AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e
gramática inspiradas na ACF-1995
LIVRO DO GÊNESIS
Capítulos 21-30
Capítulo 21
1 E o SENHOR
visitou (para trazer bem) a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha
falado.
2 E concebeu
Sara, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado,
que Deus tinha falado a ele.
3 E Abraão
pôs no filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, o nome de Isaque
<Riso>.
4 E Abraão
circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como
Deus lhe tinha ordenado.
5 E era Abraão
da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque seu filho.
6 E disse
Sara: Deus tem preparado riso
para mim ; todo aquele que o ouvir se rirá comigo.
7 Disse mais:
Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos? Pois lhe dei
um filho na sua velhice.
8 E cresceu
o menino, e foi desmamado; então Abraão fez um grande banquete
no dia em que Isaque foi desmamado.
9 E viu Sara
que o filho de Agar, a egípcia, o qual tinha dado a Abraão,
zombava.
10 E disse
a Abraão: Ponha fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta
serva não herdará com meu filho, com Isaque.
11 E pareceu
esta palavra muito penosa aos olhos de Abraão, por causa de seu
filho.
12 Porém
Deus disse a Abraão: Não te pareça penoso aos teus olhos
acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz,
ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua
Semente (Cristo).
13 Mas também
do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua
semente.
14 Então
Abraão levantou-se cedo ao alvorecer daquela madrugada, e tomou pão
e um odre de água e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também
lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu, andando errante no deserto
de Berseba.
15 E consumida
a água do odre, lançou o menino debaixo de um um dos
arbustos.
16 E foi assentar-se
em frente dele, afastando-se à distância de um tiro de arco; porque
dizia: Que eu não veja a morte
do menino. E assentou-se em frente
dele, e
levantou a voz dela, e chorou.
17 E ouviu
Deus a voz do menino, e chamou o
Anjo de Deus a Agar desde o céU,
e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do
menino desde o lugar onde está.
18 Ergue-te,
levanta o menino e pega-lhe pela mão, porque dele farei uma grande
nação.
19 E abriu-lhe
Deus os olhos, e ela viu um poço de água; e foi encher o odre
de água, e deu de beber ao menino.
20 E era Deus
com o menino, que cresceu; e habitou no deserto, e foi
arqueiro.
21 E habitou
no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe esposa da terra do Egito.
22 E aconteceu
naquele mesmo tempo que Abimeleque, com Ficol, comandante do seu exército,
falou com Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo o que fazes;
23 Agora,
pois, jura-me aqui por Deus, que não mentirás a mim, nem a
meu filho, nem a meu neto; segundo a beneficência que te fiz, farás a mim, e à terra onde peregrinaste.
24 E disse
Abraão: Eu jurarei.
25 Abraão,
porém, repreendeu a Abimeleque por causa de um poço de água,
que os servos de Abimeleque haviam tomado à força.
26 Então
disse Abimeleque: Eu não sei quem fez isto; e também tu não
mo declaraste, nem eu o ouvi senão hoje.
27 E tomou
Abraão ovelhas e vacas, e deu-as a Abimeleque; e fizeram ambos uma
aliança.
28 Pôs
Abraão, porém, à parte sete cordeiras do rebanho.
29 E Abimeleque
disse a Abraão: Para que estão aqui estas sete cordeiras, que
puseste à parte?
30 E disse:
Tomarás estas sete cordeiras de minha mão, para que
me sejam em
testemunho de que eu cavei este poço.
31 Por isso
ele chamou aquele lugar Berseba
<Poço do Juramento>, porquanto ambos juraram ali.
32 Assim fizeram
aliança em Berseba. Depois se levantou Abimeleque e Ficol,
comandante
do seu exército, e tornaram-se para a terra dos filisteus.
33 E Abraão plantou
um bosque em Berseba, e invocou lá o nome do SENHOR, o
Deus eterno.
34 E peregrinou
Abraão na terra dos filisteus muitos dias.
Capítulo 22
1 E aconteceu
depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão!
E ele disse: Eis-me aqui.
2 E disse:
Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas,
e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto
sobre uma das montanhas, que eu te direi.
3 Então
Abraão levantou-se cedo ao alvorecer daquela madrugada, e albardou {*}o seu
jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho;
e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus
lhe dissera. {* Albarda é sela rústica,
enchumaçada de
palha, para bestas de carga}
4 Ao terceiro
dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe.
5 E disse
Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o
moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós.
6 E tomou
Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque, seu filho;
e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.
7 Então
falou Isaque a Abraão, seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está
o cordeiro para o holocausto?
8 E disse
Abraão: Deus proverá ele mesmo o cordeiro {*} para o holocausto,
meu filho. Assim caminharam ambos juntos.
{* "Deus proverá ele mesmo o cordeiro" deve ser entendido de DOIS modos
complementares: (1)
"Deus, ele mesmo, proverá o cordeiro", consoante com João 3:16-17;
ou (2) "Deus proverá a Si mesmo (como, na qualidade de) o cordeiro",
consoante com Jo 1:29}
9 E chegaram
ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs
em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar
em cima da lenha.
10 E estendeu
Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho;
11 Mas o Anjo
do SENHOR lhe bradou desde o céU, e disse: Abraão, Abraão!
E ele disse: Eis-me aqui.
12 Então
disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não
lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não
Me negaste o teu filho, o teu único filho.
13 Então
levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás
dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou
o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.
14 E chamou
Abraão o nome daquele lugar: O SENHOR PROVERÁ; donde se diz até
ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.
15 Então
o Anjo do SENHOR chamou a Abraão pela segunda vez desde
o céU.
