GUERRAS NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-19)

Causas da guerra:

Divergências crescentes entre potências imperialistas, o nacionalismo exacerbado e o fortalecimento da Alemanha como principal nação da Europa interferindo nos interesses de grandes potências como a Rússia, França e Inglaterra. A sucessiva frustração dos objetivos nações européias contribuiu para a formação de dois grupos antagônicos: tríplice aliança de um lado e tríplice entente de outro (Alemanha, Áustria - Hungria e Itália X Inglaterra, França e Rússia, respectivamente). A questão dos Bálcãs (expansionismo do Império austro-húngaro na região - com apoio alemão - provocando as guerras balcânicas de 1912-1913) minaram a estabilidade nas relações dos países europeus.

Causa imediata:

Assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro Francisco Ferdinando. Em resposta ao assassinato de Francisco houve a invasão da Sérvia pelos austro-húngaros provocando uma declaração de Guerra. A Rússia se envolveu no conflito (pan eslavismo) e logo em seguida a Alemanha também declarou guerra contra a Rússia ficando ao lado da Áustria - Hungria (pan germanismo). A Alemanha declarou guerra também contra a França e invadiu a Bélgica. Em resposta a esta invasão a Inglaterra declarou guerra contra a Alemanha. As alianças destes países fora do continente europeu foram inevitavelmente arrastadas para dentro do conflito.

A guerra:

Contou com a participação direta de 65 milhões de pessoas, causou a perda de mais de 8 milhões de soldados deixando mais de 25 milhões de feridos.

O fim da guerra:

As primeiras vitórias alemãs foram revertidas a partir de 1917. Neste ano, o Czar Nicolau II renuncia e o Socialismo termina por dominar o cenário político na Rússia. O enfraquecimento da entente é compensado pela entrada dos EUA no conflito. A entente passa a ter vitórias consecutivas. Em 1918, a Alemanha já sentia a necessidade imediata de terminar a Guerra diante do isolamento em que se encontrava. Em 1919 é assinado o Tratado de Versalhes no qual a Alemanha perde todas as colônias, pressionada por um embargo total. Os tratados de paz subseqüentes dão origem a vários países (Polônia, Iugoslávia,..). A Alemanha foi responsabilizada pela guerra ficando dividida em dois com a criação do chamado corredor polonês. A humilhação alemã gerará um sentimento revanchista que será uma das causas da 2ª guerra mundial.

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-45)

A Segunda Guerra Mundial eclodiu com a invasão da Polônia pela Alemanha, em setembro de 1939. A Europa já estava preparada para o pior. O medo do comunismo fez com que as potências capitalistas permitissem o fortalecimento da Alemanha para bloquear o avanço da revolução comunista (política de apaziguamento). Logo no início da guerra, o alinhamento dos grandes blocos ficou claro. Em 1940, o Japão se juntou à Alemanha e à Itália para formar o eixo Roma- Berlim-Tóquio.

A guerra na Europa:

Incentivado pelos seus êxitos e pela passividade de seus adversários, Hitler atacou a Polônia no dia 1.º de setembro de 1939. A assinatura do pacto de não agressão com a União Soviética de Stalin deu-lhe ainda mais tranqüilidade. A França e a Inglaterra imediatamente declararam guerra à Alemanha. A superioridade numérica e técnica dos exércitos alemães desencadeou uma guerra-relâmpago contra a Polônia, que foi derrotada rapidamente. O Terceiro Reich anexou parte dos territórios poloneses e instalou um governo geral que submeteu a população a uma política de germanização.
Durante a invasão da Polônia, a União Soviética aproveitou a oportunidade para recuperar os territórios perdidos durante a Primeira Guerra Mundial: ocupou os países bálticos e avançou sobre a Finlândia em 1940.

