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          Visões

 

 

...E por querer do dia a luz
aguardo cada amanhecer
como se fosse o único,
o primeiro,
o mais feliz e terno...

E espero das auroras enfeitadas
os mergulhos do corpo e alma

entre os matizes e euforias
das ansiedades que esplendem
na possibilidade dos sonhos,
das esperas e vontades...

Então o dia chega e sobe e arde...
 
E da luz incisa e fátuas

ardem-me as lágrimas
das retinas já queimadas
pela estéril insistência
em olhar de frente o sol
e as horas sobrepõem-se
em trôpegas visões,
em cenas cegas de esperança...

Assim o dia passa e cansa e morre...

E guardo dos ocasos entristecidos
os mergulhos do corpo e alma

entre os escuros e silêncios
das certezas que anoitecem
na inutilidade dos sonhos,
das esperas e vontades...

...E por sentir fugir do dia a luz
aguardo cada anoitecer
como se fosse o único,
o último,
o tristemente eterno...

 

 

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Helena C. de Araujo

 

 

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