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Diversos movimentos nativistas se registraram
no Brasil. O que caracterizou esses movimentos foi a repulsa
aos abusos do físico português, sem contestar, no entanto,
o domínio luso. Ao contrário, havia uma convivência
harmoniosa entre a aristocracia colonial e a da metrópole.
As revoltas relacionavam-se à defesa de interesses locais e
regionais.
Fatores que determinavam a ocorrência dos
mesmos foram:
- As contradições internas: exploração
e desenvolvimento.
- A política colonial portuguesa após a
Restauração.
- As idéias iluministas: liberdade,
igualdade, fraternidade.
- A Revolução Industrial e o liberalismo
econômico.
- A Revolução Francesa (1789).
A crise da mineração e o arrocho na
cobrança de tributos pela metrópole.
Principais Movimentos
Revoltas de Beckman
Durante vários momentos e em diversos
locais da colônia, os interesses de colonos e missionários
se chocaram. Um exemplo desse choque de interesse ocorreu no
Maranhão em fins do século XVII.
A capitania do Maranhão não era rica,
pois o cultivo da cana em suas terras não era viável.
A possibilidade dos colonos de comprarem
escravos, muito caros, eram pequenas, por outro lado, os jesuítas
também não permitiam a escravização dos índios, pois
eles próprios exploravam o trabalho indígena. Para agravar
a situação, a Companhia Geral do Comércio do Estado do
Maranhão, que defina o controle da região, também
descontentava os colonos.
Revoltados com a situação, em fevereiro
de 1684, os colonos, liderados pelo rico fazendeiro Manuel
Beckman, prenderam o Capitão-Mor do Maranhão e tomaram os
armazéns da Companhia do Maranhão. Com a deposição das
autoridades, formaram um governo provisório, expulsaram os
jesuítas e pediram providências a Portugal.
Portugal agiu rapidamente e,
aproveitando-se da falta de consistência do movimento,
arrasou com a revolta, sendo Manuel Beckman e Jorge Sampaio,
outro líder, executados.
A rebelião ocorreu contra a Companhia
Geral de Comércio do Maranhão, que não cumpriu os acordos
feitos com os colonos, e contra a Companhia de Jesus, que era
contrária à escravização indígena.
Guerra dos Emboabas
Estudamos anteriormente que a descoberta
das minas de ouro mudou os rumos da economia colonial.
Milhares de pessoas abandonaram suas religiões para procurar
ouro, atraindo, inclusive, muitos portugueses para a região.
Essa migração no início do século XVIII
desagradou aos paulistas, que descobriram as minas e aos
quais um ato real de 1694 garantia o direito de posse das
terras. No entanto, a grande quantidade de pessoas que
chegava á região das minas tornou praticamente impossível
o controle da posse das terras.
Já vimos também que a descoberta do ouro
levou a um grande desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
O comércio desses produtos era praticamente monopolizado
pelos baianos, que determinavam os preços desses produtos a
valores altíssimo. Também se tornou comum o contrabando de
metais preciosos, controladores pelos emboabas, apelido dado
aos baianos e portugueses ricos.
Essas discrepâncias criaram um clima de
hostilidade entre paulistas, baianos e portugueses. Após
alguns pequenos atritos e intrigas, estourou um conflito. Os
emboabas, liderados pelo fazendeiro Manuel Nunes Viana,
conseguiam expulsar os paulistas da região. Nunes Viana foi
então empossado como governador das Minas Gerais. Os
paulistas retornaram à região e reiniciaram os conflitos.
Nessa ocasião, cerca de 300 paulistas foram encurralados e
rendidos e, após terem largado as armas, foram dizimados.
Esse fato ficou conhecido como "Capão da Traição".
Em abril de 1709, os paulistas, comandados por Amador Bueno
da Veiga, retornaram às Minas e, em pouco tempo, foram
obrigados a se retirar, pois chegaram reforços aos emboabas.
Para resolver o impasse e encerrar o
conflito, Portugal criou a capitania de São Paulo e das
Minas. Em 1720 foi criada a capitania das Minas Gerais.
Muitos paulistas, no entanto, abandonaram a
região e partiram para a busca de ouro em outras
localidades, iniciando assim a exploração de ouro nas regiões
do Mato Grosso e de Goiás.
Revolta de Vila Rica
No período da mineração, havia muita
sonegação e contrabando de ouro. Consciente, a Coroa
restaurou a cobrança do quinto através das casas de Fundição
e criou várias delas na região das minas. A revolta de
Felipe dos Santos foi uma revolta contra mais essa cobrança
de impostos.
Felipe dos Santos liderou uma multidão e
se dirigiu à Vila de Ribeirão do Carmo (atual Mariana) para
exigir do governador de Minas o fechamento da Casa de fundição
e a redução dos impostos.
O conde prometeu atender às reivindicações.
Depois de já acalmadas os ânimos, o governador desencadeou
a repressão.
As tropas portuguesas tomaram Vila Rica,
prendendo várias pessoas. Felipe dos Santos, o principal
responsável pela rebelião, foi executado e esquartejado.
Guerra dos Mascates
Desde fins do século XVIII, Olinda,
capital de Pernambuco, demonstrava nítidos sinais de decadência.
Em contrapartida, Recife apresentava um excelente
desenvolvimento comercial. A posse do novo governador da
capitania em 1707, Sebastião de Castro e Caldas, garantia a
realização dos interesses dos recifenses. Em 1709, foi
aprovado um projeto que tornava Recife uma Vila. As pretensões
econômicas de Recife também estavam sendo atendidas, o que
descontentou muito Olinda e seus aristocratas, que enxergavam
a possibilidade de terem seus interesses econômicos
esquecidos por Portugal.
Em Olinda, a ordem era não acatar à nova
determinação. Em 10 de outubro de 1710, houve uma tentativa
de assassinato contra Sebastião de Castro e Caldas, que
rapidamente agiu e mandou prender o Capitão-Mor. A reação
em Olinda foi violenta e obrigou o governador a fugir para a
Bahia. Após a fuga de Castro Caldas, os olindenses invadiram
Recife. Um novo governador foi então empossado, o Bispo
Bernado Vieira Melo. O novo governador se encontrava
claramente a favor de Olinda, e rapidamente tomou providências
para impedir a reação de Recife.
Recife possuía sua frente de resistência,
formada por seus comerciantes, apelidados de mascates.
Diversos conflitos ocorreram entre as duas
cidades até a nomeação de D. Félix José Machado de
Mendonça, mandado por Portugal para resolver os problemas.
Sua posição era favorável a Recife, que novamente subiu à
categoria de Vila e se tornou capital. A reação de Olinda
foi imediata mas rapidamente sufocada, culminando com a prisão
de vários aristocratas e o desterro do Bispo Bernardo
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