A EDUCAÇÃO EM PORTUGAL de 1936 A 1947

 

INTRODUÇÃO

O REJUVENESCIMENTO DE PORTUGAL

O SALAZARISMO

A ERA DE CARNEIRO PACHECO

A MOCIDADE PORTUGUESA

OS SUCESSORES

BIBLIOGRAFIA

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

A palavra Educação, provem do latim e tem dupla origem:

Educare que significa alimentar e

Educare, tirar para fora de, conduzir para.

As definições de educação apresentadas desde a antiguidade estão intimamente ligadas às condições da vida social e política, e variam conforme o sociólogo que as define; assim para:

·        Huxley,a educação consiste em educar jovens seres humanos, tendo em vista a  liberdade, a justiça e a paz;

·        Herbert atribui à educação o fim de formar o indivíduo por ele próprio, despertando nele a multiplicidade de interesses;

·        Kerschensteiner, assume uma postura muito mais individualista, e diz que a educação consiste na distribuição de cultura : o homem deve depois organizar os seus valores na sua consciência conforme a sua individualidade;

·        Kant, atribui à educação a finalidade de desenvolver no indivíduo a perfeição (da nossa natureza);

·        Segundo Durkheim, a educação é a acção das gerações adultas sobre as que não estão maduras para a vida social (integração na sociedade), e política e integração nos meios especiais de destino da criança ou do jovem;

·        Bogdan diz que as tarefas da educação estão divididas em três grandes grupos: sociedade, trabalho, cultura.

 

A educação pode pois apresentar-se sob formas e modalidades variadas, no entanto não deixa de ser uma transmissão cultural de uma geração para outra; as gerações mais jovens adquirem a capacidade de utilizar técnicas que condicionam a sobrevivência de um grupo; a educação é, deste modo, um fenómeno antropológico por excelência, onde a pessoa tende a crescer e a organizar-se de maneira cada vez mais autónoma, complexificando-se na sua organização interna e nas respostas ao meio ambiente.

As escolas entre 1936 e 1947, formavam as crianças no bom hábito de obediência, asseio, ordem, pontualidade, amor à Pátria e aos poderes instituídos; a organização das salas de aula e até dos cadernos escolares eram rigidamente determinados pelo poder central, assim como as cantigas que se cantavam e a metodologia que o professor deveria utilizar. As salas, eram organizadas com retratos de Salazar e Carmona, e ao centro o crucifixo, colocados sobre a cadeira do professor; os quadros murais, convenientemente distribuídos, representavam as virtudes da vida no campo ou as obras de Salazar e do Estado Novo (pontes, estradas, monumentos e escolas).

Os responsáveis pela política educacional, não podiam (apesar de todos o fazerem) exaltar abertamente o analfabetismo, o estrangulamento de ideais e a repressão são vividas no dia a dia. Por entre os meandros destes cenários, são criados os postos escolares e emergem os “regentes escolares”, ou seja, para se ser professor pouco mais é preciso do que possuir a quarta classe, isto é, não era preciso possuir mais instrução do que aquela que o aluno viria a ter; interessava é que as suas ideias fossem consonantes com as do regime.

 

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O REJUVENESCIMENTO DE PORTUGAL

 

Nos anos trinta cerca de um terço da população portuguesa tinha menos de catorze anos; o fenómeno deve-se ao aumento de natalidade que se sucedera à crise demográfica causada pela Grande Guerra e pelos seus efeitos.

Uma das maiores preocupações do regime, consistia na instrução de toda esta gente nova. Num país com cerca de 70% de analfabetos, o regime de Salazar opta por um ensino em massa , em detrimento da qualidade.

António Salazar, como ministro das Finanças, diz que não é possível construir escolas primárias em todas as freguesias, no entanto abre postos de ensino substancialmente mais baratos; como também não é possível formar professores primários (e pagar-lhes), decide-se (a partir de 1931) pelos regentes escolares, sendo que estes deveriam ter idoneidade moral e intelectual – informação dada pelo pároco local.

Por esta altura a escolaridade obrigatória passa de cinco para três anos e as escolas são divididas em masculinas e femininas; com estas medidas, consegue reduzir a percentagem de analfabetismo, embora os alunos não estejam tão bem preparados.

