NOMENCLATURA DAS ORQU�DEAS Luiza Rossi A nomenclatura bot�nica � muito bem regulamentada, baseada em um c�digo oficial cujas conven��es s�o estabelecidas pela Royal Horticultural Society, atualizada de 3 em 3 anos durante o International Botanical Congress. O �ltimo foi realizado em julho de 1999, em Saint Louis, EUA. Este c�digo se aplica a plantas, al- gas e fungos, sendo diferente do c�digo aplicado aos animais. As plantas foram classificadas pelos bot�nicos em Fam�lias, diferenciadas umas das outras pela estrutura de suas flores, hastes, folhas e ra�zes. Cada Fam�lia � dividida em Tribos e posteriormente em G�neros. Essas divis�es s�o estabelecidas por similaridade na apar�ncia e constru��o das pe�as florais. Basicamente as or- qu�deas encontradas na natureza s�o classificadas por dois nomes, um indicando o G�nero e o outro o Ep�teto, ambos compondo a Esp�cie. O G�nero agrupa plantas com caracter�sticas comuns bem definidas. Um G�nero � a principal subdivis�o de uma Fam�lia e � formado por um n�mero limitado de esp�cies intimamente relacionadas, ou de uma �ni- ca esp�cie (monot�pico). O G�nero � designado por um nome em latim ou latinizado, no singular, iniciando com letra mai�scula. � seguido pelo Ep�teto, iniciando com letra min�scula se for natural, ou letra mai�scula se for h�brido, concordando gramaticalmente com o nome do G�nero. Tanto o G�nero como o Ep�teto (quando se refere a uma esp�cie natural) s�o grafados em it�lico ou subescritos. Existem cerca de 860 G�neros de orqu�deas. A Esp�cie resulta da combina��o do G�nero + Ep�teto. A Esp�cie � a classifica��o biol�gica fundamental, compreendendo uma subdivis�o de um G�nero e consistindo de um gru- po de plantas com alto grau de similaridade, podendo geralmente intercruzar, e mostrando uma diferen�a mar- cante com os membros de outra esp�cie. A Fam�lia das Orquid�ceas � formada por cerca de 25.000 esp�cies na- turais e mais de 100.000 esp�cies h�bridas. Os ep�tetos das esp�cies h�bridas s�o escritos com letra mai�scula, n�o latinizados, para diferenciar das esp�cies naturais. Como exemplo temos: Cattleya (G�nero) + labiata (Ep�teto). O Ep�teto inicia com letra min�scula porque se refere a uma esp�cie natural. A Esp�cie seria Cattleya labiata. � uma boa pol�tica se adotar uma forma um pouco mais longa, acrescentando-se o nome do autor de sua classifica��o, iniciando com letra mai�scula e grafado de forma normal. Ex: Cattleya guttata Lindl. Lindlley publicou o nome Cattleya guttata no Botanical Register, tabula 1406, e � o autor deste nome. Algu�m poderia posteriormente publicar o mesmo nome Cattleya guttata sem saber da exist�ncia do primeiro, e isto faria do segundo (Ex: Cattleya guttata Rezende) impr�prio e n�o validamente publicado, pois j� est� ocupado. Devemos observar que os Ep�tetos podem se repetir a vontade dentro de G�neros diferentes. Ex: Cattleya intermedia, Zygopetalum intermedium, Phalaenopsis intermedia, etc. Entende-se como h�brido a planta resul- tante da poliniza��o cruzada entre duas orqu�deas. Para um h�brido a grafia seria: Cattleya (G�nero) + Bryme- riana (Ep�teto). O Ep�teto neste caso inicia com letra mai�scula e � grafado normal porque � um h�brido. A esp�- cie seria: Cattleya Brymeriana que � um h�brido natural entre a Cattleya eldorado e a Cattleya violacea. Certas esp�cies �s vezes