Profany
O Anjo da Morte


Episódio 12: – “Muitas Formas de Amar - Amor de Mãe – parte I”
Por: Anderson Oliveira

Aparecida de Goiânia, Goiás. Numa igrejinha no estilo colonial, após a missa de domingo, alguns fiéis ainda permanecem. Muitos estão lá em busca de conforto para a alma. Outros procuram respostas para suas aflições. E outros ainda se refugiam, se escondem das garras do mal que assolam o mundo. Seus motivos são vários, e conhece-los não é relevante.
Mas uma mulher se levanta do banco de frente ao altar e se dirige ao confessionário. Sua cabeça está coberta por um véu preto. Em sua mão, bem apertado, ela leva um terço. Seus olhos estão cobertos de lágrimas. O medo é visível em sua face de mulher madura, uns quarenta e cinco anos, ainda que conservados por sua pele negra e vistosa.
Ela se ajoelha diante do confessionário, faz o sinal da cruz. E fala:
— Perdoe-me, padre, pois eu pequei. — Esta frase é um velho clichê. É como uma oração que deve ser dita antes de iniciar o sagrado sacramento da confissão. Dentro da caixa de madeira antiga, o padre, oculto nas sombras, lhe responde com sua voz rouca e grave, como se fosse tão sofrido quanto à mulher:
— Pois diga o que fez, minha filha.
— Bem... por onde começar...? Essa história é antiga... pensei que pudesse leva-la para sempre sem nada acontecer, mas não deu certo, e agora estou perdida!
— Desabafe... Irá se sentir melhor.
— Está certo... É isso que vou fazer... bem... Tudo começou há vinte e sete anos...
“Eu era apenas uma estudante... de um colégio de freiras... Tinha dezoito anos e já ia me formar. Eu não conhecia nada da vida, mas sentia, de alguma forma, que aquela minha vida não era pra mim. Eu queria algo mais do que ser uma dona de casa como deveria ser na época... Não me sentia confortável naquela vida... Uma vida pobre... miserável...
Então, na nossa festa de formatura, eu conheci João Rodolfo. Era um rapaz belo, elegante... vestia um terno branco, sapatos brancos e lustrosos, com um cravo na lapela... Goma no cabelo e um sorriso muito atraente. Era mais velho que eu uns dez anos. E o melhor: era rico!
Todas as meninas caíram de paixão por João Rodolfo. Todas suspiravam... mas o mais incrível foi que ele só tinha olhos para mim. Com uma voz de galã de cinema ela me tirou para dançar. Eu, ainda que seduzida por ele, estava muito tímida. Como eu podia esperar que ele iria se interessar por uma roceirinha como eu?
Após o baile ainda nos vimos por mais algumas vezes. Depois dos estudos eu fui trabalhar na quitanda do meu tio Quincas. E o João Rodolfo ia lá todos os dias, quase na hora de fechar... sempre comprava uma dúzia de laranjas para meu tio não suspeitar, mas quando meu tio saía ele jogava todo seu charme...
Como eu poderia resistir? Era tudo que eu queria! Um moço bonito, charmoso e rico! Era um príncipe encantado... e eu um projeto de Cinderela. Me envolvia cada vez mais com João Rodolfo... passei a sair de casa escondida nas madrugadas para me encontrar com ele. Não demorou muito e ele me beijou... foi meu primeiro beijo... E não demorou mais até ele me fazer mulher.
Então o conto de fadas se transformou em conto de terror.
Foram apenas duas vezes que me deitei com ele... e na segunda vez eu engravidei. Não poderia contar para minha família, seria uma vergonha... Então procurei João Rodolfo. O porte galante, o sorriso de príncipe... ao ouvir que eu estava grávida tudo mudou. Me expulsou da sua casa quase aos tapas, no dia seguinte já tinha viajado para a capital. João Rodolfo era um miserável!”
— Perdoe-me, padre... Preciso de um tempo para respirar...
— À vontade, minha filha... Mas... se este é o seu pecado...
