16-Ago-2005

Especialistas descobrem relíquias escondidas em Guarujá

Secretaria do Meio Ambiente


Técnicos da Prefeitura de Guarujá visitaram, recentemente, o Sítio Cachoeira, na Estrada Guarujá-Bertioga e constataram a existência de um rico patrimônio histórico e cultural. Segundo os especialistas, ficou claro que a região, conhecida como Rabo do Dragão, foi também a primeira, do Município, a ser habitada por não-indígenas.

A descoberta foi feita através de uma análise para o projeto Caminhos da Mata, uma iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente (Semam), em parceria com a Secretaria de Turismo. O projeto visa levar crianças e adolescentes carentes para percorrer trilhas históricas e ecológicas da Cidade, enquanto recebem a prática da Educação Ambiental.

No quilômetro 13 da Estrada, a equipe constatou, ainda, a existência de uma palmeira imperial com mais de 150 anos e cerca de 50 metros de altura, além de paredes de sustentação de uma roda d’água que movia um engenho de cana para a produção de cachaça.

A casa do capitão Gabriel Bento de Oliveira, onde eram alfabetizadas as crianças da região, hoje é uma escola municipal que leva seu nome, onde está sendo ministrado o curso de Educação Ambiental e Cidadania do projeto Paracom, uma parceria entre a Semam e a Organização Não Governamental Caá-Oby.

Já no quilômetro 14, os técnicos encontraram vestígios de uma possível senzala, em um pequeno pilar com azulejos antigos. No quilômetro 16, uma residência da neta de uma escrava e um índio, dentro da mata (só se chega no local por meio de uma trilha) ainda abriga antigos fornos de carvão.

Há um possível cemitério indígena, no quilômetro 17, onde hoje se encontra a Escola Bairro Bom Jardim. Em 1963, na construção da escola, foram achados mais de 2.000 pedaços de ossos. Na mata, entre os quilômetros 18 e 19, existem ruínas de uma capela, com dez pilastras. Enquanto no quilômetro 20 é possível encontrar uma casa feita de taipa e um antigo porto de areia.

Resgate - A comunidade do Sítio Cachoeira quer resgatar a identidade histórica e nativa da região. “Não podemos deixar nossa história morrer. Restam poucos moradores antigos e, por isso, estamos fazendo este trabalho de fortalecimento e registro com as autoridades”, revelou o presidente da Sociedade dos Moradores e Amigos da Cachoeira (Somac), Sidnei Bibiano dos Santos.

“Temos ruínas, escrituras de posse, e nem mesmo estamos inseridos no mapa da Cidade”, lembrou. A comunidade da Cachoeira, centenária e tradicional caiçara, está reivindicando a regularização fundiária do Rabo do Dragão.

Na noite desta segunda-feira (15), moradores das comunidades da Prainha Branca e do Perequê também pediram a regularização e agendaram uma reunião com o prefeito, o vice-prefeito e secretário de Assuntos Jurídicos e com o secretário do Meio Ambiente, para assinarem, formalmente, o pedido. A reivindicação aconteceu durante uma aula inaugural do projeto Paracom, na Escola Municipal Gabriel Bento de Oliveira (quilômetro 13)

”A comunidade ficou surpresa ao ver que o primeiro bairro do Município está fora do mapa”, afirmou Bibiano. Mais de 60 pessoas das três comunidades foram assistir à primeira aula do curso, o que superou todas as expectativas da organização.


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