A partir de 1936, com o ministro António Carneiro Pacheco, o Ministério passa a chamar-se Ministério da Educação Nacional, seguindo uma política de forte nacionalismo ideológico e moral.

Nesta Reforma, impõe-se a adopção de livros únicos, aprovados pelo departamento do ministério, para os cursos primário e secundário; a Mocidade Portuguesa, de filiação obrigatória para todos os alunos completa a formação ideológica.

A Reforma de Carneiro Pacheco, é de tal maneira que interfere na vida privada das professoras primárias, impedindo o seu livre casamento; este só poderia ocorrer depois da autorização do ministro, que seria dada após averiguação do bom comportamento moral e civil e dos rendimentos do pretendente.

As intenções do regime quanto ao ensino estão expressas nas máximas de inclusão obrigatória nos livros escolares a partir de 1932:

·        “A tua Pátria é a mais linda de todas as Pátrias : merece todos os teus sacrifícios.”

·        “Estuda e faze-te homem, para poderes Ter opinião que os outros oiçam.”

·        “Obedece e saberás mandar”

·        “Na família, o chefe é o Pai; na escola o chefe é o Mestre; no estado o chefe é o Governo”

·        “Honra em tudo e por tudo teu Pai e tua Mãe”

 

Estas são apenas algumas das cento e treze frases que passaram a fazer parte obrigatória dos livros da  4º classe do ensino elementar e dos livros da 1ª à 5ª classe dos liceus, e nos livros das escolas do ensino técnico profissional.

Determinou também o governo, que fosse obrigatório, em todos os estabelecimentos de ensino, tanto oficial como particular, a afixação nas paredes das salas de aula, nos corredores e nos pátios, de certos “pensamentos” constantes do referido decreto.

 

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O SALAZARISMO

 

Corria o ano de 1926, e o povo português estava cansado da instabilidade governamental e das lutas entre os políticos, daí que o golpe militar de 28 de Maio foi muito bem recebido pela população.

O sector da educação, sofreu a partir daí algumas reformas - criou-se o ensino primário elementar e o primário complementar e torna-se obrigatório.

Em 1928, foi nomeado para fazer parte de uma comissão destinada a reorganizar as Escolas Normais e estudar a reforma do ensino secundário; nesta altura faz-se uma redução dos programas, o ensino obrigatório passa então de cinco para três anos em 1929.

Todos acreditaram por esta altura que a nova ditadura tivesse, à semelhança dos anos anteriores, os dias contados, no entanto, um modesto professor de Economia e Finanças de Coimbra, surgiu e contrariou estas expectativas.

António Oliveira Salazar, entra na política como Ministro das Finanças em Maio de 1926; porém cedo abandona este cargo, pois o seu carácter não se adaptava ao serviço que lhe era exigido, visto que estava a receber ordens e não a dar; logo aqui se viu que este homem tinha nascido para mandar e ser obedecido.

A má situação económica e financeira do país era de tal maneira que foi novamente chamado para ocupar a pasta das Finanças. Com determinação, aceitou, exigindo que todos os ministérios ficassem subordinados ao seu, ou seja, ele dava ordens e os outros obedeciam. As condições foram aceites e assim se deu início ao Salazarismo que durou cerca de quarenta anos.

No seu discurso de tomada de posse, esclareceu o povo com a frase:

sei muito bem o que quero e para onde vou” (Oliveira Salazar, Discursos (1928-1934),Coimbra 1935)  .

Salazar, tinha uma doutrina que abarcava o âmbito das finanças e também todos os aspectos do comportamento individual e social; esta doutrina era de raiz católica, uma vez que este tinha sido educado no meio rural, e num Seminário - motivo que justifica a sua grande amizade com o Cardeal Cerejeira.

A Igreja e os católicos em geral, acolheram o Estado Novo com uma benevolente e confiante expectativa, senão mesmo com um entusiasmo declarado. Salazar, oferecia à maioria dos católicos, pela posição que tinha no governo e pelo ascendente que tinha no regime, garantias de vir a resolver as pretensões católicas quer em matéria de política religiosa quer em matéria de política social, se bem que nem todos os católicos pareciam avaliar uniformemente essa garantia.