apresentam uma caracter�stica que as tornam diferentes de sua esp�cie "tipo" mais comum. S�o variedades ou subesp�cies e constituem qualquer divis�o natural de uma esp�cie que apresenta pequenas , mas marcantes, varia��es morfol�gicas da mesma esp�cie, habitando diferentes regi�es geogr�ficas. O nome da subesp�cie � geralmente um terceiro termo , iniciando com letra min�scula, grafado normalmente e precedido da abreviatura var., do latim varietas (variedade). Certas esp�cies �s vezes apresentam uma caracter�stica que as tornam diferentes de sua esp�cie "tipo" mais comum. S�o variedades ou subesp�cies e constituem qualquer divis�o natural de uma esp�cie que apresenta pequenas , mas marcantes, varia��es morfol�gicas da mesma esp�cie, habitando diferentes regi�es geogr�ficas. O nome da subesp�cie � geralmente um terceiro termo , iniciando com letra min�scula, grafado normalmente e precedido da abreviatura var., do latim varietas (variedade). Cattleya (G�nero) labiata (Ep�teto) var.alba (Variedade) 'Pendentive' (Clone) Orqu�deas premiadas s�o identificadas por algumas letras extras colocadas em seguida aos nomes das plantas e indicam que a planta que a originou foi distinguida por uma determinada entidade orquid�fila. Entre as mais conhe- cidas est�o a American Orchid Society (AOS) e a Royal Horticultural Society (RHS). Tais premia- ��es podem ser atribu�das tanto para esp�cies como para os h�bridos. As letras antes da barra s�o a abreviatura do pr�mio. Por exemplo, FCC (First Class Certificate -Certificado de Primeira Classe) que � uma premia��o atribu�da pela AOS para plantas que atingem 90 pontos ou mais em uma escala de 100 pontos. O nome completo de uma orqu�dea poderia ficar assim: Cattleya (G�nero) labiata (Ep�teto) var. alba (subesp�cie) 'Pendentive' (Clone) AM/AOS (Premia��o). Pode-se defrontar com algumas outras palavras inclusas no nome de uma determinada orqu�dea. Self significa que foi feito o cruzamento utilizando-se a pol�nia e o estigma de flor(es) da mesma planta. Sibling significa que o cruzamento foi feito entre flores de duas plantas diferentes por�m da mesma esp�cie. Muitas vezes tamb�m coloca-se no final o nome da planta m�e (que cedeu o estigma para a fecunda��o) e o nome da planta pai (aquela que forneceu a pol�nea), sempre nesta ordem e separados por um x. PRON�NCIA A orquid�loga Luiza Rossi colocou na Internet um artigo sobre pron�ncia que aproveitamos para retrans- mitir com modifica��es. O artigo baseia-se no vol. I de "A Etimologia a Servi�o dos Orquid�filos" de autoria do Pe. Jos� Gonzales Raposo, de saudosa mem�ria. Nossa l�ngua � basicamente formada pelo latim e � atrav�s dele que podemos analisar etimologicamente as palavras do portugu�s. Os nomes dos g�neros e esp�cies das orqu�deas procedem n�o s� do latim como tamb�m do grego mas muitas letras do alfabeto grego pronunciam-se como as correspondentes do alfabeto latino (grego-latinizado). Vamos �s regras iniciando com as normas pr�ticas da pron�ncia do Lati CONSOANTES O x tem sempre o som cs. Exemplos: x�nthina = cs�ntina chrysot�xum = chrysot�csu O ch pronuncia-se como k. Exemplos: choco�nsis = koco�nsis Dich�a = Dik�a Dendroch�lum = Dendrok�lu A s�laba ti, quando seguida de vogal, soa como ci. Exemplos: Binotia = Bin�cia Bl�tia = Bl�cia marti�na = marci�n Mas a s�laba ti precedida de s, x, t