Escrito por: Anderson Oliveira

1º Arcano: O mago

“Um ano se passou desde que Mordock veio ao continente Sul-Americano a fim de se apoderar do trono da tribo, onde foi morto e alguém muito mais perigoso, Romanuh, o maldito, também não teve êxito. Desde então as coisas não foram mais como eram antes. Para nós, a perda do Dr. Harry é uma ferida que dói até hoje. Com o tempo a organização foi dissolvida e cada um tomou seu rumo. Só restaram os bravos Estacado, Répplic e Wicthy ao meu lado.
Na sociedade dos vampiros a situação também se alterou. Samyra, uma jovem de pouco mais de vinte anos subiu ao trono da tribo, por ser a herdeira legítima. Ao seu comando, os vampiros diminuíram suas atividades, penso eu, graças a uma certa gratidão que a nova soberana tem para comigo. O assassino de Harry, Wejito, não mais foi visto. Há quem diga que se aliou a Romanuh.
Lamentamos a perda também do Cardeal Júlio Constanttini, que foi vitimado pela praga vampírica e padeceu ao sol. O que nos consola é não ter se entregue à sua maldição, preferindo a morte.
Tenho nas mãos o Livro do Inferno, objeto sagrado para os seres da noite. Porém decifra-lo é um trabalho que não consegui realizar. Só um vampiro mestre pode conhecer os hieróglifos em que ele está escrito.
Estou com planos de ir a Europa, acertar contas com meu algoz e, talvez, descobrir mais sobre a sociedade vampírica. Pois sei que estão tramando algo nas sombras. A menina bruxa vem tido várias visões a respeito.
Espero sua resposta para poder seguir com meu trabalho. Enquanto isso, estarei a observar e orar por vossa saúde e treinarei minhas habilidades, há muito esquecidas graças ao tempo de calmaria que passei.

Nestes Termos,
Frei Heyke. A Vossa Santidade, com a graça de Deus.”


