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Oração pagã

 

 

São noites como estas

Em que quero sonhar-te.

Noites levemente insones,

de fantasias e horas adiantadas

que me conduzem

muito além dos meus limites.

Alma e pensamento voam, livres.

Desnudo-me, corpo e consciência,

num estranho deleite

em carícias invisíveis.

Não são os lençóis

que me aquecem.

Junto as mãos e movo os lábios

numa oração pagã.

Um êxtase quase casto

me assemelha à divindade.

Minh’alma repousa

nesse momento inventado

nas noites para sonhar-te.

Lá fora, cúmplice,

Um anjo acende a lua.

 

 

 

 

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Helena C. de Araujo

 

 

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