16 E disse:
Por Mim mesmo jurei, diz o SENHOR: Porquanto fizeste esta ação,
e não Me negaste o teu filho, o teu único filho,
17 Que deveras
te abençoarei, e multiplicando Eu multiplicarei a tua
semente
como as estrelas do céU, e como a areia que está na praia
do mar; e a tua semente possuirá a porta dos inimigos
dela;
18 E em tua Semente (Cristo) serão benditas todas as nações da terra;
porquanto obedeceste à Minha voz.
19 Então
Abraão tornou aos seus moços, e levantaram-se, e foram juntos
para Berseba; e Abraão habitou em Berseba.
20 E sucedeu
depois destas coisas, que anunciaram a Abraão, dizendo: Eis que também
Milca deu filhos a Naor teu irmão.
21 Uz o seu
primogênito, e Buz seu irmão, e Quemuel, pai de Arã,
22 E Quésede,
e Hazo, e Pildas, e Jidlafe, e Betuel.
23 E Betuel
gerou Rebeca. Estes oito deu à luz Milca a Naor, irmão de Abraão.
24 E a sua
concubina, cujo nome era Reumá, ela lhe deu também a Tebá,
Gaã, Taás e Maaca.
Capítulo 23
1 E foi a vida
de Sara cento e vinte e sete anos; estes foram os anos da vida de Sara.
2 E morreu
Sara em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; e veio
Abraão lamentar Sara e chorar por ela.
3 Depois se
levantou Abraão de diante de sua morta, e falou aos filhos de Hete,
dizendo:
4 Estrangeiro
e peregrino sou entre vós; dai-me possessão de sepultura convosco,
para que eu sepulte a minha morta de diante da minha face.
5 E responderam
os filhos de Hete a Abraão, dizendo-lhe:
6 Ouve-nos,
meu senhor; príncipe poderoso és no meio de nós; enterra
a tua morta na mais escolhida de nossos sepulcros; nenhum de nós
te vedará o sepulcro dele, para
sepultares a tua morta.
7 Então
se levantou Abraão, inclinou-se diante do povo da terra, diante dos
filhos de Hete,
8 E falou
com eles, dizendo: Se é de vossa vontade que eu sepulte a minha
morta de diante de minha face, ouvi-me e intercedei por mim
junto a Efrom, filho de
Zoar,
9 Que ele
me dê a caverna de Macpela, que ele tem no fim do seu campo; que ma
dê pelo devido preço por possessão de herança de sepulcro no meio
de vós.
10 Ora Efrom
habitava no meio dos filhos de Hete; e respondeu Efrom, heteu, a Abraão,
aos ouvidos dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da
sua cidade, dizendo:
11 Não,
meu senhor, ouve-me: O campo te dou, também te dou a
caverna que nele
está, diante dos olhos dos filhos do meu povo te dou
ela; sepulta a
tua morta.
12 Então
Abraão se inclinou diante da face do povo da terra,
13 E falou
a Efrom, aos ouvidos do povo da terra, dizendo: Ao
contrário, se tu me a queres conceder, ouve-me, peço-te. O
dinheiro pelo campo o darei; toma-o
de mim e sepultarei ali a minha morta.
14 E respondeu
Efrom a Abraão, dizendo-lhe:
15 Meu senhor,
ouve-me, a terra vale quatrocentos siclos de prata; que
é
isto entre mim e ti? Sepulta ali a tua morta.
16 E Abraão
deu ouvidos a Efrom, e Abraão pesou a Efrom a prata {*} de que tinha falado
aos ouvidos dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata,
moeda corrente
entre mercadores. {* Abraão comprou dois sepulcros, ver nota
At 7:15-16}
17 Assim o
campo de Efrom, que estava em Macpela, em frente de Manre, o campo e a
caverna que nele estava, e todo o arvoredo que no campo havia, que estava
em todo o seu contorno ao redor,
18 Se confirmou
a Abraão em possessão diante dos olhos dos filhos de Hete,
diante de
todos os que entravam pela porta da cidade.
19 E depois
sepultou Abraão a Sara sua esposa na caverna do campo de Macpela, em
frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.
20 Assim o
campo e a caverna que nele estava foram confirmados a Abraão, pelos filhos
de Hete, em possessão de sepultura.
Capítulo 24
1 E era Abraão
já velho e adiantado em idade, e o SENHOR havia abençoado
a Abraão em tudo.
2 E disse
Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre
tudo o que possuía: Rogo-te, põe agora a tua mão debaixo da minha
coxa,
3 Para que
eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus dos céus e Deus da terra,
que não tomarás para meu filho esposa das filhas dos cananeus,
no meio dos quais eu habito.
4 Mas que
irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás
esposa para meu filho Isaque.
5 E disse-lhe
o servo: Se porventura não quiser seguir-me a mulher a esta terra,
farei, pois, tornar o teu filho à terra donde saíste?
6 E Abraão
lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu
filho.
7 O SENHOR
Deus dos céus, que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha
parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua
semente
darei esta terra; Ele enviará o
Seu anjo adiante da tua face, para
que tomes esposa de lá para meu filho.
8 Se a mulher,
porém, não quiser seguir-te, serás livre deste meu juramento;
somente não faças lá tornar a meu filho.
9 Então
pôs o servo a sua mão debaixo da coxa de Abraão seu senhor,
e jurou-lhe sobre este negócio.
10 E o servo
tomou dez camelos, dos camelos do seu senhor, e partiu, pois que todos
os bens de seu senhor estavam em sua mão, e levantou-se e partiu para Mesopotâmia, para a cidade de Naor.
11 E fez ajoelhar
os camelos fora da cidade, junto a um poço de água, na
hora do anoitecer, ao tempo que as moças saíam a tirar água.
12 E disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão,
rogo-te, dá-me hoje bom encontro,
e faze beneficência ao meu senhor Abraão!
