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The answer is blowing the wind…

 

 

Há uma impressão que percorre a calma
trazendo intensa sensação de espreita.
A intuição avisa, o coração pressente.
Perguntas pairam no rugir das mentes
criando sombras a espiar dos vácuos.
As respostas,
incenso-as e as lanço ao vento.
Mas há que ter cuidado, a aparência é dúbia.
A imaginação é o mais imperfeito reflexo
da emoção capciosa e inadvertida
e impõe à razão um estar de desatino.
A verdade perde-se na invídia.
Não pretendo aquietar da curiosidade o esgar.
Mas deleito-me no prazer do que digo,
não por cortesia, mas por vaidade pura:
tremo de inspiração e poiesis,
nem sempre de felicidade ou dor.
Não é ilusão o que exponho,
nem tão real a que me entorpeça os pés.
Escrevo sim a paixão e o amor
como quem desenha círculos no ar,
a espiralarem-se nas mesmas metáforas
nas quais os concretizo em lógicas absurdas.
Sigo em frente a apascentar meus sonhos
e poetizo-os para instigar incômodos.
A quem me lê, oferto a dúvida.
Que acolham em palavra e verso
as mais puras e perfeitas incertezas.
Não tenho o dom de dissipar quimeras.
Antes, alimento o mito e sustento a fé.
Cerro os punhos e adoço a voz.
Renovo o espanto, sorrio e sigo.
E aceno um gesto, em calma branca,
a cada olhar que vocifera,
a espreitar, por trás das portas...

 

 

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Helena C. de Araujo

 

 

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