- | - Piauí - | -

Piauí, em tupi, significa "rio dos grandes peixes". Mas a história do Estado está, de fato, ligada à atração que as imensas pastagens exerceram sobre os vaqueiros do São Francisco.

Plantação de carnaúba

     O Piauí, com 251.273 km² de superfície (2,95% do território nacional), é um dos maiores Estados do Nordeste brasileiro, só sendo superado pela Bahia e pelo Maranhão. A maior parte de sua área está situada na bacia do rio Parnaíba, fronteira natural de quase 1.500 km que separa o Piauí do Maranhão. Apesar de todo esse tamanho, o Piauí é um dos Estados mais pobres do Brasil. Sua estrutura agrária é de latifúndio, sendo que 25% dos proprietários de terra detém 81% das áreas aproveitáveis. Seus principais produtos vegetais são o babaçu, que durante bastante tempo foi a principal fonte de renda do Estado, a carnaúba e o tucum. Produz também, em pequena escala, algodão, feijão, milho, arroz, mandioca, cana-de-açúcar e mamona. Entre as frutas locais, destacam-se o coco-da-baía, a laranja e o cajuí.

     A agricultura piauiense foi fortemente castigada pela seca que durante cinco anos consecutivos (1979 a 1983) assolou o Estado: praticamente toda a produção agrícola foi destruída. Somente com a chegada das chuvas, no final de 1983, é que a economia começou a se recuperar. Os estudos geológicos para detectar os recursos minerais ainda são insuficientes. De qualquer forma, já foram localizadas jazidas de mármore, titânio, argila, calcário, gipsita e vermiculita, um isolante térmico.


No Parque Nacional das Sete Cidades, em Piripiri, a 173 km de Teresina, encontram-se formações rochosas (dunas petrificadas) que lembram figuras de animais, de pessoas e até mesmo o mapa do Brasil (foto). Nessas pedras existem inscrições pré-históricas ainda não definidas.

     A indústria é um setor que contribui muito pouco para a economia do Estado. Existem usinas de processamento de óleos vegetais, indústrias de alimentos, de tecidos e de móveis. Uma das grandes expectativas é o aproveitamento em larga escala do suco e da castanha-de-caju. Mas, para que sua indústria se desenvolva, o Piauí precisa encontrar soluções efetivas para seus problemas infra-estruturais: energia, transporte, comunicações, formação de mão-de-obra etc. Estão em fase de construção os distritos industriais de Teresina e Parnaíba, administrados pelo Fominpi (Fomento Industrial do Piauí S.A.) e há projetos de instalação de dois outros nos municípios de Floriano e Picos.

     Colonos e Vaqueiros

     O povoamento do Piauí começou no século XVI, com os vaqueiros que, vindos da Bahia e de Pernambuco, chegavam à bacia do rio Parnaíba, em busca de novas pastagens. Entre os desbravadores, estavam Domingos Afonso Mafrense (conhecido como "Sertão") e Domingos Jorge Velho, que criaram as primeiras fazendas da região, no início apenas currais.

     Apesar das constantes lutas com os indígenas, as terras do Piauí continuavam atraindo colonizadores. Os primeiros núcleos humanos surgiram, em sua maioria, a partir das "ribeiras" (fazendas de criação de gado). Assim, em 1674, nasceu o primeiro povoado, Cabrobó, posteriormente elevado à categoria de vila, com o nome de Oeiras.

     Em 1718, embora dependente do Maranhão, o Piauí tornou-se capitania, mas só em 1759 tomou posse seu primeiro governador, João Pereira Caldas. Em sua administração, Pereira Caldas criou órgãos públicos, mandou prender os jesuítas e confiscou seus bens. Em 1811, a província do Piauí tornou-se independente do Maranhão e, portanto, diretamente ligada à Coroa portuguesa.

     Em 1822 (enquanto Dom Pedro I proclamava a Independência no Sul), explodiu na Vila de Parnaíba um movimento separatista, chefiado por João Cândido de Deus e Silva e Simplício Dias da Silva, a fim de acabar com o domínio português. A proclamação da independência piauiense ocorreu nesse mesmo ano, no dia 19 de outubro. Mas Oeiras, a capital, só aderiu a 24 de janeiro de 1823, depois da batalha de Jenipapo, da qual os nacionalistas, apesar de derrotados, obrigaram os portugueses a recuarem para o Maranhão.

     Uma capital no interior

     Teresina foi fundada em 1850, quando recebeu os habitantes da vizinha e antiga vila de Poti. O objetivo dessa transferência era preparar a cidade para se tornar a capital da província do Piauí, que até então ficava em Oeiras. Em 1852, Teresina tornou-se efetivamente a capital.

Palácio de Karnack, sede do Governo

     A cidade situa-se à margem direita do rio Parnaíba, na confluência com o rio Poti. O Parnaíba, o mais importante escoadouro das riquezas da região, tem 90 km de curso em Teresina e é navegável só por canoas, lanchas e balsas. O rio Poti corta 59 km do município e só pode ser navegado no período das cheias, por pequenas embarcações.

     Ponto final da Estrada de Ferro São Luís - Teresina, a capital controla o comércio de toda a zona central do Piauí, além de pequena área vizinha do Maranhão. As rodovias construídas a partir dos anos 60 transformaram a cidade em um entroncamento viário e contribuíram decisivamente para que ampliasse sua área de influência.

Centro de Teresina

Área: 251.273 km²
População: 2.657.127 habitantes
Densidade demográfica: 10,52 hab/km²
Número de municípios: 148
Capital: Teresina (1.356 km² e 636.904 hab)
Principais municípios: Teresina, Parnaíba, Picos, Piripiri, Floriano
Principais minérios (1992): sal-gema, 30.000 t; ardósia, 4.100 t; argila, 91.700 t; vermiculita, 47.700 t
Principais produtos agrícolas (1992): arroz, 121.700 t; mandioca, 1.000.000 t; feijão, 32.600 t; milho, 71.900 t; laranja, 200.000.000 frutos; cana-de-açúcar, 932.900 t; algodão, 5.500 t; mamona, 5.000 t; banana, 17.900.000 cachos
Pecuária (1992): bovinos, 2.000.000; suínos, 1.700.000
Energia elétrica (1993): geração bruta, 1.200 GWh; consumo, 887 GWh

Volta

Hosted by www.Geocities.ws

1