AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e gramática inspiradas na ACF-1995

LIVRO DO GÊNESIS
Capítulos 21-30


Capítulo 21
1 E o SENHOR visitou (para trazer bem) a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado.
2 E concebeu Sara, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus tinha falado a ele.
3 E Abraão pôs no filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, o nome de Isaque <Riso>.
4 E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como Deus lhe tinha ordenado.
5 E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque seu filho.
6 E disse Sara: Deus tem preparado riso para mim ; todo aquele que o ouvir se rirá comigo.
7 Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos? Pois lhe dei um filho na sua velhice.
8 E cresceu o menino, e foi desmamado; então Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.
9 E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual tinha dado a Abraão, zombava.
10 E disse a Abraão: Ponha fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com meu filho, com Isaque.
11 E pareceu esta palavra muito penosa aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.
12 Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça penoso aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua Semente (Cristo).
13 Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua semente.
14 Então Abraão levantou-se cedo ao alvorecer daquela madrugada, e tomou pão e um odre de água e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu, andando errante no deserto de Berseba.
15 E consumida a água do odre, lançou o menino debaixo de um um dos arbustos.
16 E foi assentar-se em frente dele, afastando-se à distância de um tiro de arco; porque dizia: Que eu não veja a morte do menino. E assentou-se em frente dele, e levantou a voz dela, e chorou.
17 E ouviu Deus a voz do menino, e chamou o Anjo de Deus a Agar desde o céU, e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está.
18 Ergue-te, levanta o menino e pega-lhe pela mão, porque dele farei uma grande nação.
19 E abriu-lhe Deus os olhos, e ela viu um poço de água; e foi encher o odre de água, e deu de beber ao menino.
20 E era Deus com o menino, que cresceu; e habitou no deserto, e foi arqueiro.
21 E habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe esposa da terra do Egito.
22 E aconteceu naquele mesmo tempo que Abimeleque, com Ficol, comandante do seu exército, falou com Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo o que fazes;
23 Agora, pois, jura-me aqui por Deus, que não mentirás a mim, nem a meu filho, nem a meu neto; segundo a beneficência que te fiz, farás a mim, e à terra onde peregrinaste.
24 E disse Abraão: Eu jurarei.
25 Abraão, porém, repreendeu a Abimeleque por causa de um poço de água, que os servos de Abimeleque haviam tomado à força.
26 Então disse Abimeleque: Eu não sei quem fez isto; e também tu não mo declaraste, nem eu o ouvi senão hoje.
27 E tomou Abraão ovelhas e vacas, e deu-as a Abimeleque; e fizeram ambos uma aliança.
28 Pôs Abraão, porém, à parte sete cordeiras do rebanho.
29 E Abimeleque disse a Abraão: Para que estão aqui estas sete cordeiras, que puseste à parte?
30 E disse: Tomarás estas sete cordeiras de minha mão, para que me sejam em testemunho de que eu cavei este poço.
31 Por isso ele chamou aquele lugar Berseba <Poço do Juramento>, porquanto ambos juraram ali.
32 Assim fizeram aliança em Berseba. Depois se levantou Abimeleque e Ficol, comandante do seu exército, e tornaram-se para a terra dos filisteus.
33 E Abraão plantou um bosque em Berseba, e invocou lá o nome do SENHOR, o Deus eterno.
34 E peregrinou Abraão na terra dos filisteus muitos dias.

Capítulo 22
1 E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
2 E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
3 Então Abraão levantou-se cedo ao alvorecer daquela madrugada, e albardou {*}o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. {* Albarda é sela rústica, enchumaçada de palha, para bestas de carga}
4 Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe.
5 E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós.
6 E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque, seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.
7 Então falou Isaque a Abraão, seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8 E disse Abraão: Deus proverá ele mesmo o cordeiro {*} para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos. {* "Deus proverá ele mesmo o cordeiro" deve ser entendido de DOIS modos complementares: (1) "Deus, ele mesmo, proverá o cordeiro", consoante com João 3:16-17; ou (2) "Deus proverá a Si mesmo (como, na qualidade de) o cordeiro", consoante com  Jo 1:29}
9 E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.
10 E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho;
11 Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou desde o céU, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
12 Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não Me negaste o teu filho, o teu único filho.
13 Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.
