Perguntas : a) Os aparelhos elétricos (inclusive as lâmpadas) em uma residência:são ligados em paralelo? O que aconteceria se eles fossem ligados de outra maneira? b) Qual o problema de se ligar vários aparelhos elétricos em uma mesma tomada? c) Como funciona o disjuntor em uma residência? d) Porque fio terra aumenta a segurança do usuário de um aparelho elétrico? Respostas : a) Sim. Estando ligados em paralelo, a tensão que lhes está aplicada é a da rede. Se estivessem ligados em série, a tensão da rede repartia-se pelos aparelhos e cada um ficava sujeito a uma tensão menor que a desejada. Quando isso acontece com lâmpadas, a resistência do conjunto das lâmpadas em série é maior que quando é só uma, pelo que a corrente nas lâmpadas é menor, logo o brilho é menor. Não acontece mal nenhum às lâmpadas, porque a corrente nelas é menor que a habitual. Pode experimentar, se souber fazer as ligações. Aconselho a não o fazer, se não tiver experiência. Mas pode fazer sem perigo as experiências indicadas no site “Elektron juvenil” na seção “Experiências com eletricidade” (endereço http://br.geocities.com/jcc5000). No caso de motores em série, como a tensão em cada um é menor, quando se pede um esforço (potência) ao motor, é natural que a corrente aumente mais do que seria desejável (a potência é o produto da tensão pela corrente, logo, para a mesma potência, menor tensão, maior corrente). O problema de correntes maiores do que as normais, é que provocam maior aquecimento dos enrolamentos do motor. Este aquecimento produz deterioração dos isolamentos a longo prazo. Isso pode originar com o tempo curto-circuitos entre espiras. Mas a ligação em série não é normal, nem é possível fazê-la com os aparelhos de ligação fornecidos. Por curiosidade, as primeiras ligações de lâmpadas foram feitas em série. b) Um aparelho ligado a uma tomada fica sujeito à tensão da rede, pelo que vai absorver determinada intensidade de corrente. Ao ligar um segundo aparelho, sujeito à mesma tensão, vai também absorver corrente, pelo que a corrente que atravessa os ligadores da tomada e os condutores elétricos vai aumentar. Todos estes componentes têm uma capacidade limitada de fornecer corrente. Nas tomadas vem indicado o valor de corrente nominal ou admissível. Espera-se que, se a corrente admissível numa canalização elétrica for ultrapassada, o disjuntor dispare, cortando o circuito. Se assim não for, a corrente irá provocar o aquecimento dos condutores e dos isolantes próximos, podendo originar um incêndio. Já agora, também não se devem ligar fichas em tomadas quando ficam frouxas, pois isso pode provocar uma consequência semelhante. c) Há vários tipos de disjuntores. Um disjuntor eletromagnético protege o circuito contra curto-circuitos. Um curto-circuito produz uma corrente muito superior ao normal, pelo que deve ser interrompida o mais rapidamente possível. Estes disjuntores têm tempos de atuação determinados, indicados pelo fabricante e que estão normalizados. Quanto maior for a corrente, menor é o tempo de atuação. Funciona com base num relé eletromagnético. Quando a corrente na sua bobina atinge um valor determinado ele atua num tempo curto. Quando se pretende fazer a proteção contra sobrecargas, que são correntes superiores nominal, mas que não são tão grandes como as de curto-circuito, usa-se uma proteção térmica, como existe nos ferros de passar a roupa para limitar o aquecimento conforme o tipo de roupa. Quando surge uma sobrecarga, o disjuntor não dispara logo. Quando esta corrente de sobrecarga dura tempo demasiado, o disjuntor atua, desligando a corrente. Funciona com base num relé térmico, constituído por uma lâmina bimetálica. Esta lâmina tem dois metais justapostos. Quando aquecem, um dilata mais que o outro, a lâmina encurva-se e faz disparar o relé. Normalmente este disjuntor está associado ao anterior e chama-se magnetotérmico. Existe ainda o disjuntor diferencial que é um aparelho que deteta fugas de corrente entre massa metálicas com defeito. Se não existir o aparelho e uma pessoa tocar numa parte metálica da instalação que tem um defeito de isolamento, a pessoa fica sujeita a uma tensão elétrica mais ou menos perigosa. O aparelho permite o disparo quando existe este tipo de defeito. Chama-se a este tipo de proteção contra contatos indiretos, pois é o que acontece, os contatos elétricos de uma pessoa com a rede não são diretamente com os condutores elétricos, mas sim através duma massa condutora que devia estar isolada da rede e deixou de estar. Numa habitação deve existir pelo menos um destes aparelhos no quadro geral, normalmente num só aparelho que desempenha as três funções de proteção atrás referidas. Podem também existir aparelhos destes noutros locais, quando há tomadas acessíveis a bebés e em banheiras de hidromassagem. Não é necessário que estes aparelhos sejam disjuntores. Há também interruptores diferenciais. Estes apenas fazem a proteção diferencial, havendo disjuntores antes deles para fazer a proteção contra curto-circuitos. O problema dos aparelhos diferenciais, quando são muito sensíveis e quando a ligação de terra não é boa é atuarem facilmente, desligando os circuitos. d) Se houver um defeito de isolamento, uma massa metálica ficará sujeita a um potencial elevado. Estando a massa ligada à terra, que é o potencial de referência (0 Volt), o contato com ela não oferece perigo, se a ligação estiver correta. O aparelho de proteção diferencial deteta esta situação e abre o circuito.
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