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COMUNIDADE  CATÓLICA EMANUEL

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Aspirai aos Carismas

 

I  -  O TEMPO DOS CARISMAS:

 

Os carismas perturbam, tanto do lado dos que os desejam como dos que os examinam e analisam ceticamente. Perturbam, pois não se sabe como viver este tipo de fenômeno, como promovê-lo na comunidade eficientemente sem enganos ou desvios, ou na busca de algum poder ou reconhecimento dos demais.

Até dentro da Igreja os carismas inquietam, por sua dimensão “sensível” que receiam poder provocar a atração do sensacional e até o surgimento de uma credulidade excessiva no povo de Deus.

O irracional fascina e ao mesmo tempo perturba...

Os carismas não podem ser considerados como um fim em si mesmos, ou então como a aquisição de um poder. O exercício deles comporta normalmente um risco em si. É próprio de sua natureza fazer apelo à sensibilidade daquele que o utiliza; porém não podemos por isso rejeita-los ou mesmo “deprecia-los”, fazendo-lhes pouco caso.

Não podemos esquecer que a renovação espiritual que a igreja vive nestes últimos tempos é pentecostal. A renovação atual abre-se a experiência da efusão do Espírito Santo; e como conseqüência primordial, segundo o Atos dos Apóstolos, a eclosão dos carismas, (conf. I COR. 12, 4–11).

Destes, os mais notáveis se destinam a fornecer motivos de credibilidade evidenciando a ação divina. Os demais facilitam e tornam eficaz a atitude dos propagadores do evangelho.

É verdade que fervor e eclosão carismática andam juntos e que em diversos períodos do cristianismo viram “jorrar” de novo, em abundância estes fenômenos.

Urge então para nós e, sobretudo aos grupos de oração e comunidades carismáticas, que aspirem aos carismas, para isso é necessário faze-los perder sua “aura”, que os faz “fora do comum dos mortais cristãos”.

Os carismas são simples na sua eclosão e no seu exercício, acessíveis a todos.

                   

EXERCÍCIO:

                          

Leia o Salmo 50 (51).

Ore com: I COR. 14,1b; 12, 4 – 11.

                               

Peça a Deus em oração essa aspiração aos carismas e também à eclosão dos mesmos.   ( conf. I COR. 12,4 – 11 ).

                           

 


II – “NÃO DESPREZEM OS DONS DE PROFECIA”.

 

INTRODUÇÃO:

 

No módulo passado, vimos que nós estamos vivendo “O TEMPO DOS CARISMAS”, que eles tanto fascinam como perturbem; que a renovação espiritual que nossa igreja esta vivendo é pentecostal e é uma reatualização vivificante da graça batismal, mediante a efusão do Espírito Santo, que teve como conseqüência primeira à eclosão dos carismas. Portanto conosco isso deve se repetir..., mas para isso é necessário que aspiremos aos carismas.

Hoje falaremos dos dons de profecia; para isso utilizaremos a classificação que São Tomás de Aquino utiliza para classificarem as categorias de carismas.

 

-           Carismas que dependem do conhecimento:
Falar ou cantar em línguas; profecia; conhecimento imediato (interpretação), discernimento.

 

-           Carismas de discurso:
Palavra de sabedoria ou ciência.

 

-           Carismas de ação:
Fé; governo, etc.

 

-           Carismas de cura e milagres:
Normalmente acompanham todo discurso (pregação, conselho, exortação, ensinamento) dos enviados de Deus dando-lhes credito.

 

Retomando o nosso tema, podemos dizer que não conviria limitar a Renovação a programas de vida, a projetos criativos ou a serviços multiformes, mesmo pastorais. Lembre-se “não podemos limitar”.

Onde estariam a flexibilidade, a vitalidade, a efervescência espiritual de múltiplos aspectos, que fazem da Renovação não tanto um movimento, nem uma tendência, mas uma experiência de Pentecostes renovado, que apenas começou...

Esses projetos, programas, serviços são conseqüências e não causas da Renovação. A teologia pos carismas nos ensina exerce-los justa e acolhedoramente direcionado para o crescimento contribui para todos estes aspectos. Edificação da Igreja, evangelização e bem de todos. Mas também para a oração para o diálogo com Deus fiel e profundo. Este apelo para a vida mística, isto é, para a experiência da presença de Deus, encontro prolongado, num “coração a coração” tudo isso nutridos pelos sacramentos.

