|
Boletim Mensal * Ano VI * Janeiro de 2008 * Número 58 |
|||||
Continuação da página 1
Observação semelhante pode ser feita em referência à ação cultural de João
Maurício. Não havia na colônia nem uma base cultural nem uma base econômica
capazes de servir de apoio à transplantação para estas longitudes de valores
intelectuais e artísticos da Renascença. Uma sociedade escravocrata e de
analfabetos, de senhores feudais ou semi-feudais não podia ser o campo propício
aos ideais de cultura que o príncipe acalentava.
Assim, o brilho intelectual e artístico, então ostentado, esteve longe de
resultar de qualquer desenvolvimento cultural das elites naquela sociedade e
naquele tempo. Não tinha a naturalidade das plantas vicejando e florescendo em
seu habitat. Em vez de representar o meio social, dele se distanciava e com ele
contrastava. Era algo de artificial, simplesmente importado. Como tantas outras
contribuições flamengas, não encontrava ressonância no ambiente local. Não poude
criar raízes nesta terra. Teria de ser efêmero.” Págs. 27 e 28
“Possuíam os lusitanos, um conjunto de qualidades que lhes asseguravam grande
superioridade sobre os flamengos na tarefa da exploração colonizadora do
território brasileiro.” Págs. 29 e 30
“O preconceito da cor era uma expressão desse fato. Exemplo significativo:
geralmente não se permitiam aos holandeses (flamengos) intimidades com negras ou
com índias e até importaram mulheres da Holanda para os bordeis do Recife,
apesar da reação dos ministros protestantes. Enquanto isso, sabemos o que fez em
sentido contrário, o sensualismo lusitano com seus resultados em favor do
contacto e da mistura das raças”. Págs. 35 e 36
“Ao autor do “Tempo dos Flamengos” (José António Gonsalves de Melo), parece que
aí está um dos aspectos mais antipáticos da colonização holandesa (flamenga):
essa separação, quase profilática entre a classe dos dominadores e dos
dominados. E mais do que isso. Enxergamos nesse fato uma causa a juntar-se a
outras, já mencionadas, de não ter a colonização holandesa (flamenga) conseguido
criar raízes no Brasil”. Pág. 37
Dois dias depois, o jornalista NILO PEREIRA, já falecido, na “Folha da Manhã”,
de 29 de Janeiro de 1952, comentando a palestra do Professor Mario Lacerda de
Melo, escreveu o seguinte:- “Os holandeses (flamengos) foram uns inadaptados em
Pernambuco. É o que demonstra o estudo ecológico, geográfico e social da
colonização aqui tentada, da qual não restaram sequer vestígios, senão aqueles
que uma espécie de Renascença tropical pode deixar para engrandecer perante a
imaginação popular a côrte de um Medicis transviado”. Pag. 40
E para terminar, eu lamento que, cada vez menos, existam historiadores,
pesquisadores históricos e jornalistas como há um pouco mais de meio século
atrás.
TIMOR LESTE
Lamentamos os terríveis acontecimentos ocorridos em Timor Leste com a tentativa
do golpe de Estado que levaria ao assassinato do Presidente da Republica Gomes
Horta, gravemente ferido, e do Primeiro Ministro Xanana Gusmão que escapou
ileso.
Depois de 30 anos lutando pela independência e mais de 20 invadidos pela
Indonésia pensamos que o povo timorense já deveria ter aprendido o que é uma
democracia e a liberdade.
Infelizmente parece-nos que tal não sucedeu, mas povo Timorense, lembrai-vos que
nunca é tarde para aprender.
UE: Quatro novos membros à nossa frente.
PIB português perde posição
Portugal foi ultrapassado em termos de PIB per capita por quatro dos novos
Estados-membros da União Européia – Chipre, Eslovênia, Malta e República Checa –
e caiu uma posição na classificação geral, encontrando-se agora em 19.º lugar
(entre 25 membros). Lisboa é a única região com uma riqueza superior à média da
UE. No lado oposto da tabela está o Norte, que é a região mais pobre do País.
O PIB português anda ao redor de 75,4%, o de Chipre 92,6%, o da Eslovênia 86,9&,
o de Malta 77,4% e o da Republica Checa 76,6%.
O PIB do norte de Portugal atinge 59,8%, do Lisboa, muito acima da média
européia que é de 75%, atinge 106,3%. O PIB da Madeira, 94,9% e o do Algarve,
79,6% também ultrapassam a média da Europa.
Gostava de entender como é que Portugal consegue ter um PIB mais baixo do que
Malta. Será que os sucessivos governos de nosso País terão interesses econômicos
no 25º. Lugar?
Fonte:- “Correio da Manhã”, Lisboa, 13/02/2008, Sandra Rodrigues dos Santos
Este Boletim é patrocinado por: |
||
CONSELHO DA COMUNIDADE PORTUGUESA DE PERNAMBUCO |
JOSÉ MARIA MATOS | |
EMPRESARIAL ATLÃNTICO, LTDA |
PAULINO ROMEIRA (in memoriam) | |
Compadre” JOSÉ LUIS DE SÁ |
AFONSO ALBUQUERQUE |
Direção – Presidente, MARIA CRISTINA DE MELO FREYRE, Assembléia Geral – Presidente JOAQUIM FRANCISCO DE SOUSA, Conselho Fiscal – Presidente - RAFAEL DUEIRE LINS, Comissão de Fiscalização e Disciplina – Presidente, DIEGO GALVEZ SANCHEZ - Carrasco, IVO TINÔ AMARAL JUNIOR
VISITE A NOVA PAGINA DO NOSSO BOLETIM http://br.geocities.com/cantinhobacalhau/index.htm
web master OCTÁVIO RIBEIRO, Portimão - Portugal
“Cantinho do Bacalhau” – Boletim Mensal da Academia do Bacalhau de Recife , Editor - DELMAR ROSADO, Caixa Postal 802, 54792-990 CDC ALDEIA – PE,
e-mail - [email protected].
Os artigos assinados são da responsabilidade de seu autor e podem não exprimir as idéias deste Boletim
Impressão e Arte Gráfica – GRAFICA E EDITORA CONTEXTO, Rua da Aurora, 573 loja 4, Recife, fone 08132223266