NOVIDADES NAS EDIÇÕES DA FUNDAÇÃO
ENG. ANTÓNIO DE ALMEIDA
«REVISTA
FILOSÓFICA DE COIMBRA»
Publicação
Semestral
Vol.
8 — Nº 16 — Outubro de 1999
Publicação
semestral do Instituto
de Estudos Filosóficos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Director: Miguel Baptista Pereira
Coordenação Redactorial: António Manuel Martins e Mário
Santiago Carvalho
Conselho de Redacção: Alexandre F. O. Morujão, Alfredo Reis, Amândio
A. Coxito, Anselmo Borges, António Manuel Martins, António Pedro Pita, Carlos
Pitta das Neves, Diogo Falcão Ferrer, Edmundo Balsemão Pires, Fernanda
Bernardo, Francisco Vieira Jordão, Henrique Jales Ribeiro, João Ascenso André,
Joaquim das Neves Vicente, José Encarnação Reis, José M. Cruz Pontes, Luísa
Portocarrero F. Silva, Marina Ramos Themudo, Mário Santiago de Carvalho, Miguel
Baptista Pereira
Redacção:
Revista Filosófica de Coimbra
Instituto de Estudos Filosóficos
Faculdade de Letras
Artigos:
Miguel Baptista Pereira — Filosofia e memória nos caminhos do milénio
G. J. McAleer — Rebels and christian princes: Camus and
Augustine of violence and politics.
Fernanda Bernardo — Da responsabilidade ética à ético-política-jurídica: A incondição da responsabilidade ética enquanto incondição da subjectividade do sujeito segundo Emmanuel Lévinas.
Estudo:
José Reis — O tempo em Kant
Recensão
Revista
da Associação Internacional da Lusitanistas
Volume
2 — Dezembro de 1999
Director:
Helder Macedo
Director Adjunto: Sebastião Pinho
Conselho Redactorial: Aníbal Pinto de Castro, Axel Schonberger,
Claudio Guillén, Fernando Gil, Francisco Bethencourt, Henry Thorau, J. Romero
de Magalhães, Jorge Couto, Laura Padilha, Maria Alzira Seixo, Marie-Hélène
Piwnick, Onésimo T. Almeida, Ria Lemaire. Por inerência: Ana Paula
Ferreira, Benjamin Abdala Jr., Carlos Reis, Christopher Lund, Cleonice
Berardinelli, Ettore Finazzi-Agrò, Helder Macedo, Isabel Pires de Lima, José
Octávio Van-Dúnem, Regina Zilberman, Sebastião Pinho, T. F. Earle.
Redacção:
VEREDAS —
Revista da Associação Internacional de Lusitanistas
Faculdade de Letras
ÌNDICE
Aida Fernanda Dias — Uma bibliografia medieval em suporte electrónico
Eduardo Javier Alonso Romo — Os escritos portugueses de um Jesuíta
holandês no Oriente: Gaspar Barzeu (1515-1553)
Márcia M. De Arruda Branco — Camões, leitor de Sá de Miranda
Anne-Marie Quint — Ideias subversivas de um humanista cristão
Maria Theresa Abelha Alves — Padre António Vieira, a exegese
escriturária e o Quinto Império
Christopher Lund — António Vieira e Menasseh ben Israel: uma
aproximação de dois hermeneutas
Matildes Demetrio Dos Santos — Literatura e História: Cartas
Persas e Chilenas
Vilma Arêas — Um Primo Basílio da periferia
Virgínia Soares Pereira — Garrett, Fr. Luís de Sousa e Fr. Gil
de Santarém
Maria Manuel Lisboa — "Num bi nada": O incesto e a
oportunidade perdida n´Os Maias
Maria de Lourdes A. Ferraz — Camilo leitor de Castilho
David Broockshaw — Macau e os Macaenses: considerações sobre a
obra de Henrique de Senna Fernandes e Rodrigo Leal de Carvalho
Maria Alzira Seixo — O Canto Isolado de Edmundo de Bettencourt
Aparecida de Fátima Bueno — Das Odes ao romance: a construção
do personagem em O Ano da Morte de Ricardo Reis
K. Davis Jackson — O desespero da musa: a paixão e o texto de vanguarda
Isabel Cristina Rodrigues — Cartas de Sandra de Vergílio
Ferreira: a encenação do diálogo epistolar
Luci Ruas Pereira — Vergílio Ferreira ou a paixão da escrita
Carlos D´Alge — Uma
leitura dos romances de José Cardoso Pires
Maria Lucia Fernandes Guelfi — O Delfim: Uma leitura pós-moderna
da história
Cristina Robalo Cordeiro — Da Paixão às Vozes da Paixão de
Almeida Faria: morfologia de uma metamorfose
Amet Kébé — Símbolos e Ideologias em "1 Morto e os
Vivos" de Manuel Rui Monteiro
Benjamim Abdala Junior — De vôos e ilhas — imagens utópicas
e o mito de Ícaro, em recortes clássicos e contemporâneos
Diva Cardoso de Camargo — O Primitivismo: apenas velhos
"manifestos" e "prefácios"?
