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SAÚDE E DOENÇA : a doença ,o doente ,o adoecer e a morte.

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O homem sempre lutou contra a doença e, num sentido mais amplo, lutou contra a morte, buscando preservar sua vida terrena, lutando contra a doença dos modos mais diferentes, em cada época e cultura.

 

A morte está presente na vida do ser humano em todas as idades, tendo características diferentes segundo o estágio de desenvolvimento em que se encontra o indivíduo.

O homem é, provavelmente, o único ser vivo que sabe, com certeza, do seu ser mortal, e do seu ter-que-morrer. Sabendo disso reage ao percebido. Neste sentido, o ser humano tem razões para temer pela sua vida, em ter medo de sua morte, do seu não-poder-mais-ser, percebe então que cada momento de sua vida é irrecuperável e por isso tem que ser aproveitado. Poderíamos dizer que os problemas do ser humano são amplos, desde a dor, o sofrimento, o abandono, o desamparo, a angústia, e cada indivíduo se manifesta de um modo pessoal diante da vida, pelas atitudes no cotidiano, pela maneira de falar, vestir-se e se comportar, assim como pela manifestação de sua doença.

A saúde é um processo a ser adquirido e conquistado em todos os momentos da vida, assim como as potencialidades para as realizações. Pode-se dizer que ser saudável é uma conquista contínua e não algo definitivo e eterno.

Todos os aspectos relacionados à doença, ao doente e ao adoecer estão presentes também na vida dos profissionais que atuam na área hospitalar e os inquietam, trazendo à tona questões pessoais que merecem ser consideradas também por eles, enquanto membros de uma equipe que atua junto aos doentes.

 RESPOSTA À PERDA

A ameaça de doença precipita comportamentos de adaptação associados à perda. Os pacientes que estão morrendo devem adaptar-se á perda da vida; à perda da saúde ou á perda de um membro, um golpe na auto-imagem, ou uma alteração necessária no estilo de vida.

A resposta à perda pode ser descrita nas quatro fases subseqüentes:

1° Choque e incredulidade

2° Desenvolvimento de consciência

3° Restituição

4° Resolução

 Choque e Incredulidade

No primeiro estágio da resposta à perda, os pacientes demonstram os comportamentos característicos de negação. Não compreendem o significado racional e o impacto emocional do diagnóstico.

 Tratamento de Enfermagem

O princípio de intervenção consiste não em remover a defesa da negação, mas em apoiar o paciente e reconhecer a situação através da assistência de enfermagem.

O enfermeiro reconhece e aceita a doença do paciente mediante observação do monitor ou troca de curativos. Dessa forma, o enfermeiro comunica a aceitação do paciente através do tom de voz, da expressão facial e do toque.

 Desenvolvimento de Consciência

Neste segundo estágio da angústia, o comportamento do paciente é caracteristicamente associado à raiva e à culpa. A raiva pode ser expressa de forma evidente e pode ser dirigida para a equipe, referente a descuidos, atrasos e pequenas insensibilidades. Nesta fase, a dura realidade já teve seu impacto. O deslocamento da raiva para outros ajuda a suavizar o impacto da realidade sobre o paciente. A expressão da raiva dá a ele uma sensação de poder em um estado aparentemente de desamparo. Um comportamento exigente e um tom queixoso, com freqüência, caracterizam este estágio e representam as tentativas primitivas do paciente de recuperar o controle que parece ter sido perdido.

Tratamento de Enfermagem

Durante o desenvolvimento de consciência do paciente, a intervenção de Enfermagem deve ser dirigida para apoiar o sentimento básico de autovalorização do paciente, permitir e incentivar a expressão direta de raiva.

Restituição

Neste estágio, o paciente angustiado põe de lado a raiva e a resistência e começa a adaptar-se construtivamente com a perda.

Ele tenta novos comportamentos que são compatíveis com as novas limitações. O nível emocional é de tristeza, e o tempo passado chorando é útil. À medida que o paciente adapta-se a uma nova imagem, passa tempo considerável revendo memórias significativas relevantes para a perda.

Tratamento de Enfermagem

Durante a restituição, a assistência de Enfermagem deve ser novamente de apoio para que possa haver adaptação. É necessário ouvir o paciente por longos períodos de tempo. O paciente pode exigir privacidade, aceitação e incentivo para chorar, de forma que possa ser obtido alívio da tristeza.