A batalha na França:

O exército alemão era nitidamente superior ao francês, sobretudo na aviação, mas sua marinha era inferior à dos adversários. A Alemanha dependia do aço sueco, transportado pelos portos noruegueses. Em abril de 1940, Hitler invadiu a Dinamarca e a Noruega. Em maio de 1940, os alemães iniciaram a ofensiva na frente ocidental, violando a neutralidade da Holanda, da Bélgica e de Luxemburgo. A França foi invadida logo depois. O governo do marechal Pétain se rendeu aos alemães. A Alemanha ocupou toda a costa atlântica e o norte da França. No sul, território considerado “livre”, os franceses estabeleceram um governo colaboracionista presidido pelo marechal Pétain, com capital em Vichy. De Londres, o general Charles de Gaulle comandou o movimento França Livre, de resistência à ocupação alemã.

A batalha na Inglaterra:

Hitler esperava chegar a um acordo com a Inglaterra. O gabinete inglês, presidido por Winston Churchill, pretendia resistir ao expansionismo alemão. Protegida pelo mar do Norte e pelo canal da Mancha, confiando na sua poderosa frota e com o auxílio dos Estados Unidos, a Inglaterra se preparou para resistir ao ataque inimigo. A invasão da Inglaterra dependia do domínio do espaço aéreo. Durante a batalha da Inglaterra, as forças aéreas dos dois países se enfrentaram duramente. Os ataques ocorreram entre julho e setembro de 1940, com intensos bombardeios. Apesar das baixas, os ingleses venceram. O comando alemão desistiu de invadir as ilhas britânicas. Foi a primeira derrota sofrida pelos nazi-fascistas.

A guerra nas outras frentes:

Nos Bálcãs, durante a ocupação da França, em 1940, os italianos invadiram a Grécia, com auxílio alemão. A Iugoslávia, a Bulgária e a Romênia foram ocupadas por tropas do Eixo.
No Oriente Médio, a Inglaterra sufocou uma rebelião antibritânica no Iraque. Em julho de 1941, tropas inglesas e da França Livre ocuparam a Síria, até então sob o domínio de Vichy.
Na África, a luta se desenvolveu na Líbia (posse italiana), no Egito (protetorado inglês), na Somália e na Abissínia, onde os italianos foram derrotados. Eles tentaram invadir o Egito, mas acabaram rechaçados pelos ingleses.
Os alemães enviaram reforços. Comandados pelo general Rommel, evitaram que os italianos fossem totalmente derrotados na África.

A batalha do Atlântico:

Hitler não tinha condições de enfrentar a poderosa frota inglesa em pé de igualdade. As ofensivas alemãs se concentraram no ataque ao comércio dos inimigos ou a navios de guerra isolados, utilizando submarinos. A guerra dependia da batalha do Atlântico. Nessa batalha, houve poucos combates navais de superfície. Surgiram novas armas contra os submarinos: radares, sonares e bombas de profundidade.

1941 - O mundo em guerra:

Até meados de 1941, a Inglaterra e seu império enfrentaram a Alemanha e a Itália, que haviam ocupado a maior parte da Europa ocidental e a região dos Bálcãs. Em 1941, o conflito que até então era limitado se transformou numa verdadeira guerra mundial.

A invasão da União Soviética:

Para Hitler, o acordo de não-agressão com os soviéticos era um pacto temporário. No final de 1940, as duas potências começaram a se distanciar. O Führer preparou, em segredo, um ataque à União Soviética. Stalin, do seu lado, procurou ganhar tempo para reforçar seus exércitos. Os motivos que desencadearam a invasão da União Soviética foram os seguintes:

1) A Alemanha ambicionava vastos territórios soviéticos, ricos em petróleo, cereais e outras matérias-primas;

2) Após o fracasso alemão na Inglaterra, Hitler procurou garantir a hegemonia do Terceiro Reich no continente europeu.