Manuel António de Castro — Poética e poiésis: a questão da
interpretação
Júnia de Castro Magalhães Alves e Lúcia Trindade Valente — Harmada:
a "fulminância" na escrita de um texto contemporâneo
Gilma Tietler — O erotismo na força da palavra dita
Emmanoel dos Santos — O amor à língua materna no Brasil e a
questão do empréstimo
Barbara Hlibowicka-Weglarz — A situação actual da língua
portuguesa na Polónia — (O exemplo da Universidade Maria Curie Sklodowska de
Lublin)
Textos
e Estudos
Nº
11/12 (1997)
Publicação
da responsabilidade do Gabinete de Filosofia Medieval da Faculdade de Letras do
Porto e da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa — Porto
Directora:
Maria Cândida Monteiro Pacheco
Conselho
científico:
Agostinho Figueiredo Frias, Ângelo Alves, Arnaldo Pinho, Carlos Moreira de
Azevedo, José Acácio Aguiar de Castro, José Francisco Meirinhos, José Maria
Costa Macedo, Maria Isabel Pacheco, Mário Santiago de Carvalho
ÍNDICE
TEXTOS
Geraldo J. A. Coelho Dias
Bernardo de Claraval: Apologia
ad Guillelmum Abbatem — Apologia para Guilherme, Abade
Apresentação
Textos latino e tradução
Textos paralelos
Mafalda de Faria Blanc — O Ente, o Ser e os seus transcendentais
Maria Manuela Brito Martins — La théorie de la représentation
chez Augustin dans le livre XI du De Trinitate
Vera Rodrigues — La Conception de la Philosophie chez Thierry de Chartres
José Francisco Meirinhos — S. António de Lisboa, escritor. A tradição dos
Sermones: manuscritos, edições e textos espúrios
Bernardino Fernando da Costa Marques — Santo António de Lisboa
na "Summa Sermonum" de Frei Paio de Coimbra, O.P.
Mario Santiago de Carvalho — Sobre o Projecto do "Tractatus
de productione creaturae" de Henrique de Gand
Ricardo da Costa — Ramon Llull (1232-1316) e o modelo
cavaleiresco ibérico: "o Libro del Orden de Caballería"
Índices — Manuscritos; Autores e obras anónimas
«DIGRESSÕES
AUTOBIOGRÁFICAS» (3ª Edição)
Por:
Fernando Aguiar Branco
"... vou
procurar sozinho; não conto com grandes meios próprios, mas à força de
trabalho irei até onde puder: pelo menos, permanecerei livre." MICHEL
SERRES
Não sou, e julgo que nunca serei, um memorialista. "Digressões
Autobiográficas" não são, e sobretudo não pretendem ser, um livro de
memórias. São vivências que se escaparam do espaço do tempo linear. São vivências
intrinsecamente turbulentas. É como se fossem de hoje, ou melhor, do meu
sempre: nelas é presença constante, de forma mais ou menos visível ou apreensível,
a conjectura. "Digressões Autobiográficas" impuseram-se-me; e com
tal força que, metaforicamente, a escrita é delas própria; eu fui seu
instrumento. Verdade é que sem elas não me sentia capaz de me abalançar a
outras escritas que trago em mente. Precisava de me conhecer e de possibilitar
aos outros esse conhecimento. Conhecidos os eventos, de vária natureza, que
enformam a minha personalidade, torna-se mais acessível a compreensão do meu
comportamento e dos actos que pratico. Exige-se alguma coragem que,
simultaneamente, nunca ultrapasse o respeito que nos devemos e àqueles que
estiveram ou estão connosco intimamente ligados.
"Quem prescindir — diz José Marinho — do conhecimento de si e
julgou atingir a verdade por uma espécie de esquecimento ingénuo ou desabusado
de si mesmo, não chegará a nada de seguro." (...) "Não posso
prescindir — continua José Marinho — do conhecimento de mim próprio,
embora não o haja de tomar como fim."
"Digressões Autobiográficas", considerados os apontados
objectivos, excluem de si mesmas a gestação de polémica e a ofensa de quem
quer que seja. Se assim não acontecer, peço, desde já, que, por carência de
vontade e intenção, seja relevado desse efeito que não desejei.
De realçar um facto que, não obstante ser exterior à minha
personalidade, foi, todavia, determinante para a publicação de "Digressões
Autobiográficas": o dia 1 de Agosto deste ano de 1997. Há cinquenta anos,
no dia 1 de Agosto, obtive a minha licenciatura em Direito, na Universidade de
Coimbra. Não pude subtrair-me à força mágica desta data. Escrevi
"Digressões Autobiográficas" em quinze ou dezasseis momentos
temporais seguidos e com a duração de cerca de quatro a cinco horas cada um.