As mãos trêmulas do bispo idoso mal podem segurar a carta que chegou esta manhã do Brasil. As palavras de Heyke são preocupantes para o santo padre. Seus assessores se preocupam com sua frágil saúde e logo o recomendam que descanse e não se preocupe com isso, pois outros irão resolver o problema.
Assim cai a noite no Vaticano. O centro da Igreja Católica Apostólica Romana, um lugar protegido contra a praga que vaga nas sombras, os vampiros, diriam muitos. Até mesmo entre os bispos e cardeais da santa Sé, pois não há nenhuma segurança contra uma possível invasão vampírica. Ora os malditos não ousariam pisar em solo tão santo. Será mesmo?
— Como pode algo tão pequeno ser considerado um país? — Diz ironicamente uma figura sinistra que caminha pela Praça de S. Pedro à noite, vestindo uma capa de lona branca, carregando uma caixa de violão e com um chapéu também branco, mas seus olhos denunciam sua verdadeira natureza. Não há outra criatura neste mundo que tenha olhos tão frios de cor escarlate senão um vampiro. Deixarei o cavalheiro seguir seu destino, por ora, me interessa regressar ao solo tupiniquim:
“Eu sou Heyke, me chamam de guerreiro de sete mestres, pois, realmente, eu tive sete mestres. Um deles, o segundo, me ensinou a arte milenar dos magis egípcios. Uma espécie de seita de magos que serviam ao faraó. Quando o império caiu, os magis ainda resistiram por alguns anos em segredo. Meu mestre, mago Hórus, me ensinou um dos mistérios mais valiosos de um magi: a vida eterna. Aparento ter pouco mais de trinta anos, mas na verdade tenho mais de setecentos. Minha idade real eu não sei, pois não sei o ano em que nasci. Minha família era muito pobre e vivia nas charnecas da Inglaterra. Romanuh os matou. Assim como matou meu primeiro mestre, sir Hard, um cavaleiro da ordem do rei... E Lady Anie, a única mulher que amei.”
É dia. Heyke medita em seu novo lar. Após a morte do Dr. Harry, ele e o Esquadrão Noturno migraram para um prédio abandonado na zona norte da cidade de São Paulo onde estabeleceram seu quartel general. O caçador faz uma meditação que aprendeu com seu mestre magi, a fim de restaurar o encanto que o mantém vivo após longos séculos. Uma vez a cada duzentos anos ele precisa renovar a magia.
Essa meditação é reforçada por ervas e poções em que Heyke se banhou. Ele deve permanecer sentado, invocando implicações antigas e imóvel durante vinte e quatro horas. Em outro aposento, Wichty se banha com óleos e perfumes. Também ela faz um ritual mágico. A moça de uns vinte anos pertence á religião wicca, sendo uma bruxa. Wichty passa os óleos em seu corpo nu e mui belo enquanto entoa cânticos. Ela, um ano atrás, foi agraciada com o dom da premonição. Nem todas as bruxas recebem esse poder. Com ele, Wichty ajuda seus amigos a exterminar os vampiros do mundo.
— Wichty!! — Chama Répplic que abre a porta do seu quarto.
— Aaahhh!! Sai daqui! — Wichty se cobre com uma toalha.
— D-desculpa! E-eu não tive a intenção! — Diz Répplic envergonhado. — Estacado está nos chamando... ele me pediu pra avisar...
— Tá bom... Já vou... Da próxima vez bate na porta!
— Tá... — Diz ele em voz baixa: — Puxa... que gostosa!
— Eu ouvi, Répplic!! — Grita Wichty enquanto se veste.
Longe dali, um lugar projetado para que os raios solares não penetrem esconde vampiros de diversas classes. Entre eles, servos, soldados e nobres, em ambientes diferentes, claro, mas todos postos a servir sua líder. Samyra, filha de Rafh, que um ano atrás ajudou Heyke a derrotar Mordock. Com a morte do líder da tribo Sul Americana, Tath, seu tio, e também de seu pai, Samyra subiu ao trono.
Isso causou reboliço entre os vampiros seculares e de puro-sangue, pois Samyra é muito jovem e contestam sua pureza. No entanto, a nova soberana rege com punho firme seus lacaios e sabe castiga-los de acordo se for desobedecida. É este o caso da reunião, onde nobres e servos aguardam o veredicto a respeito de um soldado:
— Cálica... — Diz Samyra, sob a luz de velas sentada em seu trono, no mesmo recinto onde batalhas ferozes levaram seu pai e tio a morte. Ela julga o comportamento do vampiro soldado, que de cabeça baixa se ajoelha a seus pés. — Você desobedeceu minhas ordens expressas de não atacar humanos em suas casas. Se precisava de alimento, caçasse um mendigo ou algum animal, pois ninguém sentiria sua falta.