14 E chamou Abraão o nome daquele lugar: O SENHOR PROVERÁ; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.
15 Então o Anjo do SENHOR chamou a Abraão pela segunda vez desde o céU.
16 E disse: Por Mim mesmo jurei, diz o SENHOR: Porquanto fizeste esta ação, e não Me negaste o teu filho, o teu único filho,
17 Que deveras te abençoarei, e multiplicando Eu multiplicarei a tua semente como as estrelas do céU, e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos inimigos dela;
18 E em tua Semente (Cristo) serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à Minha voz.
19 Então Abraão tornou aos seus moços, e levantaram-se, e foram juntos para Berseba; e Abraão habitou em Berseba.
20 E sucedeu depois destas coisas, que anunciaram a Abraão, dizendo: Eis que também Milca deu filhos a Naor teu irmão.
21 Uz o seu primogênito, e Buz seu irmão, e Quemuel, pai de Arã,
22 E Quésede, e Hazo, e Pildas, e Jidlafe, e Betuel.
23 E Betuel gerou Rebeca. Estes oito deu à luz Milca a Naor, irmão de Abraão.
24 E a sua concubina, cujo nome era Reumá, ela lhe deu também a Tebá, Gaã, Taás e Maaca.

Capítulo 23
1 E foi a vida de Sara cento e vinte e sete anos; estes foram os anos da vida de Sara.
2 E morreu Sara em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; e veio Abraão lamentar Sara e chorar por ela.
3 Depois se levantou Abraão de diante de sua morta, e falou aos filhos de Hete, dizendo:
4 Estrangeiro e peregrino sou entre vós; dai-me possessão de sepultura convosco, para que eu sepulte a minha morta de diante da minha face.
5 E responderam os filhos de Hete a Abraão, dizendo-lhe:
6 Ouve-nos, meu senhor; príncipe poderoso és no meio de nós; enterra a tua morta na mais escolhida de nossos sepulcros; nenhum de nós te vedará o sepulcro dele, para sepultares a tua morta.
7 Então se levantou Abraão, inclinou-se diante do povo da terra, diante dos filhos de Hete,
8 E falou com eles, dizendo: Se é de vossa vontade que eu sepulte a minha morta de diante de minha face, ouvi-me e intercedei por mim junto a Efrom, filho de Zoar,
9 Que ele me dê a caverna de Macpela, que ele tem no fim do seu campo; que ma dê pelo devido preço por possessão de herança de sepulcro no meio de vós.
10 Ora Efrom habitava no meio dos filhos de Hete; e respondeu Efrom, heteu, a Abraão, aos ouvidos dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da sua cidade, dizendo:
11 Não, meu senhor, ouve-me: O campo te dou, também te dou a caverna que nele está, diante dos olhos dos filhos do meu povo te dou ela; sepulta a tua morta.
12 Então Abraão se inclinou diante da face do povo da terra,
13 E falou a Efrom, aos ouvidos do povo da terra, dizendo: Ao contrário, se tu me a queres conceder, ouve-me, peço-te. O dinheiro pelo campo o darei; toma-o de mim e sepultarei ali a minha morta.
14 E respondeu Efrom a Abraão, dizendo-lhe:
15 Meu senhor, ouve-me, a terra vale quatrocentos siclos de prata; que é isto entre mim e ti? Sepulta ali a tua morta.
16 E Abraão deu ouvidos a Efrom, e Abraão pesou a Efrom a prata {*} de que tinha falado aos ouvidos dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata, moeda corrente entre mercadores. {* Abraão comprou dois sepulcros, ver nota At 7:15-16}
17 Assim o campo de Efrom, que estava em Macpela, em frente de Manre, o campo e a caverna que nele estava, e todo o arvoredo que no campo havia, que estava em todo o seu contorno ao redor,
18 Se confirmou a Abraão em possessão diante dos olhos dos filhos de Hete, diante de todos os que entravam pela porta da cidade.
19 E depois sepultou Abraão a Sara sua esposa na caverna do campo de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.
20 Assim o campo e a caverna que nele estava foram confirmados a Abraão, pelos filhos de Hete, em possessão de sepultura.

Capítulo 24
1 E era Abraão já velho e adiantado em idade, e o SENHOR havia abençoado a Abraão em tudo.
2 E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Rogo-te, põe agora a tua mão debaixo da minha coxa,
3 Para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho esposa das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito.
4 Mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás esposa para meu filho Isaque.
5 E disse-lhe o servo: Se porventura não quiser seguir-me a mulher a esta terra, farei, pois, tornar o teu filho à terra donde saíste?
6 E Abraão lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu filho.
7 O SENHOR Deus dos céus, que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra; Ele enviará o Seu anjo adiante da tua face, para que tomes esposa de lá para meu filho.
8 Se a mulher, porém, não quiser seguir-te, serás livre deste meu juramento; somente não faças lá tornar a meu filho.
9 Então pôs o servo a sua mão debaixo da coxa de Abraão seu senhor, e jurou-lhe sobre este negócio.
10 E o servo tomou dez camelos, dos camelos do seu senhor, e partiu, pois que todos os bens de seu senhor estavam em sua mão, e levantou-se e partiu para Mesopotâmia, para a cidade de Naor.
11 E fez ajoelhar os camelos fora da cidade, junto a um poço de água, na hora do anoitecer, ao tempo que as moças saíam a tirar água.