Exigiram-me um grande esforço: escrevia sobre mim, o que me é dolorosamente
desagradável; a tal ponto, que retomei sempre a escrita sem ler o que já havia
escrito. Nota-se, facilmente, o que aponto. Há bocados de texto mais fluentes e
outros mais "encaracolados", e repetições, umas mais evidentes do
que outras; mas sempre uma vivência de acontecimentos, objectivos ou
subjectivos, plena de turbulência, que encontra o seu enfiamento lógico na lógica
própria do caótico.
As notas de rodapé levaram muito tempo a concretizar, porque, para além
da obtenção dos inúmeros elementos informativos, tinha de observar-se, tanto
quanto possível, o rigor das normas que as regem.
"Digressões Autobiográficas" não sofreram, intencionalmente,
depuração ou arranjo estilístico, para além de uma singela revisão, nem
arranjos de estrutura; surgem com os defeitos e as virtudes próprios da
espontaneidade que desejei preservar, como sinal marcante de verdade, melhor
dizendo, da minha verdade. Aí está, porventura, o único mérito.
Porto, 1 de Agosto de 1997 — FERNANDO AGUIAR-BRANCO
«FILOLOGIA,
LITERATURA E LINGUÍSTICA»
Colóquio
Internacional — Curia 1997
Comemorações
do Centenário do Nascimento do Professor Doutor Manuel Rodrigues Lapa
Alocução
do Presidente da Comissão Organizadora, Dr. Fernando Loureiro
Alocução
do Presidente da Câmara Municipal de Anadia, Engº Sílvio Cerveira
Alocução
do Director do Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Prof. Doutor
Francisco Bethencourt
Alocução
do Presidente da Comissão Científica, Prof. Doutor Américo da Costa
Ramalho
COMUNICAÇÕES
Maria de Lourdes Belchior
— Génese e evolução da Estilística
Giulia Lanciani — Dos relatos de naufrágios à «História
Trágico-Marítima»: um exemplo de dinâmica textual
Maria Helena Ribeiro da Cunha
— As "Lições" de Rodrigues Lapa na Universidade de São Paulo
Américo da Costa Ramalho
— Os Quinhentistas editados por Rodrigues Lapa
José Luís Rodrigues
— A Galiza «raiz anterga da nossa cultura» ou «a portugaleguidade» de
Rodrigues Lapa
Guiuseppe Tavani — O reconstrutivismo de Lapa na edição
das Cantigas d´escarnho e de mal dizer
Elsa Gonçalves — O conceito e a prática da antologia
Constantino Garcia — a situación do galego actual
Dieter Kremer — Rodrigues Lapa, o léxico mediaval e a linguística
Ivo Castro — Rodrigues Lapa e as origens do romance de
cavalaria em Portugal
Paulo Roberto Pereira — Lapa editor de Gonzaga: 1937-1957. Sua recepção na crítica brasileira
Telmo Verdelho — Síntese e balanço dos trabalhos
SESSÃO
DE ENCERRAMENTO
Alocução
do Presidente da Comissão Científica, Prof. Doutor Américo da Costa
Ramalho
Alocução
do Senhor Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio
Alocução
do Presidente da Câmara Municipal de Anadia, Engº Sílvio Cerveira
FOTOGRAFIAS
António
Quadros Ferreira
Textos
publicados em revistas têm destino breve e ingrato e só por informação
erudita se apanham quando deles precisamos, e é mais vezes do que se supõe; e
ainda mais depois de as revistas, com o tempo, acabarem. Mesmo que sejam
revistas úteis, como foi a "Colóquio/Artes", que me coube dirigir e
que defunta é. Nas suas páginas ficaram cinco artigos do Prof. António
Quadros Ferreira, e outros iam ser publicados, a seu tempo, pequenos ensaios de
reflexão histórica (e geográfica) e estética, como não é costume no seu
domínio, assim votados à arte europeia, sem o que dificilmente se situará,
dentro e fora, a própria produção artística nacional.
A recolha destes textos é, assim, necessariamente útil pelo que eles
estudam e pelo exemplo de estudo que dão, da parte de um docente de Belas-Artes,
pintor também, na discussão da sua anunciada problemática.
É ela desejadamente fenomenológica, fundada na consideração de
"uma sucessão de momentos e de movimentos (cíclicos)", e
"alicerçada antes na dúvida do que na certeza". São
"conjecturas" que o autor propõe ao longo das suas paragens em doze
momentos encarnados em pintores e seus países. Assim quer o autor que se
processe "a história da ideia de pintura". Declarando-o na sua nota
introdutória, se situa ele à margem da história da arte que outra profissão
exige — mas que (como historiador o digo) se enriquece muitas vezes em outras
perspectivas críticas, mesmo que as possa factualmente recusar. Factualmente,
isto é, por uma concepção de "facto artístico" que se realiza no
âmbito de outras exigências metódicas necessárias, da própria história, em
suas propostas e reflexos de criação artística e de sua recepção — pelas
vias correspondentes da sociologia da arte.