— Ridículo! — Diz Cálica.
— O que disse?! — Diz Samyra visivelmente irritada com o comentário.
— Suas ordens são ridículas! Pouco me importa se o humano tem casa ou dorme na rua... sangue é sangue! Nós temos poder para exterminá-los a qualquer momento, se esconder é idiotice!
— Como ousa se dirigir assim com sua líder?!
— Foda-se! Você é uma pirralha que cheira a leite! Essa tribo caiu em vergonha graças ao seu pacto de paz com o caçador Heyke!! Ou não percebeu que a cada dia a desobediência aumenta? — Cálica se exalta e grita, chamando a atenção dos presentes e enfurecendo Samyra. — Sua vadia filha da puta... Pro inferno com suas leis!!
— Basta! — Diz a soberana que salta de seu trono no pescoço de Cálica. — Que isso sirva de exemplo! Ninguém me desobedece e me insulta! — Samyra se transmuta, com suas unhas dilacera o rosto de Cálica a ponto de seus olhos saltarem. Logo após, com sua força ampliada pela fúria, ergue o desobediente pelo queixo e o atravessa com o braço rompendo sua carne. Seu grito é horripilante. Cálica cai inerte no chão tendo seu coração arrancado por Samyra. O órgão ainda bate em sua mão por alguns segundos enquanto a líder da tribo respira fundo e se acalma. — Qual de vocês é o mestre de Cálica? — Perguta com a voz seca aos nobres anciões presentes.
— Sou eu, milady. — Atalha um vampiro de aparência distinta e porte galante. Samyra o olha por um instante e lhe entrega o coração de Cálica.
— Cuide melhor de seus discípulos, velho Obraim. Senão o próximo a perder a vida será você.
— De certo milady. Mas Cálica falou algo verdadeiro, suas ordens não estão agradando alguns vampiros mais velhos. Este não foi o primeiro e não será o último a desobedece-la. Como fará se isso fugir a seu controle? Matará um a um?
— Se for preciso, Obraim... assim será.
Com essas palavras Samyra só afirma o que todos pensam há algum tempo: que ela tenta o impossível. Tenta tornar os vampiros tão humanos que sejam capazes de raciocinar e vencer a sede de sangue. E a cada dia a insatisfação com seu reinado cresce. E não demorará até isso chegar aos ouvidos dos grandes vampiros europeus, detentores de poderes milenares dispostos a trair sua raça para conquistar mais poder.
O dia se agoniza lentamente com a proximidade da noite. A noite que abriga no segredo os vampiros de maneira tão bela que o mundo desacredita da sua existência. E há quem se aproveite disso para enfeitar a história com lendas absurdas e mitos tão complexos que torna o vampirismo algo sobrenatural, quando não passa, na verdade, de mera disfunção biológica.
— Houve um ataque a uma residência na noite passada. Um vampiro atacou um rapaz em seu apartamento e deixou o corpo lá. Isso despertou a atenção da polícia e nossa ação está prejudicada. — Diz Estacado numa reunião com Répplic e Wichty.
— Foi igual aquela vez, quando vampiros estavam se alimentando de animais em fazendas e a mídia logo inventou aquela coisa sobre o chupa-cabras! — Comenta Répplic. — Não sei quantas vezes levei tiros de espingardas de fazendeiros achando que eu era o chupa-cabras!
— Mas a situação agora é pior. Heyke suspeita que Samyra, a nova líder da tribo, esteve contendo os vampiros para que não agissem. Nesse período o número de desaparecimentos de indigentes cresceu. Eles atacavam aqueles que não fariam falta para não serem notados. Mas de um mês pra cá isso mudou. — Continua Estacado.
— É como... Se eles, os vampiros, estivessem se rebelando. — Diz Wichty.
— Exato. Assim a unidade da tribo se dissolverá e uma nova geração de sanguessugas anárquicos crescerá. Dar conta deles organizados, com suas leis internas e códigos de honra já é difícil. Imagina se tornarem-se selvagens e despreocupados...
— Onde está Heyke? — Pergunta Répplic.
— Fazendo suas meditações... Hoje ele não poderá sair. — Diz Wichty. — Ele precisa terminar seu ritual magi para renovar o encanto que o mantêm vivo.
— Bem, então hoje seremos só nós três. — Diz Estacado engatilhando uma metralhadora.
Enquanto o Esquadrão Noturno se prepara para caçar, não muito longe dali, no alto de um edifício, cinco pessoas se reúnem. Três homens e duas mulheres, cada um vestido de uma cor diferente: vermelho, azul, verde, rosa e amarelo. O de vermelho olha para baixo com um binóculo, o de azul está impaciente e olha o relógio regularmente. O de verde faz exercícios na barra de uma antena do prédio. A de rosa retoca a maquiagem e a de amarelo prende o cabelo... Não, não são os Power Rangers...
