MOVIMENTOS SOCIAIS

Vários são os Movimentos Sociais que se apresentam: são os operários, os camponeses, os indígenas, as mulheres, os negros, os homossexuais, os jovens, os ecologistas e etc. Há um traço comum a estes movimentos: todos eles emergem a partir de determinadas condições sociais de existência que lhes dão substância.


Os Operários começaram a se movimentar acirradamente pela precária situação que sofrem. São homens e mulheres que não têm meios de produzir a sua própria existência; que foram expulsos da terra e se vêem obrigados a vender sua força de trabalho, nem sempre fazendo o que gostam ou que saberiam fazer de melhor. Lutam contra baixos salários, contra a insalubridade do meio ambiente das fábricas, contra os ritmos das esteiras e das linhas de montagem, enfim, lutam por uma forma melhor de se viver. A condição operária pode ser observada pelo fluxo diário “rush”, pelas ruas da cidade e por grupos reivindicativos com as greves, “operações-tartaruga”, passeatas e etc.


Os Camponeses dispõem geralmente de um pequeno pedaço de terra e seus instrumentos de trabalho; trabalhando com seus familiares praticam uma agricultura de subsistência vendendo uma pequena parcela excedente. Vêem-se freqüentemente ameaçados por “grileiros” que possuem títulos falsos das propriedades e pela chegada de estradas nas regiões. Fazendeiros e especuladores procuram os camponeses em nome de bancos e empresas com a promessa de pagar bem se eles produzirem o tabaco, o tomate, a ervilha, o algodão... Mas depois que se “especializam” são obrigados a comprar o que não mais produzem, estabelecendo-se uma troca desigual. Os camponeses perdem suas terras e acabam se infiltrando em territórios em condições precárias, recomeçando muitas vezes este ciclo injusto e desumano. Organizam grupos para reivindicar terra para plantio e para uma vida melhor a suas famílias.

Os Indígenas com sua cultura e seus territórios tentam resistir à extinção não só física, mas também cultural. Sendo que a vida não é apenas biológica. A vida tem um determinado modo de ser, pensar, agir e sentir. Há uma existência que podemos chamar de objetiva. Inspirada em movimentos indígenas, essa objetividade, sabemos, deriva exatamente da sua afirmação como sujeitos de sua própria História, de sua singularidade.

As Mulheres recolhidas ao lar, consideradas como incapazes de agir senão pela emoção, vistas como objeto sexual, as mulheres, sobretudo a partir da década de 60, têm ocupado cada vez mais espaços na sociedade. Há uma condição-mulher razoavelmente delineada, da qual emerge o Movimento Feminista.

Os negros, tidos como inferiores e por isso escravizados, lutaram pela liberdade desde o primeiro dia em que, a contragosto, puseram seus pés no Brasil. Em 1.888 viram um reconhecimento formal de sua liberdade, muito embora a favela em nada seja melhor que as condições escravocratas. Essa condição social com base na opressão e na exploração, fez surgir a objetividade da Consciência da Negritude, através de seus movimentos.

Os homossexuais, em virtude de preconceitos da sociedade, se vêem compelidos a viver em guetos, escondidos, onde são obrigados a conviver com outros excluídos. Lentamente vão conquistando direitos para romper barreiras invisíveis do preconceito e da intolerância. Reivindicam o direito de ser diferente, de não sofrerem discriminação pela opção sexual que é de inteira responsabilidade de cada um. Emergindo assim, Movimentos Homossexuais.

Os jovens, que se vêem obrigados, a medidas que se aproxima a idade adulta, a aceitarem regras de cuja elaboração não participaram. Eis a raíz do conflito de gerações. Toda energia e euforia da infância e adolescência sempre deve ser reprimida para se impor “o mundo sério” dos adultos, onde se trabalha sem prazer, onde a aceitação de tudo se torna sinônimo de maturidade. Surgindo movimentos juvenis para melhorias das escolas e universidades e de reivindicações políticas.

Os Ecologistas se envolvem em questões como a luta contra o desmatamento, contra os agrotóxicos, os alimentos contaminados, o crescimento da população, urbanização descontrolada, gigantismo tecnológico e nuclear, a poluição, erosão dos solos, extinção dos animais e etc. Sempre com valores filosóficos, políticos e culturais.

Fonte: Os Descaminhos do Meio Ambiente / Carlos Walter Porto Gonçalves / Editora Contexto.

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