— Não padre... Ainda não cheguei na parte que interessa... Bem, vou continuar...
“Os meses foram passando e eu não poderia mais esconder a gravidez. Creio que o que aconteceu depois o senhor já imagina. Meus pais me expulsaram de casa, me chamaram de vagabunda, de vadia... de tudo quanto era nome... não adiantava meu arrependimento, minhas lágrimas... nada! Eu era uma mulher solteira, grávida de cinco meses sem nenhum lugar para ir.
Na verdade tinha um lugar. Eu tinha uma amiga dos tempos de colégio que me deu abrigo. Ela, que era mais vivida do que eu, também me deu um conselho: eu tinha que me livrar desse filho. Como eu poderia sustentar um bebê se não tinha nada? Um bebê que nasceria sem um pai, sem avós, sem casa... E além disso, se eu não tivesse aquele filho seria mais fácil conseguir um trabalho.
Foi uma dor horrível... Uma sensação avassaladora... Mas fiz o aborto. Minha amiga me preparou um chá... Mas como a gravidez já estava avançada, a dor foi inevitável. Após aquilo fiquei dias de cama com febre e calafrios. Mas estava feito. O filho de João Rodolfo estava morto. E eu tinha que recomeçar uma nova vida.
Procurei trabalho em casa de família. Consegui me estabelecer por um tempo, mas novamente um homem iria acabar com a minha paz. Dessa vez era o filho do casal para o qual trabalhava. Mauro, um rapaz de quinze anos! Quinze anos!! O pai dele nos flagrou na cama. O velho, senhor Roberto, que eu pensava ser honesto, me ameaçou... Eu tinha que me deitar com ele também se quisesse continuar no emprego...
Bem, padre... Como o senhor pode imaginar, essa história não poderia dar muito certo por muito tempo. Dois meses depois a dona da casa descobriu tudo. O que aconteceu com o patrão e o filho eu não soube, mas eu fui para a rua. Felizmente já tinha algum dinheiro e vários presentes que o patrão me deu. O pior é que eu comecei a me acostumar com essa vida... eu gostava daquilo.
Os meios... Como eu cheguei ao próximo ponto, creio que não fará diferença saber, pois também creio que o senhor já imagina onde fui parar...
Era o mais rico e famoso bordel de Goiânia. A madame Marie era a mais cobiçada cortesã (ainda se dizia cortesã) da cidade... Eu entrei lá deslumbrada com tudo aquilo, com a fortuna que aquele lugar proporcionava. Com a fantasia, os prazeres, as luzes, a música... tudo para mim era mágico. Eu tinha encontrado uma vocação.
Então os homens começaram a me procurar. Um a um ia se interessando mais pelos meus dotes. E aos poucos eu ia ganhando mais e mais dinheiro... o problema é que eu gastava quase tudo com roupas, jóias e bebida. Mas eu tinha onde morar, e sempre uma noite divertida pela frente.”
— Só um momento, padre... preciso de outra pausa.
— Posso compreender sua culpa, minha filha... a luxúria é--
— Desculpe, padre, mas ainda não é aqui que está o motivo dessa confissão.
— Ainda tem mais?!
— Sim... Sei que nada do que fiz foi correto, mas... Há algo que faz o que contei até agora parecer coisa de criança. Bem, vou prosseguir...
“Com todo aquele luxo, com toda essa nova vida... eu ainda tinha sonhos de menina. Já tinha lá meus vinte e cinco anos, mas ainda guardava um pouco da juventude de outrora... Desculpe... devo ter lido isso em algum poema idiota! Mas bem... Um novo príncipe apareceu em minha vida.
Manoel Passos. Quarenta anos. Rico. Homem de poucas palavras... não era um conquistador barato, era um homem de verdade... Do tipo que impõe sua vontade com apenas um olhar severo e ao mesmo tempo gentil. O conhecei numa festa de carnaval, era a primeira vez dele na cidade. Senti logo uma profunda atração por ele. E ele também gostou de mim.