Hitler e seus chefes militares subestimaram a capacidade defensiva da União Soviética. Os alemães enviaram cerca de 3 milhões de soldados contra as fronteiras soviéticas em junho de 1941. As maiores batalhas terrestres da guerra foram travadas na União Soviética: os alemães avançaram rumo a Leningrado e a Moscou, no norte, e em direção à Ucrânia e ao mar Negro, no sul. Os soviéticos resistiram heroicamente. Para evitar que suprimentos caíssem nas mãos dos inimigos alemães, queimavam tudo aquilo que lhes poderia ser útil - o mesmo recurso adotado durante a invasão de Napoleão, mais de um século antes. Apesar disso, em 1942 os alemães haviam cercado Leningrado, estavam perto de Moscou e avançavam em direção ao Cáucaso.

Pearl Harbor - A guerra no Pacífico:

Durante os primeiros anos da guerra, os Estados Unidos mantiveram uma política isolacionista. Apesar disso, forneciam armas à Inglaterra e à União Soviética. Por outro lado, o Japão continuava empreendendo a conquista da China. Em julho de 1941, com apoio da Alemanha, conseguiu que o governo de Vichy permitisse a presença de tropas japonesas na Indochina. Seu objetivo era formar um grande império asiático, conquistando regiões ricas em matérias-primas - sobretudo petróleo e borracha - necessárias para manter sua máquina de guerra.
Os Estados Unidos pressionaram o governo japonês a retirar suas tropas da China e da Indochina. As negociações diplomáticas fracassaram, e o governo norte-americano proibiu a venda de matérias-primas para o Japão. Em Tóquio, o partido militarista, incentivado pelas vitórias do Eixo, decidiu entrar na guerra. Em 7 de dezembro de 1941, a aviação japonesa atacou a frota norte-americana do Pacífico, ancorada em Pearl Harbor, no Havaí. Ao mesmo tempo, os japoneses iniciaram uma ofensiva contra as colônias holandesas e inglesas na Oceania e no sudeste asiático, e atacaram as Filipinas.

A Grande Aliança:

O Japão havia desencadeado a guerra contra os Estados Unidos e a Inglaterra. Logo após o ataque japonês a Pearl Harbor, a Alemanha e a Itália se declararam em guerra contra os Estados Unidos. Constituiu-se então a Grande
Aliança, formada pelos Estados Unidos, pela Inglaterra e pela União Soviética (embora esta só acabasse entrando na guerra contra o Japão em 1945).
A estratégia adotada pelos aliados foi estabelecida em uma série de encontros e reuniões entre os três principais líderes dessas potências: Roosevelt, Churchill e Stalin. Em agosto de 1941, Roosevelt e Churchill assinaram a Carta do Atlântico, visando à manutenção da democracia após a derrota dos nazi-fascistas.
Em dezembro de 1943 dezembro e em fevereiro de 1945, os três líderes reuniram-se para estabelecer as bases da reorganização mundial no pós-guerra.

O início da contra-ofensiva aliada:

Em 1942 e 1943, os aliados começaram a vencer uma série de batalhas, detendo o avanço do Eixo:

1) os Estados Unidos detiveram o avanço japonês no Pacífico.

2) o general Rommel foi derrotado pelo exército britânico comandado pelo general Montgomery na África.

3) na gigantesca batalha de Stalingrado, na União Soviética, terminou com a derrota total dos alemães.

A derrota final do Eixo (1943-1945):

Pouco tempo depois do início da invasão da Itália, o governo italiano capitulou. Os alemães se voltaram contra seus antigos aliados, libertaram Mussolini e tomaram Roma. Apesar disso, os exércitos aliados entraram em Roma em junho de 1944. A luta continuou até abril do ano seguinte no norte da Itália. Vendo-se derrotado, Mussolini tentou fugir para a Suíça, mas foi capturado e executado por guerrilheiros italianos que lutavam contra o fascismo.

