Muitos acreditam que o rádio é a parte principal de uma estação, porém não é raro ouvirmos colegas de regiões distantes chegando até nós operando rádios pequenos em AM, que trabalham com baixa potência (3 a 4 Watts).
O que faz uma boa estação é seu sistema irradiante (cabo coaxial bem regulado e uma boa antena), localização da estação e o rádio certamente vem em terceiro lugar.
Quando for adquirir um rádio verifique primeiro se ele é homologado pela ANATEL (Agencia Nacional de Telecomunicações), isto pode ser visto através da Internet no site http://www.anatel.gov.br , se o rádio não for homologado você poderá ter problemas, levando até a lacração do mesmo.
Veja o número de canais do rádio, geralmente é 40 em AM, LSB, e USB.
Verifique se ele tem LSB e USB que são bandas laterais que operam com uma potência muito superior ao AM, permitindo assim contatos entre localidades mais distantes.
Procure saber se o rádio ou modelo não são falsificados, observe na parte traseira se existe uma placa com numero de série.
Se você for adquirir um rádio de segunda mão (usado), deve estar atento a alguns detalhes que vamos descrever a seguir , pois um rádio "mexido", mesmo sendo homologado, está fora das normas ANATEL, e também pode ocorrer a lacração do mesmo.
Infelizmente existe muita
gente executado ajustes em bobinas e trimpots,
olhando apenas a evolução do ponteiro do
s/meter, sem saber a real função destas
bobinas e controles e, se houver um desajuste de
"repouso", seu transistor de saída pode
durar bem menos tempo ou levar à queima de componentes
de transmissão e mesmo da
recepção. Para saber se o seu querido
rádio não sofreu um desajuste desse tipo e
se está mesmo legal, vai abaixo uma série
de testes que você mesmo pode fazer.
Teste 1
Fechar o ganho do PTT, colocar o rádio no
modo LSB ou USB e apertar o PTT durante 5 minutos (sem
falar), não poderá haver aquecimento na
parte traseira do rádio que ultrapasse ao
morno.
Explicação: Todos
os rádios PX e PY que possuem banda lateral, vem
com um circuito indispensável e muito importante
chamado repouso
, que é
responsável pelo controle de consumo dos transistores
de saída, impedindo a queima por avalanche térmica.
Este circuito especial sacrifica alguns
poucos milésimos de watts de um transmissor para
que haja um balanço para mais ou menos da
polarização quase negativa de base dos
transistores de potência, assessoradas pelos diodos,
que informam o aquecimento do dissipador de calor. Desajustar
esses controles faz a potência subir um
"pouquinho", mas aí já se
foi a vida útil dos transistores, pois eles
são ajustados através de intensa
observação de polarização e
não olhando apenas o medidor de potência
como muitos fazem.
Teste 2
Nos
rádios LSB/USB: Desconectar a antena do
rádio, ligar SOMENTE o positivo (+) da
alimentação na fonte (deixar o negativo
(-) do rádio solto), ligar o negativo da fonte na
lataria do rádio (chassis) e ligar o rádio
normalmente através de seu botão de
liga/desliga. O rádio não deverá
ligar (em alguns rádios somente AM, é
normal se ligar).
Explicação: Quase
todos os rádios PX e PY possuem
o que se chama de "lataria levantada", que é o corpo
de lata do rádio que conhecemos com o nome
de chassi. Ele não é o negativo que se supõe
e, por incrível que pareça, alguns técnicos
usam essa lataria para soldar o
fio negativo de bips, pré de PTT, ecos e outras
porcarias. O levantamento da lataria é uma coisa
muito importante para um transmissor por impedir a
transição de RF na caixa e é normal
quando é "destruída" com
a colocação do
conector da antena. É muito importante
dizer que quase todos os rádios chegam a
ter até 3 pontos de terra distintos e esses
terras não podem ser confundidos, pois o uso
errado deles, pode causar apitos, roncos,
comprometer a qualidade de áudio de
modulação e a invasão de RF na
própria fonte do rádio.
Teste 3
No
modo LSB ou USB, apertar o PTT com o ganho aberto e
falar durante 5 minutos, modulando em forma de teste e
depois parar sem soltar o PTT. O s/meter deverá
repousar no zero sem nenhuma indicação de
sinal.
