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Suave

 

 

Trouxe-me a noite

um sopro de palavras tuas...

Tomei-as, invisíveis e vivas,

como se as pudesse ter também nas mãos,

além da alma...

Encantei-as ternamente,

acariciei-as e beijei-as,

como se te beijasse,

nesse gesto, a face...

Senti maior ainda

o coração bater em mim

nesse momento quieto

em que és vontade e falta.

Envolvi tua lembrança

num abraço lento

e bastou-me fechar os olhos

para que pudesse ter-te,

presença viva e tátil

que a outros olhos não é dado ver...

E abracei-te em mim,

porque é em mim que estás...

E acolhi com um sorriso

a noite que me trouxe

um sopro de palavras tuas...



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Helena C. de Araujo

 

 

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