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iim DO PÚBLICO AO PRIVADO, Revista Expresso, 30/10/99
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Perfil sorridente de Jorge Rangel - Presidente do Instituto Internacional de Macau DO PÚBLICO AO PRIVADO
![]() Formado em Letras na Universidade de Lisboa, cumpriu o serviço militar na Guiné, tendo trabalhado no estado-maior do general Spínola. À data de 25 de Abril de 1974, ainda estava em Bissau. Regressou a Macau no ano seguinte, para se envolver de imediato na política local. Nas primeiras eleições para a Assembleia Legislativa liderou uma lista independente, a GEDEC, ou Grupo de Estudos para o Desenvolvimento Comunitário de Macau, e foi eleito deputado. Em quatro séculos, a soberania portuguesa foi exercida exclusivamente por... portugueses. Só nos últimos 20 anos é que os quadros locais foram chamados para o Governo - e mesmo assim apenas três tiveram essa honra: Ayres da Silva, Ana Maria Perez e Jorge Rangel. O primeiro foi Ayres da Silva, que o governador Melo Egídio foi buscar para secretário-adjunto das Obras Públicas. Ana Maria Perez foi nomeada por Rocha Vieira para os Assuntos Sociais e cessou funções em 1996. Rangel foi quem desempenhou funções governativas durante mais tempo: recrutado pelo almirante Almeida e Costa, voltou ao executivo com Rocha Vieira, que o nomeou secretário-adjunto para a Administração, Educação e Juventude. No interim, e a convite do governador Carlos Melancia, foi o primeiro presidente da Fundação Macau. Dos três, é o único que ficou no território - os outros residem em Portugal. Durante a gestão de Almeida e Costa, Rangel sofreu as consequências do confronto entre o governador e a comunidade macaense, liderada por Carlos Assumpção. O tempo e a evolução de Macau ajudaram a superar esse velho contencioso. Até porque Jorge Rangel deixa obra feita. Na última década, foi manifesto o grande investimento no ensino básico, na formação de quadros, no Instituto Politécnico e na Universidade. Um esforço que não foi em vão, mas que foi muito tardio. Em Setembro passado, foi o rosto do governo de Macau num programa da CNN. Durante meia hora, a partir dos estúdios de Hong Kong, esteve em directo no programa «Q&A», respondendo em inglês a perguntas dos espectadores e conseguindo uma boa prestação. A entrevista foi seguramente um dos pontos altos da sua carreira política e confirmou-o como o número dois do governo do general. Homem de perfil político conservador, foi convidado para integrar quer o PSD quer o CDS - com os contactos a serem feitos, respectivamente, por Sá Carneiro e Lucas Pires. Recusou ambos os convites e mantém o estatuto de independente. Um dos macaenses com mais experiência política, conseguiu criar ao longo dos anos uma ampla rede de colaboradores, espalhados um pouco por toda a administração pública. A sua relação com o futuro chefe do
executivo passa por ser excelente. Edmond Ho foi mesmo escolher para seu
chefe de gabinete um dos assessores de Rangel, Ho Veng On. No entanto, a
sua condição de macaense que serviu a administração portuguesa
comprometeu definitivamente o seu futuro político no território. A sua
aposta profissional continua a passar por Macau. Pelo menos a médio
prazo, estando empenhado no lançamento do Instituto Internacional de
Macau. Quanto ao mais, prefere nada adiantar. A condecoração de que tem
mais orgulho é a de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Foi-lhe atribuída em 1982, pelo presidente Ramalho Eanes. «Deste nível,
foi a primeira da História de Macau.»
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