RESENHA |
Ainda no século XIX, tropeiros começaram a
fazer pouso ao lado da Estrada de Goyazes, ao passarem
por ali levando gado e mercadorias, de Passos ao Aterrado
(atual Ibiraci). O clima ameno e a proximidade da água
fizeram aquele povo andarilho se fixar nessas partes. O tempo foi passando devagar, caminhando junto às patas daqueles bois, e cada vez mais gente se encontrava nas cercanias da Estrada de Goyazes, trazendo dentro de suas bolsas de viajantes um pouco de história e civilização ao Vale do Médio Rio Grande. Correndo rumo ao novo século, o antigo pouso de tropeiros já contava com muitas casas e casebres ao seu redor. A Capela construída anos antes fora elevada à categoria de Paróquia. O povoado ganhava vida. Foi então no ano de 1890, precisamente no dia 26 de fevereiro, que o Governador das Minas Gerais assinou o decreto de criação do Município de Santa Rita de Cássia. Era o começo de uma História. Ao lado da pecuária, o plantio de café começou a se alastrar pela área da cidade debutante. As terras férteis e propícias fizeram a cultura do produto crescer rapidamente, transformando-o, juntamente com a criação bovina, na estrutura básica da economia de Cássia. Ainda hoje a agropecuária é um dos pilares sobre o qual a cidade de Cássia se sustenta. A outra força econômica se encontra na produção de tijolos realizada em Cerâmicas e Olarias, sendo essas fábricas, as únicas representantes de peso do parque industrial cassiense. E não só a economia de Cássia foi se desenvolvendo a partir daquele ano de 1890. A arte e a cultura também cresceram e se fizeram presentes em sua História. Mantendo suas características religiosas, a expressão artística cassiense pode ser constatada em belos exemplos, como a Igreja de Santa Rita, também conhecida como Igreja Matriz. A construção requintada possui vitrais de extrema riqueza que contam em suas imagens a vida de Santa Rita; além do mais, a Igreja tem ainda seu teto pintado com enorme talento por artistas italianos. É na música que a arte de Cássia encontra sua maior importância. Cidade musical por vocação, dentre os vários Corais do município, destacam-se o Coral Santa Cecília e o Coral dos Meninos Cantores. Atualmente, Cássia começa a se despertar para o Turismo Ecológico. A proximidade ao Rio Grande e à Serra da Canastra possibilita a efervescência do filão turístico. As belas margens do Rio Grande já se encontram repletas de ranchos e construções, locais que costumam lotar nos feriados e finais de semana ensolarados. Cássia é também cidade mineira por excelência, trazendo em suas características as marcas do estado: pães de queijo nos cafés da tarde, um papo tranqüilo ali na esquina, muita moça bonita e gente hospitaleira. Quem está de passagem por esta cidade, como aqueles antigos tropeiros e viajantes, certamente pára por aqui e se encanta com Cássia. E essas pessoas nadam nas águas transparentes do Rio Grande; e tomam cerveja gelada nos barzinhos ao redor da Praça Central; e assistem, encantados, a bela Fanfarra desfilar; e dançam animados nos Bailes do Clube; e estas pessoas também comem gostosos queijos frescos; e descobrem o porquê do Carnaval cassiense ser tão reconhecido; e elas fazem bons amigos; e elas sentem saudades e vão sempre criando fortes e sinceras raízes. Cássia é assim. Quem conhece entende porque Paulo Gama, nosso mais illustre poeta, um dia resolveu escrever: "Não troco nada no mundo, pela terra em que nasci". |
Volte para História |