12 E disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te, dá-me hoje bom encontro, e faze beneficência ao meu senhor Abraão!
13 Eis que eu estou em pé aqui junto à fonte de água e as filhas dos homens desta cidade saem para tirar água;
14 Seja, pois, que a donzela, a quem eu disser: Rogo-te, abaixa agora o seu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque, e que eu conheça nisso que usaste de benevolência com meu senhor.
15 E sucedeu que, antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, que havia nascido a Betuel, filho de Milca, esposa de Naor, irmão de Abraão, saía com o seu cântaro sobre o seu ombro.
16 E a donzela era mui formosa à vista, virgem, a quem nenhum homem havia conhecido; e desceu à fonte, e encheu o seu cântaro e subiu.
17 Então o servo correu-lhe ao encontro, e disse: Peço-te, deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro.
18 E ela disse: Bebe, meu senhor. E apressou-se e abaixou o seu cântaro sobre a sua mão e deu-lhe de beber.
19 E, tendo ela acabado de lhe dar de beber, disse: Tirarei também água para os teus camelos, até que acabem de beber.
20 E apressou-se, e despejou o seu cântaro na tina- de- beber, e correu outra vez ao poço para tirar água, e tirou para todos os seus camelos.
21 E o homem estava admirado de vê-la, calando-se, para saber se o SENHOR havia prosperado a sua jornada ou não.
22 E aconteceu que, tendo os camelos acabado de beber, tomou o homem uma argola de ouro de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de dez siclos de ouro;
23 E disse: De quem és filha? Faze-mo saber, peço-te. Há também em casa de teu pai lugar para nós pousarmos?
24 E ela lhe disse: Eu sou a filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Naor.
25 Disse-lhe mais: Também temos palha e muito pasto, e lugar para passar a noite.
26 Então inclinou-se aquele homem e adorou ao SENHOR,
27 E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de meu senhor Abraão, que não retirou a Sua benevolência e a Sua verdade de meu senhor; quanto a mim, o SENHOR me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor.
28 E a donzela correu, e declarou estas coisas na casa de sua mãe.
29 E Rebeca tinha um irmão cujo nome era Labão; e Labão correu ao encontro daquele homem até a fonte.
30 E aconteceu que, quando ele viu a argola, e as pulseiras sobre as mãos de sua irmã, e quando ouviu as palavras de sua irmã Rebeca, que dizia: Assim me falou aquele homem; foi ter com o homem, que estava em pé junto aos camelos, à fonte,
31 E disse: Entra, bendito do SENHOR; por que estás de pé fora? pois eu já preparei a casa, e o lugar para os camelos.
32 Então veio aquele homem à casa, e Labão desatou os camelos dele, e deu palha e pasto aos camelos, e água para lavar os pés dele, e os pés dos homens que estavam com ele.
33 Depois puseram comida diante dele para comer. Ele, porém, disse: Não comerei, até que tenha dito as minhas palavras. E Labão disse: Fala.
34 Então disse: Eu sou o servo de Abraão.
35 E o SENHOR abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido, e deu-lhe ovelhas e vacas, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentos.
36 E Sara, a esposa do meu senhor, deu à luz um filho a meu senhor depois da velhice dela, e ele deu-lhe tudo quanto tem.
37 E meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus, em cuja terra habito;
38 Irás, porém, à casa de meu pai, e à minha família, e tomarás esposa para meu filho.
39 Então disse eu ao meu senhor: Porventura não me seguirá a mulher.
40 E ele me disse: O SENHOR, em cuja presença tenho andado, enviará o Seu Anjo contigo, e prosperará o teu caminho, para que tomes esposa para meu filho da minha família e da casa de meu pai;
41 Então serás livre deste meu juramento, quando fores à minha família; e se não te derem (esposa para meu filho), livre serás do meu juramento.
42 E hoje cheguei à fonte, e disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, se Tu agora prosperas o meu caminho, no qual eu ando,
43 Eis que estou junto à fonte de água; seja, pois, que a donzela que sair para tirar água e à qual eu disser: Peço-te, dá-me de beber um pouco de água do teu cântaro;
44 E ela me disser: Bebe tu e também tirarei água para os teus camelos; esta seja a mulher que o SENHOR designou ao filho de meu senhor.
45 E antes que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía com o seu cântaro sobre o seu ombro, desceu à fonte e tirou água; e eu lhe disse: Peço-te, dá-me de beber.
46 E ela se apressou, e abaixou o seu cântaro de sobre si, e disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; e bebi, e ela deu também de beber aos camelos.
47 Então lhe perguntei, e disse: De quem és filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Naor, que lhe gerou Milca. Então eu pus a argola no seu rosto, e as pulseiras sobre as suas mãos;
48 E inclinando-me adorei ao SENHOR, e bendisse ao SENHOR, Deus do meu senhor Abraão, que me havia encaminhado pelo caminho da verdade, para tomar a filha do irmão de meu senhor para seu filho.
