Série Estudos Sociais e Filosóficos

Crimes de Guerra no Vietname - Bertrand Russel

2625 - 13,09€

Porque Não Sou Cristão - Bertrand Russel

3045 - 15,19€

O Problema Chinês - Roger Garaudy

2310 - 11,52€

Cristãos e Marxistas - C. Cottier

2310 - 11,52€

Quatro Ismos em Foco  - William Ebenstein

2310 - 11,52€

A Minha Concepção do Mundo - Bertrand Russel

3045 - 15,19€

Senso Comum - Thomas Paine

2310 - 11,52€

Socialismo e Cibernética - Ilia B. Novik

2310 - 11,52€

As Revisões da Constituição Política - Francisco Sá Carneiro

2310 - 11,52€

Pensamento e Comunicação - Bertrand Russel

2310 - 11,52€

Os Manuscritos Económico - Filosóficos-Karl Marx

2520 -12,57

Para Estudo do Analfabetismo e Relutância à Leitura - Rui Barbot Costa

1260 - 6,28

O Sim e o Não - Maria Carmelita Homem de Sousa

1428 - 7,12

O Mundo do Espiritismo - Alexis Lépicier

2730 - 13,62

O Homem à Descoberta da Sua Alma - C. G. Jung

2373 - 11,84

Freud - O Problema da Psicanálise - Rudolph Allers

2730 - 13,62

Conhecimento Sociológico - A. Teixeira Fernandes

1932 - 9,64

História das Doutrinas Políticas - Diamanti Biscaia

1218 - 6,08

Sociologia e Socio-lógica - A. Teixeira Fernandes

1932 - 9,64

As Ilusões da Razão - M Carmelit Homem de Sousa

1365 - 6,81

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«CRIMES DE GUERRA NO VIETNAME»

Por Bertrand Russell

 

         Este é o vibrante apelo de um Prémio Nobel, Filósofo, Matemático, Cientista, Educador, Político e, sobretudo, escritor extraordinário, que ergue a sua voz para denunciar à consciência mundial um facto insólito do tempo presente: A GUERRA NO VIETNAME.

         Bertrand Russell foi uma das primeiras pessoas que, no Ocidente, protestaram contra esta vergonhosa agressão. Neste livro, relata-nos ele a sua crescente intromissão na luta, pondo a nu a evolução do seu pensamento à medida que se processava a «escalada» na guerra.

         Guiando o leitor através de uma terra em que irromperam o «napalm» e as armadilhas, os gases e os produtos químicos, a corrupção e os campos de concentração, Bertrand Russell assume uma posição independente que não deixa no entanto de ser profundamente interessada.

         O catálogo de atrocidades constitui uma das melhores documentações até agora divulgadas no Ocidente; todavia, este livro é muito mais que uma simples compilação de horrores. É um exame do conjunto da Guerra Fria em que o conflito se inscreve, não deixando nunca o autor de implorar medidas susceptíveis de salvar o povo vietnamita da agonia.

         Bertrand Russell não se limita por isso a ser tão polémico como de costume: apresenta os seus argumentos de maneira tão apaixonada que nos leva a reexaminar os dados do problema.

         Este livro intenso e impressionante formula uma argumentação substancial, culminando na comunicação de Bertrand Russell — difundida pela Emissora da Frente de Libertação Nacional do Vietname do Sul — anunciando a formação do Tribunal Internacional de Crimes de Guerra, actualmente reunido em Estocolmo sob a Presidência de Jean Paul Sartre e de que fazem parte altas personalidades de todo o mundo, entre elas, JOSUÉ DE CASTRO.

         Qualquer livro escrito quando o seu autor já conta 95 anos é uma raridade. Porém, aquilo que Bertrand Russell nos diz acerca do Vietname representa uma defesa notável de um pequeno povo que sofre uma destruição sistemática e que necessita urgentemente que o mundo ganhe consciência da sua profunda agonia.

         Ao apresentar esta tradução portuguesa do original inglês, o Editor julga ter interpretado as palavras de S. S. O PAPA PAULO VI sobre a missão no mundo dos publicistas e educadores: «colocar em estado de alerta a opinião pública e comunicar entusiasmo aos povos»...«despertar desde já na juventude o amor aos que se encontram na miséria, que os homens têm a tendência de esquecer para tranquilizar as suas consciências».   

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«PORQUE NÃO SOU CRISTÃO»

Por Bertrand Russell

 

        Bertrand Russell foi, durante toda a sua vida, um escritor fecundo, mas, alguns dos seus melhores trabalhos encontram-se em pequenos opúsculos e em artigos publicados em diversos periódicos. Isto é particularmente verdade quanto ao que se refere às suas discussões sobre religião, muitas das quais pouco se tornaram conhecidas fora de certos círculos racionalistas.