Durante este período, a família também passou por um processo semelhante. Ela também sofreu choque, descrença, raiva e tristeza. Após estar pronta para tentar resolver seus problemas, suas energias são orientadas para imaginar como as mudanças no paciente afetarão sua relação mútua e seu estilo de vida. Ela também sofreu a dor da desordem e da incerteza. Os enfermeiros também devem ajudar a família. Permitindo à família discutir sua repulsa, medo e demonstrando aceitação destes sentimentos, o enfermeiro pode ajudá-la a ser mais útil para o paciente e a aceitá-lo. Através da atenção intensiva, o enfermeiro pode identificar os projetos e então redirecionar os membros da família reciprocamente, de forma que possam dar e receber apoio. A avaliação da normalidade de sentimentos indesejados também ajuda a aceitação futura. Enquanto diminui a culpa e a acusação.

Resolução

A resolução é o estágio de mudança da identidade. Inicialmente os pacientes podem super identificar-se como inválidos. Eles podem discriminar-se e fazer comentários depreciativos sobre seus corpos. Outro método que os pacientes podem usar é dissociar-se emocionalmente da causa do trauma (p. ex., um estoma, prótese, cicatriz ou membro paralisado), citando-a e referindo-se a ela de forma simultaneamente alienada e carinhosa.

Tratamento de Enfermagem

A intervenção de Enfermagem centraliza-se em auxiliar o paciente a encontrar o grau de dependência que é necessário e pode ser aceito. O enfermeiro deve aceitar e reconhecer com o paciente que ocorrerão períodos de hesitação entre a independência e a dependência.

QUANDO O PACIENTE  ESTÁ MORRENDO

Estresse e Adaptação Familiar

A entrada do paciente em situação de doença com vida-morte ameaça e altera, por várias razões, a homeostasia familiar.  Além dos temores realistas sobre perda da vida, as contribuições do membro hospitalizado são perdidas para a família. As responsabilidades do paciente devem ser acrescentadas agora às responsabilidades de outros. Isso altera seus horários e atividades. Quando essas responsabilidades não são cumpridas, os membros da família apresentam vários graus de desconforto e contrariedade.

 Histórico e Tratamento

Na maioria das vezes, os objetivos do enfermeiro intensivista são preservar a vida e facilitar a cura. Freqüentemente os enfermeiros experimentarão sensação de desapontamento e fracasso quando um paciente morre. Eles naturalmente apresentam tristeza quando seus pacientes morrem.

Conforto

A busca constante do conforto é o objetivo primário da Enfermagem para o paciente agonizante. Isso é particularmente importante quando foi tomada a decisão de interromper tratamentos, e o objetivo é alterado da cura para o apoio e o conforto.

•O alívio da dor é uma parte importante do conforto;

•A higiene oral pode ser facilmente negligenciada no paciente que não se alimenta;

•O ressecamento, a salivação, o odor e a nutrição inadequada podem causar dor e desconforto;

•O posicionamento, os cuidados com a pele e a massagem são, todos, medidas úteis para obtenção de conforto.

 Comunicação

A atenção satisfatória é o fundamento da comunicação efetiva. Alguns pacientes não desejam falar sobre morte, fazê-lo, acaba com qualquer esperança que tenham. Os membros da família podem preferir usar o tempo para recordar memórias especiais, reconciliar desentendimentos passados, e perdoar um ao outro por erros passados. Espera-se que tenham tempo e condições para dizer o que necessitam. A responsabilidade do enfermeiro é estabelecer uma atmosfera na qual possa ocorrer este tipo de comunicação.

Crianças

Se o paciente deseja ver um filho ou neto e, se a criança deseja ver o paciente em uma unidade de terapia intensiva, deve-se fornecer a ela explicações simples e curtas sobre a condição do paciente.

 Coesão e Integração Familiar

A família em crise é vulnerável a todos os tipos de outros estresses. E de extrema importância ajudar os membros da família a apoiarem-se uns aos outros. Freqüentemente eles desejam que um membro da família permaneça com o paciente. É suficiente para muitas famílias estar juntos e disponíveis uns para os outros. O enfermeiro pode preferir dizer a alguns membros da família que, embora pareça que não estejam fazendo nada pelo paciente, sua presença parece relaxar ou confortar o paciente.

Consistência e Perseverança

A medida que os pacientes aproximam-se da morte, os enfermeiros tendem a passar menos tempo com eles. Esta diminuição do contato pode provocar sentimentos de abandono, tristeza e desesperança tanto nos pacientes quanto na família. Além disso, alterações da equipe aumentam sua sensação de isolamento e fazem com que gastem energia adaptando-se a novas pessoas. A designação de equipe contínua, que não se retira, ajuda o paciente e a família a desenvolver confiança e a sensação de vinculação em grupamentos que pode tornar-se uma experiência recompensadora para todos os envolvidos.