13 Eis que
eu estou em pé aqui junto à fonte de água e as filhas dos
homens desta cidade saem para tirar água;
14 Seja, pois,
que a donzela, a quem eu disser: Rogo-te, abaixa agora o seu cântaro para
que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus
camelos; esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque, e que eu conheça
nisso que usaste de benevolência com meu senhor.
15 E sucedeu
que, antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, que havia nascido
a Betuel, filho de Milca, esposa de Naor, irmão de Abraão, saía
com o seu cântaro sobre o seu ombro.
16 E a donzela
era mui formosa à vista, virgem, a quem nenhum homem havia conhecido;
e desceu à fonte, e encheu o seu cântaro e subiu.
17 Então
o servo correu-lhe ao encontro, e disse: Peço-te, deixa-me beber
um pouco de água do teu cântaro.
18 E ela disse:
Bebe, meu senhor. E apressou-se e abaixou o seu cântaro sobre a
sua mão e deu-lhe de beber.
19 E, tendo
ela acabado de lhe dar de beber, disse: Tirarei também água para
os teus camelos, até que acabem de beber.
20 E apressou-se,
e despejou o seu cântaro na tina- de- beber, e correu outra vez ao poço
para tirar água, e tirou para todos os seus camelos.
21 E o homem
estava admirado de vê-la, calando-se, para saber se o SENHOR havia
prosperado a sua jornada ou não.
22 E aconteceu
que, tendo os camelos acabado de beber, tomou o homem uma
argola de ouro de
meio siclo de peso, e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de
dez siclos de ouro;
23 E disse:
De quem és filha? Faze-mo saber, peço-te. Há também
em casa de teu pai lugar para nós pousarmos?
24 E ela lhe
disse: Eu sou a filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Naor.
25 Disse-lhe
mais: Também temos palha e muito pasto, e lugar para passar a noite.
26 Então
inclinou-se aquele homem e adorou ao SENHOR,
27 E disse:
Bendito seja o SENHOR Deus de meu senhor Abraão, que não retirou
a Sua benevolência e a Sua verdade de meu senhor; quanto a mim, o
SENHOR me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor.
28 E a donzela
correu, e declarou estas coisas na casa de sua mãe.
29 E Rebeca
tinha um irmão cujo nome era Labão;
e Labão correu ao encontro
daquele homem até a fonte.
30 E aconteceu
que, quando ele viu a argola, e as pulseiras sobre as mãos de sua
irmã, e quando ouviu as palavras de sua irmã Rebeca, que dizia:
Assim me falou aquele homem; foi ter com o homem, que estava em pé
junto aos camelos, à fonte,
31 E disse:
Entra, bendito do SENHOR; por que estás de pé aí
fora? pois eu já
preparei a casa, e o lugar para os camelos.
32 Então
veio aquele homem à casa, e Labão desatou os camelos
dele, e deu palha
e pasto aos camelos, e água para lavar os pés dele, e os
pés dos homens que estavam com ele.
33 Depois
puseram comida diante dele para comer. Ele, porém, disse: Não comerei,
até que tenha dito as minhas palavras. E Labão disse: Fala.
34 Então
disse: Eu sou o servo de Abraão.
35 E o SENHOR
abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido, e
deu-lhe ovelhas e vacas, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e
jumentos.
36 E Sara,
a esposa do meu senhor, deu à luz um filho a meu senhor depois da
velhice dela, e ele deu-lhe tudo quanto tem.
37 E meu senhor
me fez jurar, dizendo: Não tomarás esposa para meu filho das
filhas dos cananeus, em cuja terra habito;
38 Irás,
porém, à casa de meu pai, e à minha família,
e tomarás esposa para meu filho.
39 Então
disse eu ao meu senhor: Porventura não me seguirá a mulher.
40 E ele me
disse: O SENHOR, em cuja presença tenho andado, enviará o
Seu Anjo contigo, e prosperará o teu caminho, para que tomes
esposa
para meu filho da minha família e da casa de meu pai;
41 Então
serás livre deste meu juramento, quando fores à minha família;
e se não te derem (esposa
para meu filho), livre serás do meu juramento.
42 E hoje
cheguei à fonte, e disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão,
se Tu agora prosperas o meu caminho, no qual eu ando,
43 Eis que estou junto à fonte de água; seja, pois, que a donzela que
sair para tirar água e à qual eu disser: Peço-te,
dá-me de beber um pouco de água do teu cântaro;
44 E ela me
disser: Bebe tu e também tirarei água para os teus camelos;
esta seja a mulher que o SENHOR designou ao filho de meu senhor.
45 E antes
que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía
com o seu cântaro sobre o seu ombro, desceu à fonte e tirou
água; e eu lhe disse: Peço-te, dá-me de beber.
46 E ela se
apressou, e abaixou o seu cântaro de sobre si, e disse: Bebe, e
também darei de beber aos teus camelos; e bebi, e ela deu também
de beber aos camelos.
47 Então
lhe perguntei, e disse: De quem és filha? E ela disse: Filha de
Betuel, filho de Naor, que lhe gerou Milca. Então eu pus a
argola
no seu rosto, e as pulseiras sobre as suas mãos;
48 E inclinando-me
adorei ao SENHOR, e bendisse ao SENHOR, Deus do meu senhor Abraão,
que me havia encaminhado pelo caminho da verdade, para tomar a filha do
irmão de meu senhor para seu filho.
49 Agora,
pois, se vós haveis de fazer benevolência e verdade a meu
senhor, fazei-mo saber; e se não, também mo fazei saber, para
que eu me volte para a direita, ou
para a esquerda.
50 Então
responderam Labão e Betuel, e disseram: Do SENHOR procedeu este negócio;
não podemos falar-te mal ou bem.
