Planeta Fogo

Domingos Oliveira Medeiros

Augusta Schimidt

Nelim Monti
PLANETA TERRA - ELEMENTO FOGO
Domingos Oliveira Medeiros

No início de tudo, o nada. O vazio absoluto. A ausência total.
O silêncio profundo. A fagulha primeira. A primeira explosão.
A energia maior do Criador dos tempos. Deu-se  a  transformação.
O começo do mundo. A imensidão do universo. O espaço sideral.
Galáxias e planetas. Vizinhos de estrelas e cometas.  O Infinito é total. 
Dois infinitos, melhor dizendo:  o infinito para cima,  assim imaginado.
E o infinito para baixo, o infinito  invisível, minimizado.   
De onde viemos e para onde iremos, a indagação permanece.
Surgem respostas, sem solução.  O passado remoto  ninguém  conhece.
Numa certa galáxia, no planeta TERRA, o nosso recanto  foi planejado.

Há milhares de séculos , surgia nossa casa. O  nosso cantinho.
Com três dimensões e quatro elementos. A receita do Mestre da Criação.
A terra, o chão; a água, a vida; o ar e o fogo,  a transformação.
A nossa morada. O nosso habitat. A mãe natureza, com todo carinho.
Nos alimentando, de flores e frutos, mostrando o futuro e o nosso caminho.
Da água e da terra, do barro molhado, do  sopro divino, o ser foi criado.
Com o sentimento do  amor mais puro,  o mundo, ao homem, foi  doado.
Plantou-se a liberdade. Regou-se com  responsabilidade. Criou-se o paraíso.
Que o homem,  mais tarde, quebrando o  contrato, perdendo o  juízo. 
Por ela  tentado. Embora alertado. Inaugurava, no mundo, o primeiro pecado.

A chama que arde, na era do fogo, na  lembrança, a sentença.
O réu castigado. Viverás -  viveremos todos -  do suor do teu  rosto.
Assim, suados,  homens de bem e do mal, na forma do que foi imposto. 
Descobriram o pecado  que fez, da pureza, mais tarde, a esperança. 
Porque o mundo tridimensional foi dividido entre a paz e a desavença.
Porque o homem continuou  cometendo erros. A existência está ameaçada
O fogo da paixão e da ganância crepita na selva. Mais uma  queimada.
A natureza tem sido maltratada. Estamos indo  para o final:  o  início de tudo. Para o vazio. A persistir a uso do fogo pelo incendiário. Não  me iludo.
O mercúrio derretido,  escorre pelos rios. Em breve, a vida será encerrada.

O primeiro dilúvio se fez com  água. E  nova  oportunidade nos foi dada.
Através de Cristo, que se fez homem. Deu Sua vida, livrou-nos dos  pecados. 
A Boa Nova faz pouco tempo. Não mais que dois mil anos  passados. 
Pouco, se comparado ao  dia da tentação e da sentença anunciada.
Continuamos trilhando por caminhos diferentes da  lição ensinada.
Os cuidados com a vida. Com a água, e com o ar que respiramos. O conviver.
Com o fogo para cozinhar, para o tempo mudar,  proteger do frio,  aquecer.
Transformar os metais, como o ferro e o ouro. Para moldar e poder expressar.
As nossas artes, os nossos inventos, sonhos e sustentos. O ferro criou o aço. 
Vieram  aviões, as nossas buscas, a  tecnologia e  o conhecimento do espaço.

.
Assim é o  fogo. Elemento  que transforma a matéria  para o nosso bem.
Que dá suporte à criação. Realidades construídas por sonhos alcançados.
E vice-versa. Em fornos variados. O ouro  escorre em  graus determinados.
De temperatura.  O mercúrio, em tubos de vidro,  auxiliam à medicina.
O sólido virou líquido. Monitora e auxilia no diagnóstico. A doença elimina.
Não podemos fazer a opção errada: pelo fogo que extermina. Que desmata.
Que asfixia. Que bombardeia. Que explode, que  mutila, destrói e  mata.
A ciência, quando bem feita, de Deus nos aproxima. A almejada eternidade. 
A opção que se faz é única:  pela paz. Pela prática da fraternidade. 
Apagar o fogo da discórdia. Da inveja e da indiferença.  Da atitude insensata.

Só assim estaremos livres do segundo dilúvio. O mundo em chamas.  Acabado.
Nos céus hão de pipocar  fogos de artifícios, estrelas e cascatas luminosas.
A humanidade de mãos dadas. A luta, agora,  travada em  versos e  prosas.
Comemoremos a paz entre homens e nações. O mundo inteiro unificado.
A cooperação,  no  lugar da  concorrência, a garantia do planeta bem cuidado.
Restabelecidos crenças e valores. Em sintonia com os bons ensinamentos.
A família, a ética, a moral, o culto às virtudes, ditam  novos comportamentos.
A ciência e a religião,  de braços dados, de volta aos trilhos  da verdade.
Da verdade absoluta. Sem rodeios, sem artifícios, sem desvios, sem maldade.
Fim das  utopias. Tudo é possível. O mundo ressurge em milagres infinitos.
Planeta Fogo
Augusta Schimidt

Fogo força poderosa
Fonte de vida...
Renovação
Fogo é luz que acende a alma
Reflete valores
É o marco da evolução

Fogo... vida...
Elo entre o passado e o presente
Constrói o futuro da humanidade
Crença,
Poder,
Transformação

No sol, nas estrelas,
No fundo do coração
O fogo é a chama acesa
Que ilumina nossa aura
Faz brilhar nosso interior
Nos conduz à sabedoria
Nos revela criador.
A brasinha desobediente

Na lareira ardia...
Um fogo brilhante e acolhedor
Uma brasinha incandescente
Bailava entre as outras
Cada vez que a lenha crepitava
Ela voava mais alto
Voou...voou...
A chaminé alcançou
Sua mãe gritou:-Volta!
Mas ela continuou.

Brincou no charco
Ouviu o sapo coaxar
Dançava e pulava de alegria
O vagalume coitado
Ficou enciumado, sentiu-se ofuscado.
O tempo foi passando
Aos poucos a chama solitária, foi-se apagando
Foi breve o momento de brilho
O brilho apagou.
De todo o brilho, calor e luz
Apenas restou um negro e morto carvão.

A brasinha chorou e chorou.
O vagalume a transportou
Pelo chaminé a jogou
Novamente no meio do fogo
Rodeada de luz e calor...
Ela brilhou.
Pensou: - Sozinha perco o calor e meu brilho.
Quero ser luz e não escuridão.
Vou parar de viver de ilusão.
Achegou-se mais a sua mãe D.Brasa
Que dançava e brilhava em chamas.
Sentiu-se cada vez mais e mais aquecida.
Que brilhou e brilhou, durante toda a noite fria.
Nelim Monti

Cirandinhas
Hosted by www.Geocities.ws

1