O fim do Terceiro Reich:

Durante 1943, os soviéticos realizaram várias ofensivas na frente oriental. Em 1944, expulsaram os alemães da União Soviética e penetraram nos países bálticos e na Polônia. As forças soviéticas avançaram na Romênia e na Bulgária
e entraram em contato com as guerrilhas do marechal Tito, que haviam libertado grande parte da Iugoslávia.
Os ingleses e norte-americanos iniciaram uma ofensiva na frente ocidental, forçando o retrocesso das tropas alemãs. Em junho de 1944, os exércitos aliados, comandados pelo general norte-americano Dwight Eisenhower, iniciaram a libertação da França. No final de agosto, forças da Resistência libertaram Paris. O general De Gaulle instalou um governo provisório na França. Os aliados avançavam em direção a Berlim, que foi sitiada pelos soviéticos. No dia 30 de abril de 1945 abril de 1945, quando as tropas aliadas estavam a poucos metros da sede da Chancelaria, Hitler suicidou-se. A Alemanha apresentou sua rendição incondicional aos aliados.

A rendição do Japão:

Entre 1943e 1944, após uma série de batalhas navais e terrestres, os norte-americanos conseguiram impor sua superioridade naval no Pacífico. Comandados pelo general Douglas MacArthur, conquistaram muitas ilhas e recuperaram as Filipinas. Apesar disso, os japoneses continuavam resistindo: utilizavam pilotos suicidas, kamikazes, que atiravam seus aviões carregados de explosivos contra navios inimigos.
Para acabar com a resistência japonesa, o presidente dos Estados Unidos decidiu usar uma arma nova: a bomba atômica. Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, dois aviões norte-americanos lançaram bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, causando milhares de mortos e feridos. No dia 2 de setembro o governo japonês capitulou. A Segunda Guerra Mundial chegava ao fim.

Conseqüências da Segunda Guerra Mundial:

Durante a Segunda Guerra Mundial, morreram mais de 50 milhões de pessoas, ou seja, quatro vezes mais gente do que na Primeira Guerra Mundial. Hitler e Mussolini morreram; o Japão sofreu os horrores da mais potente arma de destruição criada até então pelo homem. Vastas regiões da Europa, da África e da Ásia foram arrasadas pela ação militar. Populações foram sistematicamente assassinadas. O Julgamento de Nuremberg, realizado em 1945e 1946, revelou todos os detalhes dos procedimentos terríveis utilizados pelos nazistas nos campos de concentração: o assassinato de judeus, principalmente, e de ciganos, comunistas e oposicionistas.

As grandes potências vencedoras reorganizaram o mapa político conforme seus interesses e os resultados da guerra:

1) A Alemanha abandonou suas conquistas e foi dividida em quatro zonas de ocupação. A União Soviética ocupou a parte oriental do país; os Estados Unidos, a Inglaterra e a França ocuparam a parte ocidental. Berlim, incluída na zona soviética, foi dividida entre os quatro aliados;

2) A Itália abandonou suas colônias e cedeu algumas regiões para a Iugoslávia. A monarquia italiana foi substituída por um regime republicano;


3) O Japão abandonou suas conquistas e permaneceu temporariamente sob ocupação militar aliada. O regime imperial de Hiroíto subsistiu.

GUERRA FRIA

Depois da Segunda Guerra Mundial, a Europa perdeu a hegemonia mundial. Duas novas potências passaram a disputar a supremacia econômica e militar mundial, iniciando o confronto entre duas formas de vida radicalmente opostas: os Estados Unidos e a União Soviética União Soviética. A disputa entre as duas superpotências resultou na formação de dois blocos . A guerra fria entre o mundo capitalista e o mundo comunista dominou o cenário internacional do pós-guerra. A corrida armamentista desencadeada pelas tensões da guerra fria colocou o mundo no limiar da destruição total.

A nova ordem mundial do pós-guerra: a ONU

O saldo da Segunda Guerra Mundial foi devastador: 55 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos. A utilização da energia nuclear na fabricação de bombas mudou completamente o equilíbrio político do pós-guerra. A existência de bombas nucleares colocava em risco o planeta. Inicialmente, apenas os Estados Unidos controlavam esse tipo de arma. A União Soviética fabricou sua primeira bomba nuclear em 1949; a Inglaterra, em 1952, e a China, em 1964.
Logo após a guerra, as principais potências vencedoras se reuniram na Conferência de São Francisco para criar uma organização que evitasse um novo conflito mundial. No dia 24 de outubro de 1945 foi criada a Organização das Nações Unidas. Os principais objetivos da ONU eram:

1- a manutenção da paz mundial;
2- a defesa dos direitos do homem;
3- a igualdade de direitos para todos os povos;
4- a solução dos problemas que afligem a humanidade.

