Sociedade Teosófica (S.T.), o qual foi
traduzido do sânscrito – Satyan nasti para Dharmah. A
palavra Dharma foi traduzida como religião, mas também
significa, entre outras coisas, doutrina, lei, dever,
direito, justiça, virtude. Portanto, em sentido amplo, o
lema da S.T. afirma que não há dever ou doutrina superior à
Verdade.
A Fraternidade Humana: primeiro objetivo
Desde os primeiros dias de sua fundação, ainda no século
passado, a S.T. estruturou-se sobre o amplo princípio
humanitário da Fraternidade Universal; "uma instituição que
se fizesse conhecida em todo o mundo e cativasse a atenção
das mentes mais elevadas".
Encontra-se nos escritos daqueles primeiros tempos a
afirmação de que “é a Humanidade que é a grande órfã, a
única deserdada sobre esta Terra – e é dever de todo homem
capaz de um impulso altruísta fazer algo, por menor que
seja, pelo seu bem-estar”. Por esta razão, o seu primeiro
objetivo está formulado da seguinte maneira:
“Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade,
sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor”.
A busca da Verdade: segundo e terceiro objetivos
Os demais objetivos da S.T. apontam na direção de uma “livre
e corajosa investigação da Verdade” e estão formulados como
segue:
“Encorajar o estudo de Religião Comparada, Filosofia e
Ciência”;
“Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes
latentes no homem”.
Liberdade de pensamento
Uma vez que a investigação da Verdade somente pode ser de
fato empreendida numa atmosfera de liberdade, a S.T.
assegura aos seus membros o direito à plena liberdade de
pensamento e expressão, dentro dos limites da cortesia e de
consideração para com os demais.
Como a Sociedade Teosófica espalhou-se amplamente pelo mundo
civilizado, e como membros de todas as religiões tornaram-se
filiados dela sem renunciar aos dogmas, ensinamentos e
crenças especiais de suas respectivas fés, é considerado
desejável enfatizar o fato de que não há nenhuma doutrina,
nenhuma opinião, ensinada ou sustentada por quem quer que
seja, que esteja de algum modo constrangendo qualquer de
seus membros, nenhuma que qualquer deles não seja livre para
aceitar ou rejeitar. A aprovação dos seus três objetivos é a
única condição para a filiação.
Independência da Sociedade Teosófica
Uma vez que a Fraternidade Universal e a Sabedoria são
indefiníveis e ilimitadas e, desde que há completa liberdade
de pensamento e ação para cada membro da Sociedade, esta
busca sempre manter seu próprio distintivo e único caráter,
permanecendo livre de filiação ou identificação com qualquer
outra organização.
Fonte: Sociedade Teosófica no Brasil