_______________________________________________________________________________________
A sós...
Silêncio e escuridão.
É tudo o que eu quero
hoje.
Silêncio.
Para que ele traga a
calma
que cobre em bálsamo
as palavras que se inserem,
cobram, iludem e ferem.
Para que não se
propaguem em ecos
os pedidos de perdão
rasgados
por gestos impensados
que machucaram tanto.
Para que eu possa
subtrair-me dos ruídos
e ouvir meu coração
que de tão cansado,
já nem reclama mais.
Escuridão.
Para que eu não precise
ver
atos impostos ou cenas
inventadas.
Para que seu toque frio
desperte-me do sonho
e devolva-me a lembrança
do que eu era antes.
E que por nenhuma fresta
escape a luz de um sol furtado
dos meus dias felizes.
Para que, por desculpa
do medo do escuro,
eu possa abraçar meu
coração
e acalentá-lo por tantas
mágoas...
No silêncio e escuridão,
A sós... Eu, meu
coração...
Ele, a consolar-me o pranto
e eu, a consertar-lhe os
cacos...
A perdoar-nos mutuamente
por sermos assim, tão
tristes...
E estarmos assim... tão fracos...
____________________________________________________________________________________________
Helena C. de Araujo
Respeite os Direitos Autorais
* home * alguma poesia * outras palavras * rascunhos *