Todas as vezes que ia ao bordel só me procurava. E cada fez trazia um presente... não era lá muito romântico. Seus presentes eram uma peça de carne seca, uma garrafa de cachaça... um quilo de fumo de rolo... Mas era de coração! Eu percebia que estava me apaixonando... Não queria um novo João Rodolfo em minha vida, não queria perder tudo que já tinha conquistado.
Madame Marie me aconselhava muito quanto a isso. E eu seguia sempre o que ela falava. Um de seus conselhos foi saber se Manoel era casado, se tinha família... Perguntei isso certa noite. Ele me respondeu que era separado, que tinha um filho pequeno a que amava muito. Ainda disse, nessa noite, que se pudesse me tirava daquela vida... e se casava como comigo.
— Como se pudesse? — Perguntei. Ele respondeu:
— Minha ex-mulher nunca dará o desquite. — Mas eu sentia algo errado na sua fala.
Madame Marie me alertou; talvez ele tivesse mentido. Talvez fosse casado. Mas mesmo assim eu sentia que se ele gostasse mesmo de mim iria se separar. Madame Marie me olhou nos olhos e perguntou se eu realmente gostava de Manoel, se eu realmente queria sair da vida e ficar com ele.
— Sim! Do fundo do coração. — Eu respondi. Ela então me deu um novo conselho.
Naquele tempo só havia um meio de segurar um homem: um filho. E do jeito que Manoel Passos amava seu filho que teve com sua esposa, ele nunca me deixaria grávida de um filho seu. Ele não era como João Rodolfo, disso eu tinha certeza. Vi em seus olhos. Então comecei a fazer de tudo para engravidar de Manoel Passos.
Porém não seria fácil. O aborto que eu fizera anos atrás me pareceu como um castigo. Graças ao aborto eu não podia mais engravidar. Meu útero tinha sido mutilado, por isso das febres e calafrios... Eu estava estéril.
Então como seria? Como eu daria um filho para Manoel? Outra vez madame Marie me presenteou com um de seus valiosos conselhos:
— Invente uma gravidez falsa, minha querida! — Ela disse. — Faça ele se separar da esposa e se casar com você. Depois invente que perdeu a criança... ele não poderá mais voltar atrás!
Era o golpe mais velho do mundo. Tão infalível quanto obsceno naquela época. Não tinha como dar errado. Eu só precisava mentir. Bastava um olhar preocupado e cheio de amor e Manoel cairia na armação.
— Grávida...? — Disse ele com o semblante preocupado e quase perdido.
— Sim... — Eu falei com a cabeça baixa, como se tivesse vergonha de tudo.
— Mas... Como? Nessa sua vida... — Ele ainda tentou argumentar.
— Eu só tive você nos últimos meses... Apenas você... Eu te amo! — Eu respondi. Era em parte verdade isso. Eu o amava. Mas me deitei com vários homens enquanto isso.
Manoel, por trás de um homem bruto, sem rapapés, era um homem dócil quando o assunto era filhos e família. E a idéia de ter um filho dele em meu ventre o fez refletir sobre toda sua vida. Eu implorava para que ele ficasse comigo. Lhe contei de João Rodolfo, do canalha que me abandonou com um filho na barriga e do aborto ‘acidental’ que sofri. Com isso toquei seu coração.
Semanas depois ele se separou da mulher e me levou para morar com ele.”
— Preciso de outra pausa, padre.
— Mentiras... adultério... O que de pior pode acontecer ainda, minha filha?
— Espere, padre... já estamos chegando na parte onde tudo acontece.
— Ainda não aconteceu?
— Bem... Digamos que o que eu fiz foi por Manoel... não. Na verdade foi para não perder a vida que ele me deu. Como eu dizia...
“Ele me levou pra morar com ele. Uma casa grande, linda! Um carro na garagem, tudo do bom e do melhor. Eu tinha enfim a fortuna que sempre sonhei. E Manoel me dava tudo, era um homem bom. Amava de todas as forças o filho que esperava nascer. Mas não havia filho... Não poderia haver.