49 Agora, pois, se vós haveis de fazer benevolência e verdade a meu senhor, fazei-mo saber; e se não, também mo fazei saber, para que eu me volte para a direita, ou para a esquerda.
50 Então responderam Labão e Betuel, e disseram: Do SENHOR procedeu este negócio; não podemos falar-te mal ou bem.
51 Eis que Rebeca está diante da tua face; toma-a, e vai-te; seja a esposa do filho de teu senhor, como tem dito o SENHOR.
52 E aconteceu que, o servo de Abraão, tendo as palavras deles, adorou ao Senhor inclinando-se à terra.
53 E tirou o servo jóias de prata e jóias de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca; também deu coisas preciosas a seu irmão e à sua mãe.
54 Então comeram e beberam, ele e os homens que com ele estavam, e passaram a noite. E levantaram-se ao alvorecer, e disse: Deixai-me ir a meu senhor.
55 Então disseram o irmão e a mãe dela: Fique a donzela conosco alguns dias, ou pelo menos dez dias, depois irá.
56 Ele, porém, lhes disse: Não me detenhais, pois o SENHOR tem prosperado o meu caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor.
57 E disseram: Chamemos a donzela, e perguntemos da sua boca.
58 E chamaram a Rebeca, e disseram-lhe: Irás tu com este homem? Ela respondeu: Irei.
59 Então despediram a Rebeca, irmã deles, e a ama dela, e o servo de Abraão, e seus homens.
60 E abençoaram a Rebeca, e disseram-lhe: Ó nossa irmã, tu a mãe de milhares de milhões, e que a tua semente possua a porta de seus aborrecedores!
61 E Rebeca se levantou com as suas moças, e montaram sobre os camelos, e seguiram o homem; e tomou aquele servo a Rebeca, e partiu.
62 Ora, Isaque vinha de onde se vem do poço de Laai-Rói; porque habitava na terra do sul.
63 E Isaque saíra a orar no campo, ao cair da tarde; e levantou os seus olhos, e olhou, e eis que os camelos vinham.
64 Rebeca também levantou seus olhos, e viu a Isaque, e desceu do camelo.
65 E disse ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu senhor. Então tomou ela o véu e cobriu-se.
66 E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera.
67 E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por esposa, e amou-a. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe.

Capítulo 25
1 E Abraão acrescentou e tomou outra mulher; e o seu nome era Quetura;
2 E deu-lhe à luz Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque e Suá.
3 E Jocsã gerou Seba e Dedã; e os filhos de Dedã foram Assurim, Letusim e Leumim.
4 E os filhos de Midiã foram Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda. Estes todos foram filhos de Quetura.
5 Porém Abraão deu tudo o que tinha a Isaque;
6 Mas aos filhos das concubinas que Abraão tinha, deu Abraão presentes e, vivendo ele ainda, despediu-os do seu filho Isaque, enviando-os ao oriente, para a terra oriental.
7 Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que viveu cento e setenta e cinco anos.
8 E Abraão expirou, tendo morrido em boa velhice, velho e pleno- satisfeito de anos; e foi congregado ao seu povo;
9 E Isaque e Ismael, seus filhos, sepultaram-no na caverna de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, heteu, que estava em frente de Manre,
10 O campo que Abraão comprara aos filhos de Hete. Ali foi sepultado Abraão e Sara, sua esposa.
11 E aconteceu depois da morte de Abraão, que Deus abençoou a Isaque seu filho; e habitava Isaque junto ao poço Laai-Rói.
12 Estas, porém, são as gerações de Ismael filho de Abraão, que a serva de Sara, Agar, egípcia, deu a Abraão.
13 E estes são os nomes dos filhos de Ismael, pelos seus nomes, segundo as suas gerações: O primogênito de Ismael era Nebaiote, depois Quedar, Adbeel e Mibsão,
14 Misma, Dumá, Massá,
15 Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá.
16 Estes são os filhos de Ismael, e estes são os seus nomes pelas suas vilas e pelos seus castelos; doze príncipes segundo os seus povos.
17 E estes são os anos da vida de Ismael, cento e trinta e sete anos, e ele expirou e, morrendo, foi congregado ao seu povo.
18 E habitaram desde Havilá até Sur, que está em frente do Egito, como quem vai para a Assíria; e ele morreu diante da face de todos os seus irmãos.
19 E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque;
20 E era Isaque da idade de quarenta anos, quando tomou por esposa a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de Labão, arameu.
21 E Isaque orou insistentemente ao SENHOR por sua esposa, porquanto ela era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca sua esposa concebeu.
22 E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi perguntar ao SENHOR.
23 E o SENHOR lhe disse: Duas nações no teu ventre, e dois povos serão divididos desde as tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, o mais velho servirá ao mais jovem.
