BANDEIRA NEGRA ANARQUISTA

A Bandeira Negra na História Anarquista

O primeiro caso de fato é desconhecido. Parece que este crédito é reservado a Louise Michel, famosa participante na Comuna de Paris de 1871. De acordo com o historiador Anarquista George WoodCock, Michel ergueu a bandeira negra em 9 de Março, 1883, durante uma passeata de desempregados em Paris, na França. A passeata contava com 500 pessoas e Michel como líder, gritando: "Pão, trabalho ou comando!", eles roubaram três padarias antes da policia vir intervir. Nenhum aparecimento mais antigo pode ser encontrado da bandeira negra. Não muito depois do símbolo negro ter chegado à América. Paul Avrich reportou que em 27 de Novembro de 1884, a bandeira negra foi erguida em Chicago, durante uma passeata Anarquista. De acordo com Avrich, Espiões de Agosto, um dos famosos mártires de Haymarket, "notou que essa foi a primeira vez em que [a bandeira negra] foi erguida em solo Americano" (Avrich, The Haymarket Tragedy, 144-145). Em uma nota mais tétrica, 13 de Fevereiro, 1921 foi a data do fim das bandeiras negras na União Soviética. Naquele dia, o funeral de Peter Kropotkin estava sendo realizado em Moscou. Milhares de pessoas cuja marcha se estendia por milhas, carregavam cartazes negros onde estava escrito, "Onde há autoridade não há liberdade" (Avrich, The Anarchists in the Russian Revolution, 26). Parece que bandeiras negras não apareceram na Rússia até a fundação do movimento Cherone Zhania (cartaz negro) em 1905. Apenas duas semanas depois da marcha do funeral de Kropotkin, a rebelião Kronstadt quebrou-se e a Anarquia na Rússia desapareceu durante um bom tempo. Enquanto os eventos acima são bem conhecidos, como já foi relatado, a origem exata da bandeira negra não é. Sabe-se que vários grupos Anarquistas no começo de 1880 adotaram títulos associados com negro. Em Julho de 1881, A Internacional Negra se encontrou em Londres. Isso foi uma tentativa de reorganizar a parte Anarquista da recém dissolvida Primeira Internacional. Similarmente houve a Banda Preta na França(1882) e a Mano Negra (Mão Negra) Andalusia, Espanha (1883). Essas datas são imediatamente previas as da passeata de Michel (1883) e as bandeiras negras de Chicago(1884).
Solidificando ainda mais esse período (começo de 1880) foi o nascimento do nome da publicação francesa anarquista de pequeno período de vida: "Le Drapeau Noir" (A Bandeira Negra). De acordo com Roderick Kedward, Esse jornal anarquista existiu por alguns anos antes de Outubro de 1882, quando uma bomba foi lançada numa lanchonete em Lyons. (Kedward, 35). Reforçando essa teoria, Avrich diz que em 1884, a bandeira negra era o "novo emblema anarquista" (Avrich, The Haymarket Tragedy, 144). Concordando, Murray Bookch reporta que "nos últimos anos Anarquistas tenderam a adotar a bandeira negra" falando do movimento Espanhol Anarquista em Junho, 1870 (Bookchin, 51n1). Naquele tempo, Anarquistas usavam a bandeira negra largamente. Parece óbvio(embora não conclusivo) que é nesse período que a bandeira negra se aliou ao Anarquismo.

Porque a cor preta?


Parece que achar quando a conexão foi feita é muito mais fácil do que achar o porque, exatamente, negro foi escolhido. O "Alarme" De Chicago, disse que negro é o "temeroso símbolo da fome, miséria e morte" (Avrich, The Haymarket Tragedy, 144). Bookchin estava que a bandeira negra é o "símbolo da miséria dos trabalhadores e a expressão de raiva e tristeza" (Bookchin, 51n1). De acordo com isso, Albert Meltzer mantém que a associação da bandeira negra e a revolução da bandeira negra originaram em Rheims [França] 1831 ("Trabalho ou Morte") em uma passeata de desempregados (Meltzer, 49). Na realidade ele acaba admitindo que foi a passeata de Michel em 1883 que solidificou a associação. Mas há outras possibilidades. Preto é uma cor muito poderosa, ou anticor. Os 1880s foram um tempo de extrema atividade anarquista, A Internacional Negra viu a introdução da "propaganda do feito" como uma plataforma anarquista. Historicamente, preto foi sempre associado com sangue derramado especificamente como a bandeira vermelha. Enquanto ele é enlaçado com a rebelião da classe operaria, ela era um símbolo do niilismo do período.