A crítica ao livro nisso reflectirá, avaliando de perto a clareza das
suas propostas — que ao prefaciador cabe apenas assinalar os perigos da navegação
pessoal do autor, sem juízo delas.
A "ideia de pintura" que nestes estudos se processa, reúne
formas, tempos e sítios — e nestes particularmente insiste, por referência
ou alusão, nas cidades dos pintores, da Toscânia de Giotto e um tanto de Piero,
e da Veneza de Ticiano, pelas Espanhas de Greco e de Velasquez, de Goya e de
Picasso, e pela França oitocentista de Manet e Seurat, com o Sul de Cézanne,
Van Gogh e Matisse.
O Sul, repare-se (sem prejuízo), por predilecção do autor que não
olha para as escolas do Norte, flamengas e de outro modo místicas, barrocas,
realistas e clássicas, ou lúdicas (é verdade que com evocação goyesca de
Turner), na poesia de Cítera imaginária, para "impressões" futuras.
Seria outro ciclo, decerto, por oposição ao claro Sul — trágico também, na
loucura de um homem (do Norte), ou de um mundo que o Mal possui, vindo do Norte
também. Outro ciclo em encadeamento histórico que o autor não se propôs
realizar.
As faltas nunca são faltas, nas escolhas que se assumem: apenas devem
levar a situar a ideia explorada no seu domínio de eleição. E é nele que
haverá a crítica de pôr em questão o que o autor entende dizer, pelo que
entende da pintura que ensina e de que faz ideia — num processo coerente na
sua análise formal e simbólica, e na originalidade pessoal das suas
"conjecturas" culturais.
Doze pintores ou doze pinturas assim se sucedem, numa cronologia que a
história da arte referencia, nisso facetando um entendimento dela, em pontos de
apoio da sua existência europeia e mediterrânea, por preferência do discurso
crítico — que entre Giotto e Picasso pode ver formar-se uma consciência
gramatical em cuja destruição a cultura ocidental se perfez, ao longo de seis
séculos de expressão. Ou de expressões como, privilegiadamente, a da pintura.
(De: Prefácio, por: José-Augusto França)
Pequeno resumo: Nota introdutória; Giotto, ou a (c)idade da
Pintura; Borgo San Sepolcro e(m) Piero della Francesca; Veneza em Ticiano;
Toledo em El Greco; Velásquez, "Las Meninas", e depois; De Turner a
Goya; "Le déjeuner sur l´herbe" em Manet; Seurat, do croqueton ao
atelier; Vincent Van Gogh, Pintura ou Desenho?; Aix em Cézanne; Matisse entre
Paris e Nice; Picasso e Guernica.
«ACTAS DO IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESTUDOS PESSOANOS»
Secção
Norte-Americana
A realização
da Secção Norte-Americana do IV Congresso Internacional de Estudos Pessoanos
em Tulane deveu-se à boa vontade e irrestrito apoio de várias entidades e
personalidades. Entre essas é de justiça nomear as seguintes:
O Dr. José Blanco, Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian pela
imediata e entusiástica adesão ao projecto;
O Dr. Fernando Aguiar Branco, presidente da Fundação Eng. António de
Almeida, cujo generoso interesse ficou patente até nos mais minúsculos
detalhes da composição do cartaz do Congresso;
O Dr. Richard E. Greenleaf, director do Roger Thayer Stone Center for
Latin American Studies de Tulane, que ouviu a ideia inicial e deu a ela apoio
ilimitado;
O poeta, crítico e pintor Alfredo Margarido pela permissão de usar um
dos seus desenhos para a confecção do cartaz;
O poeta David Wright pela permissão de usar a sua magistral versão
inglesa de «Autopsicografia»;
Os amigos e colegas que ajudaram no planejamento e realização do
Congresso: Alexandrino Severino, Yvette K. Centeno, Walnice Nogueira Galvão,
Nelson Vieira, Arnaldo Saraiva, e Maria aparecida Santilli;
Instituições e personalidades que generosamente contribuíram para que
especialistas internacionais pudessem vir a New Orleans: O Dr. Francis e Srª Sônia
Daly, a Secretaria de Cultura de Portugal, o Instituto Português do Livro, o
Instituto Cultural Brasileiro-Americano de New-Orleans, e o Dr. Francis L.
Lawrence, ex-Vice-Presidente para Assuntos Académicos da Universidade de Tulane.
Agradecimento especial fica consignado a todos os participantes que
vieram celebrar Pessoa em New Orleans e contribuir para que, através do
conhecimento da obra do grande poeta, a mensagem fraternal imanente da cultura
de língua portuguesa possa ser melhor difundida nos Estados Unidos. (de: Agradecimentos
por: Almir de Campos Bruneti)
COMUNICAÇÕES
DE:
José
Blanco
Carlos
D´Alge
Susan
Margaret Brown
Ivete
K. Centeno
António
Cirurgião
Dalila
Pereira da Costa
Sebastião
Moreira Duarte
Catarina
Edinger
Lima
de Freitas
Walnice
Nogueira Galvão
Maria
Helena Nery Garcez
Julia
Cuervo Hewitt
K.