24 E cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre.
25 E saiu o primeiro ruivo e todo como um vestido de pelo; por isso chamaram o seu nome Esaú <Cabeludo>.
26 E depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Jacó <Suplantador>. E era Isaque da idade de sessenta anos quando Rebeca deu à luz eles.
27 E cresceram os meninos, e Esaú foi homem perito na caça, homem do campo; mas Jacó era homem simples, habitando em tendas.
28 E amava Isaque a Esaú, porque a sua caça aprazia na sua boca, mas Rebeca amava a Jacó.
29 E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele exausto;
30 E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou exausto. Por isso o seu nome foi chamado Edom <Vermelho>.
31 Então disse Jacó: Vende-me hoje o teu direito de primogenitura.
32 E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá este direito de primogenitura?
33 Então disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó.
34 E Jacó deu a Esaú pão  e o guisado de lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e saiu. Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.

Capítulo 26
1 E havia fome na terra, além da primeira fome, que houve nos dias de Abraão; por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, até Gerar.
2 E apareceu-lhe o SENHOR, e disse: Não desças ao Egito; habita na terra que eu te disser;
3 Peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão teu pai;
4 E multiplicarei a tua semente como as estrelas do céU, e darei à tua semente todas estas terras; e em tua semente serão benditas todas as nações da terra;
5 Porquanto Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas leis.
6 Assim habitou Isaque em Gerar.
7 E perguntando-lhe os homens daquele lugar acerca de sua esposa, disse: ela é minha irmã; porque temia dizer: ela é minha esposa; para que porventura (dizia ele) não me matem os homens daquele lugar por amor de Rebeca; porque era formosa à vista.
8 E aconteceu que, como ele esteve ali muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou por uma janela, e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca sua esposa.
9 Então chamou Abimeleque a Isaque, e disse: Eis que na verdade é tua esposa; como pois disseste: ela é minha irmã? E disse-lhe Isaque: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por causa dela.
10 E disse Abimeleque: Que é isto que nos fizeste? Facilmente se teria deitado alguém deste povo com a tua esposa, e tu terias trazido sobre nós culpa.
11 E mandou Abimeleque a todo seu povo, dizendo: Qualquer que tocar neste homem ou em sua esposa, certamente será morto.
12 E semeou Isaque naquela mesma terra, e recebeu naquele mesmo ano cem por um, porque o SENHOR o abençoava.
13 E engrandeceu-se o homem, e ia crescendo e crescendo e se tornando grande, até que se tornou mui poderoso.
14 E tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e grande número de servos, de maneira que os filisteus o invejavam.
15 E todos os poços, que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de seu pai Abraão, os filisteus entulharam e encheram de terra.
16 Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do que nós.
17 Então Isaque partiu dali e fez o seu acampamento no vale de Gerar, e habitou lá.
18 E tornou Isaque e cavou novamente os poços de água que cavaram nos dias de Abraão seu pai, e que os filisteus entulharam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai.
19 Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale, e acharam ali um poço de águas vivas.
20 E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso chamou o nome daquele poço Eseque <Contenda>, porque contenderam com ele.
21 Então cavaram outro poço, e também porfiaram sobre ele; por isso chamou o seu nome Sitna <Inimizade>.
22 E partiu dali, e cavou outro poço, e não porfiaram sobre ele; por isso chamou o seu nome Reobote <Alargamento>, e disse: Porque agora nos alargou o SENHOR, e seremos frutíferos nesta terra.
23 Depois subiu dali a Berseba.
24 E apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque Eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão Meu servo.
25 Então edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.
26 E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Auzate seu amigo, e Ficol, comandante do seu exército.
27 E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me expulsastes de vós?
28 E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo, por isso dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos aliança contigo.
29 Que não nos faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito do SENHOR.
30 Então lhes fez um banquete, e comeram e beberam;
31 E levantaram-se cedo ao alvorecer daquela madrugada e juraram um ao outro; depois os despediu Isaque, e despediram-se dele em paz.
32 E aconteceu, naquele mesmo dia, que vieram os servos de Isaque, e anunciaram-lhe acerca do negócio do poço, que tinham cavado; e disseram-lhe: Temos achado água.
33 E chamou-o Seba <Juramento>; por isso é o nome daquela cidade Berseba até o dia de hoje.
34 Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por esposa a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu.
35 E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.

Capítulo 27
1 E aconteceu que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho. E ele lhe disse: Eis-me aqui.
2 E ele disse: Eis que já agora estou velho, e não sei o dia da minha morte;
3 Agora, pois, rogo-te, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça.
4 E faze-me uma comida saborosa, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; para que minha alma te abençoe, antes que morra.