— Já está na hora? — Pergunta o de azul.
— Não. Paciência. Ele logo virá. — Diz o de vermelho.
— Por que temos que esperar por ele? — Diz o de verde, sem parar sua malhação. — Ele disse...
— Ele disse para aguardar... — Interrompe o de vermelho.
— Aguardar o quê? — Pergunta a de amarelo.
— O sinal. — Responde o de vermelho, sem tirar os olhos do binóculo.
— Que sinal? — Pergunta a de rosa.
— Este sinal. — Diz o de vermelho enquanto acompanha com os olhos um carro luxuoso passar pela rua. — É agora.
Os cinco se aproximam e sob a luz da lua revelam suas faces vampirescas e demoníacas. Em salto livre, eles pulam do prédio e caem sobre o carro. Com o impacto, o motorista perde o controle e derrapa pela pista. Um homem de terno que ia ao banco de trás se assusta. Ele leva na lapela do paletó um brasão de nobreza. Os cinco se fixam no teto do carro com suas garras enquanto os pedestres observam a cena atípica. O de vermelho então arranca parte do teto com sua força, para o pavor do homem do brasão:
— Deus do céu! O que é isso?!
— Não... Não fale esse nome... Ele me enoja! — Diz o de vermelho enquanto puxa o homem para fora.
— Solte-me! Por favor! Eu te dou todo o dinheiro que quiser!
— Seu dinheiro não me interessa... Não mais. Eu só quero a sua vida!! — Dizendo isso, ele e os outros saltam do carro e rolam pelas calçadas com o homem de refém. Por infortúnio, eles caem nas proximidades de uma igreja. Incomodado com a paisagem, os vampiros levam o homem para um beco escuro. — Senhor Bourbon... você descende de duques portugueses e de um príncipe de Gales. Seu sangue nobre deve ser delicioso!!
— Aaaahhhh!!! — Grita o homem enquanto os cinco vampiros o atacam. O de vermelho na cabeça, o de verde lhe rasga o estômago, a de rosa ataca sua genitália, o de azul seu coração e a de amarelo suas pernas. De forma nunca vista, os vampiros devoram o homem até restarem carcaça e ossos.
Saciados, eles de sentam no chão como cães. O de vermelho lambe os dedos sujos de sangue. A de rosa ri e, se aproximando da de amarelo, a beija e a toca de forma indiscreta. O de azul lambe um osso e o de verde cochila. No entanto, a noite ainda não acabou para aquele grupo:
— Sintam irmãos! — Diz o de vermelho que se levanta atraído por alguma força. — Posso sentir uma força muito intensa... Um ser... um homem que já vive há séculos!
— Sim... percebo essa força... — Diz o de azul que larga o osso. — O mestre nos falou sobre alguém assim... Será ele?
— O quê? Está falando dele? — Diz a de amarelo, enquanto a de rosa lambe seus seios. — Isso é só uma lenda...
— Só há um jeito de saber!! — O de vermelho rasga a camisa e salta se fixando na parede do prédio de fronte. Como um inseto, ele se fixa nas paredes e salta de prédio em prédio indo em direção da força que sente.
— Hei!! Espere por nós! — Diz o de azul que procede da mesma forma, sendo seguido pelos outros três.
Os cinco rumam até o esconderijo de Heyke. Graças ao encanto que faz, suas forças puderam ser captadas pelos sentidos aguçados dos cinco vampiros. Uma má hora para lutar, já que o caçador está vulnerável e se for ferido mesmo que levemente, poderá morrer, já que seu encanto ainda não foi completado.
O Esquadrão Noturno saiu em seu jipe pelo lado oposto. Heyke está só. Ele permanece na posição de lótus enquanto ervas e raízes cobrem seu corpo. Tendo sua mente concentrada na magia, ele não sente a presença do vampiro de vermelho se aproximar do prédio:
— É aqui... aqui há um homem com poderes mágicos!! Seu sangue deve ser um néctar para nós!! — O vampiro salta para o prédio de Heyke e escala as paredes até subir ao andar onde Heyke se encontra. Logo os outros quatro chegam. — Venham irmãos... só pode ser ele... — Com um chute, o vampiro abre um buraco na parede entrando no prédio. O barulho é ouvido por Heyke:
“O que é isso?! Invasores? Sim, mas além disso são vampiros! Maldição... O que há? Eu que os devia caça-los, não o contrário! Não posso me mover, senão o encanto será quebrado!! Estacado e os outros já foram, estou só... Preciso me defender... ou certamente morrerei!”
