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Apenas e quase...

 

 

Queria dizer-te tanto,

mas escaparam-me os versos.

Minhas razões abriram-se em janelas

que preferiram ver estrelas

a escrevê-las.

Se os sentidos desenharam-se em rimas,

as mãos as recusaram,

descansando-se nos beirais

dos sonhos.

As palavras pairaram

na eternidade do instante,

até insinuaram-se

e por um momento as senti,

prestes a saltarem

em ondas sobre o papel...

Mas os versos encantaram-se

em distâncias,

alçaram longos vôos

e recusaram-se ao pouso breve.

Por certo o pensamento,

arrebatado e enternecido,

roubou-me o instante de dizê-los.

Perdoe-me trazê-los assim a ti...

Sonhados, apenas.

Escritos, quase...



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Helena C. de Araujo

 

 

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