Piratas e Anarquia


Há também uma conexão interessante entre piratas e a bandeira negra. Há um caso não confirmado de que Louise Michel, que liderou o batalhão de mulheres durante a Comuna de Paris de 1871, talvez tenha erguido a caveira e os ossos cruzados. Mas a associação pode ir mais em frente. Piratas eram vistos como rebeldes, espíritos livres, e muitas vezes como assassinos de sangue frio. Enquanto piratas variavam muito, vários deles tinham um capitão eleito do navio. Em alguns casos o capitão não era nem mesmo do sexo masculino, o que era muito estranho para a época. Ela/Ele era sujeito a "instantânea perca de poder", e a vida num navio pirata era com certeza muito mais democrática do que na Marinha da época, sem contar navios mercantes. Para piratas a bandeira negra um símbolo de morte; a representação sendo a caveira e os ossos no preto. Um sinal equivalente há "se renda ou morra!" A intenção era assustar as vítimas fazendo-as se renderem sem luta. Isso funcionava de forma muito parecida nos exércitos de Genghis Khan. Muitos outros adotaram a bandeira como um sinal de "se renda ou morra" um oficial da confederação durante a Guerra Civil Americana lutou ao lado da bandeira negra. Ele ficou conhecido como desfavorável a mostrar piedade, ele também não esperava nenhuma. Também o General Santa Anna do México era notório pela bandeira negra. Ele até usou-as no Álamo, acompanhando a bandeira negra ele não pegava prisioneiros. Enquanto Khan, Quantril ou Santa Anna não eram conectados com anarquia de jeito algum. Piratas, ao contrário, são mais complicados. Eles eram vistos como rebeldes sem um estado, tendo aliança a nenhum código de lei exceto aquele que eles improvisam entre si mesmos. Certamente piratas não eram conscientemente anarquistas e às vezes agiam como bárbaros. Mas o importante é como eles eram vistos. Seu símbolo era a incorporação da falta de lei e rebelião, eles eram odiados pelos dominantes. Isso deve ter sido o suficiente para que os esfomeados e desempregados pegassem a bandeira negra em revolta. Qualquer um poderia arranjar um pedaço de pano negro ou vermelho numa rebelião. Achar o material era fácil. Pintar um símbolo levava tempo. Então uma bandeira improvisada numa rebelião normalmente seria de uma só cor. Então a bandeira sem a caveira ou os ossos era boa o suficiente. Para essa pergunta da bandeira negra, Howard Ehrlich tem uma boa passagem no seu livro Reinventing Anarchy(Reinventando Anarquia) que vale a pena mostrar aqui em sua totalidade:

“Porque a nossa bandeira é preta? Preto é à sombra da negação. A bandeira preta é a negação de todas as bandeiras. É a negação da nação, que bota a raça humana contra ela mesma e recusa a união de toda a humanidade. Preto é o humor da raiva e ódio a todos os crimes contra a humanidade feitos no nome de um Estado ou outro. É raiva e ódio ao insulto à inteligência humana feitos em pretensas, hipocrisias e baratas caridades dos governos”. “Preto é também a cor da tristeza; a bandeira preta que cancela a nação também chora pelas vítimas incontáveis assassinadas em guerras, externas e internas, para a glória eterna e estabilidade de algum estado sanguinário. Ela chora por aqueles cujo trabalho é roubado(taxado) para pagar a carnificina e opressão de outros seres humanos. Não lamenta só a morte do corpo mas o aleijamento do espírito a baixo de autoritários e hierarquizados sistemas, lamenta os milhões de células cerebrais desativadas sem chance de acordar ao mundo. É uma cor de tristeza inconsolável.” “Mas preto também é lindo. É uma cor de determinação, de resolução, de força, a cor pela qual todos são esclarecidos e definidos. Preto é o cerco misterioso de germinação, fertilidade, a terra de crescimento para o que sempre evolui, renova, refresca, e reproduz na escuridão. A semente escondida na terra, a estranha jornada do esperma, o secreto crescimento do óvulo no útero, toda essa escuridão cerca e protege”. "Então preto é negação, é raiva, é ódio, é lamentação, é beleza, é esperança, é o nascimento de novas formas de vida e o relacionamento com a mãe terra. A bandeira negra significa tudo isso, estamos orgulhosos de carregá-la, e olhar para o dia em que esse símbolo não vai mais ser necessário. O A circulado mais difícil de achar é a origem do A circulado como símbolo anarquista. Muitos acham que ele começou nos anos 70 com o movimento punk, mas ele vai a um período muito mais antigo. Em 25 de Novembro de 1956, em sua fundação em Brussels, A Alliance Ouvri ere Anarchiste (AOA) adotou esse símbolo. Indo mais profundamente, um comentário da BBC sobre a Guerra Civil Espanhola mostra um anarquista membro da milícia com um A circulado claramente na parte de trás de seu elmo. Além disso, há pouco sabido sobre a origem do A circulado”.

Jason Wehlin

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