         Acontece porém, que o eminente filósofo, acatado pelas suas contribuições e assuntos puramente abstractos tais como a lógica e a teoria do conhecimente, será igualmente lembrado, no futuro, como um dos maiores heréticos em questões de moral e religião, muito embora sempre se tenha interessado profundamente pelas questões fundamentais a que as religiões procuram dar uma solução: O LUGAR DO HOMEM NO UNIVERSO, A SUA SOBREVIVÊNCIA E FELICIDADE. Tratou dessas questões com a penetração, a graça e a eloquência de sempre, exprimindo de modo cintilante, o seu pensamento e transformando o seu ponto de vista de livre pensador numa comovente e encantadora exposição de ideias que não se repetiram desde os tempos de Hume e Voltaire.

         Foi por isso mesmo, que o Prof. Paul Edwards, da Universidade de New York, tomou a iniciativa de reunir em livro os textos que, concebidos e redigidos em épocas diferentes da vida do grande filósofo, têm por assunto a teologia, ao mesmo tempo que são uma demonstração cabal de que as convicções do autor, sobre assunto tão importante, não sofreram modificação ao longo dos seus 97 anos de vida. Bertrand Russell considera as grandes religiões, sem excepção, — Budismo, Hinduísmo, Cristianismo, Islamismo, e Comunismo, — como nefastas. Torna-se, por isso, oportuno, um livro como este, com a sua inflexível afirmação do ponto de vista secularista, capaz de proporcionar aos estudiosos destas questões o pensamento de um dos maiores filósofos deste século.

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«4 ISMOS EM FOCO»

Comunismo, Fascismo, Capitalismo, Socialismo

Por william Ebenstein

(Prof. Da Univ. da Califórnia, Santa Bárbara)

 

 

        O momento político em Portugal gerado pela Revolução de 25 de Abril de 1974, a revolução da flor, que uniu o Povo e as Forças Armadas para uma arrancada gloriosa, tornou este livro de Ebenstein de uma actualidade e interesses flagrantes.

         Efectivamente, a conquista das liberdades fundamentais cerceadas pelo regime fascista durante quarenta e oito anos, obrigam os portugueses a tomarem opção política. Tal opção, porém, só é possível depois do indivíduo se encontrar devidamente esclarecido e documentado sobre os ISMOS que são, afinal,  o conflito mais importante dos nossos dias, ou seja, a luta entre o totalitarismo agressivo e um modo de viver livre.

         Este livro é, assim, um exame aos mais representativos de cada grupo — comunismo e fascismo do lado totalitário, capitalismo e socialismo do lado democrático.

         Como muito bem definiu o próprio autor, «num livro não muito extenso, pareceu aconselhável concentrar as atenções nos ismos que condicionam o destino do mundo, em vez de examinar minuciosamente os outros numerosos ismos que são importantes, mas não têm sido decisivos, na luta pela supremacia no pensamento dos homens. Os ismos menos importantes, quer sejam de ordem filosófica, política, social ou económica, serão portanto tratados neste livro apenas na medida em que se relacionem com os quatro ismos mais importantes. As raízes psicológicas do totalitarismo e da democracia recebem uma atenção especial, uma vez que é difícil compreender qualquer destes sistemas sem a compreensão quer dos traços relativos à personalidade quer dos motivos psicológicos que são influenciados por cada um destes sistemas.

         Abordamos estes assuntos, neste livro, mais através da maneira de viver do que através de um aspecto especial, tal como uma forma de governo ou situação económica. O totalitarismo e a democracia são mais do que sistemas específicos sociais, políticos ou económicos; são duas maneiras de viver diametralmente opostas, com credos e escalas de valores contraditórios, baseados em concepções opostas acerca da natureza humana.

         Descontados alguns excessos, compreensivos pela filiação política do próprio autor, a que ele não quis ou não pode fugir, e também, por uma falta de actualização nas estatísticas apresentadas, 4 ismos em Foco é um livro que merece ser lido e pensado, um pequeno manual de ciência política ao alcance do cidadão médio, que pode ajudá-lo a dar o passo mais acertado, num momento em que a precipitação dos acontecimentos parece ser um «processo» para servir o oportunismo de alguns políticos que abdicam dos objectivos fundamentais da democracia que nos foi restituída pelo Movimento da Forças Armadas para tirarem partido pessoal ou de grupo.