51 Eis que
Rebeca está diante da tua face; toma-a, e vai-te; seja a
esposa
do filho de teu senhor, como tem dito o SENHOR.
52 E aconteceu
que, o servo de Abraão, tendo as palavras deles,
adorou ao Senhor
inclinando-se à
terra.
53 E tirou
o servo jóias de prata e jóias de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca;
também deu coisas preciosas a seu irmão e à sua mãe.
54 Então
comeram e beberam, ele e os homens que com ele estavam, e passaram a noite.
E levantaram-se ao alvorecer, e disse: Deixai-me ir a meu senhor.
55 Então
disseram o irmão e a mãe
dela: Fique a donzela conosco alguns
dias, ou pelo menos dez dias, depois irá.
56 Ele, porém,
lhes disse: Não me detenhais, pois o SENHOR tem prosperado o meu caminho;
deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor.
57 E disseram:
Chamemos a donzela, e perguntemos da sua boca.
58 E chamaram
a Rebeca, e disseram-lhe: Irás tu com este homem? Ela respondeu:
Irei.
59 Então
despediram a Rebeca, irmã deles, e
a ama dela, e o servo de Abraão,
e seus homens.
60 E abençoaram
a Rebeca, e disseram-lhe: Ó nossa irmã, sê tu a mãe de
milhares de
milhões, e que a tua semente possua a porta de
seus aborrecedores!
61 E Rebeca
se levantou com as suas moças, e montaram sobre os camelos, e seguiram
o homem; e tomou aquele servo a Rebeca, e partiu.
62 Ora, Isaque
vinha de onde se vem do poço de
Laai-Rói; porque habitava
na terra do sul.
63 E Isaque
saíra a orar no campo, ao cair da tarde; e levantou os seus olhos,
e olhou, e eis que os camelos vinham.
64 Rebeca
também levantou seus olhos, e viu a Isaque, e desceu do camelo.
65 E disse
ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro?
E o servo disse: Este é meu senhor. Então tomou ela o véu
e cobriu-se.
66 E o servo
contou a Isaque todas as coisas que fizera.
67 E Isaque
trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe
por esposa, e amou-a. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua
mãe.
Capítulo 25
1 E Abraão
acrescentou e tomou outra mulher; e o seu nome era Quetura;
2 E deu-lhe
à luz Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque e
Suá.
3 E Jocsã
gerou Seba e Dedã; e os filhos de Dedã foram Assurim, Letusim
e Leumim.
4 E os filhos
de Midiã foram Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda. Estes todos
foram filhos de Quetura.
5 Porém
Abraão deu tudo o que tinha a Isaque;
6 Mas aos
filhos das concubinas que Abraão tinha, deu Abraão presentes
e, vivendo ele ainda, despediu-os do seu filho Isaque, enviando-os ao oriente,
para a terra oriental.
7 Estes, pois,
são os dias dos anos da vida de Abraão, que viveu cento e setenta
e cinco anos.
8 E Abraão expirou, tendo morrido em boa velhice, velho e
pleno- satisfeito de anos; e foi congregado
ao seu povo;
9 E Isaque
e Ismael, seus filhos, sepultaram-no na caverna de Macpela, no campo de Efrom,
filho de Zoar, heteu, que estava em frente de Manre,
10 O campo
que Abraão comprara aos filhos de Hete. Ali foi sepultado
Abraão e Sara, sua esposa.
11 E aconteceu
depois da morte de Abraão, que Deus abençoou a Isaque seu filho;
e habitava Isaque junto ao poço
Laai-Rói.
12 Estas,
porém, são as gerações de Ismael filho de Abraão,
que a serva de Sara, Agar, egípcia, deu a Abraão.
13 E estes são os nomes dos filhos de Ismael, pelos seus nomes, segundo as suas
gerações: O primogênito de Ismael era Nebaiote, depois
Quedar, Adbeel e Mibsão,
14 Misma,
Dumá, Massá,
15 Hadade,
Tema, Jetur, Nafis e Quedemá.
16 Estes são
os filhos de Ismael, e estes são os seus nomes pelas suas vilas e
pelos seus castelos; doze príncipes segundo os seus povos.
17 E estes
são os anos da vida de Ismael, cento e trinta e sete anos, e ele expirou
e, morrendo, foi congregado ao seu povo.
18 E habitaram
desde Havilá até Sur, que está em frente do Egito,
como quem vai para a Assíria; e ele morreu diante da face
de todos os seus irmãos.
19 E estas
são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão
gerou a Isaque;
20 E era Isaque
da idade de quarenta anos, quando tomou por esposa a Rebeca, filha de Betuel,
arameu de Padã-Arã, irmã de Labão, arameu.
21 E Isaque
orou insistentemente ao SENHOR por sua esposa, porquanto
ela era estéril;
e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca sua esposa concebeu.
22 E os filhos
lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu
assim? E foi perguntar ao SENHOR.
23 E o SENHOR
lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos
serão divididos desde as tuas entranhas, e um povo será mais forte
do que o outro povo, o mais
velho servirá ao mais jovem.
24 E cumprindo-se
os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre.
25 E saiu
o primeiro ruivo e todo como um vestido de pelo; por isso chamaram o seu
nome Esaú <Cabeludo>.
26 E depois
saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú;
por isso se chamou o seu nome Jacó
<Suplantador>. E era Isaque da idade de sessenta
anos quando Rebeca deu à luz eles.
27 E cresceram
os meninos, e Esaú foi homem perito na caça, homem do campo;
mas Jacó era homem simples, habitando em tendas.
28 E amava
Isaque a Esaú, porque a sua caça
aprazia na sua boca, mas Rebeca
amava a Jacó.
29 E Jacó
cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele
exausto;
30 E disse
Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado
vermelho, porque estou exausto. Por isso
o seu nome foi chamado Edom
<Vermelho>.
