Receitas
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Arroz
Alimento importante
pelo seu valor nutritivo, � tamb�m muito vers�til, proporcionando deliciosos pratos
principais e imaginativos acompanhamentos.
| Origem |
O Arroz � o nome
vulgar de Oryza sativa, Lin., planta anual da fam�lia das gram�neas,
origin�ria, segundo uns, da �sia Meridional e do Norte da Austr�lia, segundo outros da
�ndia e da China. Sabe-se que j� existia h� cinco mil anos e pensa-se at� que seja
mais antigo que o pr�prio trigo.
A sua difus�o na
Europa parece dever-se a Alexandre magno e �s suas conquistas no vale do Indo. Os romanos
conheciam o uso do arroz (que consideravam uma guloseima), mas n�o praticavam a sua
cultura. Esta, certamente introduzida na It�lia pelos �rabes no s�c. IV, difundiu-se
�s zonas actuais de cultivo a partir da It�lia Setentrional no in�cio do s�c. XV.
Embora na Europa, na �frica e na Am�rica o arroz n�o constituia o principal alimento,
�, contudo, muito usado em todas as cozinhas n�o s� como prato principal como ainda
servindo de acompanhamento a outras iguarias.
Em Portugal, uma das
suas mais vulgares aplica��es � unido ao caldo de galinha, de outras aves ou de carne
para formar a canja. Como prato enxuto usa-se unido a legumes, ca�a, peixe, marisco,
etc., ou simplesmentecozido com sal e temperado com manteiga. Na cozinha portuguesa s�o
manjares justamente afamados o arroz de lampreia, o de cabidela, o de pato, o de
am�ijoas, e como sobremesa, o arroz-doce, prato nacional indispens�vel em bodas e
baptizados. Na cozinha espanhola � c�lebre o arroz � valenciana e do Oriente veio o
arroz de caril, iguaria picante que entre n�s conta muitos amadores.
| Usos e Aplica��es |
Os usos e as
aplica��es do arroz s�o muito variados. dele se extrai um �leo que pode competir com o
dos restantes cereais. Com a sua palha, depois de preparada, fazem-se chap�us. Na �ndia
e no Jap�o prepara-se uma bebida alc�olica com o gr�o. Muitas est�tuas chinesas foram
feitas � base de arroz cozido.
| Variedades de Arroz |
H� numerosas
variedades de arroz, chegando a atingir cerca de mil e trezentas, segundo alguns autores.
Entre essas variedades, devemos distinguir o arroz carolino, de gr�o comprido e
delgado, liso e duro, que procede da Am�rica do Sul; o arroz Patna, com os
gr�os pequenos, delgados e muito brancos que se cultiva no leste da �ndia; o arroz
de Bengala, tamb�m cultivado nas plan�cies indianas com os seus gr�os grandes e
avermelhados de sabor agrad�vel; o arroz Java, muito branco, transl�cido e de bos
qualidade; o arroz de It�lia, com os gr�os grossos arredondados e brancos, etc. Sob o
ponto de vista comercial, por�m, o arroz preferido pelas suas propriedades alimentares e
medicinais � o arroz polido, de gr�o grande, branco, e com casca.
| Composi��o |
Cada 100 g de arroz
cont�m 8,5 de prote�nas, 1,9 de gordura, 74,8 de hidratos de carbono e 345 calorias.
Al�m disso, o arroz cont�m tamb�m vitaminas B1 e principalmente B2, ferro, f�sforo e
c�lcio.
| Como Escolher |
O arroz solto, feito
com o tipo de arrz longo ou m�dio, s� fica bom com gr�os inteiros. Ao compram, prefira
aquele que apresente os gr�os m�dios, com menos quantidade poss�vel de gr�os partidos.
N�o compre se estiver opaco, pois ficar� empapado. O arroz deve ser um pouco
transl�cido. Para risotos, escolha o arroz de gr�o curto. nas lojas de produtos
especializadas de produtos alimentares, existem tipos de arroz italianos especiais para
este prato. Ao escolher arroz integral, prefira-o sem res�duos, sinal de caruncho ou
�caros; aracn�deos microsc�pios que atacam o germe dos gr�os - a presen�a de p� no
fundo da embalagem pode indicar a sua presen�a.