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«A MINHA CONCEPÇÃO DO MUNDO»

Por Bertrand Russell

 

 

         Dificilmente se encontrará um filósofo que tenha sido tão conhecido em vida como Bertrand Russell, embora este facto se deva não tanto aos seus trabalhos científicos como à sua preocupação constante com os tremendos problemas de âmbito universal que preocupam a nossa geração. Quanto mais Russell avançava em anos, mais conhecido o seu nome se tornava — o que significa que a maior parte das pessoas nunca o conheceu senão como um cavalheiro de pequena estatura, com uma bela cabeleira grisalha, um nariz proeminente, uma boca sardónica e um sorriso vivo e irónico. Nasceu numa época que já pertence à história, assimilou as ideias do século dezanove e aprovou a sua devoção ao progresso da humanidade. Embora duas guerras mundiais tivessem entretanto abalado a fé geral nas intrínsecas qualidades racionais da humanidade, Bertrand Russell mantém-se inflexível. Firmemente convencido de que um homem livre deve lutar até ao fim pela conservação da sua liberdade, Russell pode ser sempre visto entre as primeiras filas dos que querem preservar a paz num mundo ameaçado. Como consequência das suas convicções foi preso uma vez mais, com quase noventa anos, por desafio às autoridades estabelecidas.

         Escreveu em 1937 o seu próprio obituário, e este foi publicado no «Times» e outros periódicos no dia 1 de Junho de 1962, pouco antes do seu nonagésimo aniversário. Descreveu-se a si próprio nesse auto-obituário como um homem de princípios invulgares, mas que está, ao menos, resolvido a viver em conformidade com eles.

         As obras de Bertrand Russell formam um conjunto considerável, e perfazem perto de setenta volumes. Estes incluem as suas conferências e palestras mais importantes, mas não as suas numerosas críticas, artigos publicados em jornais e palestras feitas pela rádio e pela televisão. O interesse, que Russell desperta em qualquer parte do mundo, é devido em grande parte ao seu talento e eloquência, e ao seu relevante dom de apresentar problemas difíceis de uma maneira agradável e compreensível.

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«SOCIALISMO E CIBERNÉTICA»

Por Ilia B. Novik

 

 

        No momento presente é importantíssimo o papel da ciência na vida da humanidade, devido a vivermos um período de revolução técnico científica em que têm preponderância a energia nuclear, a conquista do cosmos, o desenvolvimento da química, a automatização da produção, etc., etc.

         Quais as implicações sociais para que o desenvolvimento se processe sem atritos, visando a realização de grandiosas tarefas sem prejuízo do próprio homem?

         Nesta obra de Ilia B. Novik, procura-se uma solução, analisando-se de forma sistemática alguns dos principais problemas sociais e filosóficos. O autor, conhecido mundialmente pelos seus trabalhos sobre cibernética, utiliza nesta obra um manancial de conhecimentos e material documental que dá enorme interesse à sua interpretação dos vários problemas não só da cibernética, como de todas as ciências naturais contemporâneas, uma vez que está mais que provado que o desenvolvimento neste ramo científico tem consequências sociais opostas por princípio.

         No prefácio que Armando Castro escreveu especialmente para esta edição e que pode muito bem considerar-se uma espécie de introdução ao trabalho de Ilia b. Novik, o grande investigador português de ciências sócio-económicas chama a atenção do leitor para o interesse extraordinário desta obra, que temos o prazer de oferecer integrada na colecção de «Estudos Sociais e Filosóficos»

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«OS MANUSCRITOS ECONÓMICO-FILOSÓFICOS»

Por Karl Marx

 

 

         Os manuscritos inscrevem-se na trajectória da reflexão teórica de Marx e também na sua prática e são o seu encontro com a Economia Política, com o homem concreto e real e, para além da discussão tão em voga de se saber se são ou não pré-científicos, em relação às obras de maturidade de Marx, têm de entender-se conectados à totalidade da sua obra, como sendo um momento no caminho da Revolução interpretativa, epistemológica e científica que Marx assumiu no panorama do pensamento europeu. Esta Revolução precisou primeiro de uma crítica aos próprios fundamentos do «pensar», crítica essa que vai assumindo, no pensador, aspectos progressivos de radicalidade e rigor: crítica da religião, crítica do direito, crítica da política idealista liberal, crítica da filosofia clássica alemã, etc.

         Ora, parece-nos, os manuscritos são um momento dessa crítica, profunda e radical, revelando o encontro da filosofia com a economia política mas já inserindo-se no próprio caminho do processo metodológico de Marx que, recorde-se, começou o seu estudo da filosofia a partir da análise dos materialistas da antiguidade.