5 E Rebeca escutou quando Isaque falava ao seu filho Esaú. E foi Esaú ao campo para caçar uma caça e trazê-la.
6 Então falou Rebeca a Jacó seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pai que falava com Esaú teu irmão, dizendo:
7 Traze-me caça, e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma, e te abençoe diante da face do SENHOR, antes da minha morte.
8 Agora, pois, filho meu, obedece à minha voz naquilo que eu te mando:
9 Vai agora ao rebanho, e traze-me de lá dois bons cabritos tirados das cabras, e eu farei deles uma comida saborosa para teu pai, como ele gosta;
10 E levá-lo-ás a teu pai, para que o coma; para que te abençoe antes da sua morte.
11 Então disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú meu irmão é homem cabeludo, e eu homem liso;
12 Porventura me apalpará o meu pai, e serei aos seus olhos como enganador; assim trarei eu sobre mim maldição, e não bênção.
13 E disse-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, traze-mos.
14 E foi, e tomou-os, e trouxe-os a sua mãe; e sua mãe fez uma comida saborosa, como seu pai gostava.
15 Depois tomou Rebeca os vestidos de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e (e com eles) vestiu a Jacó, seu filho menor;
16 E com as peles dos cabritos tirados das cabras cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço;
17 E deu comida saborosa e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó, seu filho.
18 E foi ele a seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui; quem és tu, meu filho?
19 E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito como me disseste; rogo-te, levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe.
20 Então disse Isaque a seu filho: Como é isto, que tão cedo a achaste, filho meu? E ele disse: Porque o SENHOR teu Deus a enviou ao meu encontro.
21 E disse Isaque a Jacó: Rogo-te, chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se és meu filho Esaú mesmo, ou não.
22 Então se chegou Jacó a Isaque seu pai, que o apalpou, e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú.
23 E não o reconheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos de Esaú seu irmão; e abençoou-o.
24 E disse: és tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou.
25 Então disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lha, e comeu; trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu.
26 E disse-lhe Isaque seu pai: Ora chega-te, e beija-me, filho meu.
27 E chegou-se, e beijou-o; então, sentindo o cheiro das suas vestes, abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o SENHOR abençoou;
28 Assim, pois, te dê Deus do orvalho do céU, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto.
29 Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; maldito seja cada um que te amaldiçoar, e bendito seja aquele que te abençoar.
30 E aconteceu que, tendo Isaque acabado de abençoar a Jacó, quando Jacó apenas acabava de sair da presença de Isaque seu pai, veio Esaú, seu irmão, da sua caça;
31 E fez também ele uma comida saborosa, e trouxe-o a seu pai; e disse a seu pai: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoe a tua alma.
32 E disse-lhe Isaque seu pai: Quem és tu? E ele disse: Eu sou teu filho, o teu primogênito Esaú.
33 Então estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande, e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou a caça, e trouxe-a para mim? E comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o, e ele será bendito.
34 Esaú, ao ouvir as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai.
35 E ele disse: Veio teu irmão com sutileza, e tomou a tua bênção.
36 Então disse ele: Não é o seu nome justamente chamado Jacó, tanto que já estas duas vezes me enganou? O meu direito de primogenitura me tomou, e eis que agora me tomou a minha bênção. E perguntou: Não reservaste, pois, para mim nenhuma bênção?
37 Então respondeu Isaque a Esaú dizendo: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho estabelecido; que te farei, pois, agora, meu filho?
38 E disse Esaú a seu pai: Acaso, tens ainda uma só bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a sua voz, e chorou.
39 Então respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será nas gorduras da terra e no orvalho do céU de acima.
40 E pela tua espada viverás, e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que quando te libertares, então quebrarás o seu jugo do teu pescoço.
41 E Esaú odiou a Jacó por causa daquela bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-ão os dias de choro- lamentação- de- luto por meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão.
42 E foram denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho; e ela enviou (mensageiros) e chamou a Jacó, seu filho mais moço, e disse-lhe: Eis que Esaú teu irmão se consola a teu respeito, propondo-se matar-te.
43 Agora, pois, meu filho, obedece à minha voz, e levanta-te; foge para Labão meu irmão, em Harã,
44 E mora com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão;
45 Até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste; então enviarei (mensageiros) e te trarei de lá; por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia?
46 E disse Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de Hete; se Jacó tomar esposa das filhas de Hete, como estas são, das filhas desta terra, para que me servirá a vida?

Capítulo 28
1 E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes esposa de entre as filhas de Canaã;
2 Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma esposa das filhas de Labão, irmão de tua mãe;
3 E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos;
4 E te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua semente contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, a qual Deus deu a Abraão.
