Escrito por: Anderson Oliveira
Criações de: Anderson Oliveira, Vanderlei Paulo e Thiago Bessa
Logotipo por: Danilo “Morlun” Fasolo

O CÓDIGO M: Fase 1 — Lançado em 09/07/2005

“O que você será quando crescer? Quando me perguntavam isso, ainda menino eu respondia que queria ser um rapper de sucesso. É... quando criança a gente não tem a menor idéia de como funciona a vida. Fui crescendo e o mundo foi cruel comigo, primeiro me tirou minha mãe, a única pessoa que eu tinha, depois me jogou em um orfanato, me fez passar fome e frio nas ruas e me ofereceu um dom que mais parece uma maldição.
Eu sou Simon Smith, tenho o poder de controlar o tempo, por isso passei a me chamar de Temporal. Ao tentar usar meu poder pra impedir a morte da minha mãe, acabei aprendendo duas lições: primeira: há certas coisas que não se pode mudar... mesmo eu tendo levado a cura para sua doença, minha mãe morreu naquele mesmo dia em um acidente... Acho que isso é o que chamam de destino. Segunda: Interferir nos fatos pode causar graves conseqüências.
Algo aconteceu lá... Não sei ao certo, mas estou em um novo mundo. Existem outras pessoas com poderes como o meu, com habilidades fantásticas. Mas às vezes acho que nada mudou, só meus olhos que se abriram para ver o que o resto das pessoas não vêem, ou vêem e não crêem.”
Divagava Simon enquanto voava em um jatinho rumo ao Brasil. Dois dias atrás, Anderson Oliveira, líder da Corporação Aracnos o visitou e lhe ofereceu a chance de usar seu dom em prol da justiça. Simon relutou, mas depois de uma longa conversa ele aceitou. Não para ser um herói, mas para tentar entender o que tinha acontecido e conhecer outros seres com capacidades especiais.
— Sr. Smith? — Lhe chama a aeromoça...
— Ah... Sim?
— O avião pousará em dez minutos, por favor, aperte os cintos e ajuste sua cadeira a posição vertical.
— Claro... — Simon faz o que a moça lhe diz. É a primeira vez que voa de avião, que deixa seu país, sua cidade. Seu olhar se perde na noite do território brasileiro.
São Paulo, dia seguinte na sede da Corporação Aracnos, Simon é levado à presença de Anderson por guarda-costas. Eles entram em uma sala luxuosa, com dois grandes sofás e alguns monitores. Não há janelas e só uma porta. Anderson aguarda Simon enquanto come um sanduíche.
— Ah, Sr. Simon Smith, que bom que veio. Desculpe não poder lhe acompanhar no avião, tive que voltar mais cedo para resolver outros assuntos de máxima importância. Está servido? — Anderson lhe oferece o sanduíche.
— Não obrigado... já comi no belo hotel onde fiquei hospedado.
— Pois é... os Aracnos oferecem todo o conforto para nossos associados... conforto esse que nós mesmos não temos, graças ao trabalho! Mas vejo que está falando português perfeitamente...
— É... no avião me deram um dicionário, então usei meu poder para estudar. Pra mim levou três anos, mas para todos não passou de dois minutos.
— Fabuloso! É de pessoas assim que precisamos para nossa equipe!
— Equipe?
— Bem... Nós, os Aracnos, estivemos durante os séculos com uma missão: defender o equilíbrio e a harmonia no mundo. Se a opressão, o crime, a violência e o ódio ganham força de alguma forma, nós intervimos para restaurar o equilíbrio com a justiça, a verdade e a paz. Para isso nós precisamos contar com pessoas especiais, como você. Assim como outros que estão pelo mundo a fora, você seria um promotor da ordem e defensor da paz...
— Um herói...
— Aí dependerá de você... Eu não crio heróis, só os apresento ao mundo. Um herói nasce sozinho.
“Isso é incrível! Esses Aracnos estiveram nas sombras durante séculos recrutando seres super poderosos! Um mundo inteiramente novo estava escondido atrás do ‘mundo normal’. Eu acho que essa é uma grande chance de fazer algo pra tentar remediar o que eu acabei fazendo... ou melhor... não fazendo pela minha mãe...”
— Sr. Anderson... Acho que preciso de algum tempo pra estudar essa proposta... Enquanto isso gostaria de conhecer a cidade.
— Está certo... vou chamar um motorista e...
— Não... gostaria de ir a pé. — Simon é levado somente até a saída da sede da Corporação. Trajado com roupas simples e comuns ele começa a caminhar seguindo as indicações das placas.
Simon chega a uma rua repleta de bares e casas noturnas, já ao anoitecer. Sua caminhada não o deixou nem um pouco cansado.... A medida que sua respiração torna-se mais forte, o tempo ao seu redor torna-se maleável a sua vontade. Pra ele, essas horas significou simples minutos. Andando distraído, Simon ouve a conversa de dois homens perto dele:
— Alguém roubou minha carteira!!
— Olhe direito... você deve ter perdido em algum lugar...
— Não... eu tenho certeza... estava aqui!
— Tudo bem, deixe que eu pago.... Ué! A minha também sumiu! Também roubaram minha carteira!!
— Bem que dizem que o Brasil é perigoso... — Comenta Simon quando, do outro lado da rua uma senhora grita:
— Socorro!! Alguém levou minha bolsa!!!
