Em Nome da Paz
Augusta Schimidt



O nome da rua � Aviador Jean Mermoz, o n�mero n�o digo por que n�o sei, mas a verdade � que as lembran�as que ali tive, jamais esquecerei.

A casa � pequena, r�stica, com jeito de casa de boneca no meio de um bosque de fadas e duendes, toda cercada de hibiscos e coroas de cristo, palmeiras, beija-flores dan�arinos e sabi�s cantores.

A lembran�a que tive ao chegar levou-me de volta ao passado, doce saudade dos meus dez, doze anos quando pass�vamos f�rias no s�tio Santa Rita.

Tempo bom aquele... o cora��o n�o sentia as afli��es que hoje sente e a raz�o n�o tinha que resolver problemas como esse, motivo da minha visita.

Na verdade n�o fui resolver, fui dividir com minha irm� o peso de uma realidade dura e quase sem solu��o. O tempo agora � quase nosso inimigo, pois passa r�pido e n�o nos d� muita chance de pensar.

J� na sala, depois de um caf� bem gostoso, feitinho na hora, enquanto tent�vamos achar um caminho para nosso problema, me assustei com os barulhos que o vento teimava em fazer. Parecia que ele estava a lamentar o nosso infort�nio e acompanhava nossa conversa com um fundo musical, uma toada triste do farfalhar das folhas da grande palmeira raspando no telhado.

Acho que elas estavam avisando que n�o est�vamos sozinhas ali.

Em certo momento, Lua e Lana se fizeram presentes numa sinfonia canina, entre longos uivos e sonoros latidos. O cen�rio era perfeito agora nos lembrando de que mesmo numa situa��o como a nossa o bom humor poderia se fazer presente. Rimos muito, voltamos juntas ao passado, lembramos as coisas boas que vivemos e eu me fortaleci de coragem.

Passeamos pelo jardim, fui visitar Lua no canil enquanto Lana latia e pulava mostrando a alegria que sentia por estarmos ali t�o pr�ximas. Jamais imaginei que um problema t�o s�rio nos uniria novamente.

Mas, como eu j� disse o tempo passa muito r�pido e assim sendo tivemos que voltar ao nosso assunto. Eu diria at� que o tempo voou naquela manh� de s�bado calorento e c�u azul.

N�o conseguimos resolver o problema, mas chegamos a um ponto comum e juntas nos fortalecemos e resolvemos abra�ar a causa.

Vamos lutar e com os cora��es cheios de esperan�a tentaremos com amor e dedica��o suavizar os dias de nosso pai.


Dedico a voc�, minha irm�, M�rcia, o registro de momentos t�o agrad�veis.

Te amo,

Augusta Schimidt
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