Desde logo começa a observar-se que Salazar tudo fará para poder dominar a Igreja Católica, sabendo no entanto que necessita das Elites Católicas, para manter o seu poder no tempo.

Profundamente católico, considerava que a Igreja Católica devia existir, era imprescindível ao Estado Português, e este, viria a dar privilégios à Igreja, mas quem mandava era Ele: Salazar.

Salazar nos seus discursos, utilizará a moral católica com perícia, tocando de forma psicológica profunda as características de uma sociedade tendencialmente rural, onde os valores como, a Família e a obediência da Família e um discurso moralizador católico se sobrepõe na perfeição, tornando-se célebre a máxima: “DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA”.

Salazar detém sobre a igreja Católica um poder que por vezes é minimizado, no entanto o direito de objecção à nomeação dos bispos, foi sem dúvida um discreto mas eficaz instrumento de influência sobre a hierarquia da Igreja.

Durante toda a época salazarista, as escolas formaram as crianças no bom hábito de obediência, asseio, ordem, pontualidade, amor à Pátria e aos poderes institucionais.

Para alcançar esses objectivos socorriam-se de vários métodos, desde a organização da sala de aula aos cadernos, cujas características eram rigidamente determinadas pelo poder central, às cantigas que se cantavam, pela metodologia e relação com o professor.

Como político, preferiu manter-se “orgulhosamente só” a nível do poder, isto é, nunca se deixou enredar pelas sereias do “demo”, que o convidavam a submeter-se a qualquer tipo de sufrágio popular, coisa que deixou para os seus Presidentes da República e seus deputados - ele seria sempre “vigário de Deus”,“funcionário da comunidade” sem intermediários.

Tudo imaginou, arquitectou e dirigiu: gestos, palavras, marcações, comportamentos, autoridades, etc. ; e fez da intolerância anticomunista uma obsessão.

Distanciou-se das grandes potências da época, seguiu uma política própria, aos ziguezagues, entre os interesses e as pressões dos beligerantes. Não gostava de nenhum líder - Hitler e Mussolini, pela extravagância das suas imagens e Churchil e Roosevelt, pelo excesso de poder. Afim de preservar o seu império, distribui ajudas a ambas as partes, vendendo volfrâmio, cordialidade e distanciamento; manifesta simpatia a Hitler, mas recebe os judeus por ele perseguidos; alia-se aos ingleses, mas nega-lhe a base dos Açores.

A sua filosofia governativa, baseia-se no pressuposto - as massas não gostam de mudanças. Para Salazar, o verdadeiro conhecimento é um feudo de elites, não de massas; às massas basta saber ler, escrever, contar, folclore, procissões, romarias, os cafés, a rádio e a televisão.

Uma guerra mundial (a segunda) projectando-o para a ribalta; uma guerra colonial, esfacelou-o; entre as duas jogou, esgotou a existência. Quando morreu, a 27 de Julho de 1970, era um dos homens mais sós e áridos que o estado português gerou em toda a sua história; foi o estadista que mais poder deteve, por mais tempo, nos últimos séculos de Portugal.

 

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A ERA DE CARNEIRO PACHECO 

 

A 18 de Janeiro de 1936, foi nomeado ministro da Instrução Pública o professor da Faculdade de Direito de Lisboa, António Carneiro Pacheco.

Executor implacável das doutrinas salazaristas, a 11 de Abril de 1936 faz sair a lei onde se regista o seu programa de acção; nesta fica expresso que “O Ministério da Instrução Pública passa a denominar-se Ministério da Educação Nacional”.

Na Lei 1.941 de 11 de Abril de 1936, base II, traduz-se claramente a intenção de privilegiar a Educação em detrimento da Instrução; nesta lei é também evidente a importância que o regime dá à cooperação na formação de espírito nacional, sem prejuízo da preparação científica.

A sobrelotação dos Liceus e Universidades, é acautelada, implementando-se os exames de admissão com uma prova de aptidão

( base VIII). Os quadros das disciplinas e respectivos programas são revistas, afim de se eliminar o que se supõe ser dispensável; no ensino primário é obrigatório a adopção de um só livro de leitura em cada classe (base IX e X). Para fazer frente aos ideais comunistas, foi consagrada na base XI a organização da mocidade portuguesa, para estimular o desenvolvimento das capacidades físicas e a formação de carácter e a devoção à Pátria dos jovens.