         L. Althusser, referindo-se às interpretações a que os Manuscritos têm dado lugar, diz:  «...os manuscritos económico-filosóficos alimentaram toda uma interpretação quer ética, quer antropológica (o que dá no mesmo), e até mesmo religiosa de Marx...». «Os Manuscritos (...) devemo-los tratar como um momento da formação do pensamento de Marx que, como todos os momentos de um devir intelectual, comporta e compromete certamente um futuro, mas envolve também um presente singular e irredutível».

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«PARA O ESTUDO DO ANALFABETISMO E DA

RELUTÂNCIA À LEITURA EM PORTUGAL»

Por Rui Barbot Costa

 

 

        Recolhe este trabalho o mais substancial de uma tese de mestrado em Biblioteconomia e Ciências Documentais, apresentada na School of Library and Archive Studies, da Universidade de Londres (University College).

         De imediato, a pretensão de encadear dois problemas afins, mas nem coextensos, nem inocentes de mutuamente se invadirem o espaço que cada um deles, de per si, reclama — eis o que poderá pôr de sobreaviso, e legitimamente, o leitor das páginas a seguir.

         Só que não se nos afigura procederem reticências baseadas na desproporção entre o estudo presente e a magnitude dos temas de que ele se ocupa.

         Cremos ser esta a etapa inicial da abordagem específica, no nosso País, das duas questões — analfabetismo adulto e relutância à leitura —, e isto, se não desculpa todas as faltas, atenuará pelo menos algumas delas.

         De igual modo, em consequência, será porventura a vez primeira em que a intenção de empreender a análise de ambas as matérias se vê perante a impossibilidade de o fazer esgotantemente.

         Facetas de uma entre as mais complexas actividades do homem — a leitura / a escrita — só lacunarmente, como se compreende, poderão merecer elas a nossa atenção.

         E, mesmo deduzindo a inexistência de tradições de pesquisa nos assuntos vertentes, a simples menção destes bastará para que se lhes denuncie a natureza interdisciplinar — natureza que a Unesco bem reconheceu, ao colocar à prova, no seu Programa Experimental Mundial de Alfabetização, o expediente do «seminário operacional», de que falaremos no texto.

         Enquanto não contarmos com melhores propósitos do que este de reunir, num volume apenas, os sete capítulos aqui inclusos, pouco mais nos restará do que continuar pacientemente à espera.

         Conforta-nos porém a ideia de que — correspondendo à chamada da Portaria nº 419/76, de 13 de Julho — este ensaio, nem ao menos propedêutico, talvez ofereça algum contributo, no cenário de «uma fase de livre experimentação que venha a revelar a seu tempo a necessária teoria da educação de adultos».

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«O SIM E O NÃO»

Por Maria Carmelita Homem de Sousa

(Prof. Catedrática de Filosofia na Faculdade de Letras do Porto)

 

        A análise que procurámos realizar não incidirá sobre as teorias da alienação,  mas centrar-se-á de preferência em torno dos problemas decorrentes da realidade concreta que os homens vivem na sua existência quotidiana. No entanto, enquanto exercício de reflexão crítica, orienta-se no sentido de um aprofundamento do que tem a aparência de ser «dado», do que tem a aparência de ser «translúcido» e, por si, claramente «evidente». Quer dizer que as abordagens polivalentes e multiformes das áreas constitutivas da quotidianeidade não se confinam à imediatividade do que parece ser mas, por via recorrente e mediatizada, inserem-se num enquadramento teórico diversificado, embora entre si conexo.

         Na linha das conclusões a que chegámos, uma teorização explicativa capaz de interpretar a complexidade multidimensional da realidade que o termo «alienação» poderá expressar terá uma amplitude que envolverá uma perspectivação pluridisciplinar centrada por uma ou várias totalizações provisórias.

         O trabalho que apresentamos aqui funcionará apenas como prolegómeno a uma teorização dessa índole. Sendo fundamentalmente um esboço, uma tentativa, implicará naturalmente referenciais que exigem um tratamento mais desenvolvido na via de uma explicabilidade englobante e articulada. Além disso, a temática abordada não remete propriamente para uma problemática da alienação extensiva a todas as sociedades que se inserem no chamado «mundo contemporâneo». Como veremos depois, esta expressão reporta-se a conjuntos de sociedades diferenciados, com características próprias que não permitem à partida o estabelecimento de um campo teórico e prático convergente, com sectores comuns de relevância significante. Foi precisamente a complexidade e diferenciação específica dos vários tipos de sociedade que são hoje cronologicamente contemporâneos que nos conduziram a uma análise da problemática da alienação que não ultrapassa o circuito dos países ocidentais industrializados. Ficará, portanto, fora dos limites deste ensaio uma focalização dessa problemática relativamente às sociedades incluídas no chamado «Terceiro Mundo», bem como a que se poderá equacionar no âmbito dos Países de Leste.