Aí esta, em primeiro lugar, a vitalidade da Renovação que há de ser salvaguardada a qualquer custo, pois uma renovação sem carismas e sem vida mística perderia sua vitalidade, sua graça específica, sua fecundidade e sabedoria, essa mesma que as vezes os homens consideram como loucura.

A teologia ensina que o carisma é a manifestação de uma graça sensível e imerecida:

 

- Graça Sensível: que passa pela sensibilidade, se torna visível, audível ou tangível. Nesta época os sinais revelam-se de uma importância muito especial, Deus não teme os sinais, em toda a Bíblia ele no-lo prova, sendo o maior deles o de Jonas: Cristo crucificado entre o céu e a terra. (Jonas 2,1-11).

Assim como para Jesus, também para nós os sinais não devem ser a meta. Compreendamos antes que os carismas representam o que o maligno mais procura imitar, para desacreditá-los ou recuperá-los no seu campo de ação. Falsifica-los. É pelo justo exercício desses sinais carismáticos, a serviço da verdade que poderão ser desmascarados os falsos sinais e seus autores.

 

- Graça Imerecida: o carisma não depende de nenhuma santidade pessoal... É gratuita (Efe 2,8), não para coroar um mérito, ou conceder um rótulo divino de qualidade, mas para ser colocado a serviço dos irmãos.

Todo Grupo de Oração e Comunidade deve aspirar aos carismas e rezar nessa intenção e estar atento ao Espírito Santo que jamais irá recusar. Esta é uma aspiração legítima, em vista do serviço do corpo comunitário, não é, portanto proibido, nem desaconselhável, aspirar aos carismas. (I Cor 14,1). Eles fazem parte da nossa herança espiritual, do penhor do Espírito que já estamos recebendo.

Portanto, é preciso resguardar os carismas, quaisquer que sejam as críticas, resguarda-los porque são dons especiais da misericórdia divina.

O mundo exalta a ciência ou a competência adquirida. Teólogos elogiam a graça de estado. Os carismas não são nem um, nem outro. Por isso incomodam têm uma eficácia espiritual e um “brilho exterior” que os revestem de um caráter extraordinário.

 


III – AS TRÊS BASES

 

Muitos aspiram aos carismas e não vêem nada acontecer. Grupos de Oração e Comunidades já deveriam estar exercendo ou vendo-os crescer.

Então o que fazer??? (colocar-se em oração para perguntar).

Um Grupo de Oração e/ou Comunidade orante deve saber que sempre será depositário de carismas, embrionário ou não, mesmo que não os saiba fazer crescer.

Como vimos no módulo II, os carismas fazem parte da nossa herança, são gratuitos e imerecidos, porém “não caem do céu”, resumidamente, são lançados pela providência.

Um carisma se acolhe ativamente, não de qualquer maneira. Neste sentido segundo Philippe Madre, três condições são necessárias para o acolhimento dos carismas:

 

1 – A Comunhão Fraterna:

A Comunhão Fraterna é essencial. Não é porque nos reunimos, nos encontramos, uma, duas, três ou até a semana inteira para rezar, ou assumir qualquer serviço, que podemos dizer que estamos em comunhão.

A Comunhão é um laço de fraternidade a ser continuamente expresso sem medo. Nossas Comunidades, Grupos de Oração, são assembléias onde Cristo se torna realmente presente. (Mt 18,20).

Uma ferida na comunhão, uma negação de perdão, rivalidades quanto à autoridade, ciúmes, etc. Tudo isso pode corroer pela base a vida profunda de um Grupo de Oração ou Comunidade. Os carismas precisam de uma terra fecunda para desenvolver-se (Mt 13,1-9.19-23).

Onde não há o mínimo de caridade, como pode desabrochar uma vida carismática? Devemos dar urgência à reconciliação e viver de forma adulta em Cristo, não deixar nos afogar pelo Espírito de partido, discórdia, mesmo que pense ter toda a razão (Tig 4,6).

A generosidade é o motor do Grupo.

A solidariedade ou a partilha dos bens materiais.

Até certas renúncias às ocupações, lazeres pessoais.

O calor fraterno é um clima de hospitalidade. A própria expressão dos primeiros cristãos: “vede como eles se amam”. É a misericórdia que Jesus quer, não como uma idéia a pregar, mas como uma realidade a viver.