Tornou-se obrigatório o canto coral nos estabelecimentos de ensino não superior, como elemento de educação e coesão nacional, e em todas as escolas públicas deveria existir um crucifixo como símbolo de  educação cristã; esse crucifixo deveria ser adquirido e colocado pelo governo.

Como refere a base IX da lei de 11 de Abril de 1936, os programas do ensino primário iriam ser revistas numa primeira fase pelo dec.lei nº27 274 de 24 de Novembro de 1936 onde se podia ver que este seria reduzido ao mínimo; ou seja, por esta altura, bastava que se soubesse ler escrever e contar, não era necessário que se soubesse muito, pois isso era “ fatal para a saúde moral e física da criança”...

No dec.lei 27 279 de 24 de Novembro de 1936, introduziram-se medidas de urgência, ficando outras a aguardar o programa de reforma do ensino primário; entre as medidas urgentes tomadas neste dec.lei, artº 9 salientava-se que o casamento das professoras só poderia realizar-se com autorização do Ministério da Educação, pois o pretendente deveria ter bom comportamento moral e civil e usufruir de rendimentos compatíveis com o vencimento de professora.

Para que todas as regras fossem cumpridas, Carneiro Pacheco concentrou a responsabilidade pelos serviços disciplinares e de orientação pedagógica num corpo de 12 inspectores, conforme se lê no artº 12 do referido decreto.

A 15 de Agosto de 1936 é promulgado o decreto nº 26 893 onde são aprovados os estatutos da “Obra das Mães pela Educação Nacional” onde se pretende orientar as mães portuguesas sobre noções fundamentais de higiene e puericultura para bem criarem os seus filhos, estimular e dirigir a habilitação das mães para a educação familiar, promover o embelezamento da vida rural e o conforto do lar como ambiente educativo, defender os bons costumes, promover e assegurar em todo o país a educação infantil e pré-escolar, dispensar aos filhos dos pobres a assistência necessária para que possam cumprir a obrigação de frequentar a escola, fornecendo-lhes alimentação vestuário e livros; coadjuvar o professor na organização do recenseamento escolar e cooperar com este na educação moral e cívica dos alunos, desenvolver o gosto pela cultura física e organizar a secção feminina da Mocidade Portuguesa.

Para que o êxito da política do ensino  do Estado Novo fosse possível, era necessário que o livro de leitura da escola primária incentivasse à mentalidade nacionalista e cristã. E que servisse de alicerce à sua construção ideológica; para tal o dec. Lei nº27 279 no seu artº 15 decretou a caducidade de todos os livros do ensino primário; a 21 de Julho de 1937 (dec. nº 27 882) é aberto concurso para a elaboração do livro único, fixando-se nesse decreto o prémio a atribuir. Decorridos três anos, novo decreto é promulgado, anunciando que tinham sido recebidos bastantes originais, mas que nenhum satisfazia as condições exigidas e foi constituída uma comissão de técnicos para a elaboração do livro único.

A discussão do programa de reforma para o ensino primário teve início no dia 5 de Março de 1938, onde se propôs que o ensino infantil deveria pertencer à família e que qualquer outra solução seria anticonstitucional ou antinatural.

O novo papel do professor primário, resultava directamente do relevo da “Educação” em detrimento da “Instrução”. Segundo os doutrinadores do regime, ele precisava de se tornar o propagandista do Estado Novo; já não bastava ensinar o alfabeto, “antes e acima de tudo tratava-se de modelar as almas”, assim, o professor primário foi obrigado a submeter-se cegamente às regras do regime.

Não era permitido às professoras, o uso de vestidos elegantes nem a “exibição de escandalosas pinturas faciais”. Mereceu também a reprovação das autoridades educacionais que em 1936 proibiram as professoras de usar maquilhagem e indumentárias que não se harmonizassem com a majestade do Ministério .