         Acrescentaremos, por último, que prescindimos de coadjuvar este texto com um aparato erudito, muito usual nas tradições académicas da universidade portuguesa. Fizemo-lo propositadamente pois considerámos que dentro do esquema de trabalho que realizámos a exibição forçada, ou forçosa, de uma informação apresentada de forma directa e prolixa, se tornaria uma componente que não se harmonizava com o teor do conjunto. É evidente que o nível quantitativo e qualitativo dessa informação teve uma função imprescindível na sua elaboração, na medida em que constituiu grande parte do material a partir do qual pudemos desenvolver um aprofundamento crítico e reflexivo.

         Cremos, todavia, que será pertinente evitar a confusão entre o método da exposição e o método da investigação e/ou da reflexão crítica.

         Por consequência, o nosso esclarecimento diz, obviamente, respeito à apresentação do texto e não às características do estudo que ele pressupõe.

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«O MUNDO DO ESPIRITISMO»

Por: Alexis Henri M. Lépicier

 

 

        O leitor não desconhece por certo o grande interesse que tem despertado ultimamente no espírito público o assunto versado nesta obra, devido principalmente às muitas e variadas práticas do espiritismo, agora tanto em voga.

         De facto, a comunicação com os espíritos atingiu tais proporções e espalhou-se de tal maneira nas cidades, e até nas aldeias, que bem pode dizer-se que passou a ser um passatempo familiar.

         Esta prática, em vez de afrouxar, assume cada vez maiores proporções, e os homens de ciência lançam-se afanosamente à procura de verdadeira solução de um problema que, dia a dia, desperta mais interesse. De estranhar é, porém, que a maioria das muitas teorias trazidas a público recentemente ignorem, ou pelo menos finjam ignorar, que a Igreja Católica tem uma doutrina tradicional sobre este assunto, doutrina essa que, por uma forma admirável e verdadeira, explica satisfatoriamente a razão de cada fenómeno espirita, quer antigo quer recente.

         É exactamente esta doutrina da Igreja que nos propomos apresentar no presente tratado, que outra coisa não é senão uma reedição aumentada de uma obra por nós publicada há alguns anos, e que se espalhou largamente no Velho e no Novo Mundo.

         Sabendo que estas questões de espiritismo estão intimamente ligadas aos mais profundos dogmas da teologia e da filosofia católicas, reconhecemos que não é tarefa fácil tratar tal assunto por uma forma que se torne acessível a toda a gente. Seria mesmo absurdo pretender que qualquer leitor pudesse apreender, sem uma prévia preparação filosófica, um assunto que estuda as múltiplas actividades do mundo angélico nas suas relações com as funções das faculdades do homem e com as forças dos agentes naturais.

         Este livro destina-se, portanto, àqueles que não sejam leigos em ciências sagradas. Os que não forem versados em teologia, ou que desconheçam os princípios da filosofia católica, contentar-se-ão com ouvir da boca dos seus amigos mais cultos nesta matéria as conclusões a que eles possam chegar. E essas conclusões não são, de facto, senão a doutrina do catecismo católico.    (...)   Há-de verificar-se também que admitimos a realidade objectiva das manifestações espíritas como dimanando realmente, em muitos casos, dos espíritos do outro mundo, e não meramente como resultado duma fraude ou de uma prestidigitação. Parece ter sido moda, ultimamente, reduzir todos os fenómenos espiritas a uma autêntica burla por parte dos médiuns. Embora, de facto, assim seja na maior parte dos casos, pretender marcar esses fenómenos todos com o labéu da desonestidade é um processo altamente anticientífico, como se mostrará no decorrer da presente obra.

         É nosso desejo que este livro sirva para desiludir muitas almas sinceras, mas talvez incautas, que se deixaram miseravelmente envolver nas malhas do espiritismo, e que se encontram ameaçadas pela ruína temporal e eterna.

         Oxalá que a simplicidade e a sublimidade da doutrina cristã as traga de novo para a luz pura da fé católica, e as livre das garras do mais irreconciliável inimigo do homem.

         Oxalá que essas almas conheçam a verdade que «as há-de libertar». 

