IDC - Índice da Doutrina Católica
Indicando o caminho da Verdade.

         A primeira parte do Sacrifício (Ofertório) conseguiu uma pré-santificação remota das espécies que hão de converter-se no Corpo e no Sangue do  Salvador. Chegamos agora ao mistério magno, à parte mais santa e egrégia da Missa, ao mistério, àquilo de que só se podem aproximar os ministros do Senhor, solenemente consagrados a seu Serviço: o Cânon. O centro desta maravilhosa invocação de Deus são as palavras de Cristo, palavras sagradas e secretas que não podem ser proferidas por qualquer um e que encerram - pela vontade suprema do Criador - uma virtude sobrenatural: a força de fazer o maior dos milagres. Em redor delas se constrói como defesa e engaste, uma série de preces rezadas em voz baixa. Para realçar o conjunto, colocaram-se antes e depois dele dois cantos de conteúdo sublime e magicamente modulados (o primeiro provido duma introdução; o segundo, em troca, de um desenvolvimento).

        Este edifício simétrico - o Cânon - compôe-se do Prefácio e do Cânon propriamente dito, elementos de unidade historicamente incontestáveis, mas que do ponto de vista litúrgico claramente se diferenciam, pois um é cantado ou recitado em voz alta (e comparável à fachada imponente e vigorosa dum templo) e o outro é rezado em segredo, para que suas palavras não sejam profanadas (e semelhante ao recinto que só os eleitos podem pisar).*

    (*) Introdução à Liturgia, Alberto Wagner de Reyna, Agir Editora, 1947.