COLÔNIA CECÍLIA

A idéia nasceu na Itália e o seu pioneiro foi Giovani Rossi. As terras que a compreendiam foram concedidas pelo Imperador Pedro Segundo ao anarquista italiano, em Palmeiras, ao norte do Paraná, para que ele e seus companheiros torna-sem realidade as suas idéias. Giovani Rossi (engenheiro agrônomo) e seus companheiros saíram da Itália no navio "Cidade de Roma" rumo ao Brasil, no dia 20 de Fevereiro de 1890.

A experiência deu motivo a muitos debates e polêmicas na imprensa e no Parlamento. Cerca de 200 pessoas participaram ativamente da fundação e ajudaram na sobrevivência da Colônia Cecília, mas a oposição foi brutal, revestiu-se de todos os artifícios para destruí-la. Nos seus quatro anos de vida, os pioneiros anarquistas viveram horas amargas e momentos de felicidade, de liberdade plena e deixaram exemplos comunitários até hoje. Sobre a Colônia Cecília escreveu-se muito, destacando-se os livros "O Anarquismo da Colônia Cecília", de Newton Stadler de Souza, "Colônia Cecília", de Afonso Schmidt, "El Socialismo Utopístico" - Giovani Rossi e "La Colonia Anarchica Cecília ", de Rosellina Gosi, e o filme "La Cecília " produzido na França.

Falando da experiência anarquista, Giovani Rossi, escreveu contestando o acadêmico Francisco Coppée: "Dizem que em clima de anarquia ninguém gostaria de trabalhar. Ali (na Colônia) um grupo de camponeses desbravou e plantou grandes faixas de terra, outros construíram um forno, perfuraram um poço junto à cozinha. E, fins de 1892 chegaram outras famílias, formando-se então uma sapataria que começou a fabricar para vender nas vizinhanças de Palmeiras".

Quando a polícia impôs a retirada dos últimos anarquistas, os remanescentes da "Colônia Cecília" espalharam-se pelo Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo para divulgar suas idéias e disseminar seus conhecimentos profissionais, presentes até hoje na agricultura, principalmente.

Fonte: Pequeno Dicionário de Idéias Libertárias / Edgar Rodrigues / CC&P Editores.