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Intempéries...
...Então
andávamos de mãos dadas,
naquelas estradas
que eram de sonho.
E caminhávamos
jardins,
colhíamos flores
e sorrisos
e perfumávamos de
primavera
aquelas tardes de
outono.
Banhávamos de sol
nossos medos e
segredos
e encantávamos
nossos olhares
que se
encontravam
em promessas
muito maiores do
que
todos os nossos
tempos
pudessem
imaginar,
muito mais
próximos
do que todas as
nossas distâncias
teimassem ser...
E por quantas
vezes
nos víamos a
colher estrelas
e contá-las,
imaginando-as
nossas,
infinitas e eternas...
...Então
andávamos de mãos dadas,
e éramos
felizes...
Mas a paisagem
que se abria a
nós
em tantos claros
horizontes
nos colocou tão
descuidados
que não
pressentimos
a tempestade que
se fez no ar...
E ela veio...
Escura, em nuvens
de incertezas,
num aguaceiro
salgado
a nos corroer a
calma,
em ventos
fustigantes
a nos arrastar os
sonhos...
E no redemoinho
que se fez em tudo
ela separou-nos,
o olhar e as mãos...
Levados pela
correnteza, nos perdemos...
E a distância
sobrepôs-se a nós...
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Helena C. de Araujo
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