A ONU desempenhou um papel importante na descolonização dos países da África e da Ásia. A extinção gradativa dos impérios coloniais europeus resultou na formação de novos Estados, que passaram a integrar a ONU. A rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética colocou a ação da ONU num plano secundário. A maior parte dos conflitos surgidos no pós-guerra foram resolvidos por enfrentamentos armados.

O avanço do socialismo: a Revolução na China

No final da Segunda Guerra Mundial, os chineses estavam divididos em dois grupos, que eram rivais desde antes da guerra com o Japão.

1- Os nacionalistas, liderados por Chiang Kai-shek, recebiam apoio da burguesia chinesa e contavam com auxílio dos Estados Unidos.

2- Os comunistas, liderados por Mao Tse-tung e Chu En-lai, defendiam a reforma agrária e o socialismo, apoiados pela União Soviética.

Em 1947 eclodiu a guerra entre nacionalistas e comunistas chineses. Os comunistas obtiveram o apoio maciço dos camponeses. Muitos nacionalistas aderiram ao exército vermelho de Mao Tse-tung. Apesar do apoio norte-americano, Chiang Kai-shek perdeu terreno rapidamente. No dia 1º de outubro de 1949, Mao proclamou a República Popular da China em Pequim. Chiang Kai-shek, protegido pela frota norte-americana, se refugiou na ilha de Formosa. A partir de então, a China Popular rompeu relações com os Estados Unidos e alinhou-se à União Soviética. Até a década de 1970, a cadeira de representação da China na ONU coube ao governo de Formosa. Em 1972, o governo norte-americano reatou relações com a China Popular. A República Popular substituiu a China Nacionalista na ONU. O Japão e vários outros aliados dos Estados Unidos também reataram relações com a China continental.
Logo após a guerra, iniciou-se uma nova disputa imperialista entre as superpotências vencedoras. Os dois blocos rivais nunca se enfrentaram diretamente, mas a tensão provocada no final da guerra por causa do problema das fronteiras da Polônia e a crise em torno do bloqueio do lado capitalista da cidade de Berlim, em 1948, iniciou a guerra fria. Nessa guerra, ambas as superpotências adotaram uma postura intransigente.
A União Soviética impôs sua hegemonia sobre os países do Leste europeu, que havia libertado da dominação nazista. Governos pró-soviéticos foram estabelecidos na Hungria, Checoslováquia, Romênia, Bulgária, Albânia e Alemanha Oriental. A economia socialista e o regime de partido único predominaram nos países sob hegemonia soviética.
Os Estados Unidos assumiram a liderança do mundo capitalista e impuseram sua hegemonia sobre a América Latina, a Europa capitalista e o Japão. A economia capitalista e o liberalismo político eram suas principais características. Apesar disso, muitos países integrantes do bloco capitalista eram dirigidos por ditaduras (América Latina, Espanha e Portugal) e outros ainda apresentavam fortes matizes socialistas em suas economias (Suécia, Noruega).
Esses dois blocos formaram alianças militares:

1- A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) reuniu os aliados dos Estados Unidos.
2- O Pacto de Varsóvia reuniu os países sob influência soviética.

As potências procuraram manter a hegemonia sobre suas áreas de influência a qualquer custo. Isso motivou a intervenção de tropas soviéticas na Hungria, em 1956, e na Checoslováquia, em 1968, quando esses países tentaram se afastar da tutela soviética. O governo norte-americano interveio na China, na Coréia e no Vietnã, procurando manter sua hegemonia.