31 Então
disse Jacó: Vende-me hoje o teu direito de primogenitura.
32 E disse
Esaú: Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá
este direito de primogenitura?
33 Então
disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu o seu
direito de primogenitura
a Jacó.
34 E Jacó
deu a Esaú pão e o guisado de lentilhas; e ele comeu, e bebeu,
e levantou-se, e saiu. Assim desprezou Esaú o seu
direito de primogenitura.
Capítulo 26
1 E havia fome
na terra, além da primeira fome, que houve nos dias de Abraão;
por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, até Gerar.
2 E apareceu-lhe
o SENHOR, e disse: Não desças ao Egito; habita na terra que
eu te disser;
3 Peregrina
nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à
tua semente darei todas estas terras, e confirmarei o juramento
que tenho jurado a Abraão teu pai;
4 E multiplicarei
a tua semente como as estrelas do céU, e darei à
tua semente todas estas terras; e
em tua
semente serão benditas
todas as nações da terra;
5 Porquanto
Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus
preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas leis.
6 Assim habitou
Isaque em Gerar.
7 E perguntando-lhe
os homens daquele lugar acerca de sua esposa, disse:
ela é minha irmã;
porque temia dizer: ela é minha
esposa; para que porventura
(dizia ele)
não me matem os homens daquele lugar por amor de Rebeca; porque era
formosa à vista.
8 E aconteceu
que, como ele esteve ali muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou
por uma janela, e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca sua
esposa.
9 Então
chamou Abimeleque a Isaque, e disse: Eis que na verdade é tua
esposa;
como pois disseste: ela é minha irmã? E disse-lhe Isaque: Porque
eu dizia: Para que eu porventura não morra por causa dela.
10 E disse
Abimeleque: Que é isto que nos fizeste? Facilmente se teria deitado
alguém deste povo com a tua esposa, e tu terias trazido sobre nós
culpa.
11 E mandou
Abimeleque a todo seu povo, dizendo: Qualquer que tocar neste homem ou em
sua esposa, certamente será
morto.
12 E semeou
Isaque naquela mesma terra, e recebeu naquele mesmo ano cem
por um, porque
o SENHOR o abençoava.
13 E engrandeceu-se
o homem, e ia crescendo e crescendo e se tornando grande, até que se tornou mui poderoso.
14 E tinha
possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e grande
número de servos, de maneira que os filisteus o invejavam.
15 E todos
os poços, que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de seu
pai Abraão, os filisteus entulharam e encheram de terra.
16 Disse também
Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso
te tens feito do que nós.
17 Então
Isaque partiu dali e fez o seu acampamento no vale de Gerar, e habitou
lá.
18 E tornou
Isaque e cavou novamente os poços de água que cavaram nos dias de Abraão
seu pai, e que os filisteus entulharam depois da morte de Abraão,
e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai.
19 Cavaram,
pois, os servos de Isaque naquele vale, e acharam ali um poço de
águas vivas.
20 E os pastores
de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água
é nossa. Por isso chamou
o nome daquele poço Eseque
<Contenda>, porque contenderam
com ele.
21 Então cavaram outro poço, e também porfiaram sobre ele; por isso chamou
o seu nome Sitna
<Inimizade>.
22 E partiu dali, e cavou outro poço, e não porfiaram sobre ele; por isso
chamou o seu
nome Reobote
<Alargamento>, e disse: Porque agora nos alargou o SENHOR, e
seremos frutíferos
nesta terra.
23 Depois
subiu dali a Berseba.
24 E apareceu-lhe
o SENHOR naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Abraão teu
pai; não temas, porque Eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e
multiplicarei a tua
semente por amor de Abraão Meu servo.
25 Então
edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda;
e os servos de Isaque cavaram ali um poço.
26 E Abimeleque
veio a ele de Gerar, com Auzate seu amigo, e Ficol,
comandante do
seu exército.
27 E disse-lhes
Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me
expulsastes
de vós?
28 E eles
disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo, por
isso dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós
e ti; e façamos aliança contigo.
29 Que não
nos faças mal, como nós te não temos tocado, e como
te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito
do SENHOR.
30 Então
lhes fez um banquete, e comeram e beberam;
31 E levantaram-se cedo ao alvorecer daquela madrugada e juraram um ao outro; depois os despediu Isaque, e despediram-se
dele em paz.
32 E aconteceu,
naquele mesmo dia, que vieram os servos de Isaque, e anunciaram-lhe acerca
do negócio do poço, que tinham cavado; e disseram-lhe: Temos
achado água.
33 E chamou-o
Seba <Juramento>; por isso é o nome daquela cidade Berseba até o dia
de hoje.
34 Ora, sendo
Esaú da idade de quarenta anos, tomou por esposa a Judite, filha
de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu.
35 E estas
foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.
Capítulo 27
1 E aconteceu
que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira
que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe:
Meu filho. E ele lhe disse: Eis-me aqui.
2 E ele disse:
Eis que já agora estou velho, e não sei o dia da minha morte;
3 Agora, pois,
rogo-te, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sai ao campo, e apanha
para mim alguma caça.
4 E faze-me
uma comida saborosa, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; para
que minha alma te abençoe, antes que morra.
5 E Rebeca
escutou quando Isaque falava ao seu filho Esaú. E foi Esaú
ao campo para caçar uma caça
e trazê-la.
6 Então
falou Rebeca a Jacó seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu
pai que falava com Esaú teu irmão, dizendo:
7 Traze-me
caça, e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma, e te abençoe
diante da face do SENHOR, antes da minha morte.
