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Desenlace
(Geométrico desenlace)
Uniu-nos, um dia, a convergência do destino...
Descobrimo-nos pontos comuns
e pela semelhança dos nossos sonhos
envolvemo-nos, traço a traço, em espirais de afeto...
E o amor que foi crescendo em círculos
tornou-se a intersecção dos nossos paralelos...
De cumplicidade e carinho traçamos nossa trajetória,
em linhas retas de ternura e paz...
Mas da alegria sólida dos nossos dias
vimos nascer a divergência,
ao inserir-se em nossos planos
o desequilíbrio de um triângulo
que nos tirou, da confiança, as bases...
De nossas emoções, antes suaves,
brotaram agudos vértices de desencanto
e arestas vivas de separação...
Afastamo-nos, fragmentados,
sólidos de ressentimento e dor...
Hoje o pensamento é linha quebrada...
Vida em círculos incompletos
de perspectivas interrompidas...
Esferas frias de tristeza imposta,
repetem no pranto que não tem alívio
agudos ecos de uma dor tangente...
(E já não sei a
quem devolvo a dor
que dói em
mim, tão insistente...)
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Helena C. de Araujo
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