Os não-alinhados

Muitos países adotaram uma posição de neutralidade guerra fria entre as duas superpotências. Na Conferência de Bandung, em 1955, um grupo de países afro-asiáticos, liderados pela Índia, formaram o bloco dos países não-alinhados, também conhecido como Terceiro Mundo. Os países não-alinhados pretendiam manter uma postura política e econômica independente dos blocos das superpotências.
A expressão Terceiro Mundo foi adotada para designar os países pobres, ou subdesenvolvidos, da Ásia, África e América Latina, que lutavam para se libertar da dominação colonial européia. Na ONU, o bloco do Terceiro Mundo foi formado por países coloniais ou de passado colonial. O principal objetivo dos países do Terceiro Mundo foi a emancipação econômica, política, social e cultural.

Os principais conflitos do pós-guerra

A guerra fria desencadeou uma nova e custosa corrida armamentista entre as superpotências. O poder destrutivo das armas nucleares, químicas e biológicas, capazes de destruir a humanidade, impediu um confronto direto. Apesar disso, soviéticos e norte-americanos se enfrentaram indiretamente por intermédio de seus aliados em várias regiões.

A Guerra da Coréia (1950-1953)

Até 1945 , a península da Coréia esteve sob ocupação japonesa. Após a derrota japonesa, a União Soviética ocupou militarmente o norte da península. Enquanto isso, tropas norte-americanas ocuparam o sul. Os governos das superpotências não permitiram a reunificação da península. Em junho de 1950, eclodiu a guerra entre as duas repúblicas coreanas. Os Estados Unidos enviaram tropas para apoiar o sul, e a China Popular, para auxiliar a Coréia do Norte. Após três anos de sangrentos combates, foi assinada uma trégua em Panmunjon, em julho de 1958. O paralelo 38 continua sendo o limite entre os dois Estados coreanos.

A Guerra do Vietnã (1962-1972)

Durante a segunda metade do século XIX, a França dominou toda a região do sudeste asiático, a Indochina.. Em 1941, o Japão obrigou o governo de Vichy a aceitar a ocupação japonesa da Indochina. Nessa ocasião, começou a se organizar um movimento emancipador nativo, que visava libertar a Indochina da dominação japonesa e francesa.
Após a guerra, a França concedeu à Indochina uma certa autonomia. O Vietnã, uma das regiões da Indochina, não aceitou a tutela francesa. Por intermédio do movimento Viet-Minh, liderado por Ho Chi Minh, desencadeou-se uma guerra de guerrilhas contra os franceses. Em 1954, os franceses foram obrigados a abandonar a Indochina. Uma conferência realizada em Genebra dividiu o Vietnã em duas áreas, separadas pelo paralelo 19.
Em 1956, como conseqüência do fracasso da tentativa de reunificação do país, recomeçou a luta no Vietnã. Os guerrilheiros vietcongues, braço armado da Frente
de Libertação Nacional (FLN), receberam ajuda do Vietnã do Norte. A partir de 1962, o governo norte-americano apoiou militarmente o governo do Sul. O governo do Norte recebeu material bélico da China Popular e da União Soviética. Procurando defender seu predomínio no sudeste asiático, os Estados Unidos começaram a enviar tropas para o Vietnã. Em 1963, havia pouco mais de 15 mil soldados norte-americanos na região; em 1967, eram mais de meio milhão. A intervenção militar norte-americana no Vietnã causou uma das guerras mais desumanas e caras do nosso tempo. Em 1972, após sofrer duras perdas humanas e materiais, e enfrentando a crescente reação da população norte-americana contra a participação no conflito, os Estados Unidos começaram a retirar suas tropas do Vietnã. Em 1975, tropas do Vietnã do Norte tomaram a capital, Saigon, e reunificaram o país.