Nos casamos no papel. A essa altura eu precisei arrumar uma barriga de pano. Pra ele não descobrir, me recusava a deitar com ele, dizia ter medo de algo acontecer com nosso filho, já que eu já tinha sofrido um aborto. Ele, bom do jeito que era e do jeito que queria seu filho, nada protestou. Era um idiota!
Mas eu fiquei com pena dele. Ele queria tanto aquele filho que às vezes era de dar dó. E se ele descobrisse a farsa? O que poderia fazer comigo? Já estava na hora de dar um fim naquilo e simular o novo aborto... mas... e Manoel? Como reagiria? Eu sentia medo. Se eu perdesse a criança ele poderia me abandonar e voltar para a ex-mulher... Eu não queria perder aquela vida.
O tempo passava e eu deixava a gravidez falsa continuar... já contava o oitavo mês. Eu me via sem saída. Com medo dele descobrir a farsa e sem coragem de acabar com as esperanças de Manoel. Bem, padre é aqui que tudo começa.
Era o ano de 1983. Estava em Brasília na época. Já corria o nono mês da minha ‘gravidez’. Precisava dar um filho a Manoel Passos. Havia um homem, Luiz Pereira, um taxista humilde e meio bobo que fazia de tudo por uns cruzeiros. Ele e a irmã, Severina, uma enfermeira, me levaram para a maternidade da Santa Casa. Disse a Manoel que era a hora do parto. Ele queria ir junto, mas convenci a ficar em casa, afinal, ele estava em Brasília a trabalho.
Como era bobo Manoel Passos.
Cheguei à Santa Casa. Luiz esperou no estacionamento. Eu já estava sem a barriga falsa. Entrei com Severina sem chamar a atenção. Ela me deu um uniforme de enfermeira e depois me levou ao berçário. O medo invadia meu coração ao mesmo tempo que a felicidade. Era um misto de emoções que eu nunca tinha sentido. Então o vi.
A criança mais linda do berçário. Sua pele era morena, mestiço de branco com negro, assim como eu e Manoel. Era ele. Então uma enfermeira entrou e o levou. Preocupada eu a segui. Era hora da amamentação. A mãe da criança estava feliz. Uma felicidade que eu invejei na hora. Uma felicidade que deveria ser minha.
Esperei até a criança acabar de mamar e entrei no quarto. Estava vestida de enfermeira... Não haveria como dar errado. Delicadamente tirei o bebê dos braços da mãe e vagarosamente deixei o quarto. Do quarto para o corredor, do corredor até onde Severina estava e de lá até o táxi de Luiz.
Manoel Passos Júnior estava indo pra casa.”
— Meu Deus! — Exclama com sua voz seca e rouca o padre.
— Eu sei o que deve estar se passando pela sua cabeça, padre. Mas a história ainda não acabou. Deixe-me contar o final e sentirá meu drama...
“O menino crescia forte e belo. Manoel amava aquele menino do fundo da alma. Nunca jamais suspeitou de nada. Júnior era bem parecido com a gente... E eu amava aquele menino como se ele tivesse realmente saído de mim. Sentia agora o que é o amor de mãe. Tamanho amor que eu sentia que tinha medo que alguma coisa ruim pudesse acontecer a ele, por isso não o deixava sair de casa sozinho, nem na adolescência...
Claro que ele protestou, se rebelou como todo garoto de dezesseis anos. Mas eu não podia ceder. O bem da verdade era que eu tinha medo que... que... que ele descobrisse algo... Que alguém da sua família verdadeira o reconhecesse... Besteira minha, como reconheceriam um rapaz grande se o viram apenas bebê? Eu pensava... e tinha medo.
Meu medo era uma premonição. Não adiantou de nada minha super-proteção. Como minha mãe dizia, a verdade sempre vem á tona. E tudo graças a uma sobrinha de Manoel e a maldita tecnologia... A tal da internet... essa coisa que só veio pra estragar nossas vidas...
