Soneto VI

 

 

Olho as estrelas no céu, contemplo a imensidão.

Tudo certinho!Tudo está em seu lugar.

Nada padece. Tudo é paz. Não há aflição

No cintilar das estrelas. Na luz do luar.

 

Olho o planeta, onde o viver é dura sina,

E, vejo, com espanto, a inteligência humana,

Querendo aperfeiçoar a criação divina

E se joga feroz. Terror. Volúpia insana

 

Onde o respeito é aparência. É coisa ultrapassada.

Oprimindo e humilhando, vai no egocentrismo

Ferindo em seu abraço, em voz aveludada.

 

E no afago do afeto empurra seu punhal

E aniquila e ofende qual duro cataclismo.

Com cinismo, apregoa o abraço fraternal.

 

                               Ayda Bochi Brum

   

 


 

 

 

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