5 Assim despediu Isaque a Jacó, o qual se foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.
6 Vendo, pois, Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar esposa dali para si, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes esposa das filhas de Canaã;
7 E que Jacó obedecera a seu pai e a sua mãe, e se fora a Padã-Arã;
8 Vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram mal vistas por Isaque, seu pai,
9 Foi Esaú a Ismael, e tomou para si por esposa, além das suas esposas, a Maalate filha de Ismael, filho de Abraão, irmã de Nebaiote.
10 Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi a Harã;
11 E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou das pedras daquele lugar, e as pôs por seus travesseiros, e deitou-se naquele lugar.
12 E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava no céU; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;
13 E eis que o SENHOR estava em cima dela, e disse: Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua semente;
14 E a tua semente será como o pó da terra, e estender-te-ás ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra;
15 E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado.
16 Acordando, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia.
17 E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta do céU.
18 Então Jacó levantou-se cedo ao alvorecer daquela madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por seu travesseiro, e a pôs por coluna, e derramou azeite sobre o topo dela.
19 E chamou o nome daquele lugar Betel <Casa de Deus>; o nome porém daquela cidade antes era Luz.
20 E Jacó votou um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem em que vou, e me der pão para comer, e vestes para vestir;
21 E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus;
22 E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente Te darei o dízimo.

Capítulo 29
1 Então Jacó levantou-se sobre seus pés e foi à terra do povo do oriente;
2 E olhou, e eis um poço no campo, e eis três rebanhos de ovelhas que estavam deitados junto a ele; porque daquele poço davam de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca do poço.
3 E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a boca do poço, e davam de beber às ovelhas; e tornavam a pôr a pedra sobre a boca do poço, no seu lugar.
4 E disse-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? E disseram: somos de Harã.
5 E ele lhes disse: Conheceis a Labão, filho de Naor? E disseram: Conhecemos.
6 Disse-lhes mais: está ele bem? E disseram: está bem, e eis aqui Raquel sua filha, que vem com as ovelhas.
7 E ele disse: Eis que ainda é pleno dia, não é tempo de ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide apascentá-las.
8 E disseram: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e removam a pedra de sobre a boca do poço, para que demos de beber às ovelhas.
9 Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela as pastoreava.
10 E aconteceu que, tendo Jacó visto Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.
11 E Jacó beijou a Raquel, e levantou a sua voz e chorou.
12 E Jacó anunciou a Raquel que ele era irmão {*} do pai dela, e que ele era filho de Rebeca; então ela correu, e anunciou isto ao pai dela. {* "0251 ‘ach" usualmente significa irmão (ou meio-irmão) literal; mas às vezes significa outro grau de parentesco (neste caso Isaque é sobrinho de Labão), ou o pertencer à mesma tribo, ou, metaforicamente, semelhança/ relacionamento/ afinidade}
13 E aconteceu que, tendo Labão ouvido as novas de Jacó, filho de sua irmã, correu a encontrá-lo, e o abraçou, e o beijou, e o levou à sua casa. E ele contou a Labão todas estas coisas.
14 Então Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e a minha carne. E permaneceu com ele um mês inteiro.
15 Depois disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão {*}, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário. {* Nota v. 12}
16 E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da mais moça era Raquel.
17 Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista.
18 E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha mais moça.
19 Então disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que eu a dê a outro homem; fica comigo.
20 Assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava.
21 E disse Jacó a Labão: Dá-me minha esposa, porque meus dias são cumpridos, para que eu entre a ela.
22 Então reuniu Labão a todos os homens daquela localidade, e fez um banquete.
23 E aconteceu, ao anoitecer, que tomou Lia, sua filha, e trouxe-a a Jacó; e ele entrou a ela.
24 E Labão deu sua serva Zilpa a Lia, sua filha, por serva.
25 E aconteceu que ao alvorecer, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste?
26 E disse Labão: Não se faz assim na nossa localidade, que a mais moça se dê antes da primogênita.
27 Cumpre a semana desta (Lia); então te daremos também a outra (Raquel), pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servirás.
28 E Jacó fez assim, e cumpriu a semana desta (Lia); então Labão lhe deu por esposa Raquel, sua filha.
29 E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha.
30 E Jacó entrou também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e Jacó serviu com ele (Labão) ainda outros sete anos.
31 Vendo, pois, o SENHOR que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.
32 E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou o seu nome Rúben <Eis! Um Filho>; pois disse: Porque o SENHOR atentou para a minha aflição, por isso agora me amará o meu marido.
33 E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o SENHOR ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este filho. E chamou o seu nome Simeão <Ouvindo>.
34 E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou o seu nome Levi <Junto>.
35 E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao SENHOR. Por isso chamou o seu nome Judá <Louvor>; e cessou de dar à luz.

Capítulo 30
1 Quando Raquel viu que não dava filhos a Jacó, teve Raquel inveja de sua irmã, e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morro.