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«FREUD»

O PROBLEMA DA PSICANÁLISE

Por Rudolph Allers

 

 

         Este livro, que é uma crítica, foi escrito por quem estudou muito de perto a psicanálise e se vê agora obrigado a proferir um veredicto desfavorável. E o autor sabe que está longe de se encontrar sozinho na sua atitude. Muitas pessoas há que têm criticado a psicanálise e muitas mais há ainda que a têm reprovado, sem se darem ao trabalho de a criticar. Estou convencido de que os estudos críticos das ideias de Freud não têm sido levados tão longe quando seria para desejar, nem conseguiram ainda levantar o véu que é, por assim dizer o pano de fundo da teoria. E, se o fizeram, não deram a conhecer, com suficiente clareza, quão intimamente as várias concepções de Freud e da sua escola dependem da filosofia que está por trás de todo o sistema. Muitos adversários da psicanálise rejeitam as suas ideias, porque entendem que tais ideias contradizem a moral, os princípios geralmente aceites e o senso comum. Mas estas reacções isoladas, por muito justificadas que possam ser, não são bons argumentos. Podem resultar de uma vaga noção de que alguma coisa está em desacordo com os factos, com as ideias e com a lógica da teoria que condenam; mas, a não ser que tais factos se tornem claramente visíveis, a simples maneira de pensar de uma pessoa sobre o assunto é um argumento de pouco valor.    (...)    Este livro tem três partes. A primeira, compreendendo os capítulos I a V, trata da natureza da psicanálise, das suas pressuposições e da filosofia em que todo o sistema assenta. A segunda, capítulo VI a XII, trata de questões especiais e das relações da psicanálise com outras ciências ou campos científicos. A terceira e última parte estuda as raízes históricas da psicanálise e procura dar uma ideia das razões por que esta teoria alcançou tão admirável sucesso. O último capítulo resume a discussão das partes anteriores e formula perguntas definidas, às quais os psicanalistas são convidados a responder. Este livro não é, de forma alguma, um relato completo dos factos que podem ser considerados, nem pretende esgotar o assunto. Apenas incidentalmente nos referimos a quaisquer obras e só a título de explicação. Também não apresentamos qualquer outra teoria que possa substituir a de Freud, aqui criticada e considerada inaceitável. Sejam quais forem os meus pontos de vista pessoais sobre tal assunto, não são chamados para aqui. Este livro é apenas uma crítica.

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«O CONHECIMENTO SOCIOLÓGICO»

A ESPIRAL TEÓRICA

Por António Teixeira Fernandes

 

         A. TEIXEIRA FERNANDES, doutor em sociologia, é professor associado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde lecciona Ciências Sociais e Epistemologia. Publicou diversos trabalhos no domínio destas especialidades, como A Religião na Sociedade Secularizada e O Social em Construção. Foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura e, mais recentemente, do INIC e tem igualmente desenvolvido a actividade docente em outras Universidades.

 

         A obra que agora vem a lume resulta da convergência da actividade docente e da investigação orientada para a análise de questões epistemológicas com que se debatem hoje em dia as ciências sociais, com incidência particular sobre a sociologia. O primeiro capítulo apareceu já na revista Economia e Sociologia (nº 34) do Gabinete de Investigação e Acção Social do Instituto Superior Económico e Social de Évora, cujo director amavelmente permitiu a sua reprodução. Os outros dois são inéditos.

         Não se trata de uma recolha de textos esparsos. Um mesmo propósito anima, desde o início, este e outro livro publicado pelas Edições Figueirinhas com o título O Social em Construção. A Teorização nas Ciências Sociais. Ambos eles obedecem a um único objectivo, foram inspirados por uma ideia comum, e razões meramente circunstanciais justificaram a sua publicação em separado. Eles foram, na realidade, concebidos como um todo, possuindo uma unidade temática.

         A importância de estudos desta natureza poderá, no entanto, não aparecer como igualmente evidente a todos os leitores, razão por que se impõe uma palavra prévia de esclarecimento.

         Convirá salientar, antes de mais, que toda a ciência, cedo ou tarde, se debate com o problema da sua própria cientificidade e, nessa medida, na expressão de Michel Foucault, entra no «limiar da epistemologização». E isso ocorre especialmente no momento do seu recorte sobre um fundo de saber que lhe pré-existe e em todas as ocasiões — essas são particularmente épocas de «crise» — em que ela se vê a braços com problemas teóricos e metodológicos nascidos da sua indecisão ou mesmo incapacidade em apreender adequadamente a realidade. Em tais circunstâncias, todo o cientista incorpora espontaneamente na sua actividade posições epistemológicas e o sociólogo não escapa a essa tendência.   (...)