David Jackson
Ana
Maria Gottardi Leal
Óscar
Lopes
José
Guilherme Melquior
George
Monteiro
Francisco
Baltar Peixoto
António
Quadros
Maria
Irene Ramalho Sousa Santos
Ellen
W. sapega
Leonor
Scliar-Cabral
Alexandrino
Severino
Carlos
Cortínez
Lígia
Cademartori
Joana
Courteau
Edwin
Honig
Stephen
Reckert
José
Augusto Seabra
Nelson
H. Vieira
«REVISTA
FILOSÓFICA DE COIMBRA»
Vol
9 - Nº 17 – Março 2000
Miguel Baptista
Pereira – O século da hermenêutica filosófica: 1900-2000
Fernanda
Bernardo – Da responsabilidade ética à ético-político-jurídica: a
incondição da responsabilidade ética enquanto incondição da subjectividade
segundo Emmanuel Lévinas (II)
Diogo Ferrer
– O nacionalismo de Fichte e a transformação da doutrina da ciência.
Angel Munõz García – Guilhermo Ockham y su definicion de signo
divagaciones en torno al capitulo 1 de la Summa Logicae
Jean-Pierre
Bastian – La mediation du corps dans le pentecôtisme.
A
Ordem Militar do Hospital em Portugal:
Dos
Finais da Idade Média à Modernidade
Nº
3/4 — 1999-2000
Na sequência
dos dois números anteriores, a revista Militarium Ordinum Analecta
continua fiel ao projecto inicial de publicar os trabalhos realizados no âmbito
do Seminário Internacional de Ordens Militares, orgão do Instituto de
Documentação Histórica da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Depois dos estudos dedicados ás Ordens Militares no reinado de D. João
I (Vol I) e às Ordens de Santiago e de Cristo no início da Época Moderna: A
Normativa (Vol II), o presente volume integra uma investigação sobre a Ordem
do Hospital na Baixa Idade Média e no período inicial da Época Moderna,
apresentada como dissertação de doutoramento na Faculdade de Letras do Porto
pela Doutora Paula Pinto Costa. Desta forma, ampliam-se a esta Ordem
Internacional os estudos que até agora tinham iniciado nas milícias nacionais
de Avis, Santiago e Cristo. Pela sua dimensão, este tomo corresponde a dois
anos (1999 e 2000).
A nota de investigação, da autoria dos Doutores Nuno Gonçalo Monteiro
e Fernando Dores Costa, que se publica na secção Varia, subordinada ao tema
"As comendas das Ordens Militares do Século XVII a 1830. Algumas
notas" , evidencia o interesse desta revista em se abrir, também, à
consideração da história contemporânea das Ordens Militares e Honoríficas.
Espera-se poder, em próximos números, incluir investigações mais extensas
sobre esta temática.
Como é usual, a publicação
deste número só foi possível pelo apoio disponibilizado pela Presidência da
República — Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas e pelo Conselho
Directivo da Faculdade de Letras do Porto, que muito se agradece. (de: Apresentação
por: Luís Adão da Fonseca).
Homenagem
a Miguel Baptista Pereira
Coordenação
de:
Anselmo
Borges
António
Pedro Pita
João
Maria André
Instituto
de Estudos Filosóficos
Faculdade
de Letras de Coimbra
N |
o respeito de cada um por si próprio e pelos outros
germina o salutar pudor: sentimento e apreensão da "dignidade espiritual
própria do homem"(1). Consciente de mim e do paradigma de sábio que é o
Prof. Doutor Miguel Baptista Pereira, o pudor aprisiona-me e a saudação, em
consequência, será mitigada, pecará por defeito; merecerá, todavia, juízo
benevolente e compreensivo; é que o Prof. Doutor Miguel Baptista Pereira
propugna, sempre e com afinco, a dignidade espiritual do homem; e, por isso,
acolherá, até com alegria, este meu pendor e consequente atitude.
A Fundação Eng. António de Almeida sente-se muito honrada por editar a
presente obra Ars interpretandi — Diálogo e Tempo, de homenagem ao
Prof. Doutor Miguel Baptista Pereira, honra enriquecida por já lhe ter sido
concedida outra: a da publicação, também em sua homenagem, da obra O Homem
e o Tempo — Liber Amicorum para Miguel Baptista Pereira.
Obtive a licenciatura em Direito, na Universidade de Coimbra, muito antes
de o Prof. Miguel Baptista Pereira ter ingressado na Faculdade de Letras. Não
fomos contemporâneos. Levo mais tempo de vida. Desde muito cedo me preocupo com
a perscrutação da origem e do destino do homem, preocupação que me levou, há
cerca de uma dezena de anos, a ler reflexões filosóficas do Prof. Miguel
Baptista Pereira. Esse foi o primeiro encontro. O relacionamento pessoal surgiu
depois. É muito recente. Tocou, todavia, uma nota de forte ressonância
afectiva, própria da feição humanista que a ambos anima. O filósofo, Prof.