8 Agora, pois,
filho meu, obedece à minha voz naquilo que eu te mando:
9 Vai agora
ao rebanho, e traze-me de lá dois bons cabritos tirados
das cabras, e eu farei deles
uma comida saborosa para teu pai, como ele gosta;
10 E levá-lo-ás
a teu pai, para que o coma; para que te abençoe antes da sua morte.
11 Então
disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú meu irmão
é homem cabeludo, e eu homem liso;
12 Porventura
me apalpará o meu pai, e serei aos seus olhos como enganador; assim
trarei eu sobre mim maldição, e não bênção.
13 E disse-lhe
sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente
obedece à minha voz, e vai, traze-mos.
14 E foi,
e tomou-os, e trouxe-os a sua mãe; e sua mãe fez uma
comida saborosa,
como seu pai gostava.
15 Depois
tomou Rebeca os vestidos de gala de Esaú, seu filho mais velho,
que tinha consigo em casa, e (e
com eles) vestiu a Jacó, seu filho menor;
16 E com as peles dos cabritos tirados
das cabras cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço;
17 E deu comida saborosa e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó,
seu filho.
18 E foi ele
a seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui; quem és tu,
meu filho?
19 E Jacó
disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito
como me disseste; rogo-te, levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça,
para que a tua alma me abençoe.
20 Então
disse Isaque a seu filho: Como é isto, que tão cedo a achaste,
filho meu? E ele disse: Porque o SENHOR teu Deus a enviou ao meu encontro.
21 E disse
Isaque a Jacó: Rogo-te, chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se
és meu filho Esaú mesmo, ou não.
22 Então
se chegou Jacó a Isaque seu pai, que o apalpou, e disse: A voz é
a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de
Esaú.
23 E não
o reconheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos
de Esaú seu irmão; e abençoou-o.
24 E disse:
és tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou.
25 Então
disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu
filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lha, e comeu;
trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu.
26 E disse-lhe
Isaque seu pai: Ora chega-te, e beija-me, filho meu.
27 E chegou-se,
e beijou-o; então, sentindo o cheiro das suas vestes, abençoou-o,
e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo,
que o SENHOR abençoou;
28 Assim,
pois, te dê Deus do orvalho do céU, e das gorduras da terra,
e abundância de trigo e de mosto.
29 Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e
os filhos da tua mãe se encurvem a ti; maldito seja
cada um que te
amaldiçoar, e bendito seja aquele que te
abençoar.
30 E aconteceu que, tendo Isaque
acabado de abençoar a Jacó,
quando Jacó
apenas acabava de sair da presença de Isaque seu pai, veio Esaú,
seu irmão, da sua caça;
31 E fez também
ele uma comida saborosa, e trouxe-o a seu pai; e disse a seu pai: Levanta-te,
meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoe
a tua alma.
32 E disse-lhe
Isaque seu pai: Quem és tu? E ele disse: Eu sou teu filho, o teu
primogênito Esaú.
33 Então
estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande, e disse: Quem, pois,
é aquele que apanhou a caça, e trouxe-a para
mim? E comi de tudo,
antes que tu viesses, e abençoei-o, e ele será bendito.
34 Esaú,
ao ouvir as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e
disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai.
35 E ele disse:
Veio teu irmão com sutileza, e tomou a tua bênção.
36 Então
disse ele: Não é o seu nome justamente
chamado Jacó, tanto que
já estas duas vezes me enganou?
O meu direito de primogenitura me tomou, e eis
que agora me tomou a minha bênção. E perguntou: Não
reservaste, pois, para mim nenhuma bênção?
37 Então
respondeu Isaque a Esaú dizendo: Eis que o tenho posto por senhor
sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo
e de mosto o tenho estabelecido; que te farei, pois, agora, meu filho?
38 E disse
Esaú a seu pai: Acaso, tens
ainda uma só bênção, meu
pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú
a sua voz, e chorou.
39 Então
respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação
será nas gorduras da terra e no orvalho do
céU
de acima.
40 E pela
tua espada viverás, e ao teu irmão servirás. Acontecerá,
porém, que quando te libertares, então
quebrarás
o seu jugo do teu pescoço.
41 E Esaú
odiou a Jacó por causa daquela bênção, com que
seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração:
Chegar-se-ão os dias de choro- lamentação- de- luto por meu pai; então, matarei a Jacó, meu
irmão.
42 E foram
denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho;
e ela enviou (mensageiros) e chamou a Jacó, seu filho
mais moço, e disse-lhe: Eis que
Esaú teu irmão se consola a teu respeito, propondo-se matar-te.
43 Agora,
pois, meu filho, obedece à minha voz, e levanta-te;
foge para Labão
meu irmão, em Harã,
44 E mora
com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão;
45 Até
que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que
lhe fizeste; então enviarei (mensageiros) e te trarei de lá; por que seria
eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia?
46 E disse
Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de
Hete; se Jacó tomar esposa das filhas de Hete, como estas são,
das filhas desta terra, para que me servirá a vida?
Capítulo 28
1 E Isaque
chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe:
Não tomes esposa de entre as filhas de Canaã;
2 Levanta-te,
vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe,
e toma de lá uma esposa das filhas de Labão, irmão de
tua mãe;
3 E Deus Todo-Poderoso
te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para
que sejas uma multidão de povos;
4 E te dê
a bênção de Abraão, a ti e à tua
semente
contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações,
a qual Deus deu a Abraão.
5 Assim despediu
Isaque a Jacó, o qual se foi a Padã-Arã, a Labão,
filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó
e de Esaú.