A tensão no Oriente Médio

Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU patrocinou a criação do Estado de Israel na Palestina, em maio de 1948. Imediatamente, os Estados da Liga Árabe, formada pelo Egito, Líbano, Arábia Saudita, Jordânia e Iraque, se negaram a reconhecer a existência do Estado de Israel: eclodiu a guerra entre árabes e israelitas. O exército de Israel conseguiu resistir aos ataques da Liga Árabe. Em fevereiro de 1949, a ONU impôs um armistício. Centenas de milhares de judeus de todo o mundo emigraram para o novo Estado de Israel. No final de 1956, numerosos incidentes entre israelitas e árabes resultaram numa nova guerra. Em 1967, após um violento ataque a seus vizinhos árabes, Israel ocupou a península do Sinai, a faixa de Gaza e a Cisjordânia. A ONU conseguiu impor um cessar-fogo.
A região nunca alcançou uma paz duradoura. Os israelitas tiveram de enfrentar o problema dos árabes palestinos, que haviam sido expulsos de suas terras e viviam como refugiados nos países vizinhos. Os refugiados palestinos mantêm, com apoio dos países árabes, uma contínua guerra de guerrilhas e terrorismo contra Israel e seus aliados. A Organização pela Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, constitui um dos principais grupos organizados contra a presença de Israel na região. Vários grupos árabes utilizam o terrorismo, até mesmo em outras partes do mundo, como forma de protesto contra a presença israelense na região.

A Revolução Cubana

A Revolução Cubana constituiu a primeira revolução socialista na América Latina. Em janeiro de 1959, o governo pró-norte-americano de Fulgêncio Batista foi deposto pela guerrilha liderada por Fidel Castro. O movimento revolucionário cubano pretendia acabar com a dominação neocolonialista dos Estados Unidos em Cuba, introduzindo, simultaneamente, mudanças na sociedade.
Em 1960, o governo norte-americano retirou seu apoio ao movimento revolucionário cubano. Nesse mesmo ano, Castro introduziu o regime socialista, afastando-se dos Estados Unidos e aproximando-se da União Soviética, que forneceu apoio militar à revolução. Nacionalizou as empresas e os bancos, realizou a reforma agrária e instituiu o regime de partido único. A partir de então, a América Latina ingressou na guerra fria.
Em 1962, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos, e a maioria dos países da América Latina foi obrigada a integrar o bloqueio econômico contra Cuba. A União Soviética tornou-se a principal parceira econômica de Cuba. Apesar do isolamento da ilha, o novo regime cubano se consolidou: l aprofundou a reforma agrária;

1- combateu o analfabetismo;
2- melhorou as condições de saúde e higiene da população;
3- aumentou a produção.

Cuba passou a defender o internacionalismo socialista, enviando tropas a outras regiões, como Angola, Etiópia e Nicarágua. Nessa última, a Revolução socialista triunfou em 1979. A economia cubana subsistiu graças ao auxílio soviético. O fim da guerra fria e a desintegração da União Soviética alteraram profundamente o quadro cubano.

O fim do colonialismo português na África

A independência das colônias portuguesas na África coincidiu com o fim da ditadura de Antônio Salazar (1932-1968), prolongada por Marcelo Caetano até 1974, em Portugal. A Revolução dos Cravos garantiu a vitória dos movimentos socialistas (apoiados por Cuba) pela libertação nacional, presentes nas colônias portuguesas na África desde a década de 1950.

1- A luta pela emancipação em Moçambique Moçambique teve início em 1960. Portugal reconheceu a independência em 1975 .
2- O movimento pela independência de Angola Angola teve início em 1961. Somente em 1975, Portugal reconheceu a independência angolana.

Tanto em Angola como em Moçambique, a independência trouxe o socialismo e o alinhamento com a União Soviética. Apesar disso, a proximidade com o regime racista da África do Sul e o auxílio norte-americano aos guerrilheiros contra-revolucionários desestabilizaram a região. A maior parte das energias dos governos revolucionários de Angola e Moçambique foram gastas contra grupos terroristas financiados pelos Estados Unidos e pela África do Sul.

GUERRA NUNCA MAIS ! ! !

ANARQUISTAS PELA PAZ MUNDIAL

Informativo Ácrata - Resgatar, Esclarecer e Divulgar a Expressão Anarquista

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