2 Então se acendeu a ira de Jacó contra Raquel, e disse: estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?
3 E ela disse: Eis aqui minha serva Bila; entra a ela, para que dê à luz sobre meus joelhos, e eu assim receba filhos por meio dela.
4 Assim lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó entrou a ela.
5 E concebeu Bila, e deu à luz um filho a Jacó.
6 Então disse Raquel: Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso, chamou o seu nome <Juiz>.
7 E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez, e deu à luz o segundo filho a Jacó.
8 Então disse Raquel: Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã; também venci; e chamou o seu nome Naftali <Lutando>.
9 Vendo, pois, Lia que cessava de ter filhos, tomou também a Zilpa, sua serva, e deu-a a Jacó por mulher.
10 E Zilpa, serva de Lia, deu à luz um filho a Jacó.
11 Então disse Lia: Vem uma tropa! e chamou o seu nome Gade <Vem uma Tropa>.
12 Depois Zilpa, serva de Lia, deu à luz um segundo filho a Jacó.
13 Então disse Lia: Para minha ventura; porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou o seu nome Aser <Feliz>.
14 E foi Rúben nos dias da ceifa do trigo, e achou mandrágoras no campo. E trouxe-as a Lia sua mãe. Então disse Raquel a Lia: Rogo-te, dá-me das mandrágoras de teu filho.
15 E ela lhe disse: É já pouco que hajas tomado o meu marido, tomarás também as mandrágoras do meu filho? Então disse Raquel: Por isso ele se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho.
16 Vindo, pois, Jacó ao anoitecer do campo, saiu-lhe Lia a encontrá-lo, e disse: A mim entrarás, esta noite, porque certamente te aluguei com as mandrágoras do meu filho. E deitou-se com ela aquela noite.
17 E atendeu Deus a Lia, e ela concebeu, e deu à luz um quinto filho a Jacó.
18 Então disse Lia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou o seu nome Issacar <Galardão>.
19 E Lia concebeu outra vez, e deu à luz o sexto filho a Jacó.
20 E disse Lia: Deus me concedeu um bom dote; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos à luz. E chamou  o seu nome Zebulom <Morada>.
21 E depois teve uma filha, e chamou o seu nome Diná <Julgada>.
22 E lembrou-se Deus de Raquel; e Deus a atendeu, e abriu a sua madre.
23 E ela concebeu, e deu à luz um filho, e disse: Tirou-me Deus o meu vexame.
24 E chamou o seu nome José <Aumentador>, dizendo: O SENHOR me acrescente outro filho.
25 E aconteceu que, quando Raquel deu à luz José, disse Jacó a Labão: Deixa-me ir, que me vá ao meu próprio lugar, e à minha terra.
26 Dá-me as minhas esposas, e os meus filhos, pelas quais te tenho servido, e ir-me-ei; pois tu sabes o serviço que te tenho feito.
27 Então lhe disse Labão: Se agora tenho achado graça em teus olhos, fica comigo. Tenho experimentado que o SENHOR me abençoou por amor de ti.
28 E Labão disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei.
29 Então Jacó lhe disse: Tu sabes como te tenho servido, e como passou o teu gado comigo.
30 Porque o pouco que tinhas antes de mim tem aumentado em grande número; e o SENHOR te tem abençoado com minha vinda. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por minha própria casa?
31 E disse ele (Labão): Que te darei? Então disse Jacó: Nada me darás. Se me fizeres isto, tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho:
32 Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todo o gado salpicado e malhado, e todo o gado moreno entre os cordeiros, e os malhados e salpicados entre as cabras; e isto será o meu salário.
33 Assim testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres e o meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros, ser-me-á por furto.
34 Então disse Labão: Quem dera seja conforme a tua palavra.
35 E separou naquele mesmo dia os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, todos em que havia alguma brancura, e todos os morenos entre os cordeiros; e deu-os nas mãos dos seus filhos.
36 E pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava o restante dos rebanhos de Labão.
37 Então tomou Jacó varas verdes de álamo e de aveleira e de castanheiro, e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia,
38 E pôs estas varas, que tinha descascado, em frente aos rebanhos, nos canais e nas tinas de água, aonde os rebanhos vinham beber, para que concebessem quando vinham beber.
39 E concebiam os rebanhos diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas.
40 Então separou Jacó os cordeiros, e pôs as faces do rebanho para os listrados, e todo o moreno entre o rebanho de Labão; e pôs o seu rebanho à parte, e não o pôs com o rebanho de Labão.
41 E sucedia que cada vez que concebiam as ovelhas mais fortes, punha Jacó as varas nos canais, diante dos olhos do rebanho, para que concebessem diante das varas.
42 Mas, quando era fraco o rebanho, não as punha. Assim as mais fracas eram de Labão, e as mais fortes de Jacó.
43 E cresceu o homem em grande maneira, e teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos e jumentos.

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