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Dragões

 

 

Poderiam ser apenas

seres quiméricos,

mitológicas criaturas

de clássicos e lendários temas.

Imaginava-os, apenas,

personagens fantásticos

a povoar histórias,

vilarejos e castelos medievais.

Via-os fascinantes

motivos de atos heróicos

de nobres cavaleiros

no resgate de princesas,

mágicas alegorias de histórias infantis...

 

Mas não.

Penso que há dragões ainda.

E hoje quase os vejo, alguns,

tentando assombrar-me a paz.

Pressinto-os pelos ruídos,

percebo-os pelos olhos

de feras raivosas e destrutivas.

 

Sempre me fascinaram os dragões!

Aqueles, mitológicos e encantados.

 

Mas hoje, escapam-me

as descrições desses seres

com fabulosos poderes,

adorados por povos como quase deuses

destinados a cumprir

tarefas nobres.

Assombram-me hoje

os dragões que lançam chamas

de palavras ácidas

vomitadas por suas bocas

de hálitos venenosos.

Criaturas vis,

de corpos escamosos

que lembram-me em forma e ato,

serpentes dotadas de asa e garras...

Dignidade e honra

poderiam ser suas insígnias.

Mas, pesadas de seu pouco espírito,

preferem o rastejo ao vôo,

deixando rastos úmidos

por onde passam.

Penso que há dragões ainda.

Disfarçados, espreitando.

 

Mas não haverá confrontos,

não haverão armaduras,

nem espadas.

Ignorá-los será mais bravo ato.

 

Tristes criaturas.

Acabarão aniquilando-se a si mesmas

e perecerão,

asfixiadas pela fumaça tóxica

de suas próprias bocas incandescentes...

 



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Helena C. de Araujo

 

 

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