6 Vendo, pois,
Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã,
para tomar esposa dali para si, e que, abençoando-o, lhe ordenara,
dizendo: Não tomes esposa das filhas de Canaã;
7 E que Jacó
obedecera a seu pai e a sua mãe, e se fora a Padã-Arã;
8 Vendo também
Esaú que as filhas de Canaã eram mal vistas por Isaque,
seu pai,
9 Foi Esaú
a Ismael, e tomou para si por esposa, além das suas esposas, a Maalate filha de Ismael, filho de Abraão, irmã de Nebaiote.
10 Partiu,
pois, Jacó de Berseba, e foi a Harã;
11 E chegou
a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou
das pedras daquele lugar, e as pôs por seus travesseiros, e deitou-se
naquele lugar.
12 E sonhou:
e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava
no céU; e eis
que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;
13 E eis que
o SENHOR estava em cima dela, e disse: Eu sou o SENHOR Deus de Abraão
teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei
a ti e à tua semente;
14 E a tua semente será como o pó da terra, e estender-te-ás
ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua
semente serão benditas todas as famílias da terra;
15 E eis que
estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar
a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido
o que te tenho falado.
16 Acordando,
pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste
lugar; e eu não o sabia.
17 E temeu,
e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é
outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta
do céU.
18 Então
Jacó levantou-se cedo ao alvorecer daquela madrugada, e tomou a pedra que
tinha posto por seu travesseiro, e a pôs por coluna, e derramou
azeite sobre o topo dela.
19 E chamou
o nome daquele lugar Betel <Casa de Deus>; o nome porém daquela cidade antes era
Luz.
20 E Jacó
votou um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar
nesta viagem em que
vou, e me der pão para comer, e vestes para vestir;
21 E eu em
paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus;
22 E esta
pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto
me deres, certamente Te darei o dízimo.
Capítulo 29
1 Então Jacó levantou-se sobre seus pés e foi à terra do povo do oriente;
2 E olhou,
e eis um poço no campo, e eis três rebanhos de ovelhas que estavam deitados junto a ele; porque daquele poço davam de beber
aos rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca do poço.
3 E ajuntavam
ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a boca do poço,
e davam de beber às ovelhas; e tornavam a pôr a pedra sobre
a boca do poço, no seu lugar.
4 E disse-lhes
Jacó: Meus irmãos, donde sois? E disseram: somos de Harã.
5 E ele lhes
disse: Conheceis a Labão, filho de Naor? E disseram: Conhecemos.
6 Disse-lhes
mais: está ele bem? E disseram: está bem, e eis aqui Raquel
sua filha, que vem com as ovelhas.
7 E ele disse:
Eis que ainda é pleno dia, não é tempo de ajuntar o
gado; dai de beber às ovelhas, e ide apascentá-las.
8 E disseram:
Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e removam
a pedra de sobre a boca do poço, para que demos de beber às
ovelhas.
9 Estando
ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque
ela as pastoreava.
10 E aconteceu
que, tendo Jacó visto Raquel, filha de Labão, irmão de sua
mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou
Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço e deu de
beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.
11 E Jacó
beijou a Raquel, e levantou a sua voz e chorou.
12 E Jacó anunciou a Raquel que ele era irmão
{*} do pai dela, e que ele era filho de Rebeca;
então ela correu, e anunciou isto ao pai
dela.
{* "0251 ‘ach" usualmente significa irmão (ou
meio-irmão) literal; mas às vezes significa outro grau de parentesco (neste caso
Isaque é sobrinho de Labão), ou o pertencer à mesma tribo, ou, metaforicamente,
semelhança/ relacionamento/ afinidade}
13 E aconteceu que,
tendo Labão ouvido as novas de Jacó, filho de sua irmã,
correu a encontrá-lo, e
o abraçou, e o beijou, e o levou à
sua casa. E ele contou a Labão todas estas coisas.
14 Então
Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e a minha
carne. E permaneceu com ele um mês inteiro.
15 Depois
disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão {*}, hás
de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário.
{* Nota v. 12}
16 E Labão
tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da
mais moça era Raquel.
17 Lia tinha
olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista.
18 E Jacó
amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha
mais moça.
19 Então
disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que eu a dê
a outro homem; fica comigo.
20 Assim serviu
Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias,
pelo muito que a amava.
21 E disse
Jacó a Labão: Dá-me minha esposa, porque meus dias são
cumpridos, para que eu entre a ela.
22 Então
reuniu Labão a todos os homens daquela localidade, e fez um banquete.
23 E aconteceu,
ao anoitecer, que tomou Lia, sua filha, e trouxe-a a Jacó;
e ele entrou a ela.
24 E Labão
deu sua serva Zilpa a Lia, sua filha, por serva.
25 E aconteceu
que ao alvorecer, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por
que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então
me enganaste?
26 E disse
Labão: Não se faz assim na nossa localidade, que a
mais moça se dê
antes da primogênita.
27 Cumpre
a semana desta (Lia); então te daremos também a outra
(Raquel), pelo serviço que ainda outros sete
anos comigo
servirás.
28 E Jacó
fez assim, e cumpriu a semana desta (Lia); então
Labão lhe deu por esposa Raquel,
sua filha.
29 E Labão
deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha.
30 E Jacó entrou
também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia
e Jacó serviu com ele
(Labão) ainda outros sete anos.
31 Vendo,
pois, o SENHOR que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém
Raquel era estéril.
32 E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou o
seu nome Rúben
<Eis! Um Filho>; pois disse:
Porque o SENHOR atentou para a minha aflição, por isso agora
me amará o meu marido.
33 E concebeu
outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o SENHOR ouviu
que eu era desprezada, e deu-me também este
filho. E chamou o seu
nome Simeão
<Ouvindo>.
34 E concebeu
outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá
meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou
o seu nome Levi
<Junto>.
35 E concebeu
outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao SENHOR.
Por isso chamou o seu
nome Judá
<Louvor>; e cessou de dar à luz.
