Ônibus Espacial

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A nave "Space Shuttle", ou Ônibus Espacial, foi o primeiro veículo aeroespacial da NASA. Este veículo é o primeiro com capacidade para decolar como um foguete, orbitar como uma espaçonave e reentrar na atmosfera planando como uma aeronave convencional. O sistema do Ônibus Espacial é composto de três partes: o veículo, que possui três propulsores principais; o tanque externo, que contém o combustível líquido mais o gás comburente; dois propulsores de lançamento, que são fixados no tanque.

Quando lançado convencionalmente, os dois sistemas de propulsão do Ônibus Espacial, combinados, resultam num empuxo de aproximadamente 30. 800. 000 Newtons.

Este empuxo, para efeito de comparação, é equivalente à soma dos empuxos de decolagem de trinta jumbos 747. A aproximadamente 45 quilômetros da superfície, os propulsores de lançamento se separam do veículo, sendo, mais tarde, recuperados no mar. Já a 110 quilômetros da superfície, o combustível dos tanques externos se esgota. Assim, os tanques separam-se da nave, sendo então desintegrados na reentrada da atmosfera. Dois sistemas de manobras orbitais se encarregarão da entrada em órbita. Uma vez no espaço, o Ônibus Espacial funciona como um transportador de satélites ou sondas espaciais a serem postos em atividade. A utilidade desse veículo também se estende ao resgate de satélites necessitados de reparo e às pesquisas científicas in loco. Completada a fase orbital da missão, o veículo é girado no espaço por propulsores secundários.

Assim que o sistema de manobras é direcionado, esses propulsores são acionados, diminuindo a velocidade de órbita e iniciando a reentrada. Antes do contato com a atmosfera, o veículo é novamente girado, e colocado em posição de reentrada para que se diminua a fricção atmosférica resultante da grande velocidade de descida. A superfície do veículo possui revestimentos protetores contra altas temperaturas, diferenciados entre si de acordo com as diferentes áreas afetadas. Nas áreas de maior atrito, como as beiras das asas e a área frontal da nave, o revestimento utilizado é a base de carbono reforçado. As outras áreas são revestidas com placas anti-térmicas feitas de fibra de sílica e com mantas de feltro especial revestido de silicone. As placas também recebem um revestimento de cerâmica, para que se mantenha a estabilidade dos materiais de revestimento frente às temperaturas elevadas. Assim que a velocidade e a altitude da órbita vão decaindo através das manobras de reentrada em S, o veículo passa a funcionar como um planador. O ângulo de planagem do veículo é seis vezes mais íngreme que o ângulo de aterrissagem de um jato comercial. A velocidade de pouso é de aproximadamente 340 quilômetros horários. Após a aterrissagem, o veículo passa por uma reforma, uma nova carga é introduzida, os propulsores são reformados e reabastecidos, e uma nova montagem do veículo completo é feita alguns meses antes do lançamento. Como medida de redução de custos, a nave espacial é projetada para o cumprimento de 80 missões, e os propulsores podem ser utilizados em 6 missões.

FOGUETES PROPULSORES

Os foguetes propulsores são responsáveis pela maior porção do empuxo de decolagem. Eles são os maiores já construídos, assim como os primeiros a levarem humanos ao espaço e também os primeiros feitos para reutilização. Os propulsores são constituídos de quatro segmentos tubulares de aço. A parte frontal ogivóide contém um pára-quedas, que é acionado para fins de resgate. A parte traseira possui um bico dirigível. Oito pequenos foguetes são responsáveis pela separação do propulsor do veículo espacial. Os propulsores descem de pára-quedas no Atlântico, e são recuperados por barcos especiais de resgate. Cada propulsor contém um propelente sólido, semelhante à borracha corretora de uma máquina de escrever. Para a ignição dos propelentes, é acionado antes um pequeno foguete motor. As chamas do foguete se espalham através do interior do propulsor, que atinge o empuxo máximo em menos de meio segundo.

TANQUE EXTERNO

O tanque externo contém os propelentes utilizados tanto para a decolagem como para os três propulsores principais do veículo em órbita. O tanque externo possui ainda uma carcaça externa que encerra três tanques internos. O tanque interno frontal contém oxigênio líquido mantido sob pressão. Um outro tanque interno comporta a maioria dos equipamentos eletrônicos. O tanque traseiro contém hidrogênio líquido sob pressão. As paredes do tanque são constituídas de uma liga de alumínio e possuem uma espessura de 5,23 centímetros. Os propelentes são enviados aos sistemas principais de propulsão da espaçonave pela pressão do gás liberado pela própria combustão controlada. O tanque externo é desintegrado no momento de sua reentrada, após a combustão total do propelente.

ESPAÇONAVE

O Ônibus Espacial é um veículo largo, com asas dispostas em delta. Foi construído, em sua estrutura, com alumínio, e recoberto com uma superfície de isolamento re-utilizável. A nave é impulsionada por 49 foguetes de diferentes funções, como os foguetes de decolagem, os controladores de rota e os controladores de reentrada. A energia elétrica é fornecida através de células de combustível que possuem, como subproduto de combustão, água potável. O centro da nave é, na verdade, o compartimento de carga, capaz de levar até quatro satélites ao espaço em apenas uma decolagem. O compartimento de carga possibilita o transporte do laboratório "Spacelab" ao espaço, assim como seu resgate de volta à Terra. Um braço mecânico altamente articulado, chamado Remote Manipulator System, pode ser operado pelos tripulantes da cabina de controle. Esse sistema é utilizado para que os carregamentos sejam colocados em plena operação, fora do veículo aeroespacial. A seção frontal do veículo é reservada à cabina de comando e ao alojamento da tripulação. A parte frontal do convés lembra muito as cabinas de comando dos aviões convencionais, mas alguns traços diferenciam os comandos de vôo no espaço e os comandos de vôo aéreo. A parte traseira da convés contém quatro estações de serviço, incluindo os controles do sistema de manipulação à distância. Quando é requerida alguma atividade extra-veicular, o compartimento de carga é suprido com ar e a entrada no compartimento é feita através de um escotilha, localizada no alojamento da tripulação.

PROPULSORES PRINCIPAIS DA "SPACE SHUTTLE"

Os propulsores principais do Ônibus Espacial são os mais eficientes e complexos foguetes já construídos. Este equipamento re-utilizável e de alta performance foi desenvolvido para operar durante sete horas e meia por missão, podendo realizar um total de 55 missões ao todo. Os propulsores principais podem ser acelerados a um limite de 65 a 109 por cento de sua razão de força, resultando num empuxo de 170. 100 quilogramas cada. Os propulsores fornecem cerca de 30 por cento do empuxo total durante os dois primeiros minutos de vôo, e 100 por cento ao cabo de 6 minutos. Fazendo parte do veículo aeroespacial, os propulsores queimam o hidrogênio líquido e o oxigênio do tanque externo, os quais são enviados através de cordões umbilicais. Cada propulsor pode ser movido 10. 5 graus acima ou abaixo do eixo longitudinal da nave, e 8,5 graus à esquerda ou à direita do eixo latitudinal. Esses movimentos podem ajudar a fornecer o controle direcional da nave durante a decolagem e subida. A maior parte das operações são controladas automaticamente por um controlador de propulsores, equipando cada foguete. Os controladores estão ligados aos computadores de orientação geral.

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