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Aqueles dias, saudade...

 

 

Hoje corri criança,

na lembrança que veio,

subiu escada,

brincou jardim,

morou a casa e infância de um dia.

 

Era doce o cheiro da vida,

do pão no forno,

da roupa limpa no varal,

dos afazeres dedicados,

daquela casa.

Era sagrado o som do trabalho,

das ferramentas pesadas,

do ofício árduo,

da incansável rotina,

daquela oficina.

 

Era sério o olhar corrigindo,

firme a voz

conduzindo

os dias difíceis

de família grande.

Mas eram francos os sorrisos

de alegria simples,

onde tudo se repartia,

gestos do amor

que era o bem maior.

 

Eram mágicas as noites reunidas

de fé compartilhada,

de visitas bem-vindas,

de histórias contadas,

de sonhos embalados

por mãos que costuravam

roupas e esperanças

e por outras mãos, cansadas,

que tiravam música

de um acordeom...

 

Hoje corri criança
ao encontro da alegria
que se perdeu nos tempos,

nos ventos de empinar pipas,

nos céus de contar estrelas,
nas noites de brincar de susto,
nos banhos de rio esquecidos,

nas chuvas, nas tardes,

nas ruas de barro,

nas areias de castelos deixados...

 

Vozes, dias, vida, sonhos...

Hoje corri criança

na lembrança que veio,

subiu escada,

brincou jardim,

morou a casa

e a alegria de um dia...

E chorei.

Choro vivo,

de pura saudade...



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Helena C. de Araujo

 

 

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