Capítulo 30
1 Quando Raquel viu
que não dava filhos a Jacó, teve
Raquel inveja de sua irmã, e
disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morro.
2 Então
se acendeu a ira de Jacó contra Raquel, e disse: estou eu no lugar
de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?
3 E ela disse:
Eis aqui minha serva Bila; entra a ela, para que dê à
luz sobre meus joelhos, e eu assim receba filhos por meio
dela.
4 Assim lhe
deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó entrou a ela.
5 E concebeu
Bila, e deu à luz um filho a Jacó.
6 Então
disse Raquel: Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu
um filho; por isso, chamou o seu
nome Dã
<Juiz>.
7 E Bila,
serva de Raquel, concebeu outra vez, e deu à luz o segundo filho
a Jacó.
8 Então
disse Raquel: Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã; também
venci; e chamou o seu
nome Naftali
<Lutando>.
9 Vendo, pois,
Lia que cessava de ter filhos, tomou também a Zilpa, sua serva,
e deu-a a Jacó por mulher.
10 E Zilpa,
serva de Lia, deu à luz um filho a Jacó.
11 Então
disse Lia: Vem uma
tropa! e chamou
o seu nome Gade
<Vem uma Tropa>.
12 Depois Zilpa, serva de Lia, deu à luz um segundo filho a Jacó.
13 Então
disse Lia: Para minha ventura; porque as filhas me terão por bem-aventurada;
e chamou o seu nome Aser
<Feliz>.
14 E foi Rúben
nos dias da ceifa do trigo, e achou mandrágoras no campo. E trouxe-as
a Lia sua mãe. Então disse Raquel a Lia: Rogo-te, dá-me das
mandrágoras de teu filho.
15 E ela lhe
disse: É já pouco que hajas tomado o meu marido, tomarás
também as mandrágoras do meu filho? Então disse Raquel:
Por isso ele se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras
de teu filho.
16 Vindo,
pois, Jacó ao anoitecer do campo, saiu-lhe Lia a encontrá-lo, e
disse: A mim entrarás, esta noite, porque certamente te aluguei
com as mandrágoras do meu filho. E deitou-se com ela aquela noite.
17 E atendeu
Deus a Lia, e ela concebeu, e deu
à luz um quinto filho
a Jacó.
18 Então
disse Lia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha
serva ao meu marido. E chamou o seu
nome Issacar
<Galardão>.
19 E Lia concebeu
outra vez, e deu à luz o sexto filho a Jacó.
20 E disse
Lia: Deus me concedeu um bom dote; desta vez morará o meu marido
comigo, porque lhe tenho dado seis filhos à luz. E
chamou o seu
nome Zebulom <Morada>.
21 E depois teve uma filha, e chamou o seu
nome Diná
<Julgada>.
22 E lembrou-se
Deus de Raquel; e Deus a atendeu, e abriu a sua madre.
23 E ela concebeu,
e deu à luz um filho, e disse: Tirou-me Deus o meu vexame.
24 E chamou o seu
nome
José <Aumentador>, dizendo: O SENHOR me acrescente outro filho.
25 E aconteceu
que, quando Raquel deu à luz José, disse Jacó a Labão:
Deixa-me ir, que me vá ao meu próprio lugar, e à minha terra.
26 Dá-me
as minhas esposas, e os meus filhos, pelas quais te tenho servido, e ir-me-ei;
pois tu sabes o serviço que te tenho feito.
27 Então
lhe disse Labão: Se agora tenho achado graça em teus olhos,
fica comigo. Tenho experimentado que o SENHOR me abençoou por amor
de ti.
28 E Labão disse
mais: Determina-me o teu salário, que to darei.
29 Então
Jacó lhe disse: Tu sabes como te tenho servido, e como passou o teu gado comigo.
30 Porque
o pouco que tinhas antes de mim tem aumentado em grande número;
e o SENHOR te tem abençoado com minha vinda. Agora, pois, quando
hei de trabalhar também por minha própria casa?
31 E disse
ele (Labão): Que te darei? Então disse Jacó: Nada me darás.
Se me fizeres isto, tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho:
32 Passarei
hoje por todo o teu rebanho, separando dele todo o gado
salpicado e malhado,
e todo o gado moreno entre os cordeiros, e os malhados e salpicados entre
as cabras; e isto será o meu salário.
33 Assim testificará
por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres e o
meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for
salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros, ser-me-á
por furto.
34 Então
disse Labão: Quem dera seja conforme a tua palavra.
35 E separou
naquele mesmo dia os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas
e malhadas, todos em que havia alguma brancura, e todos os morenos entre os cordeiros;
e deu-os nas mãos dos seus filhos.
36 E pôs
três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava
o restante dos rebanhos de Labão.
37 Então
tomou Jacó varas verdes de álamo e de aveleira e de castanheiro,
e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas
havia,
38 E pôs
estas varas, que tinha descascado, em frente aos rebanhos, nos
canais e
nas tinas de água, aonde os rebanhos vinham beber, para que
concebessem quando vinham beber.
39 E concebiam
os rebanhos diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas
e malhadas.
40 Então
separou Jacó os cordeiros, e pôs as faces do rebanho para
os listrados, e todo o moreno entre o rebanho de Labão; e pôs
o seu rebanho à parte, e não o pôs com o rebanho de
Labão.
41 E sucedia
que cada vez que concebiam as ovelhas mais fortes, punha Jacó as varas
nos canais, diante dos olhos do rebanho, para que concebessem diante das
varas.
42 Mas, quando
era fraco o rebanho, não as punha. Assim as
mais fracas eram de Labão,
e as mais fortes de Jacó.
43 E cresceu
o homem em grande maneira, e teve muitos rebanhos, e servas, e servos,
e camelos e jumentos.