Doutor Miguel Baptista Pereira, sempre que tal se proporciona, dispensa-me atenção
cultural que me desvanece. Aqui lhe testemunho o meu agradecimento. Como é óbvio,
não tive, nem tenho relacionamento aprofundado e longo. Isso justifica não
tenha real conhecimento de todas as virtuosidades do Prof. Doutor Miguel
Baptista Pereira. Para evidenciá-las e cumprir esse meu desejo socorro-me dos
depoimentos daqueles que foram e são seus pares e companheiros de vida, nas
suas diversas perspectivas. Revelam uma notável e rica personalidade: que
"nunca foi capaz de pactuar com a mediocridade. Nisso, como em toda a sua
obra, está estampada a marca do verdadeiro professor universitário, daquele
que honra a instituição a que pertence"; com efeito, um seu professor
reconhecera "perante os seus atónitos pares, que não havia nenhuma matéria
filosófica que o seu jovem assistente não soubesse ensinar na perfeição"(2);
que o seu "longo labor filosófico (...) foi e continua a ser uma
impressionante meditação à volta da questão nuclear da unidade na diferença
e da diferença na unidade"(3); e que "nunca deixou de responder à
sua vocação para pensar, com a densidade que o caracteriza, as suas interrogações
sobre o homem no tempo, partilhando o seu pensamento e partilhando ao mesmo
tempo o cuidado e a alegria com que investe afectivamente essas mesmas interrogações"(4).
O brilho destes depoimentos ofusca o meu inicial pudor e faz resplandecer
a pletórica personalidade do Prof. Doutor Miguel Baptista Pereira. Liberta-me;
pelo que irrompe de mim, como desejo, saudação de homenagem menos mitigada e,
assim, mais calorosa: ao professor, ao humanista sábio, em suma, ao paradigma de homem que é o Prof. Doutor Miguel Baptista Pereira. (de: SAUDAÇÃO
DE HOMENAGEM pelo Doutor Fernando Aguiar-Branco Presidente da Fundação Eng. António
de Almeida)
.
.
(1) Cf. O livro da sabedoria e das vidas
reencontradas, de Jean Guitton e Jean-Jacques Antier, Editorial Notícias,
1999, p. 196.
(2) Cf. Prof. Doutora Maria Helena Rocha Pereira in Revista
Trimestral da Reitoria da Universidade de Coimbra, nº 6, 1999, p. 4.
(3) Cf. Prof. Anselmo Borges in O Homem e o Tempo
— Liber Amicorum para Miguel Baptista Pereira, Fundação Eng. António
de Almeida, 1999, p. 53.
(4) Prof. Doutor João Maria André in O Homem e o
Tempo — Liber Amicorum para Miguel Baptista Pereira, Fundação
Eng. António de Almeida, 1999, p. 282.
********
T |
odo o filósofo digno desse nome é um participante
no "combate de gigantes à volta do ser" (Platão). O que nas
diferentes épocas históricas a todos religa é uma problemática comum. Mas
cada um parte de intuições ou experiências fundamentais, pois ninguém pode
abandonar o seu chão histórico.
Embora correndo o risco de simplificações apressadas, talvez se possa
caracterizar o longo labor filosófico do Doutor Miguel Baptista Pereira como
meditação aturada e consistente à volta de uma intuição ou experiência
fundamental, que converge e se exprime em quatro núcleos essenciais em
interconexão.
O primeiro está referido ao que constitui o próprio ponto de partida
histórico do filosofar: a questão do uno e do múltiplo, da unidade na diferença
e da diferença na unidade. Sem perder a sua trascendência, pois, ao dar-se,
oculta-se na própria dádiva, a super-realidade excessiva e inobjectivável do
Ser manifesta-se nos sendos e no seu diferir. O dar originário como acto de ser
funda a diferença e a comunicação, de tal modo que assim se supera tanto a
fragmentação niilista como todo o totalitarismo e fundamentalismo. A diferença
é riqueza pura e a relação é supercategoria, na base da unidade plural ecuménica
no Ser.
Pela cegueira ontológica, isto é, substituindo o transcendental ontológico
pelo gnoseológico, para dominar o mundo pela tecnociência, a Modernidade
esqueceu a experiência originária da passividade constituinte do homem finito.
Sem o reconhecimento do outro, a razão no seu activismo absoluto gnseológico e
técnico foi semeando vítimas, desde a colonização imperialista à catástrofe
ecológica e ao terror apocalíptico. Olvidou-se o que não pode eliminar-se: a
natureza como reverso da consciência, o inconsciente, o sentimento, as situações-limite,
o outro homem, o que chega sem o nosso domínio. Ora, precisamente a recepção
do que se não domina é que está na raiz de toda a pergunta, de tal modo que o
que vincula os homens é o ilimitadamente perguntável, num diálogo interminável
de interpretações.