Explicação:
Rádios com USB
e LSB são modulados através de um
circuito integrado que faz a supressão de
áudio na portadora, mas quando esse circuito
integrado está com problemas ou o ajuste de supressão
está fora do lugar, aparece uma irritante
portadora quando o PTT está apertado sem
modulação nessa modalidade. O calor de uma caixa fechada
vindo do dissipador, também pode influir e,
ás vezes, estes problemas podem acontecer somente depois de
alguns minutos modulando. Em vários tipos de rádios
atuais, um novo circuito integrado é muito
sensível a isso, mas uma operação
muito importante pode resolver em 100% esta
incidência.
Teste 4
No
modo AM, em recepção e ganho de RF aberto,
colocar um fio no conector da antena apenas no positivo
(furo do conector) e apertar o PTT de um OUTRO
rádio também em AM, colocado ao lado no
mesmo canal e usando a antena normal. O ponteiro do
s/meter deverá marcar maior que s/9+10 e, no
máximo, s/9+30, não podendo ultrapassar a
escala.
Teste 5
No
modo LSB ou USB, em recepção e ganho de RF
aberto, colocar um fio no conector da antena apenas no
positivo (furo do conector) e apertar o PTT de um OUTRO
rádio também em AM, colocado ao lado no
mesmo canal e usando a antena normal. Movimentar o
botão da sintonia para o s/meter marcar o maior
sinal. O ponteiro do s/meter variará de acordo
com o apito reproduzido no alto falante, mas sua
marcação deverá ser maior que
s/9+10 e, no máximo, s/9+30, não podendo
ultrapassar a escala.
Teste 6
No
modo LSB, apertar o PTT com o ganho abaixo da metade e
falar emitindo um som contínuo (sem assobiar),
fazendo o ponteiro do s/meter não chegar
até o final e mudar repentinamente para USB,
ainda emitindo o mesmo som. O s/meter deverá
continuar marcando a mesma portadora ao mudar a banda.
É tolerável uma diferença de
10%.
Explicação: Com
certeza, poucos técnicos conhecem uma importante
calibragem de 3 bobinas na parte das bandas laterais que
alinha a recepção com a transmissão
do AM, USB e LSB (frequência
intermediária). Quando essas bobinas estão
erradas na sintonia, o AM passa a ter a
recepção e transmissão fora de
alinhamento, sendo necessário ajustar com a
própria sintonia da banda a frequência
certa todas as vezes que apertar e soltar o PTT e, como
os rádios atuais possuem o receptor do AM com a
sua largura bem menor que os 6kHz dos rádios
antigos (cerca de 1.8 MHz), um erro deste tipo pode
causar muita dor de cabeça. Em USB ou LSB, o som
da sintonia fica muito grave ou aguda, sendo
difícil de se obter uma boa qualidade de som.
Felizmente, este erro é facilmente
perceptível por pessoas experientes no assunto e
compromete também as potências das bandas,
ficando portanto, fácil detectar se esse erro
existe com este simples teste.
Teste 7
Ligar o rádio, retirar o PTT do conector
e, com uma lâmpada para toca-fitas (aquelas que
possuem 2 fios saindo de um bulbo de vidro), ligar um
pólo no negativo da fonte e o outro nos pinos do
conector PTT separadamente, um a um. A lâmpada
não deverá acender em nenhum dos pinos
testados e, se houver transmissão repentina do
rádio, será normal.
Explicação:
Em 1972, começaram a
ser fabricados nos EUA, rádios PX de 23 canais
da marca Lafayette e depois
outras marcas, que tinham um sistema primitivo
de comutação, que implicava na introdução de 12 volts (a
tensão da fonte) em um dos pinos do conector do
PTT para fazer a comutação TX/RX com ou
sem relê. Em 1976, depois de muita fumaça saindo
dos fios dos PTTs e rádios queimados, os
fabricantes passaram a usar o negativo comum, eliminando de
vez a presença de tensões positivas nos pinos do
PTT e todos os problemas pareciam ter sido resolvidos.
Mas hoje em dia, o técnico coloca um
pequeno circuito amplificador de 1 transistor dentro da caixa do ptt
e, para alimentá-lo, liga um fio direto da chave liga/desliga
até o conector em um dos pinos para alimentá-lo, mas
mal sabe ele que a corrente ali existente é a
mesma da fonte e é capaz de alimentar
até outro rádio. Este técnico não
tem noção de consumo de corrente elétrica e,
por isso, é incapaz de saber
que o "prézinho" necessita apenas de alguns
poucos miliampéres para funcionar. Um resistor de 1k, ligado da
alimentação até o conector,
é mais que suficiente para alimentar esse
pré, sem colocar em risco a vida do rádio,
da fonte e de outros PTTs que, por ventura, alguém
queira colocar neste conector assassino.
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