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A Vida é Bela
Muito
barulho por nada. Ou quase nada.
Depois de muita pressão e de me sentir deslocada por
não ter visto esse grande filme (na opinião de todo mundo)
me senti meio pressionada e fui. Melhor seria ter ficado com a opinião
deles.
A primeira metade do filme é quase um filme a parte. E um filme
bom. Begnini, típico trapalhão italiano, de comédia
bem pastelão (como ‘Ladrões de Sabonete’ e ‘Volere, Volare’)
faz rir tentando conquistar sua “principesa”. Nada de magnífico,
mas bom.
O problema todo começará na segunda parte,
e na mais comentada. “É uma lição de vida” eu já
ouvi. Me preparei bem para tudo o que ia aprender. A direção,
os atores,nada de mal. O problema todo é a mensagem.
Como explicar a guerra e a descriminação a
uma criança? O que dizer quando ele perguntar o que ele fez
para estar ali, quando ele não fez nada? Quando ninguém fez
nada? O pior é que não há o que dizer. E deveria ficar
assim, até alguém ter uma idéia muito boa. E parece
que Sr. Begnini achou que teve.
Além de enganar a criança, o que nunca é uma boa
saída, a desculpa é muito esfarrapada. Ficar rindo da desgraça
é até desrespeitoso. Ele iria ganhar um tanque? Aquilo era
um jogo e ele se comportar os pontos? Não funciona.
Claro que não se contariam todos so horrores nem as
razões verdadeiras, até seus mínimos detalhes, por
estarem ali, por que, afinal, ele é apenas uma criança. Mas
ela tem o direito de saber. Pelo menos alguma coisa.
Que “lição de vida” pode se tirar disso? Nos
enganarmos e não vermos a realidade como ela é? Ver só
o que queremos, distorções? A felicidade não pode
vir de nos enganarmos. É certo que ele não buscava a felicidade
naquele momento, mas só apenas sofrer menos; mas é certo
também - que todos sabem – que a história é
uma metáfora. E o que ela passa é a auto-enganação.
Será que o filme fez tanto sucesso por que há
muitas pessoas que precisam distorcer a realidade para tentar buscar alegrias?
alegrias falsas?
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