Em contraposição ao necessitarismo clássico está a criação enquanto
dom livre e, portanto, histórico, onde radica também a autonomia, o processo
de secularização e a dignidade livre de todos. A filosofia não abandona a matéria
nem a terra nem o corpo, não se imuniza contra o homem trágico, escapando gnosticamente
para a meta-física. Enquanto corpo-pessoa cada homem constrói a sua história
inserido na história da humanidade, que, por sua vez, está inserida na história
da natureza, e precisamente Ser, História e Linguagem constituem o tecido da
filosofia enquanto hermenêutica, uma tarefa nunca acabada, pois, antes da
linguagem dos homens, há o texto do mundo, numa história imprevisível,
surpreendente e ainda não consumada. A filosofia é sempre rememoração, pois
é convocada pela archê e é memoria passionis e não esquece as vítimas.
Porque a palavra remete para o não-dito e o Indizível, a memória para o
Imemorial, e a razão, percorrido o seu caminho todo, experiência que a sua luz
se acende na noite do Mistério, a filosofia, sobretudo enquanto hermenêutica
da praxis, desabrocha na pergunta pela esperança, que a todos tem de incluir.
A crise de sentido que atravessa a sociedade e a cultura presentifica-se
sintomaticamente na crise da Universidade que, ao esquecer o enraizamento
existencial da ciência, elimina dela o homem, perdendo assim de vista o vínculo
entre saber, liberdade e responsabilidade. Homem universitário, no denso
sentido etimológico que marca esta expressão, o Doutor Miguel Baptista Pereira
não se eximiu a transpor o seu pensamento da unidade na diversidade e da
diversidade na unidade para um conceito de Universidade que integra a investigação
e o ensino no tecido complexo da existência humana e postula a
interdisciplinaridade como resposta, sob a forma de "inacabado texto-síntese",
à fragmentação e à formalização que fazem da Escola um espaço estéril e
incapaz de se abrir à vida e ao tempo. Contra esse deserto, propõe a preparação
do reino futuro da paz como "sentido ecuménico da Universidade".
A quem soube, assim, em diálogo com o tempo, aprofundar as principais
questões que fazem o cuidado do homem actual não poderiam o Instituto de
Estudos Filosóficos, que durante tantos anos dirigiu, e todos aqueles que o
olham como Mestre deixar de prestar a homenagem que estes textos procuram
exprimir e à qual a Fundação Eng. António de Almeida generosamente deu o seu
apoio. (de: INTRODUÇÃO pelos coordenadores da edição)
Introdução
Bibliografia de Miguel Baptista Pereira
Abílio Hernandez Cardoso — Silence, exile and cunning ou a
escrita como libertação em "The Sisters", de James Joyce
Ana Cristina Araújo — Medicina e utopia em Ribeiro Sanches
Ana Leonor Pereira — A natureza e os seus filósofos. Antero de
Quental face ao darwinismo
Anselmo Borges — Ateímo, ética e mística
António Manuel Martins — A ideia de Bem na República de
Platão
António Pedro Pita — A pergunta viva — Abel Salazar e o
problema da arte
António Sousa Ribeiro — Um mundo em desagregação? — Ordem,
violência e o discurso da literatura na "Viena de 1900"
Daniel Serrão
— Archeo-biologia e Bioética: um encontro não conflituoso
Diogo Ferrer — Lógica, linguagem e sistema — A questão da
linguagem na Ciência da Lógica de Hegel
Edmundo
Balsemão Pires — Mitologia e contigência — (Esboço de compreensão
da Filosofia Prática como mitologia da Razão e da sua crise 1789-1989)
Henrique Jales Ribeiro — Tradição,
inovação e compromissos em filosofia: Russel e Wittgenstein à volta de
"A Crê P"
João Maria André — Pluralidade de crenças e diferença de
culturas — Dos fundamentos filosóficos do ecumenismo de Nicolau de
Cusa aos princípios actuais de uma educação intercultural
J. Neves
Vicente — Retórica e pedagogia — Notas incompletas para uma
discussão sobre o real interesse do projecto pedagógico da retórica clássica,
hoje
José
Augusto Mourão — Utopias da linguagem — Vislumbres, demora, moradas
José Reis — O prazer na moral kantiana
José Ribeiro Ferreira — Atenta antena — A Musa de Sophia
de Mello Breyner Andresen
Leonel
Ribeiro dos Santos — O problema moral em Antero de Quental
Ludwig Scheidl — A Viena de 1900
Maria Helena da Rocha Pereira — Para a história da criação do
Ramo Educacional na Faculdade de Letras de Coimbra
Maria Irene Ramalho de Sousa Santos — Um olho transparente, óculos
vários e muitos americanos espectáculos
Maria José Cantista — O segredo do sofrimento ou o sofrer em
segredo
Maria Luísa Portocarrero — Corporeidade, queda e confissão: uma
abordagem de Ricoeur
Maria Teresa Delgado Mingocho — A linguagem como sustentáculo e
como diluição do sujeito. Tubutsch, de Albert Ehrenstein
Mário Santiago de Carvalho — KuN
Paula Ponce de Leão — O homem, mediação imperfeita. — Atestação
e consciência na obra de Paul Ricoeur
«REVISTA
FILOSÓFICA DE COIMBRA»
Vol
9 – Nº 18 – Outubro 2000
ARTIGOS:
Miguel Baptista Pereira – O século da hermenêutica filosófica: 1900-2000
Amândio A. Coxito – O direito da guerra em Luís de Molina. 1- Jus Ad Bellum
Mário Santiago de Carvalho – Presenças do Platonismo em Agostinho de Hipona (354-430)
Christoph Asmuth – A génese da génese. A noção de "desenvolvimento" na fenomenologia do espírito de Hegel e o seu desenvolvimento.