— Roubaram meu relógio! — Diz um rapaz na outra ponta da rua. Em pouco tempo muitos se queixam de terem sido roubados.
— Isso é muito estranho... — Pensa Simon, então ele resolve usar seus poderes. Prendendo a respiração ele paralisa tudo ao seu redor e começa a andar entre as pessoas. Para disfarçar, ele senta em uma cadeira de restaurante e solta a respiração. Logo ouve outro grito e novamente faz seu truque. Então ele avista uma garota próxima à mulher que gritou: — Estranho... eu estava lá agora há pouco e aquela menina não estava lá... — Simon vai até a jovem e nota que ela carrega uma pulseira de ouro. — Então é ela que está roubando as pessoas! — Simon volta a respirar a fim de pegar a moça, mas ao devolver movimento ao tempo, não mais viu a jovem.
“O quê? Ela sumiu diante dos meus olhos? Como isso pode ser possível? Só se ela fosse mais rápida que o comum... talvez por isso ninguém a veja roubar... É melhor eu encontra-la antes que ela vá embora!”
Simon passa então a controlar sua respiração de modo que o mundo fique em “câmera-lenta” diante dele. Assim ele vê as pessoas comuns se movendo lentamente enquanto observa um borrão muito rápido transitando pelo cenário.
— Deve ser ela! — Simon pára o tempo novamente e vai até a garota, a segura pelo braço e faz o tempo voltar: — Pare aí, sua ladra!
— Mas o quê?! De onde você saiu?! Me larga!! — Diz a garota pega de surpresa.
— Vejam, aquela mina tá com nossas coisas roubadas! — Diz um rapaz.
— Me larga negão! Estou avisando!!
— Devolva as coisas dessas pessoas... agora...
— Tá, tá bom... eu vou devolver... mas antes você vai ter que me soltar...
— Ok... Se você tentar fugir eu te pego! — Simon solta a ladra.
— Otário! — Diz a jovem que logo em seguida sai em altíssima velocidade... — Que panaca... Achou mesmo que eu iria devolver isso!! Deixei o cara comendo poeira!! — Então a garota, já há dois quilômetros do cenário dos roubos, sente que alguém a pega pelo antebraço. — O quê...?
— Eu falei pra você não fugir! — Diz Simon que a seguiu.
— Como você conseguiu me alcançar?!
— Parece que você não é única que sabe uns truques... — Diz Simon sorrindo, mas na realidade ele parou o tempo e andou calmamente até avistar a garota. — Agora vamos devolver isso!! — Ele pára o tempo, toma os objetos roubados da garota, alterna sua respiração e volta até a rua dos bares, deixa tudo no chão. Ao voltar até onde deixou a garota, não mais a vê. — Droga! Ela fugiu! Foi o tempo suficiente pra ela ir bem longe!
Há vinte quilômetros dali a garota chega a um prédio antigo, sobe vários lances de escadas até entrar em um apartamento. Vai até a geladeira, pega uma lata de cerveja e depois se senta em um pufe de frente a uma televisão velha:
— Inferno! Se não fosse aquele negão eu estava agora cheia da grana... poderia até sair de apê vagabundo... Minha vida tá uma droga! Primeiro meu pai me expulsou de casa quando soube que eu estava grávida, depois meu namorado sumiu com aquela vadia... nem quis saber do filho... meu filho... Depois veio o aborto... Saco!! E justo agora que descobri esse... esse dom... e resolvi usar ele de forma mais lucrativa... me aparece aquele cara!!! Maldição!! — Diz a jovem.
— Terry... — Diz uma voz grave de homem...
— Quem está aí?! Como sabe meu nome?!!
— Terry... não tenha medo, eu tenho uma proposta para você!
— Proposta? Vai te catar cara... eu não sou piranha! — Terry se levanta e com sua velocidade procura por aquele que lhe fala...
— Acalme-se Terry... eu falo através de sua mente... Meu corpo está há milhas daqui e só posso me comunicar com o mundo através da telepatia...
— Tá certo... até parece que me engana... Você tem parte com o negão lá da rua?!
— Ouça-me Terry, eu lhe darei riquezas... Lhe darei fortuna e você será uma rainha...
— Já ouvi esse papo antes... Me deixa em paz, cacete!!
— Já basta!! Se não vai me ouvir por bem, ouvirá por mal!! — Uma força invisível faz Terry levitar. Sem poder tocar o chão, sua velocidade é inútil. — Entende agora o meu poder, minha cara?
— S-sim... tá certo... o que você quer de mim...!
— Uma coisa simples... Terry. Em troca eu lhe mostrarei o caminho das riquezas... — Enquanto isso, na Corporação Aracnos, Simon vai até o encontro de Anderson em sua sala de reuniões:
— Sr. Anderson! Eu vi uma garota que tinha uma espécie de super velocidade e...
— Espere Simon... vamos devagar...! Uma garota com super velocidade? Hmm...
— Ela batia carteiras em um lugar movimentado... Eu a vi com meus poderes e recuperei o produto roubado, mas ela escapou.
— Entendo... Seu primeiro dia na cidade e já agiu de modo heróico, Simon. Acho que isso é um talento a ser lapidado!
— Eu não sei o que é, senhor. Mas fiquei interessado em descobrir o paradeiro da moça... se há outros como ela por aí... saber porque eles resolveram praticar crimes... Estou decidido... Vou aceitar sua proposta.


O Início...

DETETIVE AL: Sombras do Passado

Profany, o anjo da morte


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