| Como Preparar |
Um bom arroz, bem
solto, depende at� certo ponto da sua qualidade. H� certos tipos que cozinham
rapidamente: s�o os melhores para preparar arroz-doce. Deve escolher bem o arroz,
lav�-lo em diversas �guas e deix�-lo secar durante cerca de uma hora numa peneira ou no
escorredor. Eis a maneira mais comum de preparar arroz. Para cada duas ch�venas de arroz
cru, refogue 172 cebola picada em 3 colheres (sopa) de azeite. Junte, se quiser, um tomate
pequeno, sem pele nem sementes, picado. Assim, o arroz ficar� levemente rosado. Mexa bem,
deiteo arroz no tacho e deixe no lume durante alguns minutos, mexendo para n�o pegar no
fundo. Em seguida, junte cerca de 5 ch�venas de �gua fervente. A maior ou menor
quantidade n�o s� depende da qualidade do arroz, como do facto de o preferir mais ou
menos cozido. Junte o sal, mexa bem, deixe ferver durante 5 minutos em lume vivo e depois
diminua a chama. Em m�dia, o arroz leva de 15 a 20 minutos para cozinhar. Para aquecer,
ao jantar, o arroz que sobrou do almo�o, a melhor maneira � faz�-lo em banho-maria. Ou,
ent�o, coloque o tacho do arroz sobre outro tacho, ou sobre a panela da sopa para que
aque�a no vapor. Uma outra forma, ainda, � colocar o arroz numa peneira e esta sobre um
tacho com �gua fervente.
| Os Segredos do Arroz Solto |
O arroz solto
direge-se melhor e tem um aspecto mais agrad�vel. H� dois processos para cozer arroz de
forma a que os bagos fiquem soltos. Um consiste em cozer o arroz com muita �gua, a que se
junta uma pitada de sal, at� que os bagos comecem a abrir. Retira-se do lume, deita-se
num passador que se coloca debaixo duma torneira, deixando correr a �gua at� que o arroz
fique solto. Escorre-se da �gua, coloca-se num tabuleiro numa camada de 3 cm de
espessura, tempera-se e leva-se a secar ao forno, regulando para calor brando.
Ao outro processo
chama-se "� oriental" e � muito simples. Numa ca�arola, deitam-se 3 colheres
(sopa) de manteiga e leva-se ao lume at� derreter, depois deita-se 1/2 quilo de arroz sem
ser lavado, mexendo com uma colher de pau, at� o arroz alourar e absorver a gordura.
Adiciona-se �gua a ferver, temperando segundo a receita, por forma que a �gua tenha o
dobro do volume do arroz. Deixa-se ferver em lume vivo, sem se mexer, durante 20 a 25
minutos. Querendo, a meio da cozedura, pode tirar-se a ca�arola do lume e meter-se no
forno, para a� acabar de cozer e secar.
| Sa�de |
O arroz � indicado
para quem tem dist�rbios intestinais, em especial o arroz branco feito sem gordura, de
f�cilo digest�o, cuja �gua do cozimento ajuda os beb�s com diarreia. � um alimnto
muito rico, completo e com �ptimas propriedades. N�o � aconselhado para quem tem os
intestinos presos, que deve preferir o integral por ter fibras. O arroz deve ser comido
com leguminosas ou carnes, pois as suas prote�nas s�o incompletas.
| O Cultivo em Portugal |
N�o se sabe ao certo
desde quando se cultiva o arroz em Portugal, mas, a dar-se cr�dito ao que Frei Francisco
Brand�o afirma na Monarquia Lusitana, publicada em 1750, parece que j� existiam
arrozais em Portugla no reinado de D. Dinis (1279-1325).
Os terrenos
alagadi�os situados ao sul de Montemor-o-Velho, os arredores de Gr�ndola e outras
localidades ao sul do Tejo foram indicadas por Brand�o como regi�es produtoras de arroz.
A maioria das variedades carece de muita �gua, mas a O. montana pode ser
cultivada em terrenos secos (o arroz de sequeiro). Em Portugal, � cultivado nos terrenos
pantanosos e n�o pantanosos (Aljezur, por exemplo) desde Estarreja e �gueda at�
Coruche, Gr�ndola e Alc�cer do Sal.
| A Tradi��o Ainda � o Que Era |
Na Europa e nos
Estados Unidos, � costume atirar-se arroz cru aos noivos ap�s a cerim�nia do casamento.
Com este gesto deseja-se-lhes riqueza e prosperidade. A tradi��o teve origem dois mil
anos antes de Cristo, num mandarim que, ao casar a filha, quis mostrar a sua riqueza. E
nada melhor do que utilizar arroz, s�mbolo de fartura, que mandou atirar em grande
quantidade para as terras dos noivos. O povo que habita as montanhas da ilha das Celebes,
para pedir a protec��o divina, dan�a e canta, imitando os trabalhos da fauna do arroz.
Os camponenses asi�ticos, para terem a protec��o dos deuses e esp�ritos do arroz,
dedicam-lhe festas para pedirem boas colheitas.
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