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«HISTÓRIA DAS DOUTRINAS POLÍTICAS»

Por José Diamantino Biscaia

 

 

         O ensino da história é velho como o mundo. Exprimiu durante muitos anos as ilusões dos povos sobre eles mesmos, e serviu por vezes de instrumento aos regimes que os dominavam — Concepções dificilmente aceitáveis. Os pedagogos do século XVII reduziam-no prudentemente a um discurso edificante acompanhado de cronologias. Depois de uma lenta e longa evolução, podemos ver a história ganhar a dignidade científica e limitar rigorosamente os seus domínios, enquanto que os manuais escolares engrossavam com os textos, cada vez mais longos e sérios, bastas vezes abstractos, e duma imaginação cada vez mais admirável. Uma reacção apareceu recentemente: de várias partes ouvimos dizer que a história não servia para nada, e que valia mais aboli-la do tronco liceal.

         Consultada, esta pronunciou-se, não pela supressão, mas pela renovação. Tentaremos responder a este desejo e a tantos outros.

         O objectivo deste estudo é de criar na juventude o desejo e o entusiasmo de se abrir ao Mundo, onde foi lançada, de a levar à reflexão sobre os problemas político-económicos que a rodeia. Para isso é necessário quebrar as barreiras que foram criadas pelo sistema capitalista e de nunca renunciar à luta pela verdade.

         Outros motivos, de ordem pessoal, me levaram a descrever a história das doutrinas políticas, não sendo meu interesse politizar os leitores mas de os informar sobre alguns pontos mais obscuros.

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«SOCIOLOGIA E SÓCIO-LÓGICA»

Por António Teixeira Fernandes

 

 

         A actividade científica, qualquer que seja o domínio considerado, desenvolve, em sistema aberto, um esforço contínuo de questionamento do seu próprio «objecto». Dado que a ciência é algo construído — procura através da elaboração teórica no plano epistémico atingir a realidade no plano ôntico — e uma vez que essa construção jamais é total — traduz apenas graus diversos de aproximação —, a prática científica tem de multiplicar as perguntas postas aos fenómenos em estudo à medida que vai encontrando respostas e de ensaiar as formas de adequação mais apropriadas. Ela constitui, assim, um processo indefinidamente aberto ao controlo das noções que se utilizam como instrumentos de análise, ao seu crescente rigor, e à descoberta do inconsciente ou do escondido da realidade, no sentido de atingir as estruturas mais profundas, estruturas que conferem inteligibilidade às práticas sociais. Nos últimos tempos, a nossa actividade no campo da investigação tem-se orientado nessa direcção e será natural que a obra agora publicada venha na sequência de outros trabalhos por nós anteriormente dados à estampa, tentando abordar nela questões então afloradas e aprofundar problemas cuja clarificação se torna necessária para a compreensão do mundo humano. Mas não se trata menos de novos contributos, alguns dos quais procuram explorar outras perspectivas.

         Anima-nos também aqui o propósito de abordagem da sociedade actual, do mundo de hoje, com as suas situações tão diferenciadas. Pensamos que a sociologia tem de alcançar o conhecimento dos fenómenos que pretende analisar, tentando descobrir os invariantes que dão coerência aos comportamentos. O esforço de teorização, ainda que implique um distanciamento do mundo humano, de modo algum pode ser entendido como uma recusa da sua aproximação, pois é no movimento dialéctico entre teoria e factos que se processa a investigação e se elabora o conhecimento da vida colectiva.

         Com o primeiro capítulo, pretende-se discernir o próprio sentido das condutas sociais. A nossa análise acerca da lógica do social deseja pôr a claro os seus mecanismos, de forma a relevar as dimensões do comportamento humano e a denunciar a perspectiva determinista que faz recair sobre a sociologia uma ameaça para a liberdade. Será o maior conhecimento da sociedade que fará alargar igualmente o campo daquela. A ciência possui uma ambição libertadora e, nessa medida, todo o aprofundamento do saber acarreta alterações consideráveis na prática social.  Na verdade, quanto mais capaz se é de ver e de conhecer, maior facilidade se tem também em decidir e em actuar. A liberdade do homem será, consequentemente, salvaguardada pelo processo de conhecimento da ciência. Se a liberdade cria os seus determinismos, importa tornar os homens capazes, pelo conhecimento conferido pela ciência, de fazerem face aos controlos e às tensões por ela produzidos. Desvanece-se, assim, a oposição entre liberdade e necessidade, sendo uma o complemento da outra. Desta forma, a sociologia torna-se ciência da liberdade, na medida — e também só na medida — em que ela é ciência da não-liberdade.

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«AS ILUSÕES DA RAZÃO»

Ensaios de Filosofia

Por Maria Carmelita Homem de Sousa

 

 

         Este conjunto de ensaios situa-se no período compreendido entre finais de 1978 e 1985.