A garota xeretou alguma coisa sobre crianças desaparecidas. A bendita da menina viu uma foto de um homem que procurava por seu filho. Pela foto ela notou que meu Júnior se parecia muito com o homem. E como se não bastasse, a pequena vagabunda teve a idéia de contatar essa família.”
— Maldita tecnologia... Maldita internet, maldita televisão... maldito exame de DNA. O senhor já deve ter percebido, não é padre? Deve ter lido algo nos jornais, sabe da história...
— Eu... não, minha filha... O que houve depois?
— Meu Júnior foi tirado de mim, padre! Ela... a mãe... Ela me reconheceu, após dezoito anos... me reconheceu como enfermeira! Meu Júnior... ele falou coisas horríveis pra mim! Ele se foi! Sorte Manoel ter falecido há dois anos... não suportaria encara-lo depois disso tudo! E ainda por cima estão me procurando... Querem me prender...
— Bem... Filha... é evidente que seus crimes foram muitos.
— Eu sei disso, padre. Mas preciso do perdão para poder continuar...
— Você se arrepende de seus pecados?
— Padre, só me arrependo de uma coisa: de não ter matado aquela filha da puta que me entregou! A maldita sobrinha de Manoel!
— Isto é uma coisa horrível de se dizer, minha filha!
— Mas é a verdade, padre! É a verdade!!
— Então, sinto muito, mas se não há arrependimento em seu coração, Deus, lá dos Céus, não pode te conceder o perdão. O perdão é só para quem se arrepende do fundo do coração.
— Mas--
— São os preceitos de Deus!
— Bem... Então... Fique o senhor com seu Deus! — Rancorosa, a mulher se levanta e, com passos firmes, sai da igreja sem olhar para trás. De dentro do confessionário, o padre ainda dá um pigarro abafado.
— Deus não tem o perdão pata ti... Mas tem outra coisa... — Diz ao sair do confessionário. Na verdade, não era um padre que estava a escutar a história, mas Profany, o Anjo da Morte.
A mulher caminha se escondendo debaixo de seu véu enquanto o céu se nubla com nuvens tempestuosas e o dia se acaba num crepúsculo vermelho-sangue. Os sinos da igreja dobram numa fúnebre melodia. As primeiras gotas de chuva caiem nas ruas e abaixam a poeira de um dia de outono no cerrado.
Seus passos a levam a lugar nenhum. Ela apenas anda, sem rumo, sem nenhum horizonte. Uma lágrima escorre por seu rosto enquanto o terço que ela trás nas mãos se escorrega com o suor. Ela olha por um instante o objeto ir ao chão, mas não cessa seus passos e continua a andar.
Já raia a noite e a chuva é forte quando ela chega em uma estrada de terra, entre sítios e roças e rebanhos bovinos. A poeira da estrada agora é só lama que suja seus sapados pretos e suas meias de seda. Mais alguns metros ela se encontra a margem de um rio, um lugar deserto, sem nenhuma alva viva. O aspecto do lugar a faz sentir um calafrio, então ele dá meia-volta.
— Aaahh!! — Um pequeno grito com o susto. Ao se virar ela se depara com um homem alto e magro, de cabelos loiros e um pano cobrindo sua boca e nariz. Seus olhos são verdes e tão frios quanto a chuva que cai sobre seu terno preto.
Não há nada a ser dito. Apenas um disparo que ecoa pelo descampado e o golpe de um corpo atirado na água do rio. Enquanto a chuva cai, Profany tira do bolso o terço que a mulher abandonou. Fixa seu olhar por um instante apenas, e depois volta pelo caminho que ela traçou.
O terço... Profany leva consigo.
O corpo dela é levado pela correnteza.
Seu nome era Madalena. Madalena Passos.
Madalena Passos amou... Porém seu amor de mãe causou dor e sofrimento em outra mãe, a legítima mãe. Quando o amor de um é o motivo de tamanho sofrimento de outros, não pode ser um amor puro, um amor divino. Existem muitas formas de amar... E muitos são os amores que causam o mal.

Continua...

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