RAZÕES DA AGRESSÃO DOS EUA AO IRAQUE

Em qualquer lista dos maiores "micos" da História, sem dúvida o ataque despropositado dos EUA contra o Afeganistão a pretexto de pegar o Bin Laden estará entre os maiores.

Várias toneladas de bombas foram lançadas sobre aquele pobre país, mas o tal do Bin Laden não foi capturado até hoje. Aquela reação estapafúrdia não passou de propaganda do governo Bush, que não sabia muito bem contra o que reagIr, mas reagiu imediatamente e fez o povo norte americano crer que ali havia um homem que protegeria seu país.

O incidente de 11 de setembro foi muito bem aproveitado pelo beligerante Bush, que viu sua popularidade subir. Ao invés de dizer aos norte-americanos que o perigo havia passado, ou que ele era mínimo, ao contrário, Bush direcionou a máquina de propaganda do Estado norte americano para dizer que o perigo era enorme e, assim, manteve o povo daquele país apavorado.

Paralelamente, Bush trabalhou sua imagem como a do homem em quem aquela população assustada poderia confiar para protegê-la. E foi assim que o Partido Republicano conseguiu a maioria nas duas casas do congresso dos EUA. Tendo achado a galinha dos ovos de ouro, Bush não deixou o pavor que assola os EUA arrefecer e, logo, encontrou um outro inimigo. Este igualmente indefeso e não alinhado a política norte americana (o que fez dele um alvo potencial), porém muito rico. Dos muitos textos que temos visto sobre as verdadeiras razões da agressão seguida de invasão (uma vez que não podemos considerar isso uma guerra) do Iraque pelos EUA, o lingüista Noam Chomski nos parece estar mais próximo da verdade.

As razões que conduzem os EUA a agredir o Iraque estão fundamentalmente ligadas a manutenção de um grupo no poder dentro dos EUA e a afirmação da hegemonia norte americana no globo. Como diz Chomski, caso a população dos EUA olhe para questões do seu cotidiano, como seguridade social, saúde e economia, os republicanos perdem a próximas eleições. A jogada de Bush nos parece ser de mestre, pois com um único golpe atinge três objetivos.

Primeiro, mantém o povo norte americano preocupado com as questões de segurança, o que lhe favorece eleitoralmente.

Segundo, com a tomada do Iraque, os EUA e Inglaterra entregarão para empresas petrolíferas de seus paises o controle da 2º maior reserva do planeta - já foi prometido ao vice-presidente dos EUA que a empresa que ele é ligado será a responsável pela reconstrução dos poços de petróleo após a guerra. Isso é importante, pois com a produção que a Inglaterra tem no Atlântico Norte, eles poderão influenciar decisivamente nos preços do petróleo, diminuindo assim o poder da OPEP. Além disso, Bush atende aos interesses daqueles que o conduziram ao poder - as empresas petrolíferas, bélicas, entre outras.

Terceiro, após a tomada do Iraque, os EUA colocarão no poder algum grupo que se alinhe com sua política. O que isso significa? Significa que empresas norte americanas e britânicas serão as escolhidas para reconstruir as pontes e rodovias, a rede elétrica, o segmento de telecomunicações, prédios, etc. Recordemos que grande parte da infra-estrutura iraquiana foi destruída na Guerra do Golfo (1991) e não foi recuperada devido ao embargo comercial imposto a Iraque desde então.

Estima-se que a reconstrução do Iraque estaria orçada em 300 bilhões de dólares. A maior parte desse "prato suculento" será financiado com capital norte americano, um financiamento sem muitos riscos, pois o Iraque é rico. Essa política associada a uma provável dívida de Guerra, drenará por anos as riquezas naturais do Iraque, sobrando para seu povo miserável aquilo o que este sempre recebeu, ou sejam, as migalhas. A esperança de Bush é que os efeitos econômicos da exploração do Iraque comece a fazer efeitos na economia norte americana em um ano, exatamente quando estará se aproximando a próxima eleição presidencial e, por isso, a pressa do presidente norte americano. É lógico que uma economia do tamanho dos EUA não vai desemperrar apenas espoliando o Iraque, mas associada a esta medida existem outras como, por exemplo, a demanda que o governo norte americano está criando as custas do déficit público. Assim como no Brasil, nos EUA déficit público é palavrão.

Mas como colocar uma economia emperrada para crescer? Uma das respostas da macroeconomia é o governo incrementar a demanda, pois demanda significa oportunidade de negócios. Com oportunidade de negócios, os empresários investem, o que realimenta a demanda, gerando aumento do emprego e renda.

O problema é: como o governo norte americano pode justificar para a opinião pública que está gerando um déficit público propositalmente, se o Bush é um neoliberal? Easy! Basta jogar a conta das despesas com defesa - onde se inclui o ataque ao Iraque. Como o norte americano está apavorado com o perigo do terrorismo, o congresso americano acaba aprovando qualquer orçamento para defesa, mesmo que isso arrombe as contas públicas do país. Como podemos ver, a agressão dos EUA ao Iraque faz parte da estratégia de um grupo para se perpetuar no po der dentro dos Estados Unidos. E infelizmente, barbaridades como essas continuarão a ocorrer enquanto a polí tica dos senhores dos Estados continuar a existir na face da Terra.

Viva a Anarquia, onde não haverá Estados para massacrar inocentes.

Fonte: Libera... Amore Mio - Informativo do Círculo de Estudos Libertários Ideal Peres Nº 116 . ANO 13 . Rio de Janeiro/RJ.

 

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