Soneto
V
Olho as estrelas no céu,
contemplo a imensidão.
Tudo certinho! Tudo está em
seu lugar.
Nada padece. Tudo é paz. Não
há aflição
No cintilar das estrelas. Na
luz do luar.
Olho o planeta, onde o viver
é dura sina,
E, vejo, com espanto, a
inteligência humana,
Querendo aperfeiçoar a
criação divina
E se joga feroz. Terror.
Volúpia insana
Onde o respeito é aparência.
É coisa ultrapassada.
Oprimindo e humilhando vai,
no egocentrismo,
ferindo em seu abraço, em
voz aveludada.
E no afago do afeto empurra
seu punhal
e aniquila e ofende qual
duro cataclismo:
Com cinismo, apregoa o
abraço fraternal.
Ayda Bochi Brum
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