Confissão
A palavra confessar no antigo testamento apresenta três
significados: louvor; engrandecer os dons de Deus; reconhecer as próprias faltas.
A
confissão dos pecados (acusação), mesmo do ponto de vista simplesmente humano, nos
liberta e facilita nossa reconciliação com os outros. Pela acusação, o homem encara de
frente os pecados dos quais se tornou culpado: assume a responsabilidade deles, assim,
abre-se de novo a Deus e à comunhão da igreja, a fim de tornar possível um futuro novo.
Instituição
Cristo
instituiu este sacramento para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes de tudo
para aqueles que, depois do batismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a graça
batismal e feriram a comunhão eclesial.
Só Deus perdoa
pecados, Jesus por ser filho de Deus, diz de si mesmo: O filho do homem tem o poder
de perdoar os pecados na terra (Mt 9,6). e exerce esse poder divino: Teus
pecados estão perdoados (Mt 9,2). Em virtude de sua autoridade divina, transmite
esse poder aos homens para que o exerçam em seu nome (Mt 18,18). E para que não restasse
dúvidas de que os poderes que prometera a São Pedro a título especial (Mt 16,19) e aos
apóstolos, incluindo o de perdoar os pecados, ao aparecer a eles no primeiro dia após a
ressurreição (Jo 20, 21-23).
No decorrer dos séculos, a forma
concreta segundo a qual a igreja exerceu este poder recebido do Senhor variou muito. Nos
primeiros séculos, a reconciliação dos cristãos que haviam cometido pecados
particularmente graves depois do batismo (por exemplo, a idolatria, o homicídio ou o
adultério) estava ligada a uma disciplina bastante rigorosa, segundo a qual os penitentes
deviam fazer penitência pública por seus
pecados, muitas vezes durante durante longos anos, antes de receber a reconciliação. A
esta ordem dos integrar em uma única
celebração sacramental o perdão dos pecados graves e veniais. penitentes (que incluía apenas certos
pecados graves) só se era admitido raramente e, em certas regiões, só uma vez na vida.
No século VII, inspirados na tradição monástica do oriente, os missionários
irlandeses trouxeram para a Europa continental a prática privada da
penitência que não mais exigia a prática pública e prolongada de obras de penitência
antes de receber a reconciliação com a igreja. O sacramento se realiza daí em diante de
uma forma mais secreta entre o penitente e o presbítero. Esta nova prática previa a
possibilidade da repetição, abrindo assim o caminho para a freqüência regular a este
sacramento permitia.
Atos do penitente
O
primeiro ato do penitente, é a dor da alma e o detestar do pecado cometido, juntamente
com o propósito de não voltar a pecar, também de confessar os pecados cometidos e de
reparar os males causados.
Contrição perfeita
Quando brota do amor de Deus, amado
acima de tudo. Esta contrição perdoa as faltas veniais e obtém o perdão dos pecados
mortais, se incluir a firme resolução de recorrer, quando possível, à confissão
sacramental.
Contrição
imperfeita ou atrição
É um dom de
Deus, um impulso do Espírito Santo. Nasce da consideração do peso do pecado ou do temor
da condenação eterna e de outras penas que ameaçam o pecador. (contrição por temor) .
Os penitentes devem, na confissão,
enumerar todos os pecados mortais de que tem consciência depois de examinar-se
seriamente, mesmo que esses pecados sejam muito secretos e tenham sido cometidos somente
contra os dois últimos preceitos do decálogo (conf. Ex 20,17; Mt 5,28), pois, às vezes,
esses pecados ferem gravemente a alma e são mais prejudiciais do que os outros que foram
cometidos á vista e conhecimento de todos.
Quando os
cristãos se esforçam para confessar todos os pecados que lhes vêm à memória, não se
pode duvidar que tenham o intuito de apresenta-los todos ao perdão da misericórdia
divina. Os que agem de outra forma, tentando ocultar conscientemente algum pecado, não
colocam diante da bondade divina nada que ela possa perdoar por intermédio do sacerdote.
Pois, se o doente tem vergonha de mostrar sua ferida ao médico, a medicina não
pode curar aquilo que ignora.
Conforme o
mandamento da igreja, todo fiel, depois de ter chegado à idade da discrição, é
obrigado a confessar seus pecados graves, dos quais tem consciência, pelo menos uma vez
por ano.
Aquele que tem
consciência de ter cometido um pecado mortal, não deve receber a sagrada comunhão,
mesmo que, esteja profundamente contrito, sem receber previamente a absolvição
sacramental, a menos que tenham um motivo grave para comungar e lhe seja impossível
chegar a um confessor.
A confissão regular de nossos pecados
veniais, nos ajuda a formar a consciência, a lutar contra nossas más tendências, a
deixar-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito.Recebendo mais
frequentemente, por meio deste sacramento, o dom da misericórdia do pai, somos levados a
ser misericordiosos como ele.
Em caso de necessidade grave, pode-se
recorrer à celebração comunitária da reconciliação com confissão e absolvição
gerais. Esta necessidade grave pode apresentar-se quando
há um perigo iminente de morte sem que o ou os sacerdotes tenham tempo suficiente para
ouvir a confissão de cada penitente. A necessidade grave pode também apresentar-se
quando, tendo-se em vista o número dos penitentes, não havendo confessores suficientes
para ouvir devidamente as confissões individuais num tempo razoável, de modo que os
penitentes, sem culpa de sua parte, se veriam privados durante muito tempo da graça
sacramental ou da graça da sagrada Eucaristia. Nesse caso, os fiéis devem ter, para a
validade da absolvição, o propósito de confessar individualmente seus pecados graves no
devido tempo. Cabe ao Bispo diocesano julgar se os requisitos para a absolvição geral
existem. Um grande concurso de fiéis ou de peregrinações não constitui caso de tal
necessidade grave.
A confissão individual e
integral seguida da absolvição continua sendo o único modo ordinário pelo qual os
fiéis se reconciliam com Deus e a Igreja, salvo se uma impossibilidade física ou moral
dispensar desta confissão. A confissão pessoal é, pois, a forma mais significativa da
reconciliação com Deus e com a Igreja.
Quando alguém
se esquece de mencionar na confissão um ou mais pecados mortais que tenha cometido, ao
recordar desse pecado, deve menciona-lo na próxima confissão.
Na confissão
nunca devemos mencionar os pecados dos outros (por exemplo: marido, sogra etc.).
Convém preparar-se para receber este
sacramento fazendo um exame de consciência à luz da palavra de Deus.
Para que a nossa confissão seja boa,
devemos aceitar a penitência que o sacerdote nos prescreve e ter a intenção de
cumprí-la no tempo que ele nos fixar.
Fontes de pesquisa
Bíblia Ave-Maria
Catecismo da Igreja Católica
Livro: A fé explicada;FB II
Encíclica Reconciliação e Penitência
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