 

2 – O Zelo Evangelizador:

Não é bom que um Grupo de Oração e/ou Comunidade “rorone” sobre si. Isso pode parecer benéfico, no entanto para a existência deste Grupo de Oração e/ou Comunidade compromete-se em longo prazo. Precisamos compreender que não é por si mesmo que um grupo atrai novos companheiros de oração. Isso cabe ao testemunho do Cristo vivo que se espera do grupo. (No plano físico, moral ou espiritual).

O verdadeiro carismático é ou se torna missionário, mas com zelo. O testemunho de sua vida, obras é profundamente evangelizador e abre ao exercício dos carismas.

É necessário preocupar-se com o fato de se sentir incapaz de evangelizar. O testemunho do amor a Jesus reveste inúmeros aspectos que não pedem grande formação espiritual ou competências. Há de rezar para perceber claramente a direção a que Deus nos envia. Discerni-lo não é difícil, nunca se engana quem quer praticar o amor.

3 – A Pobreza Evangélica:

Refiro-me aqui ao Espírito de pobreza, que deveria animar todo o cristão, que possibilita tornar-nos dependentes de Deus, não do mundo, de confiar que sua sabedoria cuida e nos conduz a verdadeira alegria.

 

 

EXERCÍCIO:

 

Ver Mt 13,1-9.19-23 (Parábola do semeador) e meditar para logo em seguida mergulhar em oração. Meditar sobre as três bases.

Ver I Cor 14,1 . 12,4-11

 

 


IV – “O ACOLHIMENTO DOS CARISMAS”

 

Como saber se recebemos um carisma?

Como ajuda-lo a emergir?

Como colaborar com a graça para fazê-lo crescer?

- É sobre esses aspectos que iremos tratar neste IV módulo.

Para iniciar queria dizer-lhe que essa matéria requer prudência, nela não se pode ser completo, longe disso! Algumas regras práticas orientarão nossa caminhada.

Se fizermos parte de um Grupo de Oração com um mínimo de estrutura, que possibilite o discernimento e com irmãos que exerçam funções de unidade e de autoridade não há porque temer.

Se eu me enganar, eles me avisarão com caridade, a médio, curto prazo, pois um falso carismático mancha a unidade comunitária, freia o impulso da oração do Grupo de Oração e não se pode deixar de percebê-lo.

A humildade é necessária para ouvi-los sem revoltas e ou afetar-me.

Em um Grupo de Oração e/ou Comunidade é sinal de maturidade essa unidade e essa possibilidade de correção fraterna, na caridade.

Um carisma verdadeiro avalia-se pelos seus frutos de confirmação, para ser ratificado e exercido mais plenamente. A confirmação mais do que o carisma em si mesmo é o sinal da Obra de Deus. A meu ver, quando 4 ou 5 confirmações forem recebidas podemos ver que se trata de um dom autentico.

O surgimento dos dons não depende do grau de antiguidade ou de hierarquia do Grupo de Oração e/ou Comunidade.

A experiência da efusão do Espírito Santo é fecunda mais do que se pensa, esta fecundidade não é considerada com fé e é realmente ai que as “comportas celestes” se abrem; talvez a preparação para a efusão lucrasse se insistíssemos sobre essa realidade como promoção dos carismas.

Nossa oração para a obtenção dos carismas é legítima, na medida que for uma oração de abandono. Pedimos os carismas não para nós, mas para o bem de nossa Comunidade. A Sabedoria Divina compete dispensar os carismas para esse fim; a nós aguardar com paciência e confiança.

A eclosão de um carisma embrionário detecta pela multiplicação das coincidências. A Gênesis de um carisma é obra do Espírito Santo em nós, e é a partir do testemunho do Espírito em nós, que jorra progressivamente o dom. A escuta interior é fundamental, precisamos aprender a escutar o próprio coração, finalidade da verdadeira oração.

Deus está falando ao nosso coração, as preocupações da vida nos mantém “à superfície de nós mesmos” e às vezes até as nossas reuniões de oração.

Como último conselho diria para aqueles que ainda questionam-se positivamente a respeito dos carismas, que rezem com pessoas que já têm um carisma confirmado. Entrar na “unção espiritual” de alguém que já tem o costume de viver o carisma é muito proveitoso, pois é capaz de ativar um dom nascente que seria difícil desenvolver.