Serenidade

A serenidade pode ser descrita como a capacidade de sentir-se à vontade com o paciente agonizante. Para vários enfermeiros, sentir-se à vontade em relação à morte depende da capacidade de modificar objetivos de preservação da vida por objetivos de preservar a integridade pessoal e a estabilidade familiar quando o paciente está agonizante. Em vez de considerar a morte como um símbolo de fracasso, os enfermeiros podem vê-la como uma experiência de enriquecimento da vida e profissionalmente gratificante.

 SUMÁRIO

             A natureza da Enfermagem em cuidados intensivos expõe o enfermeiro a repetidas perdas. Quando ele já sofreu este tipo de perda por morte em sua vida pessoal, lidar com pacientes agonizantes pode algumas vezes reativar sentimentos e memórias associados a esta perda pessoal. Portanto, é essencial que na equipe de Enfermagem uns apóiem os outros, principalmente ouvindo de forma tolerante quando um colega está expressando sentimentos geralmente considerados inaceitáveis.  

Perda e Luto

A perda faz parte do ciclo de vida. Todas as pessoas vivenciam perdas na forma de alteração, crescimento e transição. A experiência da perda é dolorosa, ameaçadora e solitária, e ela deflagra um grupo de respostas emocionais. As pessoas podem hesitar entre a negação, choque, descrença, raiva, inércia, ansiedade intensa, solidão, melancolia, perda de controle, depressão e angustia espiritual.

Superpostas às perdas normais associadas aos estágios do ciclo de vida, estão as perdas potenciais de saúde, de uma parte do corpo, da auto-imagem, da auto-estima e, até mesmo, da própria vida. Quando a perda não é reconhecida ou é cumulativa, a ansiedade, a depressão e os problemas de saúde  podem ocorrer. Da mesma forma, as pessoas com problemas de saúde física, como o diabetes melito, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), distúrbios cardíacos, distúrbios gastrintestinais e comprometimentos neurológicos, tendem a responder a essas doenças com sentimentos de luto.

As pessoas vivenciam o luto de maneiras diferentes, e não existe uma linha temporal para completar o processo de luto. Esse período freqüentemente depende do significado da perda, do intervalo de tempo que a pessoa ou objeto foi conhecido ou amado, da antecipação ou preparação para a perda, da estabilidade e maturidade emocional da pessoa, e da habilidade de enfrentamento da pessoa. Independente da duração do processo de luto, existem duas metas básicas: (1) curar-se (2) recuperar-se da perda. Os outros fatores que influenciam o luto são o tipo de perda, as experiências de vida com as diversas alterações e transições, as crenças religiosas, as bases culturais e o tipo de personalidade. Alguns pacientes podem recorrer ao uso abusivo de substancias prescritas, drogas ilegais ou álcool, caso eles achem difícil lidar com a perda; o processo de luto é, então, complicado pelo uso de substancias com potencial para a aicção.

 

Implicações para a enfermagem

As enfermeiras diagnosticam os pacientes e membros da família que estão em luto e trabalham com eles para empreender as quatro tarefas principais do processo de luto: (1) aceitação da perda, (2) reconhecimento da intensidade da dor, (3) adaptação à vida após a perda e (4) cultivo de novas relações e atividades.

 

Cuidados de enfermagem para os enlutados

·        Ter contato físico (com a permissão do paciente) e emocional com a pessoa.

Avaliar em que etapa a pessoa está no processo de luto.

Demonstrar compaixão e cuidado verdadeiro.

Dar permissão para a pessoa se lamentar e normalizar o processo de tristeza.

Mencionar a perda ou o nome da pessoa morta.

Encorajar a pessoa a falar sobre a relação que tinha com a pessoa morta.

Compreender que as pessoas precisam falar sobre os eventos e sentimentos em torno da morte e serem repetitivos.

Dizer à pessoa que ela deve esperar oscilações de humor, dor e varias alterações na vida.

Focalizar o esclarecimento e uso das habilidades de enfrentamento do estresse.

Permitir que a pessoa tenha um tempo para o luto e focalizar sobre o autocuidado.

Encorajar fontes de conforto, como religião ou natureza.

Identificar as perdas secundarias e os negócios não terminados.

Saber se haverá uma recuperação eventual.

Discutir o fenômeno do aniversario.

Encorajar os cuidados médicos ou psiquiátricos, quando necessários.

 

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