Gustavo Bayerl Lima

Acadêmico de Direito da CSVV/UVV


 

 

Jean-Jaccques Rousseau

 

 

 

Nas obras de Rousseau aparecem vários elementos tais como:  vontade geral, soberania popular, governo da maioria. Estes elementos demonstraram uma preocupação  com a questão  da democracia. A partir desta afirmação discuta em que medida as idéias de Rousseau se concretizam na vida política dos povos e discuta também  a possibilidade de combinar mecanismos da democracia.

 

 

 

Assim como seus antecessores Hobbes e Locke, Rousseau procurou resolver  a questão da legitimidade do poder fundado no contrato social. O fez de uma forma inovadora na medida que distinguiu os conceitos de soberano e governo. Rousseau  criou a hipótese dos homens em estado de natureza, vivendo sadios, bons e felizes enquanto cuidam da própria sobrevivência, até  o momento  em que é criada a propriedade e uns passam a trabalhar para outros, gerando escravidão e miséria. Para Rousseau a sociedade é uma prisão, pois antes de existir o Estado formado, existia esse estado de natureza em que o homem vive em perfeita harmonia (todos iguais). Segundo ele quando os homens se aglomeram para viverem em sociedade, formam o Estado.

   Através do Estado surgem as desigualdades, que fazem a diferença entre ricos e pobres, poderosos e fracos, o senhor e o escravo e a predominância do mais forte. Assim o homem que surge da desigualdade é corrompido pelo poder e esmagado pela violência.

Rousseau trouxe novas idéias para a política  que influenciaram diretamente sua época. Como o contrato social, pacto em que o homem abdica sua liberdade, mas sendo ele próprio parte integrante e ativa do todo social, ao obedecer à lei, obedece a si mesmo e, portanto é livre. Para ele o povo tem que ser soberano, isto é o corpo coletivo que expressa através da lei a vontade geral. Pela sua concepção os magistrados que constituem o governo estão subordinados ao poder de decisão  do soberano e apenas executam as leis, devendo haver inclusive boa rotatividade na ocupação dos cargos.

Rousseau preconiza, portanto, a democracia direta ou participativa, mantida por meio de assembléias freqüentes de todos os cidadãos. O  soberano, sendo o povo incorporado, dita a vontade geral, cuja expressão é a lei.

Hobbes e Rousseau se aproximam pois são pessimistas para a sociedade em que vivem. Rousseau  não partilha  com seus contemporâneos o ideal de difusão das luzes do saber,  a ciência  se pratica muito mais por orgulho , pela busca da glória e da reputação do que  por um verdadeiro amor ao saber. As ciências e as artes para ele impedem a maldade dos homens, distraindo-os, para que eles não cometam crimes hediondos.

A concepção política de Rousseau, como todo pensamento liberal, é tramada contra o absolutismo, mas ultrapassa o elitismo de Locke  e propõe  uma visão mais democrática do poder.

Os aspectos avançados do pensamento de Rousseau  estão no fato de denunciar  a violência daqueles que abusam do poder conferido pela propriedade, bem como por Ter desenvolvido uma concepção mais democrática de poder,  baseada na soberania popular e na vontade geral, que seriam interesses comuns de uma nação.

Rousseau pensava na igualdade através da política, ao invés da economia integrada, como já falado, pensava na vontade geral, soberania popular, governo da maioria e na democracia direta ou com representação.

   Se nessa época já existisse a democracia, o liberalismo nem chegaria a existir, pois houve necessidade de crescimento de mercado, economia,  ricos acima de pobres, etc. A fase do liberalismo não poderia ser pulada, grandes filósofos se destacaram nesta época, como Rousseau.  A Revolução Francesa e grande parte dos revolucionários fazia o pensamento político de Rousseau, todo o Contrato Social, do modo de funcionamento da engrenagem política e das condições de sua legitimidade, transformou-se num manual prático de política.

 

  

“Unamo-nos para defender os fracos da opressão, conter os ambiciosos e assegurar a cada um a posse daquilo que lhe pertence, instituamos regulamentos de justiça e de paz, aos quais todos sejam  obrigados a conformar-se, que não abram exceção para ninguém  e que, submetendo igualmente a deveres mútuos o poderoso e o fraco, reparem de certo modo os caprichos da fortuna. Numa palavra, em lugar de voltar nossas forças contra nós mesmos, reunamo-nos num poder supremo que nos governe segundo sábias leis, que protejam e defendam todos os membros da associação, expulsem os inimigos comuns e nos mantenham em concórdia eterna.”

                                        

                                                                                      Rousseau

 

 

 


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