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Rodovia Ariovaldo de Almeida Viana - Guarujá - Bertioga

Projeto transforma rodovia em estrada-parque
Rodovia Ariovaldo de Almeida Viana - Estrada Parque: Projetos de preservação e recuperação vão tentar salvar entorno da Guarujá-Bertioga.

A região da Ilha de Santo Amaro ( Guarujá ) conhecida como Rabo do Dragão, maior conjunto de remanescentes de mata atlântica, mangues e restinga do município do Guarujá, no litoral de São Paulo, agora tem mais chances de continuar preservado, com início da implantação da estrada -parque da Serra do Guararu. O Pórtico será inaugurado hoje, na Rodovia Guarujá-Bertioga.
A iniciativa é da fundação SOS Mata Atlântica, com apoio da Sociedade dos Amigos de Iporanga ( Sasip )e do Departamento de Estradas de Rodagem(DER). O trabalho começou a um ano, com um estudo socioambiental das comunidades tradicionais de caiçaras, áreas de ocupação, condomínios de luxo e estabelecimentos comerciais, existentes nos 4 mil hectares do Rabo do Dragão. Existem cerca de 1150 moradores na área, sendo as duas maiores comunidades, as de Cachoeirinha, com 150 famílias, e Prainha Branca, com 80 famílias, mais uma frequência razoável de surfistas e turistas de um dia.
As estradas-parques conferem as rodovias e acessos em áreas especialmente preservadas ou em unidades de conservação, o conceito de museu natural permanente de percurso, associado às atividades sustentáveis, educacionais, de sensibilização e lazer, por intermédio da implantação de equipamentos, sinalização, normas e metodologias específicas. O Projeto visa preservar uma das áreas ainda intactas de Mata Atlântica da Ilha de Santo Amaro, com suas ruínas históricas, sambaquis e a valorização da Cultura Caiçara.


  Estão previstas atividades de ecoturismo, educação ambiental, esportes radicais, pesquisa arqueológica, pesca esportiva, criação de animais marinhos em cativeiro e observação das espécies da Mata Atlântica através de passarelas que levem o visitante ao cume das árvores (arvorismo).

O que é uma RPPN
A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma unidade de conservação em área privada, destinada a esse fim de forma perpétua, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. A criação de uma RPPN é um ato voluntário do proprietário, que decide transformar seu terreno, ou parte dele, em uma reserva sem que isso provoque a perda da propriedade. Essa denominação surgiu em 2000, com a edição da lei que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), as RPPNs passaram a ser consideradas unidades de conservação. Hoje, o Ibama contabiliza 403 RPPNs no Brasil, o que significa uma área preservada de 435.737 hectares, equivalente a 435 mil campos de futebol. Essas reservas garantem a preservação de vários ecossistemas brasileiros, desde a Floresta Amazônica até a Mata Atlântica, passando pelo cerrado e pela caatinga. Em São Paulo, são 32 RPPNs. No litoral, existem três reservas particulares, duas em São Sebastião e uma em Ubatuba.

Área guarda tesouros arqueológicos
As encostas da Serra do Guararu guardam tesouros arqueológicos que levaram o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Arqueológico do Estado (Condephaat) a tombar a área. Ali, Martim Afonso teria desembarcado em 1532, dando início à colonização do Estado de São Paulo.
  Em 1550, o português José Adorno ergueu, às margens do Canal de Bertioga, a Ermida de Santo Antônio do Guaibê, capela onde o padre José de Anchieta catequizou os índios tupiniquins, permitindo a convivência pacífica entre os portugueses, à época governados por Tomé de Souza, e os guerreiros nativos.
  Abandonado, o sítio arqueológico poderá integrar o Parque da Serra do Guararu, juntamente com a Armação das Baleias e o Forte São Felipe, construção que também se encontra em ruínas, apesar de ter desempenhado papel fundamental na segurança da Vila de São Vicente e, mais tarde, do Porto de Santos, contra ataques dos índios tupinambás e de corsários.
  O Forte São Felipe cruzava fogo com o Forte São João, que fica do lado de Bertioga, impedindo a entrada de barcos pelo Canal em direção a São Vicente e Santos.
  A serra também testemunhou a partida da expedição de Estácio de Sá, que acabou por fundar a cidade do Rio de Janeiro. Segundo registros oficiais, a área começou a ser ocupada, de fato, a partir de 1840, por famílias que migraram de São Sebastião e da Ilha Montão de Trigo.
  Hoje, além de condomínios de luxo, o sopé da Serra do Guararu abriga 853 moradores, principalmente na Prainha Branca, onde existe uma comunidade caiçara que vive da pesca e da roça.

Região abriga diversas espécies de animais
Rica em biodiversidade, a Serra do Guararu é considerada o último trecho remanescente de Mata Atlântica intacto em Guarujá. As encostas servem de abrigo para felinos, como a onça parda e a jaguatirica. A vegetação, rica em palmito juçara, funciona como ninhal para tucanos, pica-paus e gaviões de várias espécies. Nas picadas que levam às praias Branca e de Iporanga, a trilha sonora fica por conta de tiés-sangue, saíras de sete cores e maritacas.
  Embora não exista um estudo específico sobre a área, o gerente de Meio Ambiente da Sociedade Amigos do Iporanga, Ricardo Zuppi, contabiliza relatos da aparição de tamanduás-mirins, bichos-preguiça, veados, pacas, tatus e gambás, além de centenas de espécies características da Mata Atlântica.
Além da importância em termos arqueológicos e de biodiversidade, a área também abriga centenas de nascentes que alimentam o Rio Iporanga, que corta a Serra do Guararu.
Fonte:1 - Liana John. jornal O Estado de São Paulo -28/09/2002
Fonte:2 - imagem cedida pela Embrapa
Fonte:3 - A Tribuna - Domingo, 15 de Agosto de 2004

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Last updated 15.01.2006
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