Luciano
Espinosa Rubio –
Pensar la naturaleza hoy
Nota:
Maria Luísa Potocarrero Silva – Autonomia humana e clonagem
Edmundo Balsemão – Ensaio sobre a individualidade prática
Crónica
Ficheiro de Revistas
Recensão
Livros Recebidos na Redacção
Índice Onomástico
Índice do Volume
Centenário do nascimento de
VITORINO NEMÉSIO E CECÍLIA MEIRELES
Por:Margarida Maia Gouveia
Ocorrendo no ano 2001 o centenário do nascimento
de duas personalidades tão marcantes na cultura de língua portuguesa, Vitorino
Nemésio e Cecília Meireles, parece-nos possível rever e reunir alguns
trabalhos de participação em Colóquios ou em revistas num livro que nos foi
também sugerido pelo Presidente da Casa dos Açores do Norte, Dr. José Manuel
Rebelo, e pelo Presidente da Fundação Eng. António de Almeida, Dr. Fernando
Aguiar-Branco.
Esses textos foram-se insinuando ao longo do tempo
em momentos diversos de um percurso académico; por isso, traduzem graus de
aproximação e assimilação dos autores e das temáticas, confirmando, no
entanto, uma preferência e uma admiração indiscutíveis.
Nemésio, de resto, foi também admirador de Cecília,
já que são inequívocas e carinhosas as referências que lhe faz, as notas que
deixou em livros da sua biblioteca e as páginas que lhe dedicou. Acresce ainda
o facto de ambos terem a ver com a ilha, uma ilha que transportam no íntimo. Um, Nemésio,
efectivamente nascido na ilha, mas radicado fora dela; a outra, Cecília,
carregando geneticamente um ancestral amor “adivinhado” à ilha da sua avó,
Jacinta Garcia Benevides - uma ilha “real” e uma ilha “adivinhada” na
ancestralidade de ambos, responsabilizando- se por poéticas de grande riqueza e
versatilidade.
Esta ilha ancestral, eixo de significação
dos artigos coligidos, levou-nos a rever aqui e acolá os textos, de modo a
conferir uma certa unidade ensaística a este conjunto. Entenda-se, pois, que a
referência feita no início de cada texto sobre a sua origem não nos impediu a
liberdade de os retocar.
Se incluímos também “0 Segredo de Ouro Preto e outros Caminhos, páginas
do ‘jornal de Vitorino Nemésio”’, prefácio à obra com aquele nome,
publicado na Imprensa Nacional-Casa da Moeda em 1998, é porque nele se verifica
como Nemésio confronta frequentemente as terras brasileiras com Portugal e com
a sua ilha ancestral, num jogo de “correspondências” já salientado por
Fernando Cristóvão.
De Cecília podemos dizer também que os textos escolhidos
buscam ressonâncias da cultura portuguesa e de uma cultura insular, mais
adivinhada do que vivida. Em todo o caso, a ideia de ilha fornece-lhe
uma metáfora para a condição humana e permite-lhe uma retribuição às suas
origens, que a levou mesmo a visitar os Açores em 1951.
Os textos foram reunidos em dois grupos: sobre
Vitorino Nemésio e sobre Cecília Meireles, respeitando-se em cada grupo a
ordem cronológica.
Ao Museu Carlos Machado (Ponta Delgada), em
especial à Dra. Margarida Oliveira, um agradecimento pela colaboração
prestada na selecção de documentos do Espólio Côrtes-Rodrigues, existente
naquele Museu, e que em muito enriquecem esta edição. Uma palavra de
agradecimento ao Presidente da Casa dos Açores do Norte, Dr. José Manuel
Rebelo, e ao Presidente da Fundação Eng. António de Almeida, Dr. Fernando
Aguiar-Branco, pelo empenho e apoio postos na concretização deste trabalho.
(de: Nota Preambular por: Margarida Maia Gouveia)