Os vampiros entram, mas estão em outro cômodo. Eles farejam e vendo as armas e roupas percebem que lá é lar de caçadores. O de vermelho já suspeitava, e nada temeu, pois era isso que procurava. Ele procura aquele de que conta uma antiga lenda. Um caçador que com as mãos nuas exterminou treze vampiros em uma noite. Derrotar este homem é o sonho de qualquer vampiro que almeja algum poder.
Logo, os cinco vão até o quarto de Heyke. Este permanece sentado e de olhos fechados, guiando-se somente pela telepatia. Os vampiros o olham e riem entre si. O de vermelho se aproxima e fareja o caçador, o cheiro das ervas o desagrada, mas ele continua:
— Vejam... ele está... dormindo! — Diz o vampiro.
— Que inferno! É uma desonra matar um caçador sem antes lutar. — Diz o de verde.
— Dane-se a honra! Vamos devorá-lo logo! — Diz a de amarelo.
— De acordo... — Diz o de vermelho que prepara suas garras para atacar Heyke. Porém, no momento em que iria atacar, uma força invisível detém sua mão. — Mas que diabos...!? — Ele tenta atacar com a outra mão, mas a mesma força também a paralisa. — Ajudem-me, irmãos! — Seguindo o apelo, os outros se aproximam, mas logo são repelidos por uma estranha energia. Então todos ouvem a voz de Heyke:
— Malditos seres da noite!! Se aproveitam da minha condição frágil de agora para me atacarem com covardia!
— Quem fala na minha mente?! — Se questiona o de vermelho.
— Eu sou Heyke. Meu corpo está incapacitado, mas meus poderes mágicos e telepáticos permitem me proteger.
— Então é sua essa força que nos detêm? — Diz a de rosa tentando se aproximar de Heyke.
— Sim. Agora...
— Você morrerá caçador!! Seus truques não vão nos segurar por mais tempo!! — Diz o de azul com fúria. Então os cinco se esforçam para romper a barreira criada por Heyke.
“Eles são fortes! Se continuarem assim não irei agüentar por muito tempo! Preciso destruí-los antes que me toquem! Preciso usar-me da magia antiga e invocar a força da natureza...”
Heyke concentra-se no seu objetivo enquanto os cinco tentam quebrar o escudo mágico. O guerreiro de sete mestres leva sua mente a um plano mais elevado e reúne as forças que precisa. Então, um brilho dourado envolve o corpo de Heyke. Uma luz fortíssima e quente... tão quente quanto o sol:
— Não!! É como raios de sol!! — Esbraveja o vampiro de vermelho que aos poucos vê sua carne derreter. Assim também ocorre com os demais e em pouco tempo os cinco se fazem em pó, restando apenas suas roupas. A luz mágica some e Heyke permanece parado.
O verdadeiro sol nasce. Sua luz penetra pela janela do quarto de Heyke. Seu encanto de restauração chegou ao fim. O caçador abre os olhos e se põe de pé. Por mais duzentos anos, sua imortalidade está garantida. A menos que seja ferido gravemente, pelo menos não envelhecerá. Heyke só agora pode ver os restos dos vampiros que o atacaram:
— O que é isso? — Se pergunta ele ao ver um estranho medalhão junto ao que fora o vampiro de vermelho. O medalhão é feito de bronze e trás um hieróglifo da língua vampírica. — Já vi este símbolo no Livro do Inferno... ele aparece várias vezes... Com certeza... estes cinco vampiros não eram da tribo sul americana. — As mesmas palavras são ditas na presença do Esquadrão Noturno:
— Não eram da tribo?! — Pergunta Estacado.
— Isso. Há um mês, quando estive na Argentina, vi três vampiros que agiam de forma parecida... eles também não eram da tribo. — Diz Heyke. — Esse jeito de agir, essa forma de matar... o jeito canibalesco... Tenho certeza que já vi isso antes.
Enquanto Heyke se perde nas sombras de suas memórias, uma música maravilhosa me guia até além-mar, no berço da civilização romana, onde um violão é tocado por um conhecido meu. Ele era chamado de louco, se ainda é, não sei, mas sua música é encantadora. Sentado no alto de uma torre de igreja, em pleno dia, o vampiro se mostra mais poderoso do que se poderia imaginar.
Eu observo os eventos sendo formados. Passado e presente se fundem numa intrigante teia que, creio eu, nos levará a um emocionante confronto. O louco, desde uma certa noite na Romênia, aguarda pelo mago enquanto toca suas músicas divinas. E o mago, que procura fazer sua justiça, começa a temer por algo que está por vir.

A seguir: A sacerdotisa

DETETIVE AL: Sombras do Passado

Profany, o anjo da morte


Página de Anderson Oliveira2005

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