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         Revelação

 

 

Não indagues o que sinto,

não saberia dizer-te.

Nenhuma palavra que eu trouxesse

aos lábios poderia contar-te

o que és em mim.

Poderia a lua explicar o céu?

Teria o dia, o que dizer do sol?

Privo-te das minhas palavras.

Oferto-te apenas vestígios,

que estão guardados

entre noite e sonho,

entre luz e dia,

entre areia e mar.

Mas se insistes

na resposta breve,

para dizer-te o que és em mim,

dou-te conhecer o que a revele:

tira-me o ar,

e saberás, enfim.

 



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Helena C. de Araujo

 

 

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