Finalmente: a palavra-chave é a confiança em Deus, no Emanuel, afinal de contas é o nosso carisma, Deus que cuida de seus filhos e os quer fazer crescer. Ele nos deu muito mais do que imaginamos, depende de nós deixá-los jorrar.

 


V – “EXERCER OS CARISMAS”

 

A uma espécie de “santa anarquia” (a do Espírito Santo) que não podemos nunca controlar. Alguns carismas serão quase permanentes, outros esporádicos. Posso ter um carisma de cura e rezar em vão por um doente cuja cura desejo, etc.

Receber um carisma confirmado, autêntico, não me atribui poder nenhum sobre Deus e providência. A vida carismática requer, a docilidade crescente ao Espírito Santo.

Isso não quer dizer que elas não envolvam com o tempo, através de um amadurecimento progressivo e seu exercício. Ele deve amadurecer se não definha. Se ficar estagnado demais no tempo, já está se apagando.

Para amadurecer um carisma é necessário exercita-lo freqüentemente, mesmo que Deus não esteja sempre atuando “na hora marcada”. Um carisma autêntico deve poder ser colocado em condições de “funcionar”, isto deve ser uma preocupação normal dos responsáveis por Grupos de Oração e/ou Comunidades.

O exercício de um carisma não se faz jamais em detrimento da unidade de um Grupo de Oração e/ou Comunidade. Mesmo que amadurecido e confirmado o carisma não exclui de quem o recebeu certas exigências:

 

- A Obediência: aos responsáveis, que segundo o seu carisma administram o melhor possível a unidade no Grupo de Oração e/ou Comunidade e o seu crescimento, de que deverão render contas a Deus...

 

- Vida de Oração mais abundante e regular: tanto pessoal como em grupo. E até contemplativa, que deve tornar-se um diálogo íntimo com Deus. Esta se alimenta dos sacramentos e nutre a escuta interior, tão indispensável à vida carismática. Acrescentaria a assistência de um diretor espiritual.

 

- A Busca da Humildade: Deus é quem nos escolhe para sermos seus instrumentos, é ele quem faz tudo.

 

- A Alegria: a eclosão dos carismas não é compatível com a tristeza permanente! Somos chamados a praticar a alegria, não somente a exuberante, mas uma mais profunda, ligada a uma fidelidade à oração, a um desejo de se doar pelo Cristo, até em certos sofrimentos... Não é à toa que acolhemos sofredores de todo tipo no nosso seio.

 

- Estar Pronto a Renúncias Imprevistas: estar exposto a transtornos, surpresas, alterações de programa, escolhas a fazer para permanecer fiel à graça. Não ver o carisma sob o seu aspecto “confortável” (Lc 14,28).

O exercício carismático no seu desenvolvimento é cansativo e desconhecemos isso, se não recorremos à oração a ______ nos pegará rapidamente, visto que esta aprendizagem nem sempre nos agrada.

 

- Uma Vigilância Espiritual: com efeito, o tentador não gosta dos verdadeiros carismáticos, por reconduzirem ao Senhor. E tentará, sobretudo pelo lado efetivo arruinar a atividade que se mostra fecunda. Sua cilada é tanto mais temível quanto sua chegada é despercebida. Aquele que exerce um carisma nunca se acredite mais forte do que os outros.

 

E para onde nos leva o aprendizado dos carismas?

No início, quando começam a ser percebidos em nosso interior, eles são vividos como um fenômeno estranho, confundindo-se com as nossas reações psicológicas ou espirituais. Com a experiência vinda da prática aprendemos a individualizá-los e percebemos o modo do Espírito em nós.

Aí está a primeira maturidade do carisma: reconhecer em si a obra do Espírito e abandonar-se a ela numa docilidade que se adquire pelo crescimento da ousadia e na confiança.

A segunda maturidade do carisma: que se avalia pelos frutos, cada vez mais abundantes, porém com períodos de calmaria que podem acontecer. Maturidade em que as profecias serão mais estupendas, as curas mais numerosas ou significativas, os discernimentos mais afinados e mais valiosos, palavras de conhecimento imediato mais precisas, abalando o seu destinatário até persuadi-lo que Deus está realmente cuidando dele.

          

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