pronuncia-se como ti em portugu�s. Exemplo: Compar�ttia = Comparetti O ph soa como f. Exemplos: Phragmip�dium = Fragmip�dium Phymat�dium = Fimat�dium DITONGO � e � pronunciam-se e. Exemplos: L�lia = L�lia tri�n� = tri�ne C�logl�ssum =Celogl�ssum ��nia = E�nia Quando a e e n�o formam ditongos, devem ser pronunciados distintamente, neste caso deve-se colocar um trema sobre o e. Exemplos: A�r�ngis, A�r�nthes, A�rides. No latim quando se forma um ditongo �, � ficam juntos e se pronuncia e; e quando n�o formam ditongo ficam separadas ACENTUA��O DO LATIM No latim apenas a pen�ltima e a antepen�ltima s�labas levam acentua��o t�nica, ou seja, palavras parox�tonas e proparox�tonas. Exemplos: anceps = �nceps Colax = C�lax LOCALIZANDO A S�LABA T�NICA EM PALAVRAS DE MAIS DE DUAS S�LABAS: a) A que serve de base para localizar a t�nica � sempre a pen�ltima. b) Se a vogal dessa s�laba for seguida de x ou z ou de duas consoantes duplas (ll, tt) ou de duas simples (nt, sc...), a t�nica ser� nesta mesma s�laba. Exemplos: Bulboph�llum , Polyrh�zia, chysot�xum, Scaphygl�ttis, col�ssus, rufesc�ns, flav�scens, pub�scens, nigr�scens, alb�scens, e outros terminados em scens. c)Se na pen�ltima houver ditongo: � = e, � = e, au, eu, e, ei, oi, ui, a t�nica estar� tamb�m nesta s�laba. Exemplos: Promen�a = Promen�a Dich�a = Dik�a am�num = am�num d) Se a vogal da pen�ltima s�laba for seguida de outra vogal (da �ltima s�laba), o acento t�nico estar� na antepen�ltima. Exemplos: Stanh�pea = Stan-h�-pe-a Bl�tia = Bl�-ti-a = Bl�cia Loddig�sii = Lod-di-g�-si-i Neom�re = Ne-o-m�-re-a Cymb�dium = Cym-b�-di-um e) O i pode influenciar na acentua��o quando estiver na pen�ltima s�laba. Exemplo: longipes dever� pronunciar como proparox�tona = l�ngipes. f) Nos compostos de color o acento dever� estar na antepen�ltima. Exemplos: b�color, d�scolor, tr�color un�color, c�ncolor. g) O sufixo inus das palavras latina dever�o ser pronunciadas como parox�tona. Exemplos: matut�na, velut�na, tigr�num, lilac�nus. Mas nas palavras derivadas do grego dever�o ser pronunciadas como proparox�tonas. Exemplos: cinnab�rina, x�nthina, tyri�nthina. ESCRITA / PRON�NCIA Eis alguns exemplos de pron�ncia: A�rides -A�rides Amblostoma -Ambl�stoma Bifrenaria tyrianthina -Bifren�ria tiri�ntina Bletia -Bl�cia Brassavola martiana -Brass�vola marci�na Bulbophyllum quadricolor -Bulbof�lum quadr�color Campylocentrum gracile -Campilocentrum gr�cile Catasetum luridum -Catass�tum l�ridum Cattleya chocoensis -Catl�ia coco�nsis Cattleya mossi� -Catl�ia m�ssie Cattleya skinneri -Catl�ia skin�ri Colax -C�lacs Comparettia coccinea -Compar�tia cocc�nea Dich�a -Dik�a Galeandra xerophila -Gale�ndra xer�fila Gongora -G�ngora Ionopsis utricularioides -Ion�psis utriculario�des L�lia anceps -L�lia �nceps L�lia briegeri -L�lia brieg�ri L�lia cinnabarina -L�lia cinab�rina L�lia harpophylla -L�lia harpof�la L�lia milleri -L�lia mill�ri L�lia pumila -L�lia p�mila L�lia xanthina -L�lia css�ntina Lipares -L�pares Miltonia falvescens -Miltonia flav�scens Mormodes -Morm�des Ornithiphora radicans -Ornit�fora rad�cans Oncidium concolor -Oncidium c�ncolor Oncidium longipes -Oncidium l�ngipes Oncidium phymatochillum -Oncidium fimatok�lum Oncidium raniferum -Oncidium ran�ferum Pleurothallis gracilis -Pleurit�lis gr�cilis Rhynchostylis -Rincost�lis Vanda tricolor -Vanda tr�color