Boletim Mensal * Ano VI * Julho de 2008 * N.º 61

           

 

A Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974, em Portugal,

e                                

A Revolução de 1817, em Pernambuco, Brasil

 

 

            Poderá, em princípio, parecer um absurdo querer comparar estas duas revoluções separadas por mais de 150 anos, mas ...

            Para fazermos uma pesquisa mais minuciosa da Revolução de 1817 em Pernambuco, adquirimos alguns livros e, entre eles, a “Revista Trimestral do Instituto Histórico e Geográphico Brazileiro, tomo LX, parte 1, ( 1º. e 2º. Trimestre), Rio de Janeiro, Companhia Tipographica do Brazil, 1897” que, em suas paginas 103 a 292 transcreve o livro “História da Revolução em Pernambuco”, do Doutor Francisco Muniz Tavares.

            Qual não foi minha surpresa ao ler, pagina 140, que, logo após a formação, a 8 de Março de 1817, do Governo Provisório da Republica de Pernambuco, aumentaram o salário dos militares e apareceu uma enorme promoção de oficiais:

 

“# José Barbosa de Lima e Domingos Tenório saltaram de capitães ao posto de Coronéis de Artilharia: ao primeiro confiou-se o Comando do Regimento daquela Arma.

# O Pedrozo foi igualmente promovido de capitão a Coronel Comandante do Regimento de Infantaria.

# O Tenente secretário José Mariano passou a Sargento Mor de artilharia da qual arma, como de oficio militar, era totalmente hospede.

# O segundo Tenente António Henrique teve a patente de Capitão, e aos restantes oficiais não coube senão, um grau de acesso.”

 

  Na Republica da Paraíba, para não ficarem atrás de Pernambuco, pagina 150:

 

“# O Coronel de Milícias Amaro Gomes teve o posto de Brigadeiro com o respectivo soldo.

# O jovem José Peregrino passou de Tenente ajudante a Tenente Coronel.

            # outros tiveram dois postos de acesso.”

 

            Depois de ler tudo isto, e nunca ter sabido que, nas muitas revoluções que houve em Portugal até o “glorioso” 25 de Abril, tivesse havido quaisquer promoções de militares, fiquei pensando que talvez fosse a Revolução Pernambucana de 1817 a fonte inspiradora para que os capitães de abril se promovessem a “Generais”!!!.

            Quem sabe se algum deles leu a história daquela fracassada revolução?

            Está-me a parecer que sim!!!

 

Fotos:- A Bandeira da Revolução de 1817 que é hoje a Bandeira de Pernambuco e o Símbolo do 25 de Abril, Cravos.

 

 

Busto Perdido volta ao seu lugar

Paula Borges

 

           

            Símbolo da colonização volta ao seu pedestal

            A imagem do Infante D. Henrique, na Assomada, Ilha de Santiago, desapareceu depois da independência. O jovem Kiki procurou-a por todo o lado e depois de a encontrar conseguiu fazê-la regressar à origem, depois de restaurada pelo artista plástico Manu Cabral, com o patrocínio da empresa cabo-verdiana de combustíveis.

            Finalmente, como em todos os países civilizados onde se preserva a História e todo o patrimônio histórico, os países, hoje independentes, devem se lembrar, como no caso de Cabo Verde, que sua história começa quando começou a colonização das ilhas das ilhas do vosso arquipélago que eram desertas, quase 600 anos atrás,  e não só depois da independência em 1975.

 

Fonte:- “Diário de Noticias”, Lisboa, 11/05/2008

 

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