Os professores não só se viram totalmente privados de iniciativa, como ainda as suas vidas particulares foram afectadas pela política salazarista, sobretudo no que se refere às mulheres, mais sujeitas aos efeitos do puritanismo dominante. A professora ideal, não deveria exprimir as suas ideias, fazer críticas, evidenciar os seus encantos físicos, e se possível, nem perder a sua virgindade. A proposta de lei apresentada à Assembleia Nacional em 1938, continha a primeira sistematização da doutrina do Estado Novo sobre a preparação dos professores primários, que pressupunha “um sentido imperial corporativo e predominantemente rural”, a par de uma sã preparação moral, intelectual e física (lei nº 1 969 de 20 de Maio de 1938).

As escolas do Magistério Primário, que em 1936 tinham sido encerradas, pelo dec. nº 32 243 de 5 de Setembro de 1942, iriam ser reabertas; o curso que de três anos, passava a ser de dois, pois de ano para ano acentuava-se a falta de professores primários

 

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A MOCIDADE PORTUGUESA

 

Certos de que o comunismo seria o seu principal inimigo, os amigos do regime de Salazar, organizam uma estrutura nacional de jovens, pré militar, que passaria a designar-se por Mocidade Portuguesa.

Em 1936, pelo dec. nº 27:301 de 4 de Dezembro, foi criada a Mocidade Portuguesa, ( só para o sexo masculino) uma espécie de milícia do regime, sob inspiração e com ligações estreitas à Juventude Fascistas Italiana e à Juventude Hitleriana.

A Mocidade Portuguesa era obrigatória dos 7 aos 14 anos; quer se tratasse de estudantes ou não ; todos usavam um cinto que ostentava a letra S de Salazar, e adopta a saudação romana como símbolo de subordinação hierárquica. Na justificação oficial para a sua criação referia-se que seria dada à juventude uma organização nacional pré-militar que estimularia o desenvolvimento integrado das suas capacidades físicas, a formação do carácter, a devoção à Pátria e que a colocaria em condições de concorrer eficazmente para a sua defesa; contudo, a Mocidade Portuguesa foi perdendo importância ao longo do período salazarista.

Um ano mais tarde, a 8 de Dezembro de 1937, é aprovado pelo dec. nº28:262 , o regulamento da Mocidade Portuguesa Feminina, que ficou a cargo da Obra das Mães pela Educação Nacional, que em tudo é semelhante ao da Mocidade Portuguesa, apenas se distinguindo pelas características inerentes a sexos diferentes.

 

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OS SUCESSORES

 

Carneiro Pacheco a 28 de Agosto de 1940, retira-se, e sucede-lhe Mário Figueiredo, que contrariando as ideias do seu antecessor, faz a distinção entre o Curso Geral e o Curso Complementar dos liceus por dec. lei nº 31.544 de 30/9/1941, restituindo o 7º ano do curso dos liceus como preparação para o ensino superior.

As Escolas do Magistério Primário, encerradas por ordem de Carneiro Pacheco, foram novamente reabertas por dec. lei nº 32.243 de 5 de Setembro de 1942,mas agora apenas por dois anos.

Para fazer face à falta de professores primários houve necessidade de ministrar o curso em dois anos e abrir novas escolas nomeadamente nos Açores e na Madeira, que inicialmente não estavam previstas. A situação de falta de docentes do ensino primário agravou-se também devido ao facto do plano decidido por António Salazar, de construir cerca de 12500 salas de aula até 1950 (desp.15/7/1941).

É com Mário Figueiredo que é promulgado o dec. nº 30.921 de 29/11/1940, que aprova o Regulamento disciplinar da Mocidade Portuguesa para colmatar os desvios que se iam verificando .    

O ministro que lhe sucedeu foi Caeiro da Mota; este fez regressar à normalidade os exames liceais, abolindo o anonimato das provas por dec. de 21 de Outubro de 1944. Este governante ocupou-se sobretudo do ensino Universitário (21/8/45) e trouxe novamente à discussão o problema da coeducação.

 

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BIBLIOGRAFIA

CARVALHO, Rómulo de, História do Ensino em Portugal, Lisboa, 1996

TEODORO, António, Política Educativa em Portugal, Lisboa, 1994

 

NOGUEIRA, António Inácio C., Para uma Educação Permanente à Roda da Vida, Lisboa, 1996

 

GRÁCIO, Rui, Ferreira Gomes, Rogério Fernandes, História da Educação em Portugal, Lisboa, 1988

 

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