         No entanto, é possível detectar nos textos apresentados tematizações com directrizes comuns que se vão corporizando na efectivação de uma análise reflexiva e crítica centrada num campo teórico específico e determinado.

         Não se trata, portanto, de discursos avulsos, entre si dispersos, sem unidade.

         Mesmo o estudo dos Manuscritos de 1844 de Karl Marx, que é o desenvolvimento e a ampliação de um artigo já publicado com o mesmo título na Revista Portuguesa de Filosofia, se enquadra nessa unidade. Embora assente numa investigação realizada no domínio da historiografia da filosofia, a verdade é que corresponde também a uma reflexão centrada em torno de questões que, directa ou indirectamente, se inserem nos grandes problemas filosóficos (e não só...) da nossa contemporaneidade.

         Cumpre salientar ainda que o ensaio intitulado Transrelativismo dialéctico?Ensaio de Aproximação é mesmo um «ensaio», ou seja, apresenta-se como «tentativa», como esboço. Sendo um discurso de «aproximação» necessariamente traduz uma etapa de pesquisa e de laboração em que prevalecem sobretudo as hipóteses e as pistas, mais do que os esquemas conclusivos com suficiente fundamentação.

         A unidade de que aqui falamos não diz respeito, porém, à estrutura, contextura e linguagem dos textos que nesta obra figuram.

         Alguns deles afastam-se deliberadamente do tratamento conceptual, técnico e linguístico, usual em muitas produções teóricas classificadas ou rotuladas como filosofia.

         Se o termo «intervenção» não estivesse tão poluído pelo desgaste de uma ideologização triunfante, poderíamos talvez enquadrá-los no âmbito do seu genuíno significado.

         O afastamento deliberado, que fizemos menção, foi «naturalmente» motivo de escândalo para os tecnocratas da filosofia que, muitas vezes, tornam o hermetismo e/ou a erudição em alibi do seu próprio fracasso. Cremos, no entanto, que o fenómeno se circunscreve apenas a alguns «génios de província» que, mesmo nas grandes urbes deste país, vão passeando a sua auto-satisfação na ludicidade sinuosa de uma «iluminação» especial, que se julga conseguida.

         De notar, porém, que não sustentamos aqui, de forma alguma, que o discurso filosófico tenha de tornar-se necessariamente e sempre uma interpelação expressa na linguagem quotidiana ou dela muito próxima.

         É evidente que a enunciação, o tratamento e a análise da problemática filosófica exigem formas específicas de conceptualização que se vão explicitar na estruturação de um contexto linguístico com características próprias.

         Também é certo que o saber no domínio da historiografia da filosofia tem um papel decisivo e uma função mediadora, dado que a filosofia do presente se enraíza no seu próprio passado. Mesmo a filosofia que surge como «ruptura» necessariamente se integra numa unidade dialéctica que referencia pólos opostos e contraditórios.

         No entanto, a conceptualização e a gramática do discurso filosófico, bem como o saber historiográfico nele implícito ou explícito, não «devem» desligar-se de uma pesquisa reflexiva e crítica que verdadeiramente concretize uma via de acesso sem simulações, nem falsificações ocultadas.

         Se assim não for, estamos no âmbito dessorado do simulacro, fazemos folclore, exibimos apenas a máscara de um adestramento conseguido.

         Quer isto dizer que a filosofia «resiste» à mera profissionalização, ultrapassa a tecnicidade estrita da sua formulação, transcende o simples aparato erudito, para se inserir na centralidade de um núcleo teórico reflexivo e crítico com inegáveis referenciações práticas.

         Por consequência, o filósofo assume sempre um compromisso, mesmo que se julgue no terreno de uma neutralidade confortável. O «mundo» nunca lhe é «in-diferente», nem o homem vivo, ou morto, que o habita. Os outros, nós próprios, a realidade que fazemos e que nos faz, nunca estão afinal ausentes no seu itinerário pesquisante. E se assim for, poderá compreender-se que a sua mensagem discursiva muitas vezes tenha de assumir-se também como intervenção actuante, como interpelação.

         O interlocutor-leitor será então qualquer homem capaz de pensar e reflectir nos problemas axiaias da condição humana, em situação definida, em circunstância concreta, neste lugar e tempo, neste «mundo-aqui», nesta sociedade, nesta cultura.

         Para terminar diremos que este livro de ensaios nos parece concretizar, na prática, esta alternativa, em termos de escrita.

         Terá sido conseguido?

         Só o futuro poderá verdadeiramente dizê-lo.  

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