Artigos sobre Educa��o - Prof� Augusta Schimidt

Parte I

Em muitos momentos me questiono sobre como � o ensino, como � feito, seus valores, metodologia, enfim o que � a educa��o.

Acho que educar � romper limites ampliar id�ias atrav�s da realidade que evolui a cada momento. A escola proporciona ao aluno o ensino e o desenvolvimento para o trabalho, o exerc�cio da cidadania e a vida social, mas para isso necessitamos de profissionais aptos para estimular a aprendizagem. Infelizmente � fato corriqueiro vermos nas escolas p�blicas, crian�as exclu�das por suas defici�ncias, condi��o social, cor etc.

� preciso muito mais para educar. � preciso comprometimento, � preciso ousar.

� preciso ter urg�ncia com a criatividade:

Atrav�s do desenvolvimento da capacidade criadora promover-se-� autonomia, a responsabilidade motivadora e um crescimento mais equilibrado e global da crian�a. As suas manifesta��es criativas podem de igual modo, ajudar-nos a compreender melhor o desenvolvimento emocional, intelectual, f�sico, perceptual, social, est�tico e criador da crian�a. Por exemplo, as crian�as cuja criatividade fique inibida, por regras ou for�as que lhes s�o alheias, podem retrair-se e, ent�o, recorrer a formas estereotipadas de cria��o (c�pias, linhas ou id�ias de outros, ado��o de perspectivas gastas, etc.) ou mesmo deixar de praticar e de ter gosto na pr�pria cria��o. A crian�a emocionalmente livre, desinibida, na express�o criadora, sente-se segura e confiante ao abordar qualquer problema que derive das suas experi�ncias.

Segundo Lowenfeld e Britain, 1977 "A criatividade pode, igualmente, trazer outra relev�ncia � forma como o sistema escolar est� organizado".

Se o professor tem a responsabilidade de organizar o processo ensino-aprendizagem, de proporcionar os materiais did�ticos, de decidir sobre o melhor m�todo para o estudo do curr�culo, a presen�a sistem�tica da criatividade nas suas planifica��es, abertas ou fechadas, desencadear� na crian�a a procura das suas pr�prias respostas e solu��es, de forma interessada e apaixonante, em vez da recep��o, pura e simples, dos valores e conhecimentos do professor. Para, al�m disso, podemos observar que a crian�a cria a partir de qualquer grau de conhecimentos que possua na fase em que se encontra.

O pr�prio ato de criar pode fornecer-lhe novos vislumbres, novas perspectivas e nova compreens�o para a a��o futura. Provavelmente, o melhor preparo para criar � o pr�prio ato de cria��o. Ainda de acordo com Lowenfeld e Britain "num sistema educacional equilibrado, em que o desenvolvimento do ser total � real�ado, o pensamento, o sentimento e a percep��o do indiv�duo devem ser igualmente desenvolvidos, a fim de que possa desabrochar toda a capacidade criadora em potencial. H� que alterar, pois, a mentalidade e o posicionamento dos adultos, daqueles que n�o fomentam a criatividade, tanto na escola como na fam�lia". Os adultos devem deixar de reprimir, por exemplo, o que muitas vezes � considerado um comportamento infantil nos jovens (que os seus filhos mais velhos deixem de fazer "criancices"). De igual modo, o professor, sobre quem � exercida uma enorme press�o conformista, para que se conforme com as normas de conduta da escola deve ser o modelo (e o l�der!) para que acrian�a adquira estimulo para criar.

Aprender � apaixonante; a crian�a � naturalmente curiosa. Isto significa que ela � espontaneamente motivada � aprendizagem. O desinteresse dela muitas vezes resulta de situa��es em que foi agredida em seu desejo de investigar o mundo. Cabe ao professor educador manter e alimentar esta curiosidade inata.

Cabe ao educador provocar o aluno a aplicar seu conhecimento, lev�-lo a fazer.

Conhecimento que n�o tem aplica��o pr�tica n�o � conhecimento. Ao praticar o aluno tem a oportunidade de confrontar a ilus�o do conhecimento com a realidade efetivamente conhecida. Aproximar estas duas dimens�es do saber � efetivamente conhecer.

A aprendizagem se d� principalmente no grupo. � no confronto com o outro que percebemos nossa forma de pensar o mundo, nossas semelhan�as e diferen�as.

O educador deve estar atento ao ju�zo de valores expresso pela crian�a ao contar fatos, contribuindo para a forma��o �tica da mesma. A pr�tica educacional deve ser orientada para propiciar a descoberta de que conviver com outras crian�as � prazeroso.

O respeito ao semelhante e o amor s�o constru��es, envolvem a capacidade de apostar em si mesmo, no outro e na busca de conhecimento. Amar envolve constatar as pr�prias incompet�ncias, o que traz como conseq��ncia o aumento da toler�ncia em rela��o ao outro. Amar envolve a capacidade de rir de si mesmo, dos pr�prios erros. Pressup�e a capacidade de correr riscos, de apostar na capacidade de aprender, de transformar a si e ao mundo.

Estimular a heterogeneidade do grupo � fundamental na constru��o da identidade do indiv�duo. Para tanto, a observa��o constitui-se em instrumento b�sico. � fundamental buscar o entendimento do perfil do grupo com o qual se trabalha. O ensino tradicional, de caracter�sticas autorit�rias, trabalha o grupo para torn�-lo homog�neo, nega as diferen�as individuais, cobra dos alunos que todos d�em respostas iguais �s situa��es-problema apresentadas. Esta linha de trabalho estimula a diferen�a. O conhecimento vai sendo constru�do pelo grupo � medida que cada um emite sua opini�o, cabendo ao professor sistematizar e ampliar este conhecimento.

A escola deve ser um espa�o estimulador da capacidade de se expressar atrav�s da arte, orientando-se para o desenvolvimento da capacidade criadora.

A a��o educacional pressup�e a capacidade de encorajar a crian�a a formular seus pr�prios conceitos, expressando-os atrav�s de distintas linguagens.

Num espa�o acolhedor, seguro e estimulador de novas experi�ncias, a crian�a deve participar do planejamento e ocupa��o do espa�o da sala de aula; organiz�-lo de forma a facilitar as atividades di�rias.

Esta constru��o e descoberta conjunta do espa�o f�sico � o alicerce para a apropria��o do conhecimento da crian�a em idade de creche e pr�-escolar. As atividades de Artes com as crian�as devem estar relacionadas aos projetos trabalhados pela professora da turma.

O educador � um provocador. Sua atua��o deve orientar-se para desafiar a crian�a a